Poemas de ilusão

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares da categoria poemas de ilusão

Nem sei

 
Nem sei!

A noite é plena de beatitude
vejo os anjos de vela na mão
e sob aquele véu nublado, oiço
num coro suave, maravilhoso refrão.

Escutei enlevada aquele sonido
angélico, de uma virgem pureza.
Assim, vivi em áurea elevação
em toda a limpidez do Céu, a beleza!

Levantei o olhar em doce sorriso
senti aquele Amor pairar no ar
um aroma a incenso no Paraíso!

Nem sei! Se vi ou foi ideia alucinada
mas aquela imagem surreal
vem-me à memória, presenciada.
 
Nem sei

Papoilas

 
 
Dói demais a voz como uma escultura,
Mas se dói agora serve de leitura;
Dói as lágrimas engolidas pelos olhos.
E os ópios percebidos na pintura?

Dói, não dói? Dói, não dói? Dói, não dói?
Eu conheço essa dor que dói mas não dói!
Dói mais que um ferimento em carne viva
Como tulipas dilacerando de feição criativa.

Campos pintalgados de uma beleza incalculável
Cheios de tons cativantes mas é tudo mentira
Todas as papoilas intimamente encobrem mentira;
É tudo mentira, mentira, mentira insuportável.

Ana Carina Osório Relvas/A.C.O.R
https://acor13.blogspot.com/2017/09/do ... mo-uma-escultura-mas.html
 
Papoilas

o brilho triste da distância

 
distante vives
como uma estrela
por traz do céu

do corpo apenas o brilho
é tocado com olhar...

cintila como se por perdão
por se ficar distante,
por não ter como doar-se
a quem o deseja
como amante

se te aproximas mais um pouco...
serás um risco cadente

(riscando meu olhar noturno
que se fica sempre a te procurar
no escuro)

e apenas deixarias meu mundo
decadente
... em fragmentos

querer não é poder...
 
o brilho triste da distância

Poema convencido

 
sei que me queres engolir
com a boca amarga de tempo

queres sentir deslizando na língua
meu suco de sulcos
e vais conseguir
pois te entregarei o merengue de dor
sob cobertura de amor
e só porque rimou
degustarás
a lua na dança
com estrelas

rasgarás o peito de tanto
beber o que te dou
sem perceber que não
há pontos nem virgulas
sequer um travessão
para ser ponte
entre o real e a ilusão
e
ainda irás suspirar no fim
dizendo como é belo
este chavão
estenderás o copo
a pedir bis

como se eu estivesse
te fazendo
feliz
 
Poema convencido

Alma (Contando Estrelas)

 
Das fugazes paixões,
ilusões que busco...
tal como meus olhos
percorrendo este céu:
quanto mais estrelas
eles tentam alcançar,
mais percebo...
quão maior é o vazio entre elas!

Mas inquieta a alma voa,
ignora o espaço,
mal conta mais uma...
e já parte pra outra.

(Ilusões?!
Mas o que seria do céu sem elas?!
Ou de mim sem estrelas?!... Ah!)
 
Alma (Contando Estrelas)

Degelo

 
 
Apenas no calor do momento
Não sei porque desejo ser gelo
Já que esse é o primeiro a derreter
Fala sério, coração fragelo
Atraio amores impossíveis
Viro mar amarelo
Quando desejo ser rocha
Alguém aplica o golpe certo e...
 
Degelo

Owner of a lonely heart

 
Havia outras vozes,
Mais ou menos dispersas,
Éramos os suficientes para perceber o medo,
Anotar mentalmente as falhas de carácter uns dos outros,
E faziamo-lo ostensivamente,
Sem preocupações de género, doença ou dor de existência,...

Veio a ser uma discussão de desejos,
Mais até do que de ideias, que pelo seguro, guardadas estavam no sítio onde as pessoas as deixam morrer,...

