Quando nos falta a valorização
rompe-se a frágil linha da emoção.
Sobram olhares vagos
sobre haveres não pagos
e os deveres que ficam por sanar
são os mesmos que nos estão a matar.
Pesada a culpa de quem se falhou,
cuspida no mesmo chão que o amparou.
E malha-se ferro na carne triste,
tombam olhos de quem desiste.
E há buracos sem fundo
perdidos nas cores do mundo.
E chamam-se nomes sem nome
à passagem ardente da fome.
E filam-se esperas por migalhas
não podendo escapar dessas malhas
que nos apertam... Lentamente,
inexoravelmente...
Sem dúvida de que somos apenas
grãos de pó... demasiadas centenas...
prontos para serem limpos
NR