Poemas, frases e mensagens de PaolaRhoden

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de PaolaRhoden

Já tenho saudade

 
Daqui onde estou,
por entre nesgas de céus que aparecem,
nas nuvens escuras,
que o sol há tempo apagou,
vejo estrelas cintilarem saudades,
bem antes, das que por lá ensombrecem.
O tempo, que replicou vaidades,
terra minha, que tão longe ficou.
 
Já tenho saudade

Coisas boas da vida

 
Comer um bolo quentinho,
Tomar café batidinho,
Doce de leite caseiro,
Um assado de carneiro,
Queijo fresco e marmelada.
Uma promessa cumprida,
Uma rosa recebida,
Um beijo fora de hora,
E rir de quem cai da escada.
Ver o sol nascer faceiro,
Morgar o dia inteiro,
Comendo doce de amora.
Cortar cabelo sozinho,
Conversar com o vizinho,
Chegar feliz onde mora.
Jornal sem notícia ruim,
TV sem pornografia,
Gargalhar com alegria,
Tristeza chegar ao fim.
Isso tudo misturado,
Faz da vida um bem estar,
Alegria é um bem danado,
Pra quem sabe cultivar.
 
Coisas boas da vida

Cansaço

 
Cansei de ser a porta de entrada
para os problemas dos outros,
cansei de estar disponível,
de fazer do meu canto, o canto alheio.
Cansei de por a mesa para tantos,
de orar só por receio,
de chorar sozinha pelos cantos,
e sequer, um sorriso veio.
Cansei de remar com remo curto,
em um caudal que me esgotou,
num barco que ia tanta gente,
e essa gente,
meu esforço nem notou.
Cansei de ver a injustiça
correr solta em toda parte,
e os poderes poderosos,
faturando contra a sorte.
As verdades sempre ditas,
em palavras cautelosas,
soçobraram sob o peso,
das mentiras mais vultosas.
Ninguém vence sem luta,
mas cansa,
quando é muito árdua a labuta.
Quero nascer de novo,
pra corrigir erros que cometi,
viver as coisas que deixei pra outros,
e eu mesma não vivi.

Poema escrito em 2007
 
Cansaço

Uma Carta

 
Envelope branco selado
Com letras redondas escrito,
No verso este nome vedado
Há muito que estava esquecido.
Abrir, não sei mesmo se devo,
A dúvida cruel insiste,
Pois no coração inda existe,
Prevenção, mágoa e muito medo.
Deixo o carteiro na calçada,
Já convencida subo a escada,
E amasso o indefeso papel,
Acertando a cesta do lixo,
Jogando com ele o capricho,
Amor, dor e o amargo do fel.
 
Uma Carta

Trova1

 
Não gasto tudo que ganho
Não falo mal de ninguém
Não fico mais com estranhos
Não sonho com nada também.
 
Trova1

A Música do Mar

 
Naquele dia de sol,

Quando as águas refulgiam,

No lugar não mais se viam,

As cores do amanhecer.

E nem pode mais se ver,

As gaivotas em seu voo.

Então junto ao mar entoo,

A música deste olhar,

De um menino solidão,

Que ouviu com o coração,

A música e os sons do mar.

O menino que sonhou

Sua vida mais faceira.

No entanto a fogueira

Do sol queimando seus sonhos

Deixa o menino tristonho

No sonho, que ali deixou.

Vi ali o mar chorar.
 
A Música do Mar

O bem maior

 
C onvenhamos todos nós,
O nde tem sabedoria,
N ão cabe a malquerencia.
H á somente sapiência.
E ntão, se assim for,
C abe dizer que a presença, da
I nformação é preciso,
M esmo que errar aconteça.
E m verdade acredito,
N em precisa de ser dito, e
T ambém, que prevaleça,
O saber, que é o bem maior.
 
O bem maior

Doce convívio

 
“Amar a si mesmo é o começo de uma aventura que dura a vida inteira.” (Oscar Wilde)

É bom viver consigo mesmo
Sozinho
No ninho
Com pequenos prazeres, a esmo.
Sorrir para o pássaro que voa
A flor
Pura cor
E o canto do bem-te-vi que entoa.
Nada é mais doce, nem risonho
Ou mais terno que o sonho
De sorrir pra si mesmo
Com amor.
 
Doce convívio

A Seca

 
Uma solitária cigarra desesperada, chama chuva. A secura invade os poros dos seres, fazendo de tudo o que tem vida, sem vida. Folhas secas despencam das árvores moribundas, caindo na terra ressequida já sem nenhum verde, nenhum inseto. Os pássaros voaram para longe em busca do frescor que aqui não tem. O João de Barro que anuncia a chuva, foi para longe. O sol a pino despenca raios matadouros, que há muito deixaram de ser benfazejos. Saudade da chuva caindo e molhando o chão. Saudade das rosas em seu frescor matinal. Saudade de água caindo do céu, mansa, suave, fresquinha.
Ah! Meu chão verde do Sul! Meu torpor!

