Poemas, frases e mensagens de EDILFRANCI

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de EDILFRANCI

A medida da saudade...

 
Com o que medirei a saudade?
Talvez pelo tempo
Quem sabe pela distância
Ou, pelo tamanho do vazio
Não sei...

Percebo que não existe instrumento
que possa exercer essa função
Quem sabe devo medí-la
Com a dor que dilacera o meu coração...
 
A medida da saudade...

Pé de saudade

 
Plantei um pé de saudade
No fundo do quintal do coração
Quando a tristeza me invade
Colho lembranças com mão

Rego com lágrimas frias
Que escorrem pelo meu rosto
Fertilizo com a poesia
Para tornar doce seu gosto

Um pé de saudade, eu cultivo
Para não morrer na solidão
Porque quando penso, estou vivo
E meu viver não é mera ilusão
 
Pé de saudade

Cais do porto....

 
Não vou ficar
no cais do porto
a ver navios
Vou lançar-me ao mar
Enfrentar desafios
Amores vivem por um fio
Uma tênue linha
Que arrebenta com as ondas
Não deixarei minh'alma sózinha
Implorando que eu responda
O que existe além do horizonte?
Antes que a resposta se esconda
Eu penso que é lá a fonte
Donde bebem os poetas
Por isso manterei as velas abertas
E deixarei o vento me tocar
Por esse infinito mar
Afinal o verso não está morto
As rimas, remam contra as correntes
E eu não ficarei a ver navios
Plantado no cais do porto
 
Cais do porto....

Lembranças e desejos

 
Os ventos que me traziam seu perfume
hoje sopram outra direção
A lua que prateava nossos céus,
queda-se pálida entre nuvens negras
E o mar que nos sussurrava
cantigas de amor
Quebra nas pedras, ao longo da praia
e leva o chão, sob nossos pés...

Por que o tempo que era nosso
passou tão despercebido?
Por que as horas contigo pareciam segundos
e hoje cada segundo é uma eternidade
nessa distância que nos separa?

Não lamento a vida que quase tivemos
Pois, se ainda me sobram lembranças e desejos
É porque um dia fui todo e tudo em ti
 
Lembranças e desejos

Seu nome

 
Escrevo seu nome
com tinta nanquim
Na folha que some
dentro de mim

Eu grito seu nome
na noite sem fim
E a saudade consome
o amor em mim

Penso em seu nome,
meu doce querubim
És anjo, sou homem
És flor, sou jardim

Pinto o seu nome
Em tecido cetim
Tenho sede, tenho fome
Do seu lábio carmim

Declamo seu nome
Tão solene assim
O meu amor dorme
E deixa aceso o estopim
 
Seu nome

A Ponte

 
Às vezes me entristeço e cismo
Que entre nós há um abismo
Aquieto-me à beira do precipício
E tento com poesia e lirismo
Fazer do amar um artifício
Por que me parece tão difícil,
alcançar a luz do seu olhar?
Te desejo desde o início
O sentimento é o sacrifício
A dor que tenho que suportar

Te sinto muito além do horizonte
Entre estrelas brilhantes no céu
Então me derramo, palavras no papel
E busco da poesia a mágica fonte
Que te refaz doce feito mel
Sou um sonho, risonho carrossel
Fazendo do desejo a minha ponte
 
A Ponte

Minha poesia é como um anjo

 
Minha poesia é como um anjo
Não tem sexo...
Não tem nexo...
É sentimento complexo
Puro reflexo de minh'alma
Que sem trauma se espalha
Num espelho difuso
É confuso...
É obtuso...
É o abuso permitido

Minha poesia é como um anjo
Não tem partido
Não tem cor
Não tem odor...
Se divide em dor
E partilha amor

É ave solta no infinito
É Eva que perdeu o paraíso
É o pesar de Adão
O peso que lhe dão
É carga suave

Minha poesia é um anjo, uma ave
Uma nave em voo cego
Assim sigo meu destino
Feito um menino de pés descalços
Neste sonhar falso
Que é a realidade
Minha poesia é um anjo
Em busca da felicidade...

(*Publicado originalmente em 16/04/2009 no recanto das letras)
Resolvi resgatá-la para compartilhar com vocês como sinto e expresso o que escrevo.
 
