Poemas : 

Ultraje às dignas acções

 
Canteiro inflamado de dor,
pelouro da solidão,
onde não nasce uma flor!...

Espaço perdido no tempo,
sem sentido pelo encobrimento,
explorado noutras eras,
subjugado pelas quimeras.

Desintegram-se de ti os campos,
descoloram-se as paisagens…
o que nos fica entretanto?

Casmurrices da baixeza,
ódios fragmentados,
invejas repugnantes
e outras atitudes tão farsantes.

Tanto trabalho,
tanto carinho,
tanta singeleza…
para colocares uma flor nesse canteiro!...

Queres recolocá-la
ou queres que o faça eu?...

Vasculhem-se as intenções,
não me questionem os sentidos!...

Com tantas desilusões,
sentimo-nos quase perdidos!...


António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...

 
Autor
António MR Martins
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2009 20:23  Atualizado: 26/06/2009 20:23
 Re: Ultraje às dignas acções
Poema forte Antronio!
Excelente
Abraço
Dill

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2009 20:51  Atualizado: 26/06/2009 20:52
 Re: Ultraje às dignas acções
António

Acabo de ler e vejo uma pétala de amor em cada palavra que escreveu!

Muito encanto!

Abração

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Enviado por Tópico
saozinha
Publicado: 26/06/2009 21:12  Atualizado: 26/06/2009 21:12
Colaborador
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Mensagens: 1604
 Re: Ultraje às dignas acções
Antonio.

Os seus poemas tem sempre uma mensagem codificada subjacente á palavra escrita.

Eu entendi-a a minha maneira e gostei muito do que li.

Um beijo

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2009 21:32  Atualizado: 26/06/2009 21:32
 Re: Ultraje às dignas acções
Poema forte em mensagem, muito bem escrito.

Gostei muito António!

Beijo azul

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/06/2009 22:05  Atualizado: 26/06/2009 22:05
 Re: Ultraje às dignas acções
Meu querido António, deixa eu te contar uma pequena história chinesa: Era uma vez uma semente que caiu no vão de uma rocha, pelo bico de um beija-flor. A chuva veio e sol iluminou a sementinha, e ela conseguiu brotar no vão do rochedo, firmou suas raizes na superfície dura e assim germinou, onde ninguém poderia imaginar que ela conseguisse sobreviver. No dia em que ela floriu, o mesmo beija-flor aproximou-se para sentir sua fragrância.

Cada intenção demonstra o que desejamos colher nos canteiros da vida.

Bjos daqui.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/06/2009 00:30  Atualizado: 27/06/2009 00:30
 Re: Ultraje às dignas acções
Caro amigo,

Este poema não tem comentário, como deve calcular o sacrifício é grande.

Mas o meu amigo entende que nada terei para acrescentar para tanta sensibilidade.

Um abraço

JLL

Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 27/06/2009 09:50  Atualizado: 27/06/2009 09:50
Colaborador
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 Re: Ultraje às dignas acções p/ AntónioM.R.Martins
Caro amigo António

Realmente as desilusões nos fazem
perdemos-nos um pouco, ficamos sem
direção para não mais encontrar a
tal e famosa desilusão...

Poema excelente amigo...

Beijinhos no coração

Enviado por Tópico
(re)velata
Publicado: 27/06/2009 10:38  Atualizado: 27/06/2009 10:38
Membro de honra
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Mensagens: 2214
 Re: Ultraje às dignas acções
Poema escrito com a sensibilidade à flor da pele! Essa flor merece de certo ser recolocada no canteiro...

Belíssimo poema, António!

Um beijinho

Enviado por Tópico
Nanda
Publicado: 27/06/2009 19:11  Atualizado: 27/06/2009 19:11
Membro de honra
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 Re: Ultraje às dignas acções
António,
Por mais que nos esforcemos por plantar o amor nos canteiros das nossas vidas, surgem sempre umas ervas daninhas para alastrar o ódio e a inveja.
Poema forte de sentimento.
Beijo
Nanda