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Diz-me o que vês

 
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Diz-me o que vês
 
Enches o teu dia com as coisas que te afastam de ti, mas que imaginas levarem-te ao que procuras. Empilhas na tua vida carros e casas, roupas e objectos, carreira e família; ergues no teu peito amor e amizade e sonhos e projectos.

Em busca do mundo perdes-te do teu próprio coração. Mas não é o mundo que queres. É pelo teu ser verdadeiro que anseias quando te procuras no mundo.

Enches o teu dia de coisas que apenas passam, mas à noite, quando fechas os olhos, na escuridão que agora vês, apenas duas coisas estão presentes: tu e tu próprio.

Podes fugir para onde quiseres enquanto o sol brilha alto, mas, quando a penumbra cai sobre as tuas pálpebras, és sempre presa de ti mesmo. Nao há fuga possível quando é contigo que te encontras.

Quando fechas os olhos e tudo aquilo que construíste durante o dia desaparece, quem és tu? Neste preciso momento, diz-me o que vês.


Não precisas de responder às tuas questões. Precisas é de questionar as tuas respostas.

 
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Andraz
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