Poemas -> Esperança : 

MARÉS

 
Tags:  sonhos    silêncio    destino    amargura    capricho  
 
MARÉS

Desenho figuras na areia com os pés
Alcanço o fundo da solidão
Vou deixar o destino traçar as marés
E os sonhos deslizarem p'los dedos da mão
Do céu, nada vem, nada cai!
Efémero capricho é esta Vida!
Afogo as minhas angústias, a alegria se vai
Mas que desacerto este, me sinto perdida!
Perderam-se as figuras, o mar as levou,
A cada respiração, a cada arfar do peito
Ouço o bater quase surdo do coração que o tempo parou
E é neste meu viver, sem jeito,
Onde o tempo e os sonhos, são areia em crivo
Que, ergo a muralha, à maré em que vivo.

A onda, vem e vai, meu pensamento leva e tráz
Tão suave e intenso, fica meu sossego!
Que, a esperança corre, num silêncio de paz,
E volta de novo à vida, a força e o apego.
Tento levar avante, meu caminho até ao fim!
Com os pés na areia, traço novas figuras,
A maré as levará, e a mim?
Me deixará a sós? Com minhas amarguras?

rosafogo


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
Autor
rosafogo
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1324
Favoritos
2
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
19 pontos
3
0
2
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/07/2009 12:25  Atualizado: 28/07/2009 12:25
 Re: MARÉS
Rosa,
Belo, este texto. Gostei da imagem do pensamento-maré.

Beijinho,

Paulo Galvão


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 26/08/2010 06:56  Atualizado: 26/08/2010 06:56
 Re: MARÉS
Graças á ConceiçãoB descobri este poema fantástico! Uma leitura que me prendeu do primeiro ao ultimo verso.

Deveria estar aqui a dar-te as boas vindas. Estou aqui a desejar-te que permaneças apesar das mudanças das MARÉS!

Beijo azul