Poemas, frases e mensagens sobre adeus

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares sobre adeus

Só!

 
a vida é caminho
que termina em qualquer parte
até que diz adeus
àquele que já de nada dispõe,
e a nada já se opõe.

com arte,
apaga-lhe as ruas soalheiras
da memória, as recordações,
a mão que a palavra desenha
tudo quanto ama
e o que resta?!
nada de onde lhe venha
- acabou-se a inquietude
por companhia o rumor do vento
e a acalmia da ternura da tarde,
nada importa já,
cruza o firmamento
leva consigo a saudade.

deixa sobre a almofada os livros antigos,
os sonhos em branco, deixa os amigos
de tudo despojada, parte como chegou,
sem nada!

natalia nuno
rosafogo
 
Só!

início e o fim de uma vaga eternidade

 
início e o fim de uma vaga eternidade
 
há sempre um princípio e um fim
um olá a uma vida pela primeira vez
e um adeus a despedir-se de mim
uma morte que chega com lividez

adeus… addio… adieu… adiéos…
é por do sol a morrer no horizonte
no princípio da noite a nascer a jusante
e a génese a trazer consigo um adeus

e tu que vieste do meu coração – adeus
parte sempre alguém em alguma parte
para gerar um novo mistério de deus

volátil vida a deixar qualquer saudade
sonhos passados que foram meus e teus
o início e o fim de uma vaga eternidade
 
início e o fim de uma vaga eternidade

pedaços de vida...

 
às vezes olho a paisagem
como quem olha quase
com um adeus definitivo,
com a nostalgia do passeante
solitário, que dela é amante.

olho tudo onde minha vida ardeu
como se fosse o último encontro
olho as ruas soalheiras
e ainda ouço o passo teu

surgem as recordações do começo
na minha impávida memória,
e ainda nelas me reconheço,
leio as gastas cartas de amor
que fazem parte da nossa história.

nos rostos que se cruzam,
rememorando vejo o teu e o meu
agora, com o ar cansado dos velhos,
quando nos olhamos nos espelhos
o tempo passou sem piedade
envoltos em esperança
invade-nos a saudade
- é o desejo d' amar!
o coração não se rende
ainda à vida nos prende.

natalia nuno
 
pedaços de vida...

Poema do Adeus

 
Poema do Adeus
by Betha M. Costa

Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança,
Vais para tão longe dos olhos meus,
E nem mais o meu coração te alcança…

Causas-me terríveis mudanças,
Sensações gigantes viram pigmeus,
Quando tu acenas-me um adeus,
E o vento a tua amada mão balança.

Ah, lágrimas em meus olhos ateus!
Em longa, fria e melancólica dança,
Morre como indigente o velho Deus,
O nosso amor fogo e festança,
Quando tu acenas-me um adeus.

(republicação)
 
Poema do Adeus

Elegia do Adeus (Video com voz da autora)

 
 
Elegia do Adeus
Poesia e voz de Elen de Moraes Kochman
Vídeo de Neila Costa
 
Elegia do Adeus (Video com voz da autora)

Carta de Despedida Número 01

 
Carta de Despedida Número 01

Belém, 14 de novembro de 2008.

Sem lágrimas nos olhos. Sem ser piegas. Sem dó nem piedade eu me despeço de tudo que causa mal a mim e do mal que causo aos outros.

Lanço ao fogo do esquecimento as palavras torpes que pensei, proferi, li, escrevi e ouvi. Todos os sentimentos negativos que cerceiam minha evolução como ser humano.

Renego e enterro ao silêncio das covas profundas toda a dor. Com elas as ofensas e incompreensões praticadas por mim e pelos que de uma forma ou outra fazem parte de meu convívio.

Adeus aqueles que cri serem amigos! Que permiti privarem da minha confiança e que, com o correr das estações, mostraram-se menores do que eu.

Adeus aqueles que perante a grandeza espiritual e intelectual, não passo de mera poeira vermelha das estradas, barro para ser pisado por passos maiores e mais importantes que eu.

Despeço-me das injúrias e escárnios recebidos e daqueles a quem consciente ou inconscientemente injuriei ou escarneci em revide... Tudo causa da minha espiritualidade pouco elevada!

Entre tantas despedidas, eu bato com as mãos muitos acenos e afirmo: não terei saudades do que deixo para trás!... E vôo para bem longe com um par de asas que roubei de um anjo caído.

