Coisas de somenos
Minha memória já enevoada
Em ocasiões, desvairada!
Chega um dia vai ter de parar.
Como um relógio avariado...
E vou ter que deixar de sonhar
O sonho que meu pensamento traz inventado.
Quem me odeia por eu sonhar?!
Quem ri dos meus devaneios, risonhos?
Quem não entende meus sonhos?
Quem me quer ver chorar?
Pois que ria à vontade!
Enquanto viva sonharei, terei saudade.
Quem sabe dos meus sonhos inventados?
Quem se espanta com meu sonho verdadeiro?!
A uns eu amo, aos outros os trago mal-amados.
Mas são meus! Meus por inteiro!
Uns são nuvens paradas, outros lavas de vulcão
Chego a supôr,este desassossego me faz mal
Mas com docilidade os sonhos aconchego ao coração.
E que riam?! Tanto me faz!
São meu tempero, meu sal.
Já não tremo de medo,
nem medo do futuro,
Porque meu medo já tenho maduro!
Perco o sentido do tempo!
Confusa a memória enevoada
Esqueço certas acasiões, desvairadas!?
Coisas de somenos.
rosafogo
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe