Poemas, frases e mensagens de Paulino Vergetti Net

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Paulino Vergetti Net

Sou apenas um poeta apaixonado pela vida e fazedor de amigos.

Entre luzes de amor

 
Entre luzes de amor

D’alva luz retiro o meu amor
e dou-te as salvas animadas
ardentemente apaixonadas
por tua alma.
Achega-te e dorme em mim
e sonha entre nós dois
e tudo o que há de vir depois
ser-nos-ão tão lindos sonhos.
Do meu peito dou-te a vida
e se és por mim amada,
nunca serás esquecida
porque o nosso amor é-me eterno.
D’alva luz ponho as luzes minha
em tuas alvas preces de euforia
quando o teu coração abraça o meu
e nós em nós tão apaixonados.
 
Entre luzes de amor

Diz a palavra

 
A palavra dita me desarma
e fere e ama.
Há as que me abandonam
e não me dão os versos.
Há nas palavras ditas
a mentira das minhas verdades
e a clareza baça do mundo
o que não sei dizer
quando os dias se acordam.
A noite é minha melhor aventura
e choro e rio antes que vá embora
acordar outros segredos
dessegredados e tristes
como a ilusão de minhas auroras...
 
Diz a palavra

Beija-flor encantado

 
Nossos beijos têm sabor de mel,
certamente caem de algum céu
que nossos olhos não vêem.
Tua pele é mansa brisa
que levemente não me avisa
quando me dá um abraço.
Teu amor é a minha alma viva
que sem se despedir
fica e vai embora
como um beija-flor
que sem relógio ou hora
inexiste vivo,
sem se esconder em qualquer abrigo,
mas a voar entre nossos olhos.
 
Beija-flor encantado

Mudando bem...

 
Mudando bem...

O meu amor fareja a lida
e adora ser beijado
e bem beijar a vida
e como a notícia boa,
levar felicidade.

Mas se hoje ainda chora ele,
não lhe haverá de tardar zelos
e sê-lo novamente vivo.

O meu amor ama o mundo
e mais que tudo, a vida,
e chorar não lhe é mais medida
porque guarida há que o queira
e cubra-lhe de felicidade...
 
Mudando bem...

As lágrimas do grito

 
As lágrimas do grito

Saboreio as lágrimas
caem de minha dor
descem pela face
sal, doce sabor
alimentando tudo
ataque das lembranças
amargo amor perdido
depois que guardo o grito
desalinho dum grande amor
 
As lágrimas do grito

Olhos de Pit Bull

 
Olhos de Pit Bull

Teus olhos,
farpas malvadas de um estrago,
cortam-me disfarçados de gente
e nem sequer sentem
que sou eu que te protejo!

Bates-me sem dó
e eu te avanço reprimindo-te
a esconder o que sentindo
nada entendo.

Sou um Pit Bull,
servo fiel e manso,
aprendiz de ti, meu dono,
e faço o que me ensinas
como sina eu ter de ser teu servo
feito um boneco que, levado,
avança e mata
para te amar tu que me tratas
e, pede para apenas eu ser assim.

Teus olhos dizem o que devo fazer
e, se eu errar, posso eu crer
que são teus olhos quem nos matam
 
Olhos de Pit Bull

Visões

 
Eu vejo a minha voz andando
e minhas pernas segurando o tempo,
um tempo de ficar!

Envelhece-me a voz
e herdo a praga que se apaga
e morre-me o que já nasce pobre
e dói uma dor
e é diferente a lida
e esqueço que não se convidam
a fome e a comida à mesma mesa.

Eu vejo teu olhar chegar
e trazer-me tristezas tantas
que o que há agachado se levanta
e meu sorriso chora
e o meu silêncio fala!
 
Visões

A lua desfilando

 
A lua desfilando

Que linda lua é essa então
que passando em minha janela
rouba-me o coração
e dos meus punhos o olhar
e seu cheiro deixa no luar
e feliz e ousada vai embora?

Fico a olhá-la apaixonado
ouvindo da vida seus dobrados
e no meu peito a alma ansiosa
que me fecha todas as portas
para que eu também não vá com ela .
E qualquer perfume lembra-me a lua
que vistosa voa sobre as ruas
desfilando desencantada
sendo ela a própria serenata,
o chamariz da praça
onde os casais beijam-se e abraçam-se
aplaudindo a passagem sua .
 
A lua desfilando

Cadeira vazia

 
Cadeira vazia

Fechei todas as janelas
e o sol agora entra apenas
pela porta.
Ela, pensada e morta,
foi à rua
chorar na praça,
cruzar novas estradas...
foi embora.
Fechar-te-ei também,
ó porta linda,
mas a cadeira
vazia à sala será sempre dela,
nalgum lugar
de alguma sala
sem qualquer longa espera,
mas na mesma casa...
 
Cadeira vazia

Coração de molho

 
Cólera violenta, um dia baço
e o teu fantasma é-me irreconhecível,
sai de tuas lágrimas assustadas
como um bondoso bicho
que morde,sopra e chora!

Quimera minha que sou, um bicho quase do mato,
olhando uma indizível dor em teu retrato,
após lembrar-me triste de tão tristes mágoas.

Meu coração sabe insubordinasse
diante da vulgar vontade do teu peito,
um doce de coco que se queimou no fogo.

Se olha assim ao meu olhar, teu olho,
diz-me de alma para alma o que em nós está de molho:
o teu coração ou o meu desabafo?
 
