Poemas, frases e mensagens de Transcendente

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Transcendente

ULISSES PERANTE TRÓIA

 
Estou perante estas muralhas altas
Espessas como uma montanha
Impenetráveis como o aço
Tal como Ulisses perante Tróia
Há algo que me atrai no seu interior
Como um grito desesperado
Uma voz muda que chama por mim
Ergo-me solitário e decidido
Perante estes muros imponentes
Desencorajadores de heróis
Carrascos de qualquer exercito
Munido de sangue sonhador
Com o olhar audacioso
Erguendo a bandeira da certeza
Talvez o mundo me chame louco
Mas esta voz que me chama
Conta-me histórias de tesouros
Maravilhas sem fim e jardins gloriosos
Sabedoria e loucura
Humildade e glória
Tudo atrás destas muralhas
Feitas pelas mãos de um Deus extravagante
 
ULISSES PERANTE TRÓIA

O DOCE SABOR DO VINHO

 
Hoje brindo
Ergo este cálice bem alto e brindo
Brindo com o meu melhor vinho
Brindo aos meus inimigos
Brindo pela raiva que me têm
Brindo à vida que desperdiçam
Brindo à inveja que os consome
Brindo porque me orgulho de mim
Brindo porque tenho pena
Pena de quem desespera com cobiça
De quem tem um coração corroído pelo ódio
Pena de quem não sabe viver
Hoje brindo
Saboreio este vinho doce calmamente
Brindo porque tenho paz
Brindo porque sou forte
Brindo… porque sei sorrir
 
O DOCE SABOR DO VINHO

Não me culpem a mim

 
O mundo tornou-me insensível
Pois insensível então sou
Não neguei a oferenda
O coração frio
O pensamento lógico
Calculista e maquiavélico
Não sou mau
Apenas o resultado do mundo
Não culpo ninguém
Por isso não me culpem também
Culpem o mundo
Por existir
Culpem os homens
Por alimentarem o ódio
Culpem quem vocês quiserem
Por aquilo que quiserem
Mas não me culpem a mim
Sou um monstro talvez
Um génio
Um louco
Um guerreiro
Um demónio
Sou o caos
Shiva
Destruidor criador
Sou aquilo que sou
Perdoem-me por isso
Ou então não (pouco me importa)
Temam-me
Odeiem-me ou amem-me
Não quero saber
Mas não me culpem a mim
 
Não me culpem a mim

O DOCE SABOR DO VINHO

 
Hoje brindo
Ergo este cálice bem alto e brindo
Brindo com o meu melhor vinho
Brindo aos meus inimigos
Brindo pela raiva que me têm
Brindo à vida que desperdiçam
Brindo à inveja que os consome
Brindo porque me orgulho de mim
Brindo porque tenho pena
Pena de quem desespera com cobiça
De quem tem um coração corroído pelo ódio
Pena de quem não sabe viver
Hoje brindo
Saboreio este vinho doce calmamente
Brindo porque tenho paz
Brindo porque sou forte
Brindo… porque sei sorrir
 
O DOCE SABOR DO VINHO

APENAS UM DESEJO...

 
Não posso escapar à dor que o sol me causa
Encurralando-me entre as trevas
Onde toda a minha esperança se esvanece
Subjugado pelo medo tento ser forte

Por cada espinho cravado no meu coração
Sinto uma dor que me relembra a fé
E o som da tua voz guia-me na angústia
Acolhe-me no meu acordar

Abraça-me
Tal como te abraças à vida
Dando vida às nossas lágrimas
Unindo a nossa dor

Quero acordar com o sol no meu rosto
E o calor a invadir-me o ser
Como um caminho entre a escuridão
Em direcção ao teu calor

Talvez anseie atravessar os portões do paraíso
Usando esta paixão vinda das trevas
Como chave para fora do pesadelo
Entrada para aquilo a que chamam amor

Ama-me
Tal como amas o sol
Escoando o sangue
No meu coração negro
 
APENAS UM DESEJO...