Escrito em 2018
 
A Seca

Sons do Vento

 
Ando pelas ruas,
dedilhando valsas ao vento,
pousando o olhar pelas nuvens,
colhendo as flores tão nuas,
tirando do sol a ferrugem.

Dobro esquinas de saudade,
falo com os passarinhos,
tiro as pedras do caminho,
buscando a minha verdade.

Soluço versos pensados,
e não pensados também,
refaço rimas antigas,
com letras minhas amigas,
pensando sempre em alguém.

Andando pelo relvado,
faço minhas escolhas,
sentindo o cheiro das folhas,
sonhando um verde dourado.

Caminho só pela vida,
à procura do que fazer,
seguindo a sombra perdida,
colho a vida por lazer,
em sons há muito tocados.
 
Sons do Vento

Quando penso

 
Quando penso

O uço as vozes do regato,
P airando no ar as lembranças,
E nquanto o cheiro do mato,
N ão deixa atrás a esperança.
S alto no tempo esquecido,
A casa de minha infância.
M eus pais, irmãos, tão queridos,
E os caminhos já perdidos
N as veredas da inconstância.
T udo bem vivo e lembrado,
O veloz som do passado.
 
Quando penso

Pensamentos

 
Uma vez dita, a palavra não tem mais retorno, e aí fica difícil consertar o estrago que tenha feito.
 
Pensamentos

Dor do amor

 
Quantas vezes o cimento do amor
é feito com argamassa de segunda,
e não cola,
fica esfarelando pelas frestas dos dedos,
construindo a solidão.
Nosso querer some com a dor,
e a saudade vagabunda,
esfola,
ficam nas noites os medos,
que adormecem o coração.
 
Dor do amor

Amigos que se foram

 
Se me esqueceram,
eu os perdoo!
Mas eu não os esqueci.
Se por acaso se foram,
E eu fiquei por aqui,
Foi porque da vida o revôo,
Fui eu mesma que perdi.

Mas, amigos do passado,
Do presente e do futuro,
Não sois menos amados.

Mesmo sendo esquecida
Seus roteiros não perdi,
Porque na estrada da vida
Achei vocês, bem aqui,
No lado esquerdo do peito,
Acomodados com jeito,

Um a um, enfileirados!

Escrito para os meus amigos distantes
 
Amigos que se foram

Errar

 
Quando erramos, aprendemos mais que nas vezes que acertamos.
 
Errar

Conhecer-se

 
Conhecer-se não é,
olhar-se no espelho e
ver a forma do ser,
mas é olhar-se por dentro
e ver a forma da alma
na maneira mais certa de ver.

O tamanho da pessoa,
não é mostrado
no reflexo da imagem,
mas pelo que faz, e o
que diz nos dias de viagem
que por este mundo seguir.

E assim possa pensar,
no que é, e no que quis.
Porque às vezes
o fazer, pode levar
o homem no caminho,
da verdade ou do erro.

Caminhando talvez,
os passos o levem
a pensar no que fez,
E pensando possa ver,
que fraudando o viver,
fez da vida um desviver.

Se os dez mandamentos
fossem feitos hoje em dia,
por certo um deles seria,
e exigido juramento,
para o homem de bem guardar,
Deus lhe pediria: não fraudar.
 
Conhecer-se

A brisa e a poesia

 
As folhas do meu jardim,
na brisa brincalhona,
agitam suavemente.
Prestando atenção eu vi,
em cada movimento
uma mensagem veemente
enviada ao coração,
que vibra docemente,
ao trinar do bem-te-vi.
Pensamento vem à mão
tocado pela mente
do poeta brincalhão.
E no crescer da grama acontece,
o assovio do vento oeste,
trazendo a chuva faceira,
que em pingos macios semeia
a vida do verde em mim,
cantando pra luz do leste,
as flores do meu jardim.
 
A brisa e a poesia

Trova 2

 
Nos lábios nasce um sorriso
com as cores do perdão,
acho que mais eu preciso
morar em um coração.
 
Trova 2

Nossas vidas

 
A história da vida,
das pessoas,
seus amores,
suas lidas,
nada mais é
que pedaços
de um filme de ida,
sem volta, escasso,
do qual Deus
escreveu o texto,
e dele é
direção geral
em todo contexto,
onde por favores,
nos colocou como atores.
 
Nossas vidas

O silêncio fala ao coração

 
Doces lembranças
vêm com a madrugada.
Em minha janela o silêncio me fala,
e a esperança volta a gemer.
Mas quem sou para dizer
o que quero,
apenas espero,
o meu verdadeiro querer.
 
O silêncio fala ao coração