O MEU NOME É FANTASIA
O MEU NOME É FANTASIA
Letra e Música: Gê Muniz
Voz, Violão e Guitarra Semi-Acústica: Gê Muniz
Doce gosto de saudade
Alimenta a vontade
De viver a imaginar
Sou um mundo paralelo
Dentro deste meu castelo
Tudo é vento, tudo é ar
Sopram miragens
E recordações
Ilusão e realidade
Se mesclando
Entre o onde fui
E o para onde ando
Vida passa sobre a mesa
Serve pobre sobremesa
Pr'o meu fino paladar
O meu nome é fantasia
Dia e noite, noite e dia
Não há dor no meu lugar
Viajam planetas
E constelações
Universo e inverso
Se mesclando
Entre o onde fui
E para onde ando
Esperança que não morre
Me resgata, me socorre!
Me convida a sonhar...
Vou fingindo, sou criança
Mente brinca, corpo dança
Rouba o meu triste olhar
Da janela dos desejos
Só acertos nenhum erro
Faz pousada neste lar
Surgem deuses
E assombrações
Luminosidade e sombra
Se mesclando
Entre o onde fui
E para onde ando
"Tantas de mim"
"Tantas de mim"
Às vezes sou precisa como bússola.
Em outras, me perco na vastidão de mim.
Às vezes sou asas imensas.
Em outras, sou chão, raízes firmes.
Às vezes sou âncora segura.
Em outras, um barco a deriva.
Às vezes sou olhar calmo e sereno.
Em outras, todo o espanto nos olhos.
Às vezes, taxativa sou ponto final.
Em outras, um mundo de reticências.
Às vezes, sou o doce do (re) encontro.
Em outras, o amargo sabor da saudade.
Às vezes, a calmaria de águas plácidas.
Em outras, a ferocidade do mar revolto.
Às vezes, sou céu azul e límpido.
Em outras, sou chuva torrencial.
Às vezes, sou cores vibrantes.
Em outras, uma soturna palidez.
Às vezes, sou musica contagiante.
Em outras, abissal silencio se faz.
Às vezes, sou inteira.
Em outras, sou fragmentos.
Às vezes, sou trovas, rimas, e cantos.
Em outras, me calo...
E deixo o silencio falar...
Clave de Sol e Fá
Clave de Sol e Fá
by Betha Mendonça
cantas-me tantas músicas que entonteço,
esqueço que sou parte, uma pequena nota,
ignota, na nossa descompassada sinfonia:
sintonia de haveres e quereres oprimidos.
compões canções tão belas e intensas,
tensas letras entre melodias e cortes,
suportes de sonhos, voos e sensações:
emoções e fogo nesse peito que te sente.
passem dois, três ou mais dias estás cá,
fá dentro de pautas dessa clave de sol,
girassol em torno de cada movimento,
vento soprado a cada silêncio ou pausa.
causa de alegrias e tristezas minhas,
caminhas assobiando aos meus ouvidos.
*Imagem do Google
No trânsito
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..........
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Se meu sentimento fosse música seria Beatles
tocada em uma rádio qualquer.
Baixinho.
No carro.
Procuro não mirar o rádio senão ele me deflagra
e a vida é crua demais para certas quenturas.
Farol vermelho.
Vozes ao alto
As vozes ao alto
Em tons sustenidos
Bramando a emoção
Notas que se enlaçam
Sons que assim trespassam
Como setas que atingem
Veias e artérias do meu coração
Uníssono o coro
Que extasia a mente
Colcheias de auroras
Instrumento feito de gente
Dormência divina
Cântico sagrado
Que arrepia a alma
Chilrear humano
Olvação de pé
Concerto abençoado.
Poema dedicado ao Coral Luísa Todi, de Setúbal, ao qual pertenço.
Maria Fernanda Reis Esteves
49 anos
Natural: Setúbal
Minuciosamente
Ao som dos acordes daquela música que amamos…penso em ti.
