Poemas, frases e mensagens de Siffert

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Siffert

Visita

 
Abres tua casa
E teu sorriso
Tua tez, tão branca
E tão rubra, tua boca

Mas não tão vermelha,
Matiz de vívida cor
Quanto esse brilho cereja
Pintura em seda chinesa

Neste curto vestido,
Faz tuas coxas
Reluzirem o marfim

Não vás despir-te
Se assim desejas
Te unires a mim

Gueixa ocidental
Aberta, sem segredo
Sem pudor imoral

Levanto a barra
Das tuas vergonhas
Desvelo a rósea jóia

Deixemos agora
Calores carnais
Consumarem essa história...
 
Visita

Vilania vã

 
Lançaram a seta
Em meu calcanhar
Mas, não sou Aquiles
Continuo a andar.

Lateja, ferida aberta!
Calo, mas não a exalto!
És um arremedo de morte
E meu sangue me refaz.

Vicissitudes veneram a dor
Vociferam vaidades insanas
Vilanias que vêm em vão
As vi, vivi e venci,
Vibrando minha virtude

Vampirismo vil, que o vento o devaste!
Vasto é o mundo onde caminho,
Vaga é a tua falta de fé,
E eu devasto-te!
Voz alta, declaro
Vitória pelo verbo vivo!
 
Vilania vã

Andar

 
Dimensões além,
Formas indefinidas,
Sinestesia mágica
Entre tudo e nada

Eu engatinhava

Balbucios, novidades
Largos caminhos,
Pequenos espaços
Perigos...
e desenlaços

Eu corria - e coriscava

Gritos e murmuros
Gargalhadas, choro
Êxtases, sustos
O instável
Em estado puro

A passos largos, eu tropeçava

Conversas, sorrisos
Mente fresca, corpo vívido
Tudo abrindo caminhos
Em vias de temor controlado...

Passo firme, eu caminhava.

Tropeços, subidas
Corridas, descidas
Quedas, saltos
No céu, no asfalto

Agora, fluência
Na inconstância
...isso há
de cessar?
Sim...
a cada dia
recrio
outra forma
de Andar
 
Andar

Meu canto de mar

 
Sol brilha da suave tarde
Varou a quinta hora
Cigarra canta em alarde
Um amor que foi embora

Pedra da ponta da praia
Não deixe o Sol dormir
Por favor, me espere
Deixe-me pular de ti

Ferido, retomo o fôlego
Caminho ao Arpoador
Jovem Velho, trôpego
Mais amor, menos dor...

Ao ponto mais alto, subi
Me jogo ao translúcido verde
Sinto!
Lindo mar, igual nunca vi!
Minto...
Somente teus olhos, ao ver-te...
 
Meu canto de mar

Sobre palavras e pele

 
Vendavais confundem tua mente
E carregam teu coração
Meras palavras, tão-somente
Falsos intentos d'uma canção

Fantasias, agradáveis e tão puras
Deleite que me dizes de cada letra
Tão lindo o irreal imaginário
Mentiras adornadas de pura destreza

Mas, se a natureza urge em ti
Aquele desejo irrefreável e seus clamores
Palavras se queimam, canções cessam
E só ouves o rufar de meus tambores

Nada mais há, d'outro lado do Atlântico
Se te ancoras, no porto seguro
Dos meus braços

Deita-te em minha terra, derrete em meu fogo
E proclama, aos céus e a mim
Ninguém te faz...
Como eu faço.
 
Sobre palavras e pele