palavras vazias
Palavras Vazias
Sou a voz do silêncio...o chorar do vento
Na eternidade da memória...sou a dor da vida
Nas palavras por dizer...vagam murmúrios do tempo
Nos braços da noite...caminho sozinha...perdida
Calo dentro de mim o vazio...o desalento
Apago a lembrança...no meu peito adormecida
Ficam as palavras...as lágrimas...meu tormento
No hoje... sem ontem...ficou a minha vida
Sou o que sobrou do tempo...noite sem luz
Escuridão do passado...agonia do presente
Da vida já nada espero...nada me seduz
Sou alma atormentada...que já nada sente
Deixo no vazio...minha existência...minha ilusão
Choro meu lamento...esperando o passar das horas
Sepultei minha dor...no fogo morto da paixão
No meu triste caminho...eternidade como demoras
As palavras ficaram...no meu coração magoado
Numa eterna despedida...minha alma chora por mim
Na madrugada que chega...o silêncio está a meu lado
Na escuridão da noite...na cama fria...não espero por ti
Eu canto o silêncio...na solidão da Primavera
Numa dor de ausência...a rasgar-me o peito
Neste vazio doloroso...onde ninguém me espera
No entardecer da saudade...onde me deito
Sombras
Sombras
Nos meus olhos...há sombras sem nome
Sombras flamejantes de pensamentos
Na solidão que no mundo me coube
Nas palavras por dizer...de momentos
Nas sombras que povoam minha mente
De vozes distantes...que não sou eu
Numa dor...pressentida...fremente
Da vida... que em mim morreu
Vejo em sonhos...essa sombra que desce
No escuro da noite...na fria madrugada
Essa sombra negra...que não me esquece
Sombra da morte...na noite sepultada
Minha sombra...em gestos doloridos
É voz da minha dor...da minha queixa
Grita...murmura aos meus ouvidos
A solidão...que esta voz deixa
Na sombra da tristeza...vejo o tempo correr
Corre veloz...como a chama da vida
Solto minhas lágrimas...doi-me tanto viver
Corro contra o tempo...em despedida
Minha alma...de negro vestida
Sepultada...com os sonhos...emoções
Na bruma do tempo...esqueço a vida
Na sombra de mim...enterro as ilusões
Nas sombras da noite...estendo a mão
Afasto os fantasmas que estão em mim
Sombras da minha sombra...são escuridão
São negro céu...abismo sem fim
RosaSolidão
Silêncio
Silêncio...de repente há tanto silêncio...como um grito mudo...sepultando o último gemido...a última letra dum poema...o ultimo nome...o derradeiro verso...a última rosa morrendo...o último sonho de amor...o derradeiro grito de vida.
E de repente...há tanto vazio nos meus passos...tanta rua escura...tanto labirinto sem saída...tantos gritos sem voz...tantas sombras no meu olhar...tantos fantasmas na noite...tantas noites nos dias...tantos sonhos morrendo...e de repente...eu morrendo...neste vôo para além do sonho...neste vazio para além dos braços...perto do nada e para além de tudo.
E eu sempre esperando à margem da vida...para além da dor...para além das mãos...nuas...cheias de nada...vestidas de Vento...esperando...apenas esperando...na escuridão das sombras....chorando silêncios.
E de repente...o amanhecer anoiteceu...envolto nas brumas do meu olhar...que se fez rio esperando um navio que nunca vai chegar...uma história que nunca vai ser escrita...um poema que nunca vai ser cantado...e de repente...as palavras fizeram-se silêncio...o silêncio fez-se saudade...o grito fez-se morte...e eu esperando...entre a noite e o vazio...entre e vento e a tempestade...esperando...no cais da solidão.
E de repente...o meu corpo fez-se grito...vestiu-se de ausência...abraço eterno de Outono...perdido no esquecimento...fez-se espera...cansaço do tempo...vestido de abandono...morto antes da morte.
E de repente...o céu escureceu...o tempo vestiu-se de luto...o silêncio dedilhou uma marcha fúnebre...os poemas calaram-se...as rimas entoaram um pranto triste...a noite veio adormecer no meu peito...as sombras...as minhas eternas sombras...dançaram a última valsa...antes do fim...em silêncio.