Foram as Cassiopeias de luz, aglomeradas pelo espaço sideral dos dias, que conspiraram a nosso favor. E digo-o, com toda a certeza, porque jamais poderia cruzar o teu carinho no horizonte deste céu, neste caminho compassivo e absoluto, nesta pedra polida da cor do ébano, cravada no solo estéril onde me encontro. E digo-o, porque foram inúmeras as vezes em que coloquei a mão sobre os olhos da permanência, mas havia sempre um encandeamento, próprio da luz no branco dos muros altos, caiados de tão pouca emoção… Foi necessária a paciência das pombas do quintal dos meus sonhos e a firmeza das gaivotas da varanda das tuas manhãs, para a inquietação nascer dentro de nós. Claro que o conluio exercido pela brisa do teu mar influenciou o germinar do sentimento nas searas de onde brotaram as papoilas dos nossos lábios. Opções tomadas pela terra rubra dos vulcões anteriormente cabisbaixos e tristes, quase extintos. Erupções do elixir da juventude da experiência radicular que trazes nas palavras. Sim, foste tu que as provocaste, com a cor esverdeada das ondas do mar, misturadas com o castanho ocre do tronco dos sobreiros no olhar. Subjugaste as fogueiras na minha pele, a teu bel-prazer, e espicaçaste a loucura na ponta dos meus dedos. Alucinaste as sombras do meu passado e o terror estampado no meu peito…e unificaste os densos nevoeiros das minhas palavras nas entrelinhas dos meus poemas. Fizeste do meu ventre a tua casa com a perícia dos gemidos produzidos em forma de estrelas cadentes. Chegaste a pintar a alquimia do prazer nas paredes feitas da nossa vontade, tal foi o regozijo da generosidade das tuas mãos. Sempre soubeste mimar-me até ao ponto de me perder no rasgar do vento vindo da tua pele, sobretudo quando saboreámos as cerejas do pensamento. Por isso, é com toda a lucidez que me permite a desordem interior que me provocas, que me ergo nestes versos, qual sacerdotisa das brumas, e te venero como único perfume que ainda me desperta a sede, me incentiva a fome, que me estimula a luxúria… Afinal, de que é feito o amor, senão dos momentos incólumes onde a ternura nos desarma?
sombras
murcham as flores que coloquei
num verso onde não havia água,
morreram os amores que amei
no coração, a sofrer de mágoa.
chegou a minha vez
agora murcho eu
murcha a minha tez.
por tanto tempo correu
a vida que Deus me deu,
que resta,
este poema sem valor
e aperta-se no peito a dor.
na memória momentos partilhados
recolho todos os instantes
gestos e ternuras não esquecidas
e tuas mãos acompanhantes
fazendo de meu corpo avenidas
intensas madrugadas,
estremece a claridade
quando nos vê abraçados
amanhece, e aos ouvidos a música
de sonhos sonhados
perdura nos meus olhos a sombra
que os ameaça
desvanece o coração e o tempo passa.
natalia nuno
rosafogo
A Voz do Pai - Para Onde Vai a Morte ?
.
Foi há tanto tempo que os astros faleceram
que já não lembro do sol incerto
que ontem em ícones estelares, tantas vezes,
destruindo as loucuras (im)previsíveis
e eternizando o que no universo é imortal, brilhou!
- para rasgo da pele de tantos e perdidos poetas? -
desse tanto que era muito mais-do-que tudo
há um amor que sobrevive em mérito
dum lado cravejado por punhais firmes do teu sangue
mais que abastados de transbordantes do teu corpo
que foi (e eternamente será) todas as canções
do tudo ou nada que eu quero ouvir a queimar
toda a vida que me resta para te glorificar
orgulho desnecessário de quem te ama
em todos os passos titubeantes das conversas surdas e mudas com Deus
quando o céu da boca se posiciona minuto a minuto
na via-sacra do teu timbre do qual nascia a magia
dum templo respirado de borboletas
e desde que o sagrado existe
talvez mesmo antes do nascimento dos ventos
tu que te foste para nunca te ires embora
permanecerás em tudo o que há de mais belo
por ...que ...
nenhum deus dominará
o altar de luzes sopradas nas tuas preces
tal como apenas tu dominaste em absoluto
o dom abençoado do que é mais meu de teu :
- A tua voz cantando
(Entre o norte e o sul
ao centro da rosa-dos-ventos
há um coração que é direcção das tuas escolhas
e no qual se agita a questão
- para onde vai a morte quando a alma é vida ?)
Ao meu pai , um ano de saudade
Luíz Sommerville Junior , 280320142351 , A Minha Carne É Feita de Livros
.
Regendo a vida
Acomodam-se as notas na tessitura dos sentidos
Dispenso a partitura, tenho a música no ouvido
Trauteio sustenidos, sempre cantei meio tom acima
Devoto-me ao assobio, arranco-lhe o sibilante silvo
Sou eu quem rege a harmonia, não careço de batuta
Minha afinidade é com o lamiré de um diapasão
Para ser maestro da vida só me falta saber dar o tom
Maria Fernanda Reis Esteves
50 anos
natural: Setúbal
CÉU VAGO
CÉU VAGO
GRAVAÇÃO:
voz, violão e guitarra semi-acústica: Gê Muniz
Letra e Música: Gê Muniz
Rua cheia
Num céu vago
Gente estranha
A passos largos
Teu deserto povoado...
A cidade te ataca
Com um murro bate-estaca
Cara-a-cara te esculacha...
Dobra a esquina
Sem dar conta
Do mistério que é viver
Cai a areia
Do teu tempo
Na ampulheta do teu ser
Na busca vã de prazer...
Giram rodas
Correm muros
Letra-morta
Em filme mudo
Pelas rotas deste mundo
A cidade te esconjura
Lá no fundo te ajuda
Já que esconde tuas juras...
Dobra a esquina
Sem dar conta
Do mistério que é viver
Cai a areia
Do teu tempo
Na ampulheta do teu ser
Na busca vã de prazer..