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Sem factos

 
As paredes ardiam de frio
No chão dos corpos
O sangue impróprio
Espalhava-se na lama
Da água potável

Nada se assemelhava
Ao quotidiano do vento
Que soprava fortemente
Contra o dilúvio

Os dentes rangiam
Imitando a Pedra do Fogo...

Foi antes de Cristo.
Antes de nós.

Foi num espaço único
Sem factos nem portas
E as águas impróprias
Subiram à superfície
Na linguagem dos Monstros potáveis.

Manuela Fonseca


Manuela Fonseca
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http://ensaios-poeticos.blogspot.com

 
Autor
Manuela Fonseca
 
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Enviado por Tópico
Angela
Publicado: 18/06/2007 14:11  Atualizado: 18/06/2007 14:11
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Usuário desde: 28/09/2006
Localidade: Caldas da Rainha
Mensagens: 567
 Re: Sem factos
O poema cria um ambiente de facto bem sombrio, num tempo sem tempo, sem alma, sem rota...

Um beijinho grande.