O tempo não volta...a distância é um grito na imensidão
Os meus restos jazem...com os meus sonhos amortalhados
Vestiram cetim...hoje moribundos...vestem-se de solidão
Alimentam-se de desenganos...vivem no limbo...estilhaçados
Calo os anseios...amortalho os desejos...amordaço o peito
Rasgo as palavras...que me rasgam o corpo...e anoiteço
Há um grito amargurado...na solidão onde me deito
Mergulhada no abismo...escrevo na alma...este silêncio
Há um grito voando...perdido na noite...perdido de mim
Foi um grito...que lancei ao Vento...na fria madrugada
Esperei no vazio do meu coração...uma palavra de ti
Esperei em silêncio...esperei...tão triste...tão magoada
Vazios os braços...frias as mãos...no olhar a escuridão
Nas folhas secas...entrego meu corpo no Vento...despida
A memória vazia...o fim do dia...o fim da noite...a solidão
A voz da madrugada...gritando em silêncio...a despedida
Sonhadora
Vazio
O vazio permanece...mais presente que nunca, doendo na alma..no coração...roubando a esperança... num tempo em que o esquecimento permanece na dôr...presença constante da solidão, companheira inseparável da saudade...ferida doendo no vazio de um momento...de uma vida...na ausência do presente...sem futuro...nas noites torturadas de espera...fragmentos de bocas sem voz...abismo sem sonho...amanheceres solitários, permanente busca das horas...sempre vazias...na eternidade das noites...no frio dos dias, buraco negro, onde vaga minha alma triste...mágoa permanente, sob a linha do silêncio...mordaça na teia do destino, que tece a escuridão, num infinito de eternidade...vazio de vontades...no nada que o vazio carrega...no ontem de palavras, ferindo o amor...acorrentado ao tédio...dentro do meu grito, como poema doendo no meu peito...sangrando silenciosamente na voz da noite, escorrendo nas lágrimas do meu corpo...eterno infinito de momentos amargos, numa estrada de vazio...dores e mágoas...percorrendo a ausência...na sombra da noite, desejos e angustias, vagam na alma e no pensamento...ecoando o vazio...nos becos escuros da minha espera...caminhando desnuda...nas lágrimas do meu corpo...sem destino...vagando nas noites longas, nos olhares sombrios...rasgando o silêncio que mora nas palavras vazias...no infinito do tempo.
Há dor e cansaço...no meu vazio coração
Nas minhas noites...nada terno...nem um beijo
Na minha cama...já não arde a chama da paixão
Ficou perdido no tempo...o amanhecer do desejo
Na bruma dos meus olhos...um grito uma saudade
Há solidão e vazio...na noite onde me deito
Na dor da minha voz...no meu corpo sem idade
Nas folhas secas...que caiem do meu peito
Na noite...desenhei as memórias...cinzas do tempo
Luar que se apagou...na sombra do meu olhar
Há um muro de silêncio...nas palavras...no vento
Na dor da minha alma...no meu peito a latejar
Sem te ter
Sem te ter
Sonho-te...espero-te amor...sem te ver...sem te ter
Guardo-te no meu peito...escrevo-te em verso...em prosa
Escrevo desejo...choro a paixão...neste querer não poder
Visto meu sonho de seda...renasço em ti...faço-me rosa
No meu sonho...há carícias mudas...palavras de amor
Leve...tão leve...a tua mão...afagando a solidão
Meu refúgio eterno...o teu olhar...despe-me a dor
Leve...tão leve...o teu sorriso...aquece-me a escuridão
Sonhei o amor...a ternura...a tua boca num beijo
Toquei-te...sem te tocar...amei-te...sem te ter
Na noite sem fim...sonhei-te...vesti-me de desejo
Perdido no teu olhar...o meu sonho a amanhecer
És o meu poema...amante prometido...meu amor
És o meu sonho...a ternura do meu coração
És a esperança breve...minha carne...minha dor
És o meu segredo...minha loucura...minha ilusão
Sou solitária sonhadora...meu amor voa no Vento
Docemente...embalo meu sonho...na tua doce magia
Nas palavras...no silêncio...está todo o sentimento
Nas tuas mãos...o meu corpo...envolto em poesia
Sou o sonho...o desejo...o mar do teu corpo
Sou o silêncio...o pecado...a noite...a paixão
Sou a flor...sou o beijo...a ternura...amor louco
Sou a madrugada...teu momento...emoção
RosaSolidão
Profundo de mim
Caminho em vales de águas profundas
Minha alma anoitece...nas lágrimas que choro
No infortúnio onde navego...nas preces mudas
No breu da minha solidão...por ti morte imploro
Morre a tarde...dobram os sinos...alma moribunda
