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Carta 14

 
Aos pés do nosso Jacarandá, neste minuto sofrível, de um tempo em que não posso te ter.

Ma Jolie,

Dias terríveis vivi, pensando imensuráveis vezes que tu não mais me querias, que me odiavas até, que não acreditavas em meu amor declamado às penas desta minha delirante paixão. Mas, ao ler estas linhas, linhas tão tuas, meu coração transborda a alegria, e, as lágrimas de outrora retornam com força a este leito já tão conhecido de minhas faces. Não, meu amor. Não choro tristezas. Elas abandonaram o claustro exílio dessas minhas aurículas, para se arrefecerem das impiedosas chamas deste amor que é só teu. Não, amor meu, meus olhos se orvalham das lágrimas agora, lágrimas do peito, lágrimas do alívio, lágrimas de saudades. Saudades de ti.

Mas, agora cá deixo Narciso de lado, para voltar-me a ti. O que tu tens, ma Jolie? Quem ousou prender a ti, aos laços insanos desses males do corpo? Tu dizes ser acometida por esta maldita pneumonia, e, requeres ao nosso amor da cura definitiva. Quero, então, contar-te um furtivo segredo. Revelo-te agora com estes lábios molhados, que só tu tens do meu amor de que tanto precisas. Por que razão outra, então, haveria eu de existir? Não te peço, agora, nenhuma resposta. Recolha em meu peito todas as palavras que teimam escorregar pela tua boca, para te revelares diante de mim.

Pudera eu calar-te agora, tomar-te em meus braços, fazer quedar cada grau de tua febril temperatura, mesmo que a ti pareça loucura, ser possível um simples toque roubar todas as mais profundas profusões do corpo. Pudera eu segurar-te nas mãos, que trêmulas, minhas e tuas, definiriam, num simples dueto, todos os delicados acordes da mais linda ode dessas nossas desejosas bocas. Pudera eu olhar-te nos olhos, ma Jolie, mais uma vez, por um segundo que fosse, enquanto meus lábios, sucumbentes aos teus, deleitassem os versos que moram em meu peito, arrancando-te fora, as dores de outrora, fazendo-te minha, como nos mais secretos sonhos meus.

Olho este Jacarandá agora, e, sinto o carinho que tu tens a ele. Percorro-lhe com meus dedos, teus amiúdes detalhes, fecho os meus olhos, e, sinto todo o carinho que tu depositas nesta soberana forma de vida, tão arraigada a terra, personificação máxima da existência de um Deus. A chuva acompanha, silenciosamente, todas as fases desta minha corte, testemunha natural deste meu íntimo colóquio, lava-me, agora, o rosto das tristezas de outrora que prefiguraram aqui em meu peito algum dia. Tão importante é a ti, este nosso Jacarandá, meu amor! Devo a ele também reverenciar? Deixo-te aqui dentro, nesta fenda oportuna, minhas palavras de agora, de um tempo qualquer, para que tu possas, em horários alternados, saber que te amo, como minha mulher.

George Sand disse um dia, que “A recordação é o perfume da alma. É a parte mais delicada e suave do coração, que se desprende para abraçar outro coração e segui-lo por toda a parte”. E são a essas palavras que, agora, recorro para te fazer entender do perfume que embriaga estas linhas, esculpidas às chamas desta minha paixão, para te dizer que és minha, e, que sem ti, eu perco todo o meu chão.

Que de mim, tu nunca te esqueças!

Para sempre estarei amando você.

Beijos do teu,

Secret Passionné.


rody

 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/08/2009 23:31  Atualizado: 27/08/2009 23:31
 Re: Carta 14
Oi Rody,bellísimas cartas para tua jolie,parabéns pela teu dom...quando eu crescer quero escrever igual a vc srrssrsr
abraços

Enviado por Tópico
sandrafuentes
Publicado: 30/08/2009 18:39  Atualizado: 30/08/2009 18:39
Super Participativo
Usuário desde: 22/07/2009
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Mensagens: 123
 Re: Carta 14
Ah! Eu também quero escrever assim quando crescer...
Nossa!!!