Poemas, frases e mensagens de Cláudia Banegas

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Cláudia Banegas

Escritora e poeta brasileira.
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ESSÊNCIA

 
ESSÊNCIA

Às vezes ando às cegas, desafiando os meus dias
Caminho ora firme, ora trôpega,
Esfregando à frente minhas mãos frias

Tudo na vida é tão imprevisto
Embora algumas coisas pareçam naturais
Nada programo, nada planejo
Mas persisto sonhando, persigo meus ideais

Pode parecer utopia, isto que vou dizer
Mas hei de viver todos os meus afetos,
E dar todo o meu amor, a quem ele quiser, e merecer

Um dia, bem sei, minhas forças fenecerão
Envelhecida, e talvez esquecida, deixarei de viver
Mas sei que minha sensibilidade é uma essência
que brotará quando eu me for

Em algum lugar, ela nascerá novamente
Firme e forte, linda e colorida
Visitando mil flores, na forma de um beija-flor

(Cláudia Banegas)
 
ESSÊNCIA

Psique e Cupido

 
Tal encanto não se via, entre as belas era a mais bela mortal
Exaltada, em canções entoadas, tão linda não se conhecia
Usurpou a glória da deusa universal

Mas embora dona de tal virtude, não conseguia despertar nos homens, amor
E por um deus-monstro foi amada, o mesmo que a desposou
No alto de uma montanha, por um vento foi elevada, levitou

Tal encanto se quebraria, quando logo veio a descobrir
Pela luz das velas que luziam, que o marido que de beijos a cobria
Não era monstro, mas Cupido, o deus do Amor, que alegria!

Magoado com tal atitude, o deus logo se indignou
_ Psique, é assim que retribuis o meu amor? - perguntou
O castigo foi perdê-lo, e pela sua desconfiança chorou

Correu ao templo, desesperada, aos deuses todos implorou
Pelo perdão de seu marido, que revoltado, o negou
E assim desconcertada, quando nada mais esperava, se animou

Cumpriu suas tarefas divinas, e com asas coloridas, amou
Cupido, solitário, não mais suportou viver sem a amada, e perdoou
Retirada de seu sono pela ponta de uma flecha, despertou

Por tais feitos, suplicantes, um deus a tornou imortal
O que começara duvidoso, por fim perpétuo se tornou
Unindo o casal para sempre, em laços inquebráveis de amor

E da união de tais seres, na forma de uma criança
Nasceu logo uma esperança chamada Prazer
Que bela visão, celestial imagem, pura essência de viver!
 
Psique e Cupido

Namorando o Sol

 
Sou borboletinha que voa sobre o girassol.
Voo leve, feliz, livre e perfeitinha.
Coloridinha, bailo namorando o sol.

Em tuas mãos pouso e repouso.
Carinho e conforto encontro, estou segura.
Minhas asas descansam, és alma pura.

Borboletinhas felizes não aceitam qualquer estação.

Contigo cada dia é primavera, um eterno verão.

(Cláudia Banegas)
Visite: acfarias46.wix.com/claudiabanegas
 
Namorando o Sol

O amor

 
O amor é como laço,
que nos prende, nos aperta
em largo abraço.

O amor é doce sentimento,
intenso e atrevido,
para ser vivido a cada momento.

O amor é um beijo molhado,
cheio de carinho e afago,
oferecidos pelo ser amado.

O amor é tudo de bom,
é sonho, é devaneio,
é composição em belo tom.

Esse amor não sai da mente.
É doença? Falta de razão?
Não sei, sinceramente...

O que sei é o que sinto,
e expresso com emoção,
eu amo, não minto.

Sou tua, paixão.
 
O amor

Paz para Todos!

 
Quando penso na paz para o mundo,

logo esqueço de mim.

Meu problema já não é tão grande,

e a minha lágrima já não corre só.

Nada é mais tão meu.

Não é mais o meu sofrimento,

mas sim o sofrimento de todos.

Não é só a minha dor, sentida em meu isolamento.

É uma dor coletiva, entretanto é uma dor que une.

Entendo então, que só unidos, teremos paz.
 
Paz para Todos!

FOGO E AR

 
No momento meu coração virou água,
que transborda e molha as pedras na estrada,
que alguém já andou um dia.

No momento meu peito é chama,
que arde e clama, que chora e ama,
porque passado é passado, nada posso mudar.

