Sonetos : 

BICHO-AMOR

 

BICHO-AMOR
Carmo Vasconcelos


Há uma dor perfurante no meu peito;
Urze que fere mas não deita sangue...
Verme oculto o bebe e me deixa exangue
Ao nutrir-se de insónias no meu leito!

Bicho-amor, insistente na porfia,
Mói-me as entranhas quando desatina,
Meus nervos dana, minhas forças mina,
E ao mesmo tempo é bem que acaricia!

Tento acalmá-lo com a voz de quem
De longe rasga versos escarlates
Mimos d’enlace em rendas de açafates...

Mas pede mais... Voraz, não se contém!
Devora-me alma e sangue e não fraqueja
Na gula desse par-amor que almeja!

***
17/Dezº/2008
***
In E-Book "Sonetos Escolhidos II"
***
http://carmovasconcelos.spaces.live.com


 
Autor
Carmo Vasconcelos
 
Texto
Data
Leituras
2765
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/09/2009 19:02  Atualizado: 05/09/2009 19:02
 Re: BICHO-AMOR
É, o amor rói-nos as entranhas,
E por circunstâncias estranhas
Leva-nos ainda a pedir por mais,
Mesmo rolando em leitos de ais.