Não me recordo se tinha a alma vestida,
Ou sequer se tinha alma,
Só penso ter deixado aquele local já depois de o céu me ter chamado dispensável,
Era o que esperava para mais uma etapa de desleixo e ressentimento pela solidão que me auto-impus
 
Owner of a lonely heart

sonhei estar de volta

 
há flores que ressurgem sempre
numa manhã de primavera,
e há odores de frutos amadurecidos
à espera de serem colhidos.
no olhar uma luz que passa
e não volta mais, só o sonho
me abraça...
hora a hora, a morte me espreita
e um não, não aceita.
nesta tarde que é apenas a tarde
de mais um dia,
não há rosto que sorria.

como vai longa a distância
nem é sábado, nem domingo
visto roupa adomingada,
dou comigo, indo à oração
logo a lua prateada
me leva p'la mão...

meu sonho enlaçado no nada
diz-se de boca em boca
que voltei!
o querer faz acontecer
e eu, leve como a aragem
estou em casa de novo,
volto a ser, a Menina do Povo.

natalia nuno
rosafogo
à minha aldeia, povoado onde nasci....e o povo me queria bem!
 
sonhei estar de volta

Valores

 
 
Que valores temos para alguém!
se somos meras palavras trancadas
Que valor o amor têm?
Do que adianta dizer se seus olhos não querem entregar o que sentes também.
Que valores o coração têm?
Parece relógio desconsertado com ponteiro quebrado,parado no tempo, sem função.
Que valor o amor têm?
Onde as pessoas vem e vão com medo de entregar o coração.
Não posso dizer se vejo que esta flecha venenosa atinge o peito matando a esperança e fazendo sofrer!
Mas que valores têm o amor?
Eu serei o que tu quiser que eu seja.
Falarei o que quer que eu diga
Valores que pra ti eu ensinei.
Faz o seguinte, quero que saiba que no fundo bem no fundo eu sempre te amarei!

Que valores temos para alguém?
 
Valores

Ainda

 
 
Ainda
embora eu tenha chegado tarde
eu posso sentir teu calor
enquanto meu corpo esfria
e ao longo do caminho para a casa
deixei um coração vazio na esquina
tantos sonhos que se perderam
tantas frases ditas em meio a sussurros
tantos segredos
tanta paixão
nada mais é como antes
falamos coisas sem sentido
brigamos
nos culpamos pelo que deixamos acontecer
entre nós
e mesmo assim
ainda assim
nos amamos

Ainda!
 
Ainda

Sou assim

 
Sou assim

Um milagre da Natureza
como qualquer criatura
se estou aqui neste mundo
nosso Deus, assim o quis,
que vivesse esta aventura.

Epopeia de felicidade,
e saltos de trampolim
com pulos, reviravoltas
onde mantive um sorriso,
quero cair em pé, por fim.

Numa fofa nuvem branca,
Descansando, mãos postas,
com os olhos lacrimejantes
ao ver tantas estrelas brilhando
e flores frescas, não mortas!

Helena
 
Sou assim

SINAIS

 
SINAIS
 
Celebrei o amor tantas vezes
que desse ato contumaz
perdi a conta...

oh!...pobre ingenuidade
enclausurado o olhar de dentro
não enxergou os sinais do adeus
sob a túnica da credulidade
camuflado pelo fogo do desejo
no entusiasmo da hora...

apesar de esquartejar-me
os punhais da lucidez de agora
eu me refaço
o tempo há de me devolver
um a um,os meus pedaços!

Maria Lucia (Centelha Luminosa)
 
SINAIS

Quimeras Coloridas

 
Quimeras Coloridas
 
Quimeras Coloridas
by Betha Mendonça

paro ante esses olhos,
que me veem e seguem,
pontos de interrogações,
e exclamações de pé.

esses que me sabem,
e moldam de versos,
com letras de seduzir,
induzir e colorir.

respostas com tintas,
de me fazerem ser,
tempos diferentes,
nos relógios de areias,
que deslizam por mim.

e essas quimeras multicores,
de que tenho as mãos cheias,
lanço nesses teus olhos,
que me veem e seguem,
de má, só para te confundir.

*Imagem tumblr
 
Quimeras Coloridas

Adjetividade

 
Eram casos adjetivos,
Firmes soluções advogadas com a rispidez de velhos astutos,
Escritas sem tintas que se apagassem,
Mas antes com as certezas possíveis,
Auscultadas com teorias espessas,
E todas por inventar,...