A esperança agoniza...no meu olhar...na minha voz
No meu coração...solta-se uma mágoa profunda
Tomba em mim a noite...minha amante...meu algoz
Fria, lenta...esta agonia...abismo sem fim
Tempo sem tempo...infinito de solidão
Negra noite...negro destino...onde me perdi
Nesta dor sem tréguas...amortalhei o coração
As horas caiem...no meu silêncio...meu entardecer
É Inverno na minha alma...chove no meu olhar
Sinto o frio...na sombra dum sonho a morrer
Gritando dentro de mim...uma dor a soluçar
Sopra na minha alma na noite sombria
Uma dor lancinante...um medo de viver
Um peso que guardo em mim...lenta agonia
Um querer...não querer...o nascer do dia
Minha poesia...desliza dos meu dedos...em oração
Gritando as dores...o infortúnio...minha saudade
Memória sem memória...rima esquecida no chão
Folha morta do meu ser...na minha alma...a eternidade
Silêncio
A noite desce devagar, entranhando-se no meu silêncio...a minha mão anoitece nas letras que escrevo...meus olhos sem luz estão cansados, o papel onde escrevo é negro, como os pensamentos que me guiam a mão...procurando letras de ternura que não sei escrever...estou morta...os meus sentidos morreram...num espaço deserto, no limite do céu...na mortalha feita de nuvens da minha ilusão, no meu corpo envelhecido pelo tempo....amargo no silêncio eterno...um instante apenas onde meu coração escuta o silêncio do sepulcro...num deserto onde houve flores...derradeiras pétalas que tombam, sobre o que sobrou de mim...nas sombras que caminham na obscuridade...há uma ternura breve...depois o nada...a treva...o abandono de mim.
No esgotamento final...tão longo...tão doloroso, num grito de dor, raiando o horizonte onde o sol escurece, no meu corpo por amanhecer, como um fogo de ruína...restos de um incêndio...terra morta num tempo de aridez, na noite que me devasta, na infínitude do destino...na obscura condenação do vazio...nos recantos da sombra...onde fiquei só...nos meus sonhos...no limite do silêncio...nos sons breves de palavras, que estremecem na noite...sem destino, nas memórias antigas...apodrecidas, desfazendo-se em cinza, numa nudez gelada...chorando o meu corpo...em desespero...no limiar do tempo...nos olhos do passado...afundo-me na escuridão sem fim, onde escorre meu sofrimento, no espaço vazio do TU e EU, infinito morto em mim...na memória cansada, como espelho embaciado...a olhar a vida...uma imagem no silêncio...no céu que escurece...na sucessão dos dias...na angustia deste vazio...onde o passado e o presente choram em mim...na tristeza dos meus olhos, vestidos de Outono, vagando na melancolia...são escárnio do meu silêncio...memória da minha loucura, na sombra do tempo que morreu, na nostalgia da eternidade.
Apenas Cansaço
Apenas cansaço...
Apenas um cansaço, um abandono à solidão, um rasgar de sentimentos que já não existem...os sonhos...a vida a dois que ficou nas palavras...não ditas...na mágoa profunda que os anos deixaram...num amor que é passado...num presente que é apatia, um muro construido lentamente, dia após dia, separando toda uma vida, temendo a noite, que me deixa frente a frente, com a realidade...num corpo vazio de paixão... morto. Numa luta de silêncios, num caminhar só, no coração que não sente nada, num vazio de lembranças apenas...do tempo...do ontem...na alma e no corpo... o nada, nos momentos obscuros que me seguem, me prendem, na rua vazia do meu abandono, num diálogo de cinzas, na névoa do tempo...onde estás ausente, nas palavras...no pensamento, na distância infinita da indiferença, no desejo morto...na amargura do tempo, na morte secreta do abismo de memórias apagadas, nas palavras amargas...inertes esperando no vazio, na tortura do tempo...na cinza dos olhos, que já brilharam...hoje são treva...sombra de silêncio, nas lágrimas que caiem docemente, na noite imensa do meu desespero, nas madrugadas que se perderam no tempo...no vazio da ternura, sem um sopro de esperança, nas mãos vazias...no refugio da solidão fria, que vive comigo...num muro eterno, que restou do esquecimento... dos sonhos...que o tempo esfumou, nas sombras que trazem a saudade, agonizando num passado de indiferença e desencanto...nos gritos contidos...no obscuro infinito, da errante noite do meu caminho.