A MORADA DOS LOUCOS

 
A MORADA DOS LOUCOS
 
Esta gritara incomoda-me
Quero que se calem
As vossas vozes irritam-me
Metem-me nojo
Dão-me náuseas
Façam silêncio
Já vos mandei calar
Calem o tempo
Calem as paredes
Calem a luz
Calem a escuridão
Calem o mundo
Ou deixem-me amar a loucura
Ser invadido por castas de demónios
Deixar que ódio me corra nas veias
Abrir as portas do terror
Enquanto me gela o olhar
E transforma em pedra o meu coração
Em poeira os meus sentimentos
Em fogo o meu sangue ainda humano
Calem-se para que descanse
Quero ficar apático
Calado no silêncio
Sem pensar
Mas quem pensa não sou eu
É a insanidade
É essa gritaria que me enlouquece
Esta confusão deixa-me tresloucado
Num desespero agitado
Numa insónia sem sentido
Porque os monstros não dormem
Enlouquecem
E como vocês não se calam
Eu enlouqueço para não vos ouvir
Para vos calar
Nem que vos corte as gargantas
Para já calo-me eu
Vou habitar a morada dos loucos
E esperar que se calem
Ou então que vos cale eu
 
A MORADA DOS LOUCOS

DANÇO COM O TEU VAZIO

 
Agora estás vazia
Com o olhar perdido no passado
Um sorriso melancólico
E uma apatia no rosto
A tua nostalgia torna-te bela
Uma luz apagada na escuridão

As lágrimas que choras ao deitar
Contam Histórias que me fascinam
De sonhos destruídos e ilusões perdidas
Só um louco como eu entende a beleza
Que um coração partido tem
No seu bater sem vida

Na tua gargalhada simulada
Tentas esquecer o abismo em que caíste
E a mágoa que te acaricia
És linda na tua tristeza
E cada lágrima que vertes
É uma jóia brilhante e inestimável

O teu vazio atrai-me
Como um vórtice para outro mundo
O teu novo mundo cinzento
Onde te perdes por jardins sem vida
E a tua nostalgia se torna beleza
Esquecida num mundo sem sentido
 
DANÇO COM O TEU VAZIO

Talvez

 
Um novo dia começa novamente
O sol nasce, o sol morre
Reinicia-se o ciclo da decadência
A noite nasce, a noite morre

A balança das escolhas pesa novamente
E uma decisão antiga cai por terra
É o ciclo das ilusões que se reinicia
É a ânsia das mentiras que nos rege

Toda a vida se baseia em fantasia
Tornando vazios os nossos sonhos
E a nossa ilusão tristemente desejada
Tem como destino apenas mais uma mentira

Liberta-me se conseguires
Pois o meu paraíso é uma mentira
Tenta libertar-me se conseguires
Com isso a que chamas amor

Liberta-me, pois essa é a minha ânsia
O meu paraíso é uma ilusão dolorosa
Por isso tenta libertar-me sem medo
Com essa outra ilusão a que chamas amor
 
Talvez

OCULTO

 
Neste momento mágico
Em que partilhamos este beijo
Fruto do nosso desejo, da nossa paixão
É como se as nossas almas se abraçassem

Num toque ardente entre os nossos lábios húmidos
Numa dança audaz entre as nossas línguas ansiosas
É como se todos os segredos do universo
Nos fossem revelados naquele ansioso momento

Mas para quê conhecer os segredos do universo?
Se apenas desejo saborear este mero momento físico
Um simples acontecimento sem sentido para o mundo
Apenas um encontro entre as nossas bocas…

Ou foram as nossas almas que se encontraram?
Neste singelo momento em que as nossas línguas dançam
Em que a vida ficou esquecida
Em que os segredos do universo se tornaram insignificantes
 
OCULTO

VOZ CALADA

 
Aumentei o volume da música
Tentando calar o silêncio
Mas a sua voz calada falava mais alto
Tudo à minha volta estava longe
Baixei os olhos para não ver as pessoas
Não consegui erguer a cabeça
Estava cansado sob o peso do vazio
Reparei que tinha a boca seca
Levantei-me para beber algo
Mas perdi-me pelo caminho
Com o pensamento cheio de nada
Hoje nenhuma musica me alegra
 
VOZ CALADA

NÃO SEI

 
Hoje sou outro
Não sei porquê
Mas sou outro
Não sei quem sou agora
Não sei
Mas vou descobrir
Algo em mim mudou
Mudou e ficou esquecido
Vou descobrir quem sou
Descobrir o sol
As cores, o som e a vida
O desabrochar de uma paixão
A carícia de um amor
A paz de um respirar fundo
Os locais de um novo mundo
Quem sou
Não sei
Mas vou descobrir
 