Nunca cerceada,
Esta era uma realidade aos poucos escrita,
Aos poucos confirmada,
Só se possível desmentida pelo coração que,
A medo,
Saltava na praça onde os velhos astutos,
Cavavam rotas com a precisão imprecisa do final dos tempos
 
Adjetividade

Retorno à inocencia

 
Várias vezes,
Sempre à mesma hora,
Os de qualquer dia em silêncio,
Quem cultivava o passado repetindo o que se aflorava,
A solução para o diferendo residia no esquecimento de faltas de conseqüência,...

A inoculação dos que mostravam raiva,
Parecia ocultar o amor,
Influir nas escolhas que contavam,
E descontar a terra necessária para decifrar as restantes,...

À volta tanta e tanta estátua de obstáculos com pés de lama,
Nao faria sentido continuar a descrição deste retorno à inocência
 
Retorno à inocencia

Quando Deus Escreve para Analfabeto

 
Quando Deus Escreve para Analfabeto
 
Soaroir
5/9/14

Meu Deus, meu Deus...
O que me escreveste?
Por Ti, ensina-me a ler...

Somos, muitas vezes, analfabetos para ler o que Deus escreve para a gente...
 
Quando Deus Escreve para Analfabeto

Rugas

 
Rugas

Aparecem,
que pensar mais,
são estradas
percorridas. Sinais.
Bem sinalizadas
umas mais largas
umas outras
mais apertadas.
Boas condutoras
vão reagir
com muita cautela
a conduzir.
A mão insegura
e a cantarolar
espreitam o espelho
que as está a olhar!
Então param
estação de serviço
compram mezinhas
contra o enguiço.
Compram magia
e a moça contente
lá faz uns euritos
com toda a gente.
O espelho desata a rir
e diz ao ver estas fugas
tolas, como é bom sinal
ganhar essas rugas!

Vólena
 
Rugas

Elegia do pecado

 
Elegia do pecado

Não sei se é mea culpa
Mas, pecador me confesso
Advogando em causa própria
Meu destino, minha sina
À mercê do teu olhar

A sorte não me bafeja
Recebo eu de bandeja
Alguém que não sei amar

Em ti vejo qual sereia
que no mar serpenteia
cantando p’ra me encantar

Não sou mais dono da razão
Já me sinto a naufragar
Porquanto o meu coração
Iça o mastro da paixão
Somente para te conquistar

Maria Fernanda Reis Esteves
57 anos
natural: Setúbal
 
Elegia do pecado

Passos

 
Passos
by Betha M. Costa

ah, passos...
promesseiros sem fé
posseiros da planta do pé

presos ao cimento das horas
nem o todo nem as sobras

do que nunca foi e nem é...
 
Passos

Amei-Te um Dia…

 
Amei-Te um Dia…
Amei-te, desesperadamente,
sôfrego de te sentir meu ser.
Amei-te, mulher, no esplendor
total da tua maturidade.
Amei-te, menina, docemente,
abri-te como livro a reler.
Bebi cada estrofe com frescor
de água refrescante da vontade.

Amei-te sempre d' alma exposta
aos perigos da perda sem futuro,
em avidez seca e esgotante,
Amei-te, louco, por compaixão.

Amei no desprezo, sem resposta -
silêncio atroz - esbarrei no muro
de masmorras frias, sufocantes
da indiferença, sem compaixão.

Amei-te mesmo nesse negar,
de ti para mim, acusador
de erros cometidos, de traição,
mentiras fúteis, promessas vãs,
que teu ego teimou inventar.

Amei-te, poeta sonhador,
respeitei-te na contemplação
de outras querelas temporãs.

Hoje? O Hoje não existe mais;
nem sonhos, nem pesadelos,
felicidades ou mais venturas.
Finaram-se os poemas de amantes.
O olhar já não implora,
a boca, cerra-se e silencia ais,
e mãos que não se tocam,
prenhas de raiva e de desventuras...

Amar? Hoje? Só como farsa dramática!

Lisboa, 26/05/2015
 
Amei-Te um Dia…