profundo azul

 
 
tenho para ti olhos tristes
que já não voam ao ver-te
tão longe, será que existes
ou só em mim posso ler-te?

vejo um céu que é todo teu
azul, tão puro. e a chuva
que cai em mim porque é turva
se de ternura me encheu?

e a gota na tua face
água profunda sentida
como eu queria que levasse
aos nossos lábios a vida.

mas esse azul tão profundo
falha terrestre sem Deus
queima-me mais num segundo
que o fogo de Prometheus

rouba este azul, vai titã
traz-mo num lírio do monte
na flor terna da manhã,
na estrela do horizonte.

(ouvir no vídeo este poema cantado)

Da grande página aberta do teu corpo

Da grande página aberta do teu corpo
sai um sol verde
um olhar nu no silêncio de metal
uma nódoa no teu peito de água clara

Pela janela vejo a pequenina mão
de um insecto escuro
percorrer a madeira do momento intacto
meus braços agitam-te como uma bandeira em brasa
ó favos de sol

Da grande página aberta
sai a água de um chão vermelho e doce
saem os lábios de laranja beijo a beijo
o grande sismo do silêncio
em que soberba cais vencida flor

António Ramos Rosa

Música e declamação de Afonso Dias, voz de Tânia Silva

Vídeo produzido pela TERESA TEIXEIRA (STEREA)

Grata a todos e parabéns ao josea pela inspiração e aniversário hoje (calhou bem )
 
profundo azul

caderno

 
nunca me esquivei da noite por medo
mesmo quando só atravesso becos sem saída
com seus inquietante segredos e obscuridades

nem me assustam as unhas secretas das sombras
ou do vento a fustigar meu corpo empurrado
à beira do abismo

não me são hostis os fantasmas e os monstros
escondidos debaixo da cama
ou os gemidos do soalho do corredor

esquivo.me às palavras
é delas que tenho medo
do seu gosto cristais de sal
do sabor mel de flores
que sublimam.me em cilada.

deitadas no meu caderno
fingindo.se armadas de inocente paciência
à espera de serem poema.

tenho medo.

HC
 
caderno

desdoer

 
 
o cansaço dói
por isso fico agora a doer lentamente
como fio de cabelo
em refastelo com a brisa.

doer não é difícil

- dói-se quando se vê
estrelas mergulhadas em manto
noturno ou quando
folhas secas arrastam-se na calçada
e até quando pedras
se rolam pro abismo.

é tão intensa a dor de ver
o mar esticar suas ondas
até à areia tanto quanto
olhar o córrego lavar os seixos.

n' outro dia a dor percorreu
forte o alvorecer quando
uma flor se abriu para
receber o orvalho e o sol
surgiu para fotografar.

o tempo passa trazendo
e deixando dor nas covinhas
infantis e nas rugas anciãs
e até quando o semblante
pensante de uma senhorita
se enquadra na janela.

como confetes a alma rasga-se
em pedacinhos quando a lua
expande-se como se quisesse
engolir a Terra e esta sucumbi
doloridamente à atração de se
derreter em mar de prata...

tão viciante como o vinho
doendo sua cor na perfeição transparente
da taça é a necessidade
de continuar a doer-se...

difícil
é desdoer
 
desdoer

Espera ...

 
Estou á tua espera como de costume
Já espalhei os teus aromas prediletos
No meu peito, já se acendeu o lume
Pra degustar teus desejos, secretos…
 
Espera ...

a esgalhar

 
para que percebas
meus "percebas"
são peidos saídos...

pela ponta dos dedos
da minha mão esquerda
quando escrevo...

exalações de essências viscerais
transfiguram todas as matérias
celulares do meu ser...

inculta, sem erudição
iletrada, despreparada...

não sabe de punhetas, bucetas
incubar " egg(o)s cavos
mastubar sem recheio medular...

germinado no ventre de um keruv
(minha sábia mãe)
"fiat lux" a martelo e cinzel...

em vez de bisturi.

atenciosamente
HC

" quod tibi vis alteri ne facias "
 
a esgalhar

Poço de dor

 
 
Como é fácil me rir, pular de alegria
Sonhar com tanta fantasia
E a seguir tropeçar, cair, bater no fundo
E chorar num poço profundo

Como é fácil brilhar e sem saber porquê
Me ver frente a um espelho que não me vê
Mas eu desvio os olhos que ninguém viu
E me procuro, me cego no escuro