Sou vento que venta, invisível.

Sou fogo que arde com lágrimas por combustível.

(* Este poema é um indriso. O indriso é um novo gênero literário, uma nova modalidade poética derivada do soneto, criada pelo escritor espanhol Isidro Iturat)
 
FOGO E AR

O Cansaço e a Esperança

 
Ando me sentindo cansada,
e o cansaço me tira as forças.
Isso, de fato, é se cansar?
Andar e não chegar a lugar algum?
Até quando?
Até quando devo esperar?

A esperança no meu coração, se adia.
Dia após dia, espero.
E espero... e espero... e espero.
Logo, é noite.
Adormeço.

Se faz dia, outro dia.
Tudo de novo, outra vez.
O cansaço continua, a fraqueza também.
Mas decido continuar esperando...
Quem sabe, um dia,
esse mal se transforma em bem?
 
O Cansaço e a Esperança

Dor Secreta

 
DOR SECRETA
(Indriso)

Esta dor que me consome
parece querer perpetuar-se
pois faz aqui, no meu peito.

Vejo então, que é hora de seguir adiante,
de me abolir da tua escravidão.
Serei livre do teu senhorio.

Hoje, caem ao solo as cadeias do meu tormento.

Liberdade, enfim, ao alcance das minhas mãos.

DOLOR SECRETO

Este dolor que me consume
parece querer perpetuarse,
pues yace aquí, en mi pecho.

Veo entonces que es hora de seguir adelante,
de abolir de mí tu esclavitud.
Seré libre de tu señorío.

Hoy, caen al suelo las cadenas de mi tormento.

Libertad, al fin, al alcance de mis manos.
 
Dor Secreta

O Caso Isabella

 
Quando aquela fatalidade atingiu o João Hélio e sua família, ficamos estarrecidos diante de tamanha crueldade e desumanidade por parte daqueles homens, criminosos, frios, assassinos.
Não há como compreender tamanha falta de compaixão, misericórdia e bom senso, por parte de criaturas que aparentemente, fazem parte da raça humana. Digo aparentemente, porque externamente são semelhantes a nós, mas por dentro, a anomalia, o distúrbio de personalidade, a descaracterização como gente, é completa, total e irrestrita.
Agora, nos deparamos com um outro caso, semelhante e diferente, paradoxalmente. Semelhante ao caso do João Hélio, porque outro ato de violência foi cometido contra uma criança. Ao mesmo tempo diferente, porque não foi cometido por um grupo de desconhecidos, desfavorecidos pelas condições impostas pela desigualdade da sociedade. Ao que tudo indica, tendo em vista a investigação feita até agora pela polícia e diante dos fatos, os quais não podem ser refutados, violência essa cometida por pessoas próximas, pessoas que deveriam estar sim, zelando pela sua segurança e pelo seu bem-estar.
É claro, não falamos sobre os mais diversos casos que acontecem contra as crianças todos os dias, nos mais diversos pontos do país e do mundo, das mais diversas formas. Se formos analisar profundamente, o coração não aguenta. É dor demais. É desumanidade demais. É o fim, realmente.
Ainda resta uma esperança, esperança que repousa no interior daqueles que se indignam com tais casos e se levantam para dizer, basta! Chega! É hora de ser feita justiça, a despeito de qualquer coisa.
Segundo investigação policial, uma fibra encontrada na roupa do pai de Isabella pode ser da tela que foi cortada, pela qual a criança foi atirada. "Pode ser" é apenas uma suposição. Neste caso, o povo exige certezas, provas concretas.
Somos pais e mães conscientes, cientes do mundo em que vivemos, no qual já é uma benção quando nossos filhos saem e voltam em paz, em segurança.
Não podemos nos calar, nem aceitar que tal caso caia no esquecimento ou no marasmo.
Isabella tinha uma vida pela frente. Uma menina brilhante, com todo o direito a vida, direito esse que lhe foi tirado da pior forma.
Quantas Isabellas serão necessárias para que as leis sejam modificadas? Quantos casos como os do João Hélio, e outros tantos, poderão comover nossos governantes, provando que é hora, aliás, que passou da hora da tomada de uma atitude rigorosa em relação a determinados crimes?
Que a ida dessas crianças não tenha sido em vão e que em nossos corações não desfaleça a esperança de que a justiça será feita, se não pelos homens, por Deus, que não falha jamais.
 
