Poemas : 

Comunicado Interno!

 
Ei, Ei, EI!!!!

Tu mesmo, Sonhador!

É contigo,
para ti,
que escrevo!

Acostumaste-se
a escrever para os outros
para as outras!

Que sentes agora?

Sendo tu o alvo?

Hã?

Qual é a sensação?

É boa?
É ruim?

Ótima ou horrível?

É...

Não o sabes,
não é mesmo?

Que tens feito?

Eu,
melhor ou pior,
nunca se sabe,
que ninguém,
sei bem o que tens feito!

E TE CONDENO!

Embora,
Sinto-me mal por isso,
saiba bem que,
a absolvição não tardará!

Neste estranho tribunal,
defesa e acusação
são a mesma coisa!
Quando a demanda é interna,
as conseqüências são,
quase sempre,
trágicas!

Depende sempre,
é claro,
das circunstâncias!

Teu time ganhou?

INOCENTE!

Fizeste uma cagada?

CULPADO!

E segue,
sempre, sempre e sempre,
essa espiral infinita!

Recursos
e mais
recursos!

Ora bolas,
não temos aqui,
um Superior Tribunal?

Que,
de uma por todas as vezes,
liquide essa fatura?

Não!

Essa seria,
não há dúvidas,
uma primorosa saída!

Não,
não há de ser,
mesmo,
fácil assim!

O que tens feito, rapaz?

Não sabes?

Olha, olha!

Temos aqui,
um catatau de provas!
Que respiram,
transpiram,
e,
irremediavelmente,
conspiram contra ti!

Mas,
antes,
é necessário esclarecer:

Estas são as provas da promotoria!

Sabemos bem,
infelizmente,
que qual filme americano [do norte],
a defesa é aqui,
sempre mais forte!

Sabemos,
embora não saibamos como,
que a sentença final,
será,
como tantas,
INOCENTE!

Não pense,
no entanto,
que por isso,
brigaremos menos,
ou pior!

Qual dúzias de coisas,
sujas de um lindo passado,
que tens em ti,
também nos revoltamos,
com injustiças como as que,
sem arrependimento,
com os outros e,
principalmente,
contigo,
cometeste!

NÃO!

Não terás,
neste que é,
infelizmente,
mais um entre muitos,
muitos outros teatros que criaste,
vida fácil!


Lembre-se,
porém,
antes de lamuriar,
que este é mais um,
embora,
por vezes,
seja difícil de acreditar,
roteiro que escreveste,
para que tudo,
tudo, tudo, tudo,
seja mais difícil!

Ora,
talvez tenhamos,
aqui e agora,
mais uma prova,
cabal, por sinal,
contra ti!

Não serias, tu,
ó astuto?

Quem armas,
tão ardilosa,
armadilha?

E tanto quanto,
ou mais ainda,
ardilosa seria,
essa mente doentia,
que,
julgando-se inocente,
fabrica provas falsas?

Não serias,
então,
criminoso,
da pior,
entre todas,
as classificações?

Que tipo,
de astuto vilão,
seria o que,
forja falsas provas,
contra si,
para que todos,
todos no mundo,
o vejam sempre,
como vítima?


Mas eis que,
nova questão se ergue!

Que serias tu,
se afinal,
sucumbisse,
bêbado e sôfrego,
à tão demente encenação?

A pena,
seria,
como é comum nos dias de hoje,
atenuada?

Anulada?

Uma vez que,
tu mesmo,
criaste o plano,
sofreste com ele,
pagaste os danos?

Além,
é claro,
perder,
coisas que hoje sabes,
não poderiam ser perdidas!

O sofrimento eterno,
a vitalícia tortura,
de penalizar-se,
sempre que o espelho,
te encontras?

É possível,
medir o que sofres?

Seria ainda,
possível afirmar,
qual tua real posição,
nesta triste história?

Vilão ou Mocinho?

Não há muito mais,
a ser dito!

Por hoje,
és um condenado!

Nada mais!

Ilitch Kushkov
Indaiatuba – 03/08/09

 
Autor
IlitchKushkov
 
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