Quantas vezes me afogo aqui sentado
Esperando uma mão, esperando um abraço
Que não vem e eu preciso de alguém
A meu lado

Mas cada vez que morro nasço mais forte
Pois enfrento esta vida como se enfrenta a morte
Respiro fundo e tento ter calma
E prendo os meus lábios como quem prende a alma

Como é fácil estar bem e amar a vida
E até fingir um sorriso na despedida
Mas a saudade nunca tem horas pra chegar
E se amarra ao meu peito sem me avisar

Eu bem sei que aqui é o meu lugar
Do lado de dentro, do lado de cá
Mas até que me encham de terra sonharei com cor
Neste mundo de sombras, neste poço de dor

(E é tão amargo o sabor, mas é tão doce a lembrança
chorar faz bem quando se tem esperança)

Este poema vem acompanhado com música composta e interpretada por mim. Clique no play para escutar. Obrigado :)
 
Poço de dor

Ode Aos Doidos

 
Sinto perto de mim uma sombra
Que pouco a pouco me envolve;
Confesso que isso me assombra
Pois algo me furta e não devolve.

Talvez corrompa a minha alma
Ou quem sabe me leve o sonho.
Sei é que ando a perder a calma
Por isso eu tresdobro, tristonho.

Sinto esvair-se minha ingenuidade
Quando interajo com suínos e símios,
Com certos muares (de verdade)
Que acham os próprios relinchos exímios.

Talvez eu seja o culpado pelos tormentos,
Pelos copos que se enchem e transbordam.
Plantei tempestades, hoje colho os ventos
Dos tecidos cosidos por mãos que não bordam.

Mas nem por isso deixarei de dar os meus recados,
De gritar para aqueles pobres que não tem juízo:
Que Alá escolheu aqueles que não teriam pecados;
Por isso os doido terão lugares certos... No Paraíso.
 
Ode Aos Doidos

Teu corpo ave cinzenta

 
Teu corpo ave cinzenta simulou um voo

ao encontro dos deuses, mundo dos "ses",

em movimento pendular: ser e não ser,

cintilando ao retornar pela última vez

o corpo brotou manancial de água fresca

sobre suave tapete de plátanos em flor

sem cuidar de saber se ao partir voltaria:

eclipse ou expressão circular da geometria

teu corpo ave cinzenta aninhou uma última vez

no meu colo, e ali ficou, delicada, serena forma,


depois despertou tão naturalmente naquele dia,

que deixou a ilusão de ser eterno – não seria…?



arfemo
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http//asedadaspalavras.blogspot.pt
 
Teu corpo ave cinzenta

monotype corsiva

 
monotype corsiva
 
cobre-me com teu céu amorenado de chuvas
carregadas de pecados

massageia-me com letras
libertinas, pecaminosas,
nuas, oleadas
e indecorosas

acaricias-me com as penas
de aves pagãs
roça-me
dedilha-me
aquece-me

engravida-me de versos
lânguidos
pervertidos
e ousados

escreve-me no corpo
um poema ascendente/descendente
de um jeito rimado
melódico
cadenciado

ondulante na fonte monotype corsiva
em arabescos pervertidos
pra em tua boca serem
quentes recitados
 
monotype corsiva

prece de perfume

 
entorte minha alma com gestos geométricos
multiplique o fel, os sentidos, as facas.

oferte-me o beijo de Judas até a face perder a inocência
escreva temporariamente coisas de falar...
depois queime metade grego, metade egípcio.
à meia voz, minta como toda boca faz.
com suavidade estudada
desorganize meus nervos, povoe o sangue.

mude o verbo de lugar, separe-o do sujeito.
com uma vírgula alva para não viciar a palavra
apreenda o afago das linhas
que em noites sem cor atravessam o papel

empunhe uma fé, pelo fogo, pelo ar, pelo mar.
enquanto lapido abismos
com o quê os canivetes suíços ensinam

prepare o prato para tua poesia que pede roubo,
garganta inundada de lembranças.
declama a fina ameaça de fazer vento aos jardins
como se fosse prece, desenho de perfume.

Vania Lopez
 
prece de perfume

Convite, despedida...

