Poemas, frases e mensagens de Nathaly

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Nathaly

Escrita é refúgio.

Pra apagar

 
Acendi um incenso
Acendi um cigarro
Acendi a luz do quarto
Pra apagar a saudade

Apaguei o cigarro
Apaguei os meus medos
Apaguei o passado
E ficaram as cinzas

Ficaram as marcas
Sobraram cigarros
Até o vinho sobrou
Até à noite eu chorei

Mas o incenso está lá
Assim como a saudade
Assim como o vinho já quente
E a madrugada assiste outro ato

Acendi outro cigarro
Apaguei minha saudade
Acendi outro incenso
Bebi o resto do vinho

E o amor?

O amor eu apaguei.
 
Pra apagar

O que seria

 
Escreveria tristes mil poemas de amor
Se inda em mim houvesse o pranto
Se inda em meu mastro houvesse teu manto
Que hoje num fardo o carrego vestido

Seria o gesto que prende a donzela
O afago suado que entontei e inebria
O segredo trancado amiúde calado
Assim o seria, uma dor que vicia

Meu verso de amor morrerá em teu leito
Sombreando teu sono e esquecendo meu peito
De um jeito tão qual o fará taciturno
Profundo, profundo, profundo...

E de tanto pensar e no mesmo pesar
Vem em nasce a incerteza
De que vale a grandeza
Se em uma rosa te digo
O que quero falar?
 
O que seria

Ponto Final

 
Eu te amo tanto, que chego a temer o meu amor
Chego a temer cada minuto que passo na tua ausência
E chego a sentir falta de quando éramos apenas dois

Eu te amo tanto, que o vazio que hoje me parte,
Consegue inundar meu peito gritando aos ecos o teu nome,
E meus dias amor, já não passam de dias
E minha noites, simplesmente, já não passam mais

Eu te amo hoje e a cada dia mais
Amo à frente e além de qualquer outro sentimento
E o que dizes, o que fazes
O que sonhas e o que pensas
E até o teu não amar eu amo

Eu te amo aqui, ali
E em cada canto desta sala
Eu amo cada palavra tua não dita
E não me culpo por este amar

Não me culpo porque amo
Eu te amo e pronto

Ponto final.
 
Ponto Final

Quando Fostes

 
Quando fostes e o vento calou-se em meu ser
E eu ouvia lá fora teus gritos de adeus
Calou-se também a minha voz embargada
Calaram as praças, os rios
E nem mais os gritos no edifício ao lado se ouvia
Apenas tua boca

Balbuciando um mentiroso e cético "amor"
Que se misturava com o brando calor da tarde
O sol estava em mais um processo maquinal
Anunciando a noite fria e só que estava por vir
E eu ali, acenando para a minha própria tristeza

Quando te fostes e a noite já havia caído
O silêncio tornou-se ensurdecedor e mudo
Nem as aves pousavam mais na cerquinha velha
E nem havia mais café na mesa
E tudo era vazio

E eu percebi que já fazias parte de mim
Que tu já era a essência que me adormecia
E sem ela eu vagueio de insônia pelas noites
Silencioso e recordando cada movimento teu
Percebi que gostava do teu cheiro
E que era porque estavas ali que eu era feliz...

Tudo isso eu percebi meu bem,

Mas apenas quando fostes embora.
 
Quando Fostes

Cansado

 
Se vejo teus olhos
Se vejo teu seio
Me sinto perdido
Me perco com isso
Martelo um sorriso
Mas ficam as marcas

Se sofro vivendo
Se vivo pra isso
Não perco o sentido
De sofrer e te amar

Prefiro arriscar
O menor dos sentidos
Em ver-te fugindo
Com medo de mim

Não tema a loucura
Um dia ela passa
Um dia a loucura
Vira desgraça.
 
Cansado

Abandono

 
Se um dia veres desfalecer este peito fraco
Diga-me ao menos que tentou chorar
Que ao tocar a minha pele seca e fria
Sentiu o amargo peso de não ter me amado

Minhas últimas lágrimas serão teu bálsamo
Meu sussurro será um estrondo de dor
O gelo dos meus olhos enbranquecerá tua alma
Meu amor!-Um dia virarei mármore!

E mesmo após meu sonâmbuo embarque
Teu coração inda sorrirá - Alívio
-"Oh! Que de um tormento me livrei!"

Livraste agora da tua vida a miséria
Vá junto aos podres afogar-se na escória
E deixe-me aqui neste colarinho que sufoca
 
Abandono

Restos

 
A solidão consegue invadir cada partícula acabrunhada e fedida de min'alma
Consegue ser o único bálsamo de meu corpo
A única saída onde vejo meu fim.

Sinceros pedidos de Adeus,sinceras feições renascem
Deixando o que nós chamamos de "resto"
Restos comidos pelos vermes da minha coragem

Eu posso ser quem leva, quem traz, ou simplesmente quem passa
Posso ser o que se chama de influente
Ou o que se chama de podre

Restam apenas os cacos,
As sombras
Os gritos.
 
