Pego numa caneta, e com ela escrevo magia
Palavras agregadas, que na junção dão poesia
Escrita libertadora, o papel é minha testemunha
Nele escrevia versos, riscava e sobrepunha
Na minha unha, opunha um risco que supunha
Ser o risco da vida da qual eu dispunha
Riscava letras, que inferiorizavam palavras
Palavras que destruíam versos, por não serem bem elaboradas
Riscava quadras, que destruíam um poema
Este sistema é um problema, vou tentar escrever em esquema
Olhava para o caderno, que apenas tinha desenhos
Desenhados e aperfeiçoados, durante vários anos
Era suposto isto ser um poema? Só vejo risquinhos
Em versos que deveriam levar a poemas perfeitinhos
Mas não, a escrita virou um quadro de picasso
E eu pintor de papel fui quem deu o último passo.