Poemas, frases e mensagens de ferrer

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de ferrer

O Tempo

 
O Tempo
 
 
As perguntas perduram,
Fica claro que não haverá respostas,
Mesmo assim me questiono,
Existem conflitos internos,
Perguntas não respondidas,
Dúvidas não tiradas e uma sede de saber até quando...

Deveria existir uma resposta satisfatória, mas não...
Ela tarda em chegar,
Talvez não chegue a tempo, ou nunca virá.

Só resta como alento a consciência que continua mostrando a evolução pelos passos dados,
Pelas veredas desvendadas,
Pelo depois que ainda não veio,
Por um pássaro que vai cantar anunciando um teste novo,
Mais uma oportunidade,
O sinal que precisava para fortalecer-me mais essa vez.

Contudo devo pensar...
Sim, isso basta,
Alimenta o que ainda não me tornei.
Leva crer nas corredeiras que buscam o êxito em irrigar a planta sedenta e esperançosa,
Pelo fim do verão quase interminável.

Quanto tempo? Vou conseguir esperar?
É real ou apenas alimento uma esperança que não transcende o sonho?
Até quando vou esperar por minutos que rapidamente tornar-se-ão breves segundos?

O que importa?
Os dias vem e vão, nada mais que isso resta,
Não além da espera silenciosa...
Pelo dia de silenciar-me.

O tempo diz que não há mais tempo,
Não agora, não para mim, não para um "Bis".
Nada mais... nada mais além de observar a curva...
Ao longo dos intermináveis dias...

Leia mais: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=163986 © Luso-Poemas
 
O Tempo

O Reino Esquecido

 
No cume da ladeira esta a tapera que lhe amparou,
Quando entrar pela porta pequena com palhas entrelaçadas,
À direita estará o berço coberto com uma esteira,
É um estrado amparado por quatro forquilhas fincadas no chão.

Se olhar para o lado esquerdo, mais uma porta mostra o seio do patriarca,
Poucos passos a frente encontrarão um giral,
Nele estão, copos, pratos, talheres e panelas,
Para preparar o alimento dos filhos e do casal.

Ligeiramente a esquerda mais uma portinha estreita,
Saindo por ela verá dois pés de ouricuri enfeitando o quintal,
Ligando um ao outro tem uma vara usada para pendura a caça trazida pelo patriarca caçador.

Se tornar mais uns passos estará ao lado da mais bela planta que ele com apenas cinco anos se encorajou a cultivar,

A planta traz sustento e produz sombra,
Suas folhas mostram as marcas do esforço,
Para resistir ao sol incessante, e não desapontar aquele que a plantou.

À fonte vai a princesa com sua rude beleza buscar a água de beber,
Na água tem folhas que simulando ferrolho impedem a água de escapar da vasilha, essa, apoiada por uma rodilha para não desequilibrar.

Chega a tarde e o sol causticante deixa o cenário para o singelo brilho da lua minguante,
Sentado em seu berço improvisado ele olha a borra no pavio do candeeiro,
Logo a luz se apagará, mais uma vez ele adormece à voz de grilos a criquilar.

Um dia ele conhecerá o desconhecido,
Poderá brilhar um pouco mais que a chama cansada que observa,
Se isso acontecer, será dono de lembranças apenas,
Esse seu reino esquecido, não mais existirá...
 
O Reino Esquecido

O sonho do Plebeu

 
Ter o que não me pertencia sem estar roubando,
Andar em campos nos quais jamais pisarei,
Sentir o perfume do jardim real e não ter limitado o espaço para pisar,
Correr com pernas mais velozes,
Sentir o afago separado para o rei,
Mas que é meu por um instante,
Me pertence antes que os olhos sejam abertos.

A altura não precisa ser temida,
A profundidade não preocupa,
As palavras não precisam ser pensadas,
A inocência oferece a paz do momento,
Não é preciso criar,
Tudo está pronto, tudo é perfeito,
Não é preciso ter medo, estou seguro.

Sua beleza é inigualável,
Seu sorriso alegra a alma desse pobre plebeu.

Os pássaros compõem a canção mais bela,
O vento toca seus cabelos inspirados no mais precioso dos metais,
O caminho nos conduz ao nosso lugar,
Vamos sentar e ver o sol nascer.

De repente sem aviso algum,
Sem permissão para despedida,
Sem chance de um adeus.
Em um lapso incompreendido, o perfeito da lugar ao que é real,
Foi só um sonho, um lindo sonho que terminou...
 
O sonho do Plebeu

Guerra dentro de mim

 
Vida cheia de curvas,
Veias que se cruzam na vida,
Olhar que alegra e fere,
Prisão de portas abertas.

Orvalho que irriga a terra,
Terra que cede seu fruto,
Fruto que lembra seus lábios,
Guerra dentro de mim.

Coragem que treme de medo,
Sentir que não faz sentido,
Quem disse que pode?
Nem se tu quisesses,
Nem se eu pudesse, poder não pode!

Oh! Por quê?
Quem se atreve?
Quem se importa?
Vida cheia de curvas,
Guerra dentro de mim.
 
Guerra dentro de mim

O segundo Sonho do Plebeu (A casa de Madeira).

 
Entristecido pela distância aparentemente infinita de um possível segundo sonho. Nosso Plebeu adormece noite após noite aguardando o dia em que poderá seguir sua experiência. Não é possível impor ou marcar uma data, o sonho parece não voltar.

Já com a esperança esvaindo-se o moço aguarda mais uma noite como todas as últimas; frias e vagas.

Mas como um presente inesperado, da mesma forma em que lhe foi tirada da última vez, sua princesa retorna após algumas horas de sono.
Aquele é outro momento especial, talvez o segundo, como também pode ser o último.

Feliz ele sente novamente a leveza e graça da bela que tanto espera reencontrar em seus sonhos. Dessa vez não é diferente, estão no espaço reservado para aquela ocasião especial.

Entre móveis simples e uma decoração humilde, o jovem plebeu troca palavras com a moça que dessa vez está muito disposta e sorri com muita facilidade. A alegria do plebeu não pode ser calculada ou medida por instrumento algum que qualquer homem já tenha criado.

Debruçado em uma velha cadeira ele ouviu lindas palavras que soou como música tirada do mais afinado instrumento, também falou de coisas aparentemente banais, sentiu-se como uma criança ao lado daquela que em seus sonhos ocupava a posição de amiga, confidente e amada.

Enquanto observava o jeans envelhecido que ela vestia, parecia que viajava entre seu sonho e a realidade do momento, parecia desejar tirá-la daquele espaço surreal, e assim nunca mais estaria privado de sua presença.

Com um sorriso impossível de esquecer, ele levantou-se para buscar algo na sala ao lado. Ao atravessar o batente da porta se deparou com paredes brancas, foi quando lágrimas lhe veio aos olhos. Ele estava de volta à seu quarto, foi um sonho, mais um lindo sonho que terminou...
 
O segundo Sonho do Plebeu (A casa de Madeira).

José Ferreira