PÓ
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Sabe aquele nosso amor?
Aquele que se desfolhou do caderninho de couro
do tempo que o amor era ouro que não se achava em qualquer bordel...
Pois é, esse amor virou pó
E hoje interiorizado nas entranhas do meu eu
Me arrebata pouco a pouco fazendo de mim o liquido para diluir seu ar
No fim da tarde me faz de chá
No fim da noite me traz pra cá!
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Iludir-se
Me faz ser feliz, busque tudo que há de melhor
Me vista de amor e percorra ao meu arredor
Você que me ama, gasta todo seu tempo a buscar
Se perde em me agradar e jamais descansar
Na rua, na cama, me deseja só com um olhar
Meu corpo em faisca, senti teu desejo anarquista
E na minha cama, trepo com você que ama
Eu quero te ver com esperança de um dia me ter
E logo assim crio dentro de mim o iludir-se por nós
Me vista de céu, busque coisas ao leu como um reu
Me faça sonhar, imaginar só ver o mar
E eu que sou tua, na cabeça da sua ilusão
De olho e em pé, com um laço na mão
De olho e em pé, com um laço na mão
Te visto de sol e diga adeus a ilusão
Te visto de sol e diga adeus a ilusão...
Me olha!
E o que eu desejo
Ainda nem vejo
Mas consigo tocar
Eu toco com o dedos
E as letras se fazem até lá
Procuro seus olhos de olho na tela
Que o corpo tenta expressar
Mas você passa distante, fria e inconstante
Mal pode enxergar meu suplicante clamar por olhar!
Prosa com o Mar
Silenciosas e serenas são as madrugadas que me vêem despertar
Sou por vezes um barco solitário a deriva no infinito do mar
Sombra espelhada em espelhos de aguas prateadas que a lua
não cansa mostrar
Linda e exuberante embala-me o sono em uma melodia de encantar
Se diz a errante, mas só erra quando teima em não me encontrar
Navega comigo se faz de amiga, me tira e abriga não sabe falar
É lua eu mar
É tua eu lá
É sã eu lã adoro enrolar
A lua e o mar