NÃO SEI

AQUILO QUE MAIS TEMES

 
AQUILO QUE MAIS TEMES
 
Beija-me com os teus lábios gelados
Abraça-me com os teus braços cansados
Olha-me com os teus olhos em lágrimas
Sente-me com o teu coração partido
Ama-me com a dor que só uma mulher sente
Sou aquilo que mais temes secretamente
Para ti sou o caos e a destruição
Sou a tormenta que te devora a alma
O herói que mata a guerreira que há em ti
Pois a tua guerra a mim nada me diz
Para ti sou a palavra mais dolorosa
Sou a tua submissão e prisão
A tua espada não me trespassa
O teu escudo não me repele
Perante mim a tua força cai por terra
Sou o teu verdadeiro medo
Aquilo que mais temes
Aquilo que mais te dói
A destruição chamada felicidade
 
AQUILO QUE MAIS TEMES

MELODIA ROUCA

 
Perdido neste momento solitário
Levo esta harmónica à minha boca
Gentilmente os meus lábios a tocam
Como se um beijo carinhoso lhe desse
E tal como um beijo sai espontâneo
Sem ensaio improviso uma melodia
Uma musica que sai do meu sopro
Por entre o tom morno da harmónica
Nascem acordes de tristeza e alegria
As notas tocadas contam uma história
Falam de sentimentos escondidos
De loucas aventuras vividas
Amores perdidos e paixões ardentes
De desejos ocultos no olhar…
Disperso nesta melodia rouca
Vou desenhando novos sons
Falando de mim ao mundo calado
Beijando esta harmónica de tom morno
Improvisando uma estranha melodia
Perdido neste momento solitário
 
MELODIA ROUCA

LUZ ESCONDIDA

 
Os teus olhos enganam-te
Pois vêem como te disseram para ver
As opiniões não são tuas
São da pessoa que te ensinaram a ser

Presta atenção aos pensamentos da noite
Pois neles podes encontrar alguém que conheças
E na escuridão vais ver uma voz
Essa voz que diz: Eu sou tu…

O teu coração sem poesia
Preso dentro do sonho de alguém
Demasiado perto duma fogueira ardente
Mas frio e insensível com a dor

Essa febre fria que quer ser destruída
Levada pela corrente de um rio
Correndo para o mar lavando a mágoa
Encontra a salvação nessa voz na escuridão

Dentro de ti existe essa voz
Uma voz que não se ouve mas vê
É como uma luz escondida
Que ilumina a tua verdadeira vida

Se fechares os teus olhos vais ver a tua vida
Uma verdade nua e crua revelada
Sonhos que nunca viveste
Feridas que nunca sararam

No meio da escuridão vais ver
Essa voz que é uma luz
Uma luz que te leva para uma nova realidade
Onde estarei à tua espera

Tudo isto vais ver
Se apenas fechares os teus olhos

Se nunca pensaste que isto fosse possível
Uma resposta às tuas orações esquecidas
Esquece a mágoa do passado
Agora fora da escuridão
Cada vez que o teu coração bater
Será a tua vontade a fazê-lo
 
LUZ ESCONDIDA

NÃO SEI PORQUÊ...

 
Ela cativou-me e por isso aceitei o seu convite.
Há muito que não me deixava cativar, talvez por isso me tenha entregado tão rápido.
Não sei como, mas ela conhece os segredos da magia. Ela cativou-me e eu deixei-me cativar.
- “Entra no Sonho comigo, leva-me à Lua e daí onde tu quiseres”… - disse-me ela ansiosa. Ela sabia sonhar… Não sei como, mas ela sabia sonhar.
Ela cativou-me e eu levei-a à Lua, o seu Santuário, longe do mundo. Vi a sua beleza. Vestia de negro e na sua mão tinha uma fita branca coberta de magia. Estava feliz, vi no seu sorriso.
Revelei-me então. Pedi que amarrasse a sua mão à minha com a fita mágica, não sei porque, mas quis-me sentir seu prisioneiro. Abracei-a procurando a sua fragilidade.
Não sei porque, mas também me vesti de preto e ela questionou-me o porquê…
- “É apenas poder”. – respondi. Mas porque precisava eu de poder?
Chegou o momento e abri as asas, negras, magnificentes… Abri de tal forma que o vento produzido moveu as estrelas.
- “Um anjo negro”. – murmurou emocionada.
Sim, um anjo negro…
 
NÃO SEI PORQUÊ...

QUEM SABE?...

 
QUEM SABE?...
 