Minha poesia é como um anjo

Menina triste

 
No auge dos seus treze anos
Ela sonha e faz planos
Pensa em ser atriz
Doutora
Professora
Deseja ser feliz
Se encanta com as vitrinas
Rodopia feito bailarina
Canta, ri e celebra
Brinca e se alegra
Não sabe o que a vida lhe destina
E destila suas fantasias
Até que acorda num triste dia
Sentindo um aperto no peito
Com todos os sonhos desfeitos
Passa a mão na face maquiada
Pobre alma manipulada
Lágrimas lavam o rímel e o baton
A vida toca a canção que desafina
Um ruidoso e fúnebre som
A orquestra perdeu o tom
Morrem sonhos e na esquina
É conhecida como "bombom"
Esta é a saga daquela menina
 
Menina triste

Grávido

 
Estou grávido de um poema
fecundado pelo amor
Estou ávido para vê-lo,
Tê-lo em meus braços
Embalar como a um filho
Concebê-lo sob o brilho das estrelas
Estou grávido de um cálido poema
Que cresce em meu ventre poeta
E sei que o parto será indolor
Pois, estou grávido de palavras
Que decantam o amor
 
Grávido

Cansaço

 
Estou cansado
de seguir esse camimho errado
que me faz dar voltas a esmo
Cansado de chorar por mim mesmo
Queria voar para além do infinito
Libertar esse grito
que trago preso na garganta
Quando a vida desencanta
Tudo parece feio e triste
Há uma vontade que insiste
em devorar a velha esperança
Estou cansado
De buscar nas asas do passado
Um motivo para viver
Cansado de escrever
os meus sonhos irrealizados
De tudo o que resta
deste ser triste e cansado
É uma pequena fresta
Que ainda torna iluminado
meu ser esvaziado
 
Cansaço

Saudade

 
Saudade é coisa sem jeito
Um nó dentro do peito
Que faz sangrar o coração
Saudade é uma semente
Que cresce dentro da gente
E faz brotar a solidão

A saudade é a madastra
Que aprisiona e castra
Nosso desejo de voar
Saudade é coisa ingrata
E apesar de abstrata
Faz a alma dilacerar

Saudade é onda eterna
Que mesmo sem ter pernas
Corre livre pelo infinito
Irmã da distância e do tempo
A saudade vive no pensamento
Se esconde no coração aflito
 
Saudade

Quietude

 
Silencia a tarde, os pássaros se recolhem
Encolhem-se nos ninhos, entre carinhos
Aquecem-se mutuamente em harmonia
A espera de um novo dia
Chega a noite... fria... sombria
Com seu manto negro em plenitude
E o poeta insone vaga entre palavras
Com a alma alva e leve, coração quietude
Escreve feito um escravo do sentimento
Entre brisas e tormentos, compõe magia
E põe o coração na ponta dos dedos
E sem medo... cria, recria... se ilude
Mas, não há nada que o afaste
Dessa lírica e lúdica quietude
 
Quietude

Se fosse para sempre

 
Se fosse para sempre esse sentimento
Seria como o vento, que muda a direção
Seria um acalanto vindo do coração
Para fazer adormecer as estrelas e a lua
Porém, a vida continua e nua é a saudade
Pois não se reveste da esperança
Que semeei no canteiro de minh'alma
Se fosse para sempre essa calma
Que me faz lembrar o mar,
no verde do teu olhar
Na calmaria da poesia que vem de ti
Ah, como eu queria sorrir o teu sorriso
Sussurrar no seu ouvido que perdi o juízo
Quando te encontrei no meu caminho
Você me abriu os portais do paraíso
Fez do meu coração o seu ninho
Mas, depois simplesmente me abandonou
E se fosse para sempre essa espera?
Eu esperaria cantando versos para você
Porque te esperar é minha sina
Você nem imagina como é difícil te esquecer
Se fosse para sempre esse sonho
Juro que não queria mais acordar
Por enquanto eu me decomponho
Em palavras soltas que vagam pelo ar
 
Se fosse para sempre

MINH'ALMA

 
Minh'alma é esta
Que faz festa, se alegra, celebra,
Chora, canta e sorri
O reflexo complexo
Dos fragmentos que juntei pelo caminho
Um sopro que sózinho
Não busca limites,
pois é imortal
Acredite! Minh'alma é passarinho
Que fez seu ninho nesse corpo, nessa carne
É o cerne do meu ser
Sob a derme e a epiderme
Expressa a liberdade da prisão
É ela que faz acelerar meu coração
E comanda meus pensamentos
O momento que julguei perdido
É a escrava encravada na palavra
O sentimento que vai além do conhecimento
Minh'alma é como o vento
Solto e sem parada
Ah, minh'alma calada
Que tanto diz
Ave aprendiz com vontade de voar
Quando a matéria for plantada
Na terra fria, calculada
Minh'alma finalmente se libertará
 
MINH'ALMA

Não posso negar que te amo...