Betha M. Costa.
 
Carta de Despedida Número 01

Antiguidade

 
Mora em mim um gelo frio
que jaz no vazio
de um dia triste
mas jaz em mim,
não mais insiste.

Existe em mim um pavio
de um fogo que já partiu
no mesmo barco que partiste
onde aceno além de mim
e o amor? vento que não persiste.

Existe apenas o rio
desaguando no mar bravio
de um oceano
que atlântico
se faz humano
neste mundo insano
que em poesia, pariste.

Universo em verso
lírico, reverso e triste.

porque mentiste e depois partiste?
deixando meu coração ao chão
nas pedras da desilusão
aguardando tua mão
de artífice
que não existe.
 
Antiguidade

como podes tu compreender o sucedido?

 
é difícil este controle sobre os pássaros
inquietos fogem das mãos aos bandos
a tua tristeza submissa desfaz a chuva
nas ruas abandonadas pelos miúdos descalços
um sangue coalhado na árvore que se dissolve
nas palavras que partiram num dado momento

voltas de novo para a despedida
tantas vezes por ti já sofrida num adeus de partida
um momento findo tantas vezes começado
num tempo que ainda faz sofrer este tempo

um olhar de renuncia entregue à fantasia
de um sonho de procura do ser desaparecido
avança a duvida desta incoerência da vida
as folhagens abanam sem que se faça sentir vento
e a paisagem que deveria lá estar desaparece

este lugar inóspito de imagens inúteis
torna-se mais irreal quanto mais real é

como podes tu compreender o sucedido?
 
como podes tu compreender o sucedido?

O DIA EM QUE VOCÊ PARTIU...

 
O DIA EM QUE VOCÊ PARTIU...
 
Partiste sem despedida
sem um adeus dizer
minha alma sentiu
chorou
sangrou
ficou a sofrer...

Nunca mais
foi a mesma coisa!
...Meu coração ficando triste...
...sem alegria...
...sem voz...
...sem vida...

Procurei-te entre todas as coisas...
entre os sóis brilhantes...
entre os sóis nublados...
entre nuvens brancas...
entre os céus estrelados...
pelos Invernos chuvosos...
pelas primaveras que não vejo mais...
pelos outonais descabidos...
pelos Verões idos...

Luísa Zacarias
 
O DIA EM QUE VOCÊ PARTIU...

Adeus Ano Velho! Feliz Ano Novo!

 
É...
Foi bom enquanto durou.
Mas acabou!
Chegou ao fim.
Você trouxe risos e prantos.
Trouxe encanto.
Decepção.
Sonho.
Esperança.
Trouxe muitas lembranças.
Impulsionou-me a batalhar.
Fez-me lutar pelo que acredito.
Assim segui em frente, procurando acertar.
Mas não foi possível.
Em algum ponto errei. Sou humano!
Contudo aprendi a lição...
Mais vale um pássaro na mão...
É preciso prestar atenção...
Seguir a intuição.
Escolher uma direção.
Com os passos fincados no chão,
Seguir em frente.
Sim, chegou a sua hora.
Não há mais nada o que fazer.
Nas lembranças, guardarei você.
Mas você precisa ir embora.
Para o novo poder entrar.
Não tem outro jeito...é o fim.
Adeus Ano Velho!
Feliz Ano Novo!
 
Adeus Ano Velho! Feliz Ano Novo!

Carta de Despedida Número 03

 
Carta de Despedida Número 03

Belém, 15 de janeiro de 2009.

Despeço-me do castanho dos teus olhos que me enfeitiçaram de afetos e temores. Sou ave para quem o céu é muito azul para pouca asa.

A imensa distância que de mim te separa, não me permite ir além do fulgor que emana do teu olhar, e, das frases de amor que ouço dizeres para mim de onde não te vejo, mas sinto como se aqui...

Tenho que me despedir do castelo de cristal - aquele que julguei ser de diamante - sem suspeitar-lhe a fragilidade. Em pouco tempo tornou-se cacos sobre onde eu caminhei com passos lentos a ferir e sangrar os pés.

Solto as amarras do laço rubro e florido que por momentos atou nossos destinos. Para ti não era para sempre... Enquanto julgo que nem o éter é tempo suficiente para que eu esqueça àquilo que és e foste para mim!...

