bastidores de um site de escribas. ( 6)
D.Vitória andava entretida em jantaradas com as suas compinchas e divulgações literárias. Não escrevia há algum tempo de tão aterefada que andava até pedira a Carmo que instigasse ela possíveis novos compinchas para o grupo. Mantinha fechada a sete chaves, na última gaveta da cómoda, a sua colecção pessoal de elogios, devidamente etiquetados. Ninguém sabia o que fazia nas tardes D.Vitória, assim fechada no quarto. Carmo de tão preocupada, até tinha imaginado um terrível suícido que D.Vitória possivelmente estaria a magicar. No entanto, com pena, não se tratava disso, esta andava simplesmente a pavonear-se de elogios em frente ao espelho.
continua...
bastidores de um site de escribas (5)
D.Holofontina Fufucas habitava em São Paulo do Brasil, era graduada em Pedomancia* há mais de 20 anos, fiel escudeira de D.Vitória, que esta já havia convidado a vir a Portugal, por alturas da Feira Esotérica de Leiria, onde poderia aplicar todos os seus conhecimentos na arte da macumbaria, cartomancia, tarot e coisas que tais. Ora um dia resolveu fazer a sua "pequena" autobiografia para publicar em terras de Portugal. Logo D.Vitória se encarregou de mandar a Carmo encontrar um bom recinto onde receber evento tão prodigioso. Carmo conseguiu, através dos seus vastos contactos, alugar o Pavilhão Atlântico. Por ser tão grande espaço, D. Holofontina Fufucas decidiu alugar um Cruzeiro que transpotasse todos os seus amigos e familiares a Portugal no dia do grande evento. Junto ao cais, em Lisboa, estava a comitiva de honra, D.Vitória à frente com os seus óculos escuros, Carmo um pouco mais ao lado direito, e depois do lado esquerdo uma prol de cinco senhoras todas muito empertigadas nos seus vestidos de pele de búfalo selvagem. D.Holofontina Fufucas não sabia da maravilhosa sessão de fogo de artifício que lhe haviam preparado as suas representantes portuguesas, encomendada na fábrica de pirotecnia do bombarral estava mais de uma tonelada de fogo que deitada ao mesmo tempo faria aparecer o rosto de D.Holofontina Fufucas nos céus de Lisboa.
continua...
*a arte de ler o destino na planta dos pés.
bastidores de um site de escribas. (2)
Chateada com a tranquila D.Angelina, D.Vitória que mantinha contacto com D.Cecília e a sabia sua amiga tentou através dela saber todas as informações sobre a outra, com o objectivo de descobrir que estaria ela a tramar. Porém D.Cecília, avisada de antemão por D.Angelina, da possibilidade disso acontecer, inverteu o jogo, tentando descobrir ela os planos de D.Vitória sem que esta notasse. Certo é que a astuta D.Vitória cedo se apercebeu, cortando logo relações com D.Cecília. Pediu então a Carmo que mandasse um email aos seus seguidores online a marcar um encontro, para decidirem em conjunto a estratégia que haviam de adoptar desta vez.
os bastidores de um site de escribas (3)
O encontro realizou-se então com grande aparato, lá para o litoral centro sul. D.Vitória, de olhos por cima dos óculos, analisava o espaço e as caras familiares que o ocupavam lentamente. Até do Brasil vieram os seus seguidores, com amuletos de Iemanjá pendurados ao pescoço. Apareceu também a dona Rosalina que lhe oferendou um isqueiro benzido em Fátima e outras quantas escritoras, ou fazedoras de poemas, lá do site. À entrada eram logo revistadas pela Carmo, não fossem trazer câmaras ou armas ilegais. Desconfiada, D.Vitória, queria deste modo certificar-se que tudo ia correr como o planeado, que nenhum espião a mando de D.Angelina ali entrasse.
Continua...