Coração de molho

Versos suculentos

 
É do gosto, sim, que me traz amor a alma tua,
da mesma cor dos olhos baços do teu vil retrato
que de ti tirou os meus, certo dia, já cansados,
em um atmo infiel de eterno tempo,
após eu ter provado os açúcares de todos os teus venenos,
como se só de dor vivesse minha alma.

Hoje o teu beijo já me é insípido e inodoro
e sou eu esse cadáver escrevinhador ou o outro homem que adormecido morre,
vagando no silêncio dos surdos ouvidos de minhas memórias.

Vivendo, recrio instantes de alegria,
driblando pesadelos escolhos lindos sonhos,
sou da carne o que pela carne me proponho:
ser cigano fixo de úmidos desertos ,
um cego que vê ou algum poeta incestuando os versos!
 
Versos suculentos

Inda é cedo...

 
E antes cedo do que tarde
dei-me ser gigante
entre cítaras cantantes,
e entre tudo e nada.

Vago e ecumênico a amar
e tudo o que encontro a olhar
são palavras cálidas
de bocas inda frias.

Mas ouço a outra voz
e santifica-me uma saudade
e sei que mesmo tarde
sou-me pequeno de novo.
 
Inda é cedo...

Caminho de lágrimas...

 
Meus olhos riem
enquanto a minha dor descansa,
escondida,
despranteada.
Em minhas palavras
mora o sol dessas lágrimas
que inocentemente caem
suspirando,
acudindo-se, à espera
doutras delas,
comedidas,
desassustadas
amantes e amigas
desses mesmos olhos meus,
que choram...
 
Caminho de lágrimas...

Que rua é essa?

 
Que rua é essa?

De minha rua,
vejo a casa onde moro
pelas janelas onde os outros me vêem
na estática e presencial lembrança
que evoco de mim mesmo.
A civilização passa em festa
e há choros e há conversas
e uma multidão perdidamente só.
Olho os meus olhos então
e fingo não me ouvir o coração
que prefere ir passear nas ruas.
De minha rua,
vejo a tua, alegremente triste,
como se eu não morasse
em lugar nenhum...
 
Que rua é essa?

É saudade mesmo!

 
É saudade mesmo!

O que sinto é saudade,
já me murmura a fonte límpida
jorrando os sentimentos,
descendo lágrimas.

E a face já não chora só
e convida o coração,
e a flor que aperto em minha mão
traz-me o teu jardim ao peito.

O que sentia era amor,
um zelo puro cheio de amizade
mas se foi a lugar longe,
por isso hoje sinto de ti
tanta saudade...
 
É saudade mesmo!

Recriando mares e luas

 
Recriando mares e luas

Uma lua lindamente disfarçada,
estranha lua,
beijou-me os olhos com o luar
diante de um poema
que fiz para um mar ciumento
que se jogava sobre penedos tristes
com seus versos violentos
afastando os meus.
E eu, poeta multicor,
versejei minha dor
nas águas vivas do que sou...
profundas águas rebebidas,
todas minhas,
nada meu,
tudo teu
onde nós somos nós nos versos!

E refiz a lua
e refiz o mar
e declamei um último verso à praia
e vi a outra lua naufragar
no outro mar que fiz e a declamar
amando oceanicamente
firmamentos distantes,
da poesia, amantes
de mim..., apenas um versejar.
 
Recriando mares e luas

Um coração e outro

 
Um coração e outro

Meu coração alegre,ri
e triste, nunca chora.
Olha,
olha,
olha,
nem vai,nem fica,
nem vai-se embora
apenas ama e adora!

E o outro coração que eu tenho?
Alegre, chora como menino
e triste afoga-se em lágrimas
mas depois gargalha e fica!

Minha alma possui dois
corações que choram...
 
Um coração e outro

Amando e amado

 
Amando e amado

Na arena de minha alma
há um lugar para meu coração
e um cantinho para amar.
Há sim esse lugar
tão pertinho de mim
mas mesmo assim...
tantas vezes foge...
e anda distante...
como se até para eu amar
tivesse que provar
dores mutilantes e ardores mórbidos.

Eu adoro amar sorrindo
e encontrar-me feliz em tudo que é amado,
mesmo que entre cruzes e espinhos
sofra eu crucificado.

O meu amor santifica-se
quando sempre acredita
que não se ama sem se ser amado.
 
Amando e amado

Caminhos socializados

 
Caminhos socializados

Esperto-te na prosa da primavera
quando meus ventos forem flores
e o meu amor tiver asas.
Espero-te na força de tudo,
nas cores do mundo
em ação de graça.
Espero-te
quando não mais houver caminhos
e o teu carinho
souber que a minha estrada
é feita por tuas doces pegadas
e nada mais...
 
Caminhos socializados

Desejos fortes

 
Eu vivo a respirar um amor preso à tua liberdade,
onde eu mais me sinto livre,
crendo amar-te e ser amado
e tudo crendo, crer ainda ser desacreditado
porque sem ti nada é-me o mundo.

Se compuser este poema em vão a culpa é tua,
assim culpada e bela, reticente e nua,
a desejar em mim o quase indesejável.

Amante o sou por esse amor bem diferente
onde eu posso sentir o que tu sentes
e beijar com fervor o que em ti deixar beijado.

Teço esse grande amor como se te pedisse alforria
e enxergasse o Sol à noite e a Lua ao dia
e tu e eu fôssemos de tudo o outro,
misturados em mil desejos afoitos,
sendo nós os melhores amantes do mundo,
os que sabem tudo....
os que já nasceram presos para amarem diferente e livres.
 
Desejos fortes