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JOCOSIDADES

 
JOCOSIDADES


Gostava de ser poeta
Mas um poeta trovante
Cantasse minhas mágoas
Mas com palavras certas
Acertivo, bem falante,
Instável nas minhas andanças
Qual cigano errante.
Se assim eu fosse poeta
Cantando alegrias e dores
Não esqueceria nunca os meus amores
E porque de espírito alerta
Teria a certeza certa
De levar o meu sonho avante
Se eu fosse poeta
Sim, se fosse deveras poeta
Eu tinha um dizer escorreito
Às palavras capaz de dar cônscio jeito.
De ambição dilecta
Conheceria os vinhos de Alicante
Não menos o torrão dessas bandas
E claro os conventuais de Amarante
Mas para que eu fosse poeta
Teria que ter a mente aberta
Entusiasta no meu labor
Amante da noite, sonhador
Imaginação transbordante
Ter um sonho na alma
Não temer nunca levar a palma
E mesmo não sendo poeta
Ter dele a Aura

Mas de repente
Metanóia não sonhada
Faz-se-me luz na mente
Não, eu não sou poeta
Mas mora-me um poeta na alma.

Antónius



 
Autor
luciusantonius
 
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Enviado por Tópico
arfemo
Publicado: 29/08/2009 23:47  Atualizado: 29/08/2009 23:47
Colaborador
Usuário desde: 19/04/2009
Localidade:
Mensagens: 4812
 Re: JOCOSIDADES
O poeta é um fingidor...esse poeta que em si habita, é o penhor da sua sensibilidade. Gostei muito

Abraço
arfemo

Enviado por Tópico
VónyFerreira
Publicado: 30/08/2009 11:08  Atualizado: 30/08/2009 11:08
Membro de honra
Usuário desde: 14/05/2008
Localidade: Leiria
Mensagens: 10301
 Re: JOCOSIDADES
No fingimento das palavras
onde muitas vezes jogamos
connosco à cabra-cega, encontramos
certamente o verdadeiro Poeta.
E é-o certamente a escrever com
tal beleza.
Um abraço
Vóny Ferreira