Poemas : 

À procura dos dias

 
À procura dos dias perdidos
embaraçado e preocupado
anda Leonardo
vestido na pele de ocupado
outras vezes de um leopardo
nesses dias já esquecidos.
Leonardo rompe as noites
deste verão quente
que não há quem aguente.

À procura de um não sei quê
de uma trança de boneca
ou de um pingente
roça e roça na soneca
e enquanto dorme não vê
que o que procura é gente
ou um fardo
de sabores incontidos
espalhados nos dias iludidos

Leonardo – boneco de porcelana
homem mistério ou personagem
perde os dias à procura
da sua própria linhagem.


Escrevo…para libertar as personagens que não consigo Ser!
________________________________________
http://catalogoluademarfim.blogspot.pt/

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Autor
Paulo Afonso Ramos
 
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Enviado por Tópico
ângelaLugo
Publicado: 26/07/2009 06:55  Atualizado: 26/07/2009 06:55
Colaborador
Usuário desde: 04/09/2006
Localidade: São Paulo - Brasil
Mensagens: 14852
 Re: À procura dos dias p/ Paulo Afonso Ramos
Caro amigo poeta

E como é fácil nos perdemos
de nós mesmo....
Excelente poema...Amei

Beijinhos no coração

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/07/2009 07:25  Atualizado: 26/07/2009 07:25
 Re: À procura dos dias para P.A.R.
E olha que anda pr aí muitos Leonardos ...

Abraço-domingo

Enviado por Tópico
Xavier_Zarco
Publicado: 26/07/2009 10:04  Atualizado: 26/07/2009 10:04
Membro de honra
Usuário desde: 17/07/2008
Localidade:
Mensagens: 2207
 Re: À procura dos dias
Camarada,
Se é um facto que há muitos Leornardos por aí, tal como menciona a Fly, não é menos verdade que há um Leornardo na nossa História Literária que fez e faz toda a diferença, assim, recordando-o, deixo-vos esta estrofe de "Os Lusíadas":

Ó que famintos beijos na floresta,
E que mimoso choro que soava!
Que afagos tão suaves, que ira honesta,
Que em risinhos alegres se tornava!
O que mais passam na manhã, e na sesta,
Que Vénus com prazeres inflamava,
Melhor é experimentá-lo que julgá-lo,
Mas julgue-o quem não pode experimentá-lo.


Bom trabalho, Camarada, com um verso nonassilábio (3-6-9) logo a abrir a "coisa" ganha outra vivacidade.
Um abraço

Xavier Zarco