Nas memórias da noite...tenho a tua ausência
Neste Outono que me veste...deixo meu abandono
Neste caminho sem fim...nesta triste dolencia
Neste tempo, sem tempo...neste sofrer sem retorno
O meu cansaço...mora no tempo, na eternidade
No silêncio calado...na escuridão das horas
Desencontrada entre a bruma e a claridade
Na linha do horizonte...onde tu solidão moras
Sou da morte a sombra...no descanso que tarda
Na noite tu me segues...além do pensamento
Sou a sombra que te segue...esperando o momento
De encontrar na eternidade...a luz da madrugada
Minha vida incerta, dolorosa...caminho sem volta
Na profunda solidão...tão perdida, tão carente
No meu grito...toda a dor...toda a revolta
Nesta saudade de mim...nesta mágoa fremente
RosaSolidão
Meu Poema
Meu Poema
No meu poema...há o silêncio da noite...a escuridão
Há saudade...há lembranças...minha amargura
Instante eterno...intensa dor...negra solidão
Meu poema é rima triste...noite escura
Meu poema...escrito a sangue...abismo fundo
Na tua presença...há uma ausência sem fim
Há um frio que sufoca...um grito profundo
Há um latejar...um corpo perdido...de mim
Bebo o veneno da tristeza...em copo de esquecimento
Perdida no meu poema...uma lágrima de amor
Esperando na noite...o cálice do sofrimento
Caminhando na treva...vagando na minha dor
O meu rosto sombrio...traz em mim o anoitecer
No meu peito cheio de mágoa...chora a solidão
Perdido na memória...ficou o meu querer
Na rima dum poema...escrevo a desilusão
Há na minha voz um lamento...um grito de dor
Um choro de saudade...vaga amargura
No meu poema...a sombra de um amor
No meu peito...um sonho...noite escura
Sempre esta solidão...esta sombra...este vazio
Sempre este silêncio...desenhando meu poema
Sempre esta tristeza...as lágrimas...este frio
Sempre a noite...sempre esta dor que me queima
RosaSolidão
Perdida de MIM
PERDIDA DE MIM
Há em mim o vazio da noite...as minhas mãos continuam vazias...o meu coração está morto...é pedra fria...esperando na noite que morra o dia...esperando em mim o esquecimento...nas palavras contidas na sombra...vazio de um tempo que foi partilhado...que hoje é lágrimas apenas...traços de passado escorrendo por entre os meus dedos...dias gastos...cravados em mim...amargos...sabor a sangue...alma sombria...a rasgar-me o peito um grito...a tortura da ausência...terra seca de sentires...mortos na dor...nos enganos...nas sombras que em mim se encerram...sombras de morte...jazendo em mim...sem regresso...perdida nas lembranças...caminhando no abismo...só...rasgando-me o corpo e a alma...num rosto cansado...na noite que em mim mora...na solidão que sou...na saudade de quem fui...no céu que chora em mim...na distância que nos separou...tempo somente...agreste...na memória um frio de Inverno...manto negro, onde me choro nas madrugadas...que são noite...destroços amargos...trago de fel...mágoas que escorrem das minhas mãos vazias...nos meus olhos tristes de saudade...sem palavras...sem gestos...refém da vida...refém de mim...na eternidade que chamo...grito profundo...numa dor que é eterna...esquecida no tempo...perdida de mim.
Repousa em mim o silêncio...num corpo despido de vida
Momentos efémeros...fazendo do tempo cansaço
Dormência perpétua...pedaço de terra revolvida
Mais uma noite...no corpo vazio...nem um abraço
A solidão sou eu...vivida...presa em mim
Perdida no vazio...esquecida de ser...quem sou
Olhos fechados à vida...na ausência de estar aqui
Enterrado na memória...um sonho que se esfumou
Tanta longura...céu azul...que a vida enegreceu
Sofocante imensidão...na alma...um grito amordaçado
No limite da dor...quem eu fui...no meu peito morreu
O meu coração cansado...chora a vida...chora o passado
Sou flor morta...abismo da minha dor
Fui rosa em botão...no jardim da felicidade
Hoje flor perdida...neste Inverno de amargor
Onde ficaste vida...folha esquecida...só saudade
RosaSolidão