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Respondendo a OLEMACORREIA: ASAS

 
Respondendo a OLEMACORREIA: ASAS
 
Asas…


Estendo as minhas asas
E o vento a soprar arranha-as
O vento passa e eu nem o sinto
Será mesmo vento que sinto?
Ou é a escuridão
Passando pelo meu corpo fechado?
Como um bebé no útero
Fecho-me em mim mesmo
O mundo nada me disse,
Nada me diz,
Nada me poderá dizer…
Aliás sou surdo!

Estendo as minhas asas
E o vento a soprar leva-as para longe
O vento passa e eu sinto-o
Porque não é o vento é o vazio!
Mil e uma vozes criticando;
Ninguém percebe e todos opinam!
Encolhido nas trevas
Fico como sempre fiquei…
Desde pequeno que me refugio…
Tento sempre fugir e nunca consigo
Como é que alguém pode fugir de si mesmo?

Estendo as minhas asas
E o vento a soprar desfaz-mas em mil pedaços
Será mesmo o vento, isto que não sinto?
Não!
Porque não é o vento mas sim a realidade,
Como a realidade mostra toda e a crua verdade
Eu não tenho asas,
Pois quem voa são os pássaros e não os humanos!
Os humanos não foram feitos para voar
Mas para estarem de joelhos desejando o céu,
Porque o céu não tem limite,
Mas o humano sim!
Eu não tenho asas,
E o vento não é o vento
Mas a minha própria realidade:

Não sou NADA!
 
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Blackbird
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Enviado por Tópico
OlemaCorreia
Publicado: 10/06/2009 20:49  Atualizado: 10/06/2009 20:49
Da casa!
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 Re: Respondendo a OLEMACORREIA: ASAS
Tiago
Agradou-me muito que o seu poema, magistralmente construido como sempre, fosse uma resposta ao meu comentário.Apesar de tudo espero que não tarde vê-lo mesmo voar. Não teremos sido feitos para voar, mas todos temos condições para o fazer e obrigação de o fazer. Tente, insista em esvoaçar. Espero sinceramente vê-lo nas alturas
do Condor
O meu abraço
Olema