 
Já marquei o meu enterro
Estão todos convidados
Acabou-se este desterro
De meus atos tresloucados

Não precisam levar flores
Nem quero choro, ou gritos
Levem só, os meus amores
E garrafões, de cinco litros

E para a festança animar
Quero tudo vestido a rigor
Pois nesse dia vai-se casar
A filha, do senhor reitor…

Menina muito prendada
Sempre lhe fiz muito bem…
Foi ela que me deu a facada
E o lindo caixão, também!
 
Convite, despedida...

O silêncio

 
O silêncio

Ouvi o silêncio a minha alma acorda
os meus sentimentos mais apurados.
Nessa quietude sou influenciada, moral
e fisicamente a momentos, passados.

Olho magoada, sinto a dor e amargura
de tempos doridos e inquietude ansiosa
de uma esperança, de engano desfeita
ante a impotência, sempre caprichosa.

Uma vida repartida que foi tão gostosa
desde embrião a florir e depois começa
a crescer, linha trémula e curva desastrosa.

Caminho de pedras, de lágrimas regado
que pisamos escondendo em falsos risos,
o dia da tua entrega a Deus, já esperado.

Helena
 
O silêncio

Um abraço

 
Um abraço

Seria muito pedir-te um abraço
um abraço longo e bem apertado
que me acalmasse o coração
e me confortasse da tua ausência

Olha amor,
já tarda minha alegria por ver-te
Minha paz
em sentir-te nesse terno abraçar
Minha alma,
se tu soubesses, tão pequena
desnutrida com falta de ti e do teu carinho

Coisa pequena e simples
quase sem importância
que me salvaria a vida
desta vez tão fraquinha

Um abraço apenas para ressuscitar a minha vida

Eureka
Oeiras, 18 de Dezembro de 2016
 
Um abraço

O cais dos sentimentos

 
O cais dos sentimentos
 
Quando
as emoções forem tantas,
o sentir se junta
a exaltação d'alma,
e as lágrimas invadem
o cais dos sentimentos,
e nada mais há a fazer,
senão, fundir abraços
no calor do abraço.
 
O cais dos sentimentos

Poema em aberto (dedicado a todos os poetas do luso) reed.

 
Entrei,
Na porta estava escrito:
“Recital Luso Poetas”
A sala estava quase cheia, muitos ainda
iriam chegar para constar nessa lista
Reconheci alguns nomes:

adelaidemonteiroanamartinsalbertosalbertodafonseca
ângelalugoangélicamattosajaraujoalentajanaalexis
analyraanimarolimantoniormartinsanacoelho
antoniocasadoamanduamiciamoraarfemoavozita
bethamcostablueberrybeijaflor76bernardonbranca
camelodasquintascarloscarpinteirocarlosricardo
caopoetaceliacccintiacoconceiçãobcoletivocherry
cristovaodakiniedilsonjoséeduardasemontepuez
eunicecontentefatimaabreufatinhamussafatofhatima
franciscocarlosfredericosalvoflyglpfogomaduro
gildeoliveglóriasalleshaeremaihelenderosehisalena
henricabiliohenriquepedrohorroriscausajuliosaraiva

joseantonioantunesjoseluislopesjosésilveira
josémanuelbrandãojosetorreskryssfourkarlabardanza
ledalgelucianolilianajardimlilamarques
luisalpsimõesmarciagrossimargaretemarciaoliveira
marialuzmagentamarianamariaverdemimmassarimiriade
morenomoura365nandanitoviananorbertolopesonix
onovopoetapaulabaggiopaulogondimpaulogeraldo
poesiadenemoquidamrosafogo
re)velatarommarosadesaronrosy
roquesilveirasamanthabeduschisandrafonseca
sandrafuentessaozinhasommervillestereasoamiga
sofiaduartetâniamaracamargotrigoulyssesveríssimo
varenkavergiliovónyferreirazipper

Silencio!
O recital vai começar!

"Poesia em aberto"

Os dias não são mais brancos
São pintados pelos que aqui estão
Se tornaram de uma beleza esmagadora
E ao cair da tarde
Subitamente
As noites se tornam eternas
Os dias com suas noites
Acariciam as idéias
Como uma flecha
Esse chão onde cresço
É um chão nunca vivido
Onde os dias não se rendem
As palavras brotam
De todas as mãos
Se juntam, fluem, mudam
É um chão entre aberto
Onde o amor esta sempre pronto
Um poema escrito a várias mãos
Pois nesse solo sempre
Vai vingar mais um
É puro movimento
Almas que amam
Se alguém tentar traduzir
Não se entenderá mais nada
 
  Poema em aberto (dedicado a todos os poetas do luso)  reed.

