Vai e vem,
Vem e vai
O pendular pêndulo
A balançar para lá e para cá
Sempre monótono,
Sempre compassado
Entre as marcas do tempo que marca
Com sósia precisão.
Vai e vem,
Vem e vai
Com o fito objectivo
Que o confina àquele espaço,
Encaixotado, envidraçado
Em que fada o fado com o enfado
Dos que lá o vão olhando.
Vai e vem,
Vem e vai
Em balanço recto e inerte,
Numa repetição deslavada
Com uma calma firme e exasperante,
Em que lê todos os segundos...
Segundos a rodos.
Vai e vem,
Vem e vai
O pendular pêndulo
Pendurado por uma ponta
Em dança tonta
De passos iguais
Até ao gongo final que no fim, não é fim.
Valdevinoxis
A boa convivência não é uma questão de tolerância.