Gostava que compreendessem a minha solidão
Que aceitassem a minha necessidade de me isolar
De ficar só comigo mesmo para esquecer o mundo
E ao esquecer o mundo talvez o compreenda
Quem sabe até sinta falta dele na sua confusão
Até porque eu faço parte do mundo na sua insanidade
Mas preciso desta solidão para ser eu mesmo
Para me encontrar, libertar, purificar, encontrar paz…
Uma paz tão doce, tão terna, tão serena que me recria
E eu renasço nesta solidão livre que me apazigua
Gostava que não me julgassem e respeitassem
Preciso destes momentos solitários para me libertar
Talvez seja diferente quem sabe?… Pois que seja!
Se sou diferente dos outros, peço que aceitem
Que respeitem a diferença pois nela está a beleza
Se quero estar só, deixem-me, para que seja eu
Deixei-me ser eu, na minha diferença e solidão
Deixem-me mergulhar na serenidade e encontrar Paz
Para que quando voltar… Vos leve essa Paz também…
 
QUEM SABE?...

MORRES PARA O SONHO

 
No calor da noite,
Iluminada pela lua cheia.
Gloriosa e bela.
No seu esplendor iluminado,
Assisto à cerimónia,
Do fim da tua aventura sonhadora.
Carrego o teu corpo belo.
Quase no fim das tuas forças,
Lutas para manter os olhos abertos.
O fim dos teus sonhos,
Dão-te uma beleza transcendente.

Deito-te no altar do fim da tua fantasia.
Contempla a beleza,
Deste templo magnifico.
Delicio-me com a visão do teu rosto pálido,
Quase sem emoções.
Mesmo antes de fechares os olhos,
Dou-te um último beijo,
Provando a doçura dos teus lábios,
Uma última vez,
Enquanto ainda estão quentes,
Mesmo antes de gelarem,
Sem o calor dos sonhos.
Um ultimo beijo sonhador.

E afasto-me,
Enquanto observo os teus olhos fecharem.
Uma lágrima solitária que cai do teu rosto,
Enquanto o teu corpo gela,
E os sonhos te abandonam,
E a tua vida se torna morta.
Eu afasto-me,
De volta ao gelo quente da minha fantasia.

Talvez um dia te acorde,
Te traga de novo à vida,
Te devolva a força de sonhar,
Com um beijo ardente,
Nos teus lábios gelados,
Te devolva um sorriso sincero,
E o calor ao coração.
 
MORRES PARA O SONHO

NOITE QUENTE

 
O sol adormece calmamente
Lentamente desce no horizonte
Após um dia transformado em séculos de luz
O oceano fica calmo e avermelhado
O mundo acordado pelo sol descansa agora
Para os meus sonhos guardei a minha vida
Mas para os meus desejos guardei esta noite
O meu espírito revela-se nestas trevas ansiadas
Esqueço a firmeza que o sol me deu
Eis-me aqui perante mil luas
Observando o sol criar esta noite imortal
Séculos de luz transformados em dias sem fim
E nós apenas desejamos esta noite aconchegante
Um momento de inspiração para os poetas
Até que se esgotem as palavras que descrevem felicidade

Por vezes desejava que esta noite fosse eterna
A escuridão à nossa volta
É a praia de um mar de luz
Por vezes desejava afundar-me juntamente com o sol
Mergulhar na escuridão
Protegido nos teus braços
Enquanto o mundo fica coberto por esta noite eterna
 
NOITE QUENTE

MOMENTOS

 
Às vezes encontro a serenidade
Dou-lhe a minha mão
E juntos vagueamos por entre as nuvens
Brincamos como crianças inocentes
Esquecemos que a maldade existe
Damos realidade ao sonho
Fugimos assim durante um tempo
E por momentos…
…regresso à inocência
 
MOMENTOS

SOPRO DE ZÉFIRO

 
O vento começa a soprar
Criando uma melodia épica
É hora de partir novamente
Dirijo-me para a proa no navio
Aponto em frente com certeza
Na direcção do desconhecido
O sopro de Zéfiro enche as velas
Solto um grito de guerra
E com a espada aponto o caminho
Rápido vai o navio de guerra
Zarpa para terras desconhecidas
Em direcção à glória da vitória
Não conheço a rota que sigo
Mas foi essa mesma rota de ousadia
Que me trouxe aqui
Foi aonde o vento me guiou
Olho para trás para reter uma lembrança
As muralhas de Ilíon continuam de pé
Imponentes e majestosas
Visíveis mesmo ao longe
Criadas pelas mãos de um Deus extravagante
Afinal quem sou eu sem um passado?
Um rio sem uma nascente?
Mas o momento é de festejar
Pois comando este navio para longe
Para terras desconhecidas
Brindo com um trago de cerveja
A Zéfiro que sopra forte
E na oração do guerreiro
Rogo-lhe por novas paragens heróicas
Força no aço da minha espada
E glória por toda a Terra
 
SOPRO DE ZÉFIRO

“Para amar o abismo é preciso ter asas…”