 
Não posso negar que te amo
Que te levo no coração
Até nos sonhos te chamo
Não dá para negar a paixão

Ouvir sua voz, me anima
Sentir seu perfume entorpece
Em você encontrei a rima
Que me alegra e fortalece

Teu nome rima com beleza
Com afago e com carinho
Você é a minha princesa
A suavidade do meu caminho

Não posso negar que te amo
Eu sou plural e nós singular
Onde eu estou, sempre estamos
Eu te amo! Não posso negar
 
Não posso negar que te amo...

PLANTIO...

 
Planto sonhos
nos versos que componho
no vasto terreno do meu interior
Colho o amor e alguns sorrisos
Planto meu paraíso
Nos campos d'alma
E na palma da mão, levo sementes
De gente que encontro no caminho
Tenho um coração passarinho
Que canta a alegria nos arvoredos
Que espalha segredos
em terrenos baldios
Que afugenta seus medos
Faz da colheita um brinquedo
Feito sonho de criança
Mas, às vezes vivo no estio
E no arado da esperança
Prossigo meu eterno plantio
 
PLANTIO...

Sobre as ondas

 
Ando sobre as ondas
Onde o mar canta a tristeza
Tropeço n'alguma saudade
numa gota de esperança
Não caio
Não afundo
Mantenho firmes os passos
Sobre as ondas
Sondo a aspereza das marés
Marejo os olhos
Manejo palavras
Ando sobre as ondas
buscando respostas
Mas, só me restam as indagações
Não se esconda
Sob as ondas
Para qu'eu não pise nossas ilusões
 
Sobre as ondas

DESESPERO

 
Debruço-me sobre palavras frias
Escuto um sussurro no vento
Sinto seu toque, sua mão macia
Esvazio-me do vão sentimento
Saio de órbita, sou sofrimento
Penso em apagar a luz do meu dia
Enlaça-me o medo e a covardia
Rompo as cordas do pensamento
Ouso cair nos braços da poesia
 
DESESPERO

Aconchego

 
Quando estou contigo
Não percebo o tempo
Não ouço os ecos do passar das horas
Pois, o pulsar do seu coração
Canta em meus ouvidos
Não sinto o vento
Porque seu perfume me envolve e seduz
Não enxergo se é dia ou noite alta
Pois, o brilho dos teus olhos
é mais intenso

Quando estou em seus braços
Sinto-me liberto das amarras
como se asas brotassem em mim
e voasse rumo ao infinito do teu ser
Preso aos teus afagos me embriago
desse mar de amor que preenche tua alma

Quando me perco em teu corpo
Me encontro no éden
Escondo minha vida dentro de ti
e adormeço...
Porque é em ti que perco os sentidos
renasço incólume no lume do teu sorriso
E descanso das batalhas intermináveis
dessa vida que segue seu rumo

Quando tocas meu rosto
Fecho os olhos e te vejo mais linda
Flutuo feito folha outonal
E simplesmente me encontro feliz
No calor desse teu aconchego
 
Aconchego

FUGA

 
Quero correr sem rumo
sem destino ou direção
Feito menino brincando de pique-esconde
Tomar o bonde das estrelas
viajar pelo infinito
Soltar meu grito e libertar o eco
Fugir de mim mesmo
Andar a esmo por qualquer estrada
Fazer da noite meu abrigo
E do dia minha morada

Quero voar além das paisagens
Acima das nuvens e dos sonhos
Cruzar desertos, admirar miragens
Pisar sobre os campos floridos
Quero ser esquecido pelo mundo
Um ser errante e errado
Ser o avesso travesso do desejo
Quero fugir de mim
Para me descobrir em você...
 
FUGA