A sombra da noite, tomba sobre o dia
Pesam-me os ossos da memória em cansaço!
Ainda assim, na morbidez deste lasso,
Tenho força anímica para escrever poesia.
Na janela, a luz da lua chega tardia
Como fora do meu tempo e espaço!
Vejo-a, sorrio, escrevo no meu compasso
A transparência negra que se esfria.
Por ti anjo, escrevo abraçando a aurora,
Carícias no pensamento, asas tuas
Que me elevam aos véus da saudade
Escrevo professando a alegria que se demora!
Este meu livro negro, sempre que o abro flutuas
Por entre cada verso escrito sobre a tua imensidade…
Paulo Alves