Predestinada a vôos mais baixos, prefiro que me cortem as asas antes que eu não chegue aonde sei que não estarás.

Bater adeus é cansativo! Tenho punhos e braços doloridos de tantos acenos que a vida me levou a dar. Se nessas mãos cheias de tantas palavras, ainda me restarem forças e eu conseguir lançar da pena um punhado de versos, tentarei te escrever um último poema de adeus...

by Betha Mendonça
 
Carta de Despedida Número 03

NÃO ESQUECE

 
Não me olhe como se fosse a última vez

Já cansei de despedidas

Olhe-me com certezas de um até breve

Como uma promessa selada mesmo com um tímido sorriso

Acolha meus sonhos em caixas douradas

Nas gavetas do seu coração

Que eu possa ser uma gota talvez, mas preciosa

Como a última num deserto de sal

Ou a fresta de luz de um quarto sem janelas.

Vá, mas não esquece que eu sei amar
intensamente

E isso não foi esquecido

Que mesmo o amor não germinado

Pode viver como semente aguardando a propícia estação...
 
NÃO ESQUECE

“Um vazio cheio de adeus...”

 
 “Um vazio cheio de adeus...”
 
Aqui com você e procurando respostas
Das perguntas que ora me faz ao ouvido
A cinza da saudade turva meu olhar
Cerro-os querendo outra vez o amor vivido

Sussurra, a mecha do meu cabelo enrolando
Dizeres que tantas vezes silente desejei ouvir
Divago lembrando, as muitas noites em vão
Que sozinha aguardei sua promessa de vir

Hoje me soa tediosa e vã essa narrativa
Concluo que não somos o bastante pra nós
Ocupou-se de mim uma triste certeza
De que ontem, hoje, e sempre, seremos sós

Seguimos a vida em naufragadas lembranças
Fazendo de conta que nada aqui se perdeu
E ao nos permitirmos, ficar longe demais
Perdemo-nos, e esse vazio encheu-se de adeus...

Glória Salles

No meu cantinho...
 
 “Um vazio cheio de adeus...”

Poeta?..Talvez..

 
Poeta?..Talvez..
 
As lágrimas caíam tímidas,
O olhar baixo de uma melancolia imensa,
Pedindo, não digas adeus, não digas.
Fica, não me empurres de novo para a solidão,
Não vás, deixa essa porta entreaberta,
Não te canses da indecisão.
Fica, aceita o pouco que te dou, recebe-o de mãos abertas.
Não peças o que não te posso dar.
Aceita, não digas adeus.
...Mas se disseres, fá-lo de uma só vez,
Não olhes para trás, tranca a porta,
Deixa-a com cadeados e sem lembranças,
Encara a peleja da consciência, na tua própria masmorra sem dó.

Ficarei onde estou... o peito vazio, apertado, mas não mais frágil.
Em algum momento, em algum lugar, encontrarei a paz...

Anatomia
(Originais)
 
Poeta?..Talvez..

Meu Adeus à Você

 
La fora o sol brilha,
Mas aqui dentro do meu peito
Existe uma escuridão.
Meu coração esta magoado

Choro sozinha,
Me afastei de todos,
Inclusive de você,
Você ta me fazendo mal

Não quero mais sofrer,
Por um amor que não merece
Por alguém que me desprezou
Estou te dando Adeus.
 
Meu Adeus à Você

Quadras à Saudade

 
Quadras à Saudade
 
QUADRAS À SAUDADE

Minha saudade se cansou
De tanto me apoquentar
Com saudades dela estou.
Saudade...podes voltar!

A saudade disse-me adeus
E até a Vida já me voa!
Nestes versos que são meus?!
- De saudade canto à toa.

Por onde passo deixo aroma
Da saudade que anda no peito
Saudade com saudade é soma
- Desta saudade sem jeito.

- Já não encontro saída!
- Já toda eu me embaraço,
-Troca-me as voltas a Vida,
-E eu à Vida troco o passo.

- Mas se a saudade voltar!?
E me disser quem ainda sou?
O meu coração vai ter lugar
P'ra saudade que o abandonou.

rosafogo
 
Quadras à Saudade

Esvaindo-se

 
Caminhando pela praia
Sentindo a leve brisa
assanhando meus cabelos...

Olhando este lindo mar,
As ondas que vão e vem
Águas azuis, cristalinas,infinitas...

O sol a brilhar,
E dentro desse coração palpitador...
Explode em tempestades!