Magna Carta

 
Magna Carta
 
Chegou a noite,
meu doce amor,
há peixes dançando por dentro das estrelas;
há anjos nadando no fundo dos mares;
há pássaros correndo nas estradas de terra vermelha
e amantes flutuando no espaço.
é este o milagre da vida:
o poema que o Universo escreve em todas as eras.
e tu
e eu
com olhos de crianças que nasceram agora
apenas nos limitamos
a contemplar o girar da saia do mundo
num beijo
donde salta sublime
uma lua que se despiu
para que Deus lhe devolva o paraíso...

Luíz Sommerville Junior
 
Magna Carta

Castelo

 
Fiz uma caixinha de cartão
Para guardar meus segredos
Ela será o meu fiel bastião
Para nada chegar aos dedos

Irei construir um castelo
Para a caixinha guardar
Será de todos o mais belo
Por cima, do teu olhar

Seus perfumes inebriantes
Farão aguçar teus sentidos
Sentirás a todos os instantes
Os impulsos, não contidos

Mas a chave dessa fortaleza
Está ao alcance de gestos teus
Algures pendurada na beleza,
Que teus olhos dão aos meus!
 
Castelo

Vazio

 
Hoje não encontro o rimador
Talvez perdido em mares sem fundo, céus sem estrelas
Não sei onde deixou seu sorriso, ternura, alegria
De repente, o alçapão se abriu de encontro ao vazio
Tudo ficou incontrolável de junção ao nada
O que fazia sentido evaporou-se na sombra do tempo
Turbilhões de emoções rodopiaram como pássaros sem asas
O astro rei fez compasso de espera, mas tudo estava traçado
Tudo se diluiu no vácuo das estrelas
As palavras transpuseram os dedos com olhar embasbacado e sofrido
As lágrimas secaram suas nascentes.
 
Vazio

Ode à Anta

 
Quanto mais eu rezo
Mais me assombro e me atormento.
Já fiz de tudo: Mandinga, simpatia,
Joguei letrinhas num dia de vento
E nada disso me adianta.

Por exemplo:
Persegue-me gente pequena,
Uma lenta e pesada Anta,
Uma amálgama de Hiena,
De Verme e de Jumento.

Sei que é só um Sancho Pança,
Um cérebro retardado de criança,
Cérbero ladrando, vigiando o portão
Dos infernos,
(Olha que anda a Anta a fazer versos)

A proteger uma nanica Torre
Já quase tombada
Onde uma bruxa má e podre,
Exalando vis vapores fétidos,
Vive rosnando, de mãos dadas
Com uma senhora decante,

Uma mal-cheirosa Harpia,
Ser horrendo de afiadas unhas e dentes,
Criatura velhaca de mamas pendentes,
Metida a ser a escriba mais sábia,
Cheia de semântica e de sintaxes.

Porém onde toca o seu dedo da mão,
Faz mais mal do que o cavalo de Átila
Que, diziam, onde tocavam suas patas
Não nascia mais relva no chão.

Recado para a gorducha Anta Quadrada
Que vale também para Hiena Fedida:
Vão lá vê se estou na esquina
E vê se tomam vergonha na cara.

Despeço-me com a alma ferida,
(Chega-me correr uma lágrima rara)
Daqui, do topo dessas árvores,
Dos possíveis... Covardes.

Ass: Macaco das Araras.

Para melhor compreensão do texto.

Anta:

A anta ou tapir, maior mamífero da América do Sul, é no entanto muito menor que seus parentes da África e da Ásia. Teorias recentes buscam a explicação para este fenômeno na última glaciação, quando a América teria secado demais para permitir a sobrevivência de animais de grande porte.

A anta chega a pesar 300 kg. Tem três dedos nos pés traseiros e um adicional, bem menor, nos dianteiros. Tem uma tromba flexível, preênsil e com pêlos que sente cheiros e umidade. Vive perto de florestas úmidas e rios: toma freqüentemente banhos de água e lama para se livrar de carrapatos, moscas e outros parasitas.

Herbívora monogástrica seletiva, come folhas, frutos, brotos, ramos, plantas aquáticas, grama e pasto. Pode ser vista se alimentando até em plantações de cana-de-açúcar, arroz, milho, cacau e melão. Passa quase 10 horas por dia forrageando em busca de alimento. De hábitos noturnos, esconde-se de dia na mata, saindo à noite para pastar.

