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Oh que pobre coitado, o ingénuo esmifrado, desiludido, aldrabado...

 
Cansa a conversa tansa que se lança nos pratos da balança de um ingénuo. Ouve, ouve e sem remédio, volta a ouvir. Então vota, revota e muda de voto e, devoto, verifica que tudo fica na mesma.
A desilusão vem às resmas, num impresso de imposto sem ilusão que lhe é posto no bolso do casacão. Sente a ferroada que não lhe isenta a alma enganada de males de gente aldrabada.
Sacam-lhe o médico, o crédito, a escola e ainda paga a estola que o senhor deu à senhora dona do nariz empinado e cabelo armado... oh que pobre coitado! Oh que pobre ingénuo que tem o rabinho todo riscado dos malfazejos açoites pedagógicos que lhe vão aplicando.

Valdevinoxis

(originalmente publicado no Luso em 05/04/2007)


A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Gyl
Publicado: 31/08/2009 23:05  Atualizado: 31/08/2009 23:05
Usuário desde: 07/08/2009
Localidade: Brasil
Mensagens: 16075
 Re: Oh que pobre coitado, o ingénuo esmifrado, desiludid...
Muito divertido o teu modo de brincar com a pronuncia das palavras. Muito bom mesmo! Abraços!

Enviado por Tópico
Tânia Mara Camargo
Publicado: 31/08/2009 23:10  Atualizado: 31/08/2009 23:10
Colaborador
Usuário desde: 11/09/2007
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Mensagens: 4246
 Re: Oh que pobre coitado, o ingénuo esmifrado, desiludid...
Os impostos estão por toda parte,
aqui o leão se alimenta de boa
parte da nossa arrecadação.
Acabamos por ser os desiludidos, coitados...
trabalhamos sim, mas para o governo.
Eu que o diga com minha empresinha!
Beijos!