Restos

Em mim se vai

 
A cada instante que vens, e que vais
E que choras meu amor,eu me perco
Eu me morro, me acabo, infeliz que sou
E arranco meus medos, espero um sentido

Um novo conflito pra me responder
Uma nova história, e mais um nocaute
Eu fecho meus olhos pra não mais me ver
Eu quero teus risos, amor se me partes eu quero morrer

Armei meus escudos a cada sofrer
Montei minha casca, meus rios de lágrimas
Matei meus amores e minha felicidade também
Esqueci que sou outro, mais rico de choro

Mais forte sem risos, mais pobre de dor
Amar pra mim não dá mais
Amor por mim morre e vai
E meus amores, ah! meu amores!
Vão-se em paz!
 
Em mim se vai

Enquanto se tem

 
È estranho acordar um dia e perceber
Que foi tudo em vão
Que na verdade oa amores não eram amores
Que as paixões não passavam de uma semana
E que foi preciso adormecer do mundo
Pra se sentir um pouco feliz

É realmente estranho

Perceber que a felicidade estava ali o tempo todo
E eu não tive a mínima coragem de tomá-la pela mão
E que cada dia da minha vida vou lembrar disso
Batendo em espelhos, mandando os outros calarem a boca
E nada vai mudar...

Enquanto se tem medo.
 
Enquanto se tem

Soneto

 
Quando a tua mão em meu peito repousa
Se cala em mim este ser demente
E o silêncio cansado apodera min'alma
E eu não ouso por ti tremer um só dente!

Quando num beijo me estala a lânguida face
E eu sinto suado teus lábios tremerem
Ah, que um dia os tenho na boca bravios
E a medo os faço meu corpo correrem!

Apodera-me a carne que de amor definha
E à noite eu a vejo dormindo sozinha
Co'a face corada e os olhos dormentes

-Tão bela!, suspiro, e assim admiro
E assim eu me faço olhando teus traços
Profundos nos sonhos tristonhos de meu amor
 
Soneto

O pulsar de tuas veias

 
De um brando roçar me fez arrastar
Pelo forte pulsar das veias lindas
E me fez tontear a cair e ficar
Não mais calmo que um mar de liras

Do calor que em meu peito devoras
Da paixão que em meu peito estoura
Já não temo nem corro deste beijo
Mas o peço e tão louco o desejo!

E que jóia tão linda ou charmosa
Em teu riso assim tão gloriosa
Não me deixa voando aqui a sonhar?

E em que sonho meu Deus eu verei
Os teus cachos assim como os reis
A brilhar e fazer o meu corpo só teu?
 
O pulsar de tuas veias

Soneto vago

 
Pensava em descrever o vazio
Não o da sala e nem o simples nada
Mas aquela sensação de insuficiência
O ser ou não ser insosso e banal

A revelação do poderio silencioso
Capaz até de provocar a mais profunda
Melancolia insólita em seu ar,
Distúrbio presente em cada partícula

Mas há de provocar surpresas o vazio
Sua brandura pode ser tão áspera
Quanto os nervos de quem ama

E a sua presença mesmo sem força
Provoca uma loucura despeitada
Para o poeta tentar descrevê-lo.
 
Soneto vago

Poema otimista

 
É preciso dormir pra ser feliz nesse mundo
"Precisa-se de paz", deve-se colocar nas portas
Ou talvez deixemos morrer a simples vontade de tentar,

Viver pelo menos, morrer pelo menos.

O inspirar e expelir gás tóxico virou rotina
Virou rotina também, simplesmente, não respirar
Não quer? morra.

E a moda é tentar adivinhar quem vive mais,
Quem solta mais fumaça pelos ouvidos
Ou por qualquer outro orifício em funcionamento...

Se chove, é demais e alaga metade do quarteirão
E se não chove, já se ouve que o preço das frutas vão aumentar
Pelo prejuízo na bendita safra.

Viver nesse mundo agora é questão de honra,
Que comecem as apostas.
 
Poema otimista

Por não entender

 
Gosto de quando te deitas e sonhas sorrindo
Espalhando tua ingenuidade habitual de teu ser
Suspirando as dores de um amor antigo
E encostas teu choro em meu viver

Deliro e morro se morres comigo
Se finges, se rio... e eu sofro sorrindo
E se partes pra longe, se acaba meu ser

E ríeis de meus medos pra ti, absurdos
E fazes com que meus dias virem risos juntos aos teus
Não entendo como teu rosto infere tanto em minha vida
E nem como partes assim como chegas

Não entendo a ti, e nem a mim
E nem a nada
E por não te entender
É que te amo cada vez mais.
 
Por não entender

Juliete

 
Pequenez na tua grandeza invade meus sóis
Adentra min'alma, desperta sentidos
Acorda os rios, bagunça sementes
E espalha os sentimentos pra catar no chão

Brincando ela vira, revira o mundo
Arranca teu riso, te faz vagabundo
Distorce teu corpo e arranca a tua alma
Menina pequena da grande risada

E se quer um alguém tão perto de ti
Pra rir ou chorar ou se quer fugir
E correr por aí sem pensar num lugar

Menina risada, vai dar gargalhada
Até você chegar, porque quer
Porque pode, porque ela? Ela pode tudo
 
Juliete