De hábitos solitários, são encontrados juntos apenas durante o acasalamento e a amamentação. A fêmea tem geralmente apenas um filhote, e o casal se separa logo após o acasalamento. A gestação dura de 335 a 439 dias. Os machos marcam território urinando sempre no mesmo lugar. Além disso, a anta tem glândulas faciais que deixam rastro.

Cérbero:

A descrição da morfologia de Cérbero nem sempre é a mesma, havendo variações. Mas uma coisa que em todas as fontes está presente é que Cérbero era um cão que guardava as portas do Tártaro, não impedindo a entrada e sim a saída. Quando alguém chegava, Cérbero fazia festa, era uma criatura adorável. Mas quando a pessoa queria ir embora, ele a impedia; tornando-se um cão feroz e temido por todos. Os únicos que conseguiram passar por Cérbero saindo vivos do submundo foram Héracles, Orfeu, Enéias e Psiquê.

Cérbero era um cão com várias cabeças, não se têm um número certo, mas na maioria das vezes é descrito como tricéfalo (três cabeças). Sua cauda também não é sempre descrita da mesma forma, às vezes como de dragão, como de cobra ou mesmo de cão. Às vezes, junto com sua cabeça são encontradas serpentes cuspidoras de fogo saindo de seu pescoço, e até mesmo de seu tronco.

Harpia:

As harpias (em grego, ἅρπυιαι) são criaturas da mitologia grega, frequentemente representadas como aves de rapina com rosto de mulher e seios[1]. Na história de Jasão, as harpias foram enviadas para punir o cego rei trácio Fineu, roubando-lhe a comida em todas as refeições[2]. Os argonautas Zetes e Calais, filhos de Bóreas e Orítia, libertaram Fineu das hárpias, que, em agradecimento, mostrou a Jasão e os argonautas o caminho para passar pelas Simplégades[2]. Enéias e seus companheiros, depois da queda de Tróia, na viagem em direção à Itália, pararam na ilha das Harpias; mataram animais dos rebanhos delas, as atacaram quando elas roubaram as carnes, e ouviram de uma das Harpias terríveis profecias a respeito do restante de sua viagem. [3]

Segundo Hesíodo, as harpias eram irmãs de Íris, filhas de Taumante e a oceânide Electra, e seus nomes eram Aelo (a borrasca) e Ocípete (a rápida no vôo)[4]. Higino lista os filhos de Taumante e Electra como Íris e as hárpias, Celeno, Ocípete e Aelo[5], mas, logo depois, dá as hárpias como filhas de Taumante e Oxomene[1].

Átila:

Átila, o Huno (406–453), também conhecido como Praga de Deus ou Flagelo de Deus,[1][2] foi o último e mais poderoso rei dos hunos. Governou o maior império europeu de seu tempo desde 434 até sua morte. Suas possessões se estendiam da Europa Central até o Mar Negro, e desde o Danúbio até o Báltico. Durante seu reinado foi um dos maiores inimigos dos Impérios romanos Oriental e Ocidental: invadiu duas vezes os Bálcãs, esteve a ponto de tomar a cidade de Roma e chegou a sitiar Constantinopla na segunda ocasião. Marchou através da França até chegar a Orleães, antes que lhe obrigassem a retroceder na batalha dos Campos Cataláunicos (Châlons-sur-Marne) e, em 452, conseguiu fazer o imperador Valentiniano III fugir de sua capital, Ravenna.
 
Ode à Anta

Hino Sente

 
Eu não quero sentir

que já vi tudo, todas as imagens presas na retina,
todos os cheiros a flores e frutos, esgotos,

o sabor a tudo
não quero saber ao que sabe
nem ao que soube,
o saber de todas as bocas, e comeres.

Eu não quero sentir
que já tentei todos os frios e calores,
toquei,
apertei todas as mãos,
abracei todos os abraços, o ardor das bofetadas;

o gosto,
cada desgosto.

Eu não quero sentir
que tenho mais memórias
do que terei histórias.

Eu não quero estar no posto
alto, imposto
pelos poentes rubros, à chuva, sob neve e nuvens;
no pó que brilha à luz,
que uso e abuso, certo de ser nada.

Esse sentir,
não quero.
 
Hino Sente