Cada grão de areia
Solto pelo vento,
Estar como os meus sentimentos
Esvaindo de meu coração...

Hoje na minha frente, o cenário está bonito,
Mas por detrás dos olhos meus
as imagens da ultima noite
serpenteiam em minha mente...

Vivo instantes infindáveis,
Tempos remotos...
Miragens do que jamais irá acontecer!

Tu colheste a essência da rosa,
Completamente normal,
E hoje abro mão deste pássaro,
De falso cantar...

Adeus, pois já vou!
 
Esvaindo-se

Carta de Despedida Número 02

 
Carta de Despedida Número 02

Belém, 28 de dezembro de 2008.

Aproveito a mudança de ano para acenar adeus ao velho, desgastado, ultrapassado e todo o obsoleto dessa vida pequena e cotidiana. Adeus ao dia a dia com tom que vai do branco-pérola, passa pelo cinza-claro, prata e cai ao negro-poço-sem-fundo.

Que se abra o leque do arco-íris depois que a chuva lava o céu dos sentidos e sentimentos da gente!

Até nunca ao ontem desvinculado de mim, e, ao amanhã que com o rasgar das folhinhas, será também arquivo-morto num canto de uma das minhas memórias.

Tchau ao que me enche de bolor e dor por dentro e ao redor de mim! Chega de fungos parasitando meu corpo e sensações!

Livre do velho, eu quero ser antiga como as rochas moldadas pelos beijos das ondas do mar e dos fortes ventos. Anseio a beleza das falésias coloridas pelos movimentos dos raios do sol e das grandes tempestades.

Despeço-me do sal das lágrimas. Que me cure o salubre mar d’amores! Aparte-se o frio da alma solitária! Adeus ao bruxulear da eternidade ao coração dos que me amam ou amaram! Que eu seja um ponto escuro tão pequeno aos que me detestam que eles se esqueçam de mim.

Até nunca mais àquela ultima vez em que fui feliz de doer o peito de tanta felicidade, e, que foi há tanto tempo... Nem lembro mais quando!

Como despedida final eu lanço em pequeno barco ao rio: flores do silêncio, destino, desatino e os mistérios insondáveis das minhas recordações desse ano. Oferenda sem volta aos Deuses do Futuro, o barco singra as águas da Baía enquanto saúdo o Ano Novo com fogos de artifícios no céu...

by Betha M. Costa.

(republicação)
 
Carta de Despedida Número 02

em acordo

 
  em  acordo
 
Um segundo; uma palavra
Quanto bastou, o suficiente
Para um dizer deficiente
Meus lábios trêmulos, a trava.

Deixou-me encabulada
Triste desmoronada
Sem um caminho entender
Todos os obstáculos à vencer.

Sem acordo:--não mais!
Morno e endurecido adeus
Cerrando os olhos meus
Lágrimas afloram pelos meus ais.

Nereida
Tão enleada estava
Que nem percebi
Aquele que mais amava
Nunca me quis.

Nereida
 
  em  acordo

Carta de Despedida Número 08

 
Carta de Despedida Número 08
 
Carta de Despedida Número 08
by Betha Mendonça

Belém, 04 de outubro de 2013.

Hoje me despeço da espera que exaure o pensamento, extingue a lógica e desacelera aos poucos o coração. Adeus ao carrilhão de horas, senhoras idosas e lentas, a caminhar nos relógios que parecem não se moverem!

Afaste-se de mim o aguardar! Chega do tempo a se arrastar cobra traiçoeira, de repente a dar-me o bote, morder-me e inocular-me ardida decepção ao que não veio.

Fora ensandecimento momentâneo! Esse em que lancei a razão ao chão e sapateei sobre ela ao som de Dançando na Chuva, como uma mágica de circo, que caminha acima das águas de uma piscina que nunca será mar.

Acabou o prazo marcado para acerto ao que era errado. Ele perdeu a validade. Como um produto de aparência valiosa e original, que se revelou pirataria made in China ou Paraguai.

Tchau minutos em que estive paralisada pelo curare da flecha de instantes suspensos e em suspense!

Aceno agora sem pressa, por ter guardada na ampulheta a areia de todo o tempo que preciso para dizer:

- Adeus! Até um dia, hora ou outra encarnação!

B.

*Imagem do Google
 
Carta de Despedida Número 08