Prosas Poéticas : 

A duas

 
Ladrilho empedrado que, em suavidade, desenho no ondular perdido do teu cabelo incendiado.

- És meu traje de lua empedrecida, Amor meu, terraço das minhas lembranças.

- Sintonia, a tua, que me arregaça.

- Sintonia, a minha, que em cinzas te abraça. Ombros negros levantados de incertezas que em ti desmaiam.

- Cai na minha pele como dia de água serena. Suporto os teus ombros em mim desmaiados quando de longe me sonhas. Arrasta teus beijos na pele descaída que o tempo me deu, pois nesses lábios incertos o tempo morreu.

- Não guies os meus dedos que no escuro te sabem ler. És corpo tecido em palavras de um amor que apenas sonhei.

 
Autor
CláudiaFariaPereira
 
Texto
Data
Leituras
756
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/06/2007 17:22  Atualizado: 19/06/2007 17:22
 Re: A duas
Cláudia, faço o meu comentário pelos três textos enviados. Gosto da suavidade implicita na tua escrita. Feita de palavras entre-dedos, dadas sem sussurro nem alta-voz. Num meio termo de elegância e de elevados sentimentos, que me têm cativado e me deixam atento.
Um beijo amigo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 19/06/2007 18:22  Atualizado: 19/06/2007 18:22
 Re: A duas
Como é sutil, leve, quase perfumado o seu estilo!
lindo!
adorei ler.
Bjs.