ESTRANHA SAUDADE
Há dias que vem uma saudade de não sei onde…uma fragrância de rosas que se esconde nos cantos secretos da alma…uma melodia que canta no coração e me faz flutuar no horizonte de uma memória guardada, tesouro de recordações, murmúrios de brisa que me trazem oásis de palavras tuas, aquelas que nunca foram ditas e ainda são pronunciadas pela voz do teu olhar…
*Fanny*
ENCANTO
Encantam-me as estrelas quando elas cintilam com o sorriso dos teus olhos
e me fazem acreditar que o amor ainda existe…
*Fanny*
ILUSÕES
ILUSÕES
*Fanny*
Voam ilusões no céu enrubescido...
partem plangentes em asas de dor...
afagam-se no sol débil, adormecido...
escondem-se em notas dolentes de amor.
Os sonhos esvaem-se em enxurradas...
As ondas levam-nos sem piedade...
Chora o azul em névoa, desconsolado...
Ultima-se a poesia... em fatalidade.
As pálpebras da noite unem-se em luto...
As estrelas choram sem resplendor...
O vento recolhe o devaneio, resoluto...
Ilusões meigas adornavam o meu ser...
Eram candeias fulgentes de encanto
que se extinguem no soluçar do anoitecer.
MURMÚRIOS DO TEU PENSAR
Escorrem murmúrios do teu pensar em minhas alvoradas de sonhos, beijo-os com os meus lábios de rosas vermelhas que te segredam instantes orvalhados dos meus olhos de safiras. Sentimentos peregrinos dançam nas asas de uma memória sem Tempo, corações entrelaçados de reminiscências, leves como brisas de jardins alados, livres como duas andorinhas embaladas por sinfonias de Primavera.
*Fanny*
ENQUANTO HOUVER ILUSÃO
Enquanto houver ilusão
meu coração será um pássaro livre a esvoaçar
pelo firmamento da emoção e das fantasias...
O meu olhar terá o sorriso das estrelas,
arco-íris de sonhos flutuando em melodias
amorosas e secretas do Tempo...
Enquanto houver ilusão
bordarei versos azuis de quimeras pelo Universo,
perfumarei o jardim da minh'alma
com aromas eternos de Primavera.
*Fanny*
CÂNTICO DE ALVORADA
A alvorada cantou quando a ternura do teu olhar acendeu o infinito azul da minha alma.
Voei com as tuas asas brancas de seda, colhi estrelas, bordei-as nos véus das galáxias distantes…
Murmurei à lua meus versos, meus segredos e o silêncio da minha voz fez-se cântico...
suaves acordes de ti nas avenidas airosas do Universo...
*Fanny*
CAMINHAR
Pudesse eu caminhar sem destino e absorver
a poesia dos instantes que me vestiram de esperança e sorrisos.
Hoje, as minhas viagens não passam de ilusões perdidas e estagnadas...
sufocadas pelas teias do real.
Passeio por veredas de tristeza onde somente colho pétalas magoadas
que caíram do meus olhos cansados de sonhar.
Queria tanto caminhar e encontrar
a música do silêncio que me roubaram!
MURMÚRIOS DE SILÊNCIO
MURMÚRIOS DE SILÊNCIO
*Fanny*
Murmúrios de silêncio entoam no horizonte...
e eu flutuo em suas harmoniosas sinfonias,
embalada pelas brisas dos pensamentos.
Apago as paisagens das vãs utopias,
calo a voz das falsas ilusões...
e minha alma voa lúcida no tempo.
Ecos de mim desabam nas linhas do firmamento!
Deixo-me levar pela consciência que me fala,
encontro verdades camufladas... agora reveladas.
Afasto as sombras das quimeras que me perseguiam...
e recupero o oásis das minhas emoções perdidas,
reencontradas agora, na aurora do silêncio.
As minhas paisagens enfeitam-se de poesias,
escrevem sonetos floridos,
perfumados de esperança...
versos de estrelas resplandecentes
que reacendem luares de sonhos esquecidos...
Devolvem-me a Primavera dos devaneios.
Murmúrios de silêncio...melodias secretas,
brisas azuis que acarinham e libertam a alma,
músicas de magia...cascatas de sonhos
escorrendo no infinito dos meus pensamentos.
SILÊNCIO PROFUNDO
Chega a noite densa e tortuosa, como tantas outras que me beijam no silêncio profundo do sonho, e deixo que a indolência me invada numa carícia magoada, num desvelo inóspito dos sentidos.
Evado-me no vácuo da existência... procuro os códigos da alma perdidos no labirinto do pensamento, perco-me nos sons negros que me gritam em sussurros delirantes... agasalho-me no manto penoso da solidão que desliza pardacento no meu corpo iluminado de trevas.
Busco-me na identidade que se esvaiu pelos intervalos do Destino, mas os meus olhos turvos cegaram nos caminhos sombrios que o meu coração inócuo abraçou. Granjeio as minhas palavras de estrelas, mas a penumbra deitou-se ao meu lado... as nossas mãos entrelaçadas dançam agora na música arquejante dos crepúsculos nebulosos e lacrimejantes...
Sei que um dia me fugirá o verbo da alma, sei que habitarei os confins corpóreos do silêncio e o meu nome extinguir-se-á no grito do vento, infinda procela que assolará irreversivelmente a vertigem do meu ser...
Fanny
VEREDAS DO SONHO
VEREDAS DO SONHO
*Fanny*
Estarás sempre no infinito do meu sonhar
Porque tu és a eternidade do meu sentir...
Passo de dança no horizonte do meu olhar
Flutuando suave nas constelações do porvir.
A tua voz é uma melodia etérea de alento
Passeia mansamente nas sendas do coração
Murmúrio de anjo... toque meigo de vento...
Semeia ternura nos acordes da sua canção.
Voas amorável no horizonte emudecido...
Pousas no crepúsculo da memória, vazando
Pérolas de saudade no rosto esquecido.
Calam-se os versos peregrinos do alvorecer...
Ecoam gritos silenciados nas veredas do sonho...
A minh’ alma errante num eterno querer!