O Caso Isabella

É Errado Errar?

 
Todos sabem que ninguém nasce sabendo absolutamente nada.
A vida será sempre um aprendizado, do primeiro ao último dia de vida.
Durante o decorrer da existência, vamos aparando arestas, aqui e eali.
Erros eventualmente vão acontecer, mas... até onde podemos chamá-los de "erros"?
Se nos servirem de lição, se aproveitarmos algo bom de cada situação, esse erro pode não ter algo totalmente ruim.
Não teria então o "erro" a função de nos amadurecer?
Quem vive "errando" não estaria tentando aprender? Por outro lado, será que um dia não chega a alcançar a maturidade?
Eu aprendi com os meus erros, ao menos, com a maioria deles. Assumo, é claro, as consequências de cada um, pois estarão em minha vida para sempre, é inevitável. É um fato com o qual tenho que conviver e me acostumar.
Pensando bem, aquele que não erra, vive uma vida tão sem graça...!
Não assimila as más escolhas, as decisões equivocadas, não cresce!
Não pode voltar atrás, pedir perdão, se reconciliar...
Errar pode ser sim, um equívoco, mas também pode ser uma benção.
Depende de nós.
 
É Errado Errar?

Devaneios

 
Sou mulher, sou sonhadora... às vezes desisto, em outras sou lutadora...
Ando com a cabeça na lua, mas também ponho os pés no chão, na rua..
Gosto do som e cheiro de chuva, do cheiro de quem eu amo...
Chego às nuvens quando feliz, mas vou ao calabouço, por um triz...
Que coisa, olha quem me diz
que tudo isso não é o bastante
pra viver e seguir?
A vida é bela, mas todos sabem que tem horas que o coração gela.
A vida é fogo, e todos sabem que todo mundo de louco tem um pouco.
O afago de um cão, o canto de um passarinho,
o farfalhar das folhas nas árvores, o caminho de um lagartinho....
O bailar das borboletas, em dias cheios de sol, um girassol...
Carinhos nos cabelos, um beijo roubado...
Tudo vale a pena quando, um dia, o sonho torna-se real...
Quando o que se espera sai do virtual...
E entra na nossa vida, entra para ser eterno, imortal.
 
Devaneios

DIAMANTE

 
Fui pedra bruta um dia, bem sei,
mas lapidada e polida pela vida
em precioso diamante me tornei.

Sou joia rara, única, sem preço.
Valiosa e cara, muito especial.
Apesar disto sou modesta, humana, mera mortal.

Minha alma é bela, mas das joias o brilho só, não satisfaz.

Garimpar-me levou bom tempo, não me permito olhar para trás.

Indriso.
 
DIAMANTE

Enigma Feminino

 
Sou pura essência feminina
e do meu jeito sou mais menina.
A alma clara abriga sonhos complexos,
outras vezes simplórios.

Carrego conflitos efêmeros,
minhas eternas interrogações.
Não há resposta para tudo, enfim.

Questiono o destino, perco rastros,
confundo trilhas, desatino.
Roubam-me o sono pensamentos bizantinos.

Sou tronco serrado ao meio, indecifrável.
Meu passado gravado em camadas
mascara dores, sorrisos tolos e gargalhadas.

Sou canção silenciosa, mas audível ao coração.
Sou poeta encantada, musicalidade ensaiada.
Tenho em mim sangue de escriba,
me inspiro à noite, nas madrugadas.
 
Enigma Feminino

Amizade (revisado)

 
Em homenagem a um amigo muito, muito especial, sem o qual minha vida não seria a mesma, jamais!

Se um dia eu perder a esperança
Me emprestas um pouco da tua?


Se um dia eu perder a direção
Prometes que guia minha mão?


Se um dia eu quiser desistir
Prometes abrir meus olhos e insistir?


Ninguém é perfeito, sei disso
Mas se fizeres apenas isso
Será mais do que suficiente


Serás futuro do subjuntivo
Pois terei no futuro um presente
E no presente um grande amigo
 
Amizade (revisado)

O Velho e o Mar

 
Minhas mãos trêmulas seguram as redes
como se fossem os meus pães e os meus peixes.
Sou mais um entre outros, talvez o menos lúcido.

O mar me adotou nos lamentos de minha mãe.
Nele fui criado, até me tornar homem forte.
Não canso de olhar o horizonte, que se acaba não sei onde...

As ondas namoram a areