Vou-te amar até à ultima gota de luz …
Procura-se o vinculo mais forte, no céu mais estrelado,
Procura-se o regadio da lágrima mais pesada …
Mas a resposta recostei no profundo da alma …
Com a promessa de te amar …
No eterno lugar onde o tempo não tem espaço …
Poema dedicado a todas as mães que se tornaram estrelas antes de serem avós …
Poema dedicado a todas as filhas que ficaram com o coração amputado, antes de serem mulheres…
Faz nos tão bem… escrever sobre o coração com o coração
os únicos espelhos
que espelham o real espectro da alma
sem inverterem a imagem das palavras [por desenhar] ….
são os olhos
e como é imperdível
o seu confronto
com olhar do ser amado
aqueles sorrisos
sem lábios !
aquele brilho
sem o céu estrelado !
como é possível
nascer daqueles rostos,
o mais preciosos piscares de sonhos
e as vezes
num simples restolho do rostolho
nasce um fio de mar
e quando o mar
se confunde com o céu
naquele silêncio doce
o abraço precoce sucede
sem grandes trabalhos
[é assim a mãe e um filho
quando entram em casa
carregados de saudades]
O retrato mais fiel
A cor desmaiou
Desvirginou o quadro
E espelhou
A realidade
Do que hoje sou
Uma flor que perdeu
A cor rosada
Do seu corpo
A virgindade da alma
Sem ser tocada
Que nunca mais
Voltará
A ser
Presente
Para o amante
Para a namorada
Aquele brilho inocente
Chorado antes de um reflexo límpido
Sem ser tocado
Pelo olhar de outro alguém
Tão esperado
Os ecos não são vozes nem o amor são falas
Falas como se desconhecesse
O lugar do choro e das mágoas,
Como se desconhecesse a forja
Das tuas garras.
Falas com a voz de uma tribo inteira,
Das direções certas,
Das batalhas sem derrotas,
Das derrotas que serviram
De força,
Agitadora das vitórias.
Esqueceste de falar
De todas as indecisões
Que te mantiveram parada,
De todas as lições que deste
Sem as comprovares na pele.
No fim da conversa,
A fome do peito
Sabe a silêncio
E não a amor,
Como dantes,
Quando sentíamos
Medo,
Quando um ou outro
Não chegava a tempo
De amar.
A gentileza do toque em mão
sabes
aproximei-me de ti
trazendo aquela pureza do sentir
aquela generosidade intrínseca de te fazer feliz
não queria tocar-te com o comum
próprio dos homens creatófagos
queria dar-te a melhor versão de mim mesmo
por isso coloquei à frente do desejo
a nobreza dos sentimentos
a candura do coração
a verdade
de querer dar
sem querer nada em troca
para além do teu bem-estar…
com o tempo
ensinaste-me
que existe pureza
na pele da carícia
caída no dorso
…que o gosto a murmúrio doce
se intervala na ranhura dos lábios
e num sopro mágico
…que tudo em nós
se procura num todo
o mais chegado
da nossa essência
fervilhando num abraço
…que um afago dócil
nunca poderá
ser impuro
partilhado
na mesma dimensão
…que a extensão dos nossos sentimentos
tem o gemido som
do afeto em fogo
envolvido em prazer
num amor completo
Há um firmamento no teu olhar …mapeando o velejar do meu coração … Há um firmamento no teu coração …mapeando o velejar do meu olhar …
Poderia escolher um milhão de estrelas,
Semeadas por Deus no céu
Para me guiar na emoção …
Mas escolho a luz do teu coração
Para atravessar a escuridão
Da solidão,
Dos passos leigos
Feridos pelo chão molhado …
Escolho a esperança do teu amor
Por mais incerto que seja
Por mais encoberto que esteja o olhar,
Escolho olhar-te,
Despido de peito …
Por mais perto que esteja o clarão de um outro amor,
Escolho fugir para longe, mais perto da dor e da tua incompreensão …
Escolho – te
Pois só há
Uma escolha …
Amar-te!
Amar-te!
Amar-te!
E se um dia,
Deixar de te amar,
É por que morri de alma e de carne …
Cuida dos meus olhos
Em Ti
Em ti,
tudo nascia
mais verde,
amadurecendo o belo...
Tudo
Tudo em ti,
ganhava o inverso do escuro,
no alinhavado sorriso.
Nasceste
de um poema,
verso
caule,
maestro
erguendo
sentimentos em tudo
que nascia,
protegido pelo solo
da carne,
depois do véu da pele.
Chamaram-te
alma
árvore
tutora,
para mim serás
mãe de todas as dores curadas,
de todos os amores
desembrulhados na pele
de mulher amada...
Escuta, linda flor ,com genes de Lisboa ...
Não sei amar
o problema
nunca foi teu…
nunca foi o teu colo
nem o baloiçar dos teus braços
nunca foi a direção dos teus passos
nem mesmo os estilhaços de afeto
que chegavam do teu coração
o problema foi meu
sempre te vi lá em cima
brilhando mais que as estrelas
sempre te vi a árvore
alta
resistindo às tempestades
de uma beleza ímpar
capaz de servir de abrigo
aos anjos mais vulnerados
enraizando
os olhos
os solos
os sonhos
de tanta gente …
como poderia ser jardineiro do teu canteiro ?
podar as cicatrizes dos teus ramos ?
regar-te com gotas de céu ?
se apenas sei imitar o mar
e apenas trago uma chave de sal
impossível de destrancar o cadeado do peito teu …
Depois do teu adeus …o mundo virou as costas ao sol …
O acenar das tuas mãos
Lembram,
Fósforos queimando
Na magreza dos minutos…
O emadeirado dos seus corpos…
E quando parar a imolação da sua luz,
Será o fim do sossego do escuro
Então os olhos se rasgarão dos teus
Deixando a tua imagem intacta
Como tatuagem da alma
Imortalizada no infinito do íntimo
Uma espécie de oásis largado para trás
No começo do deserto…
No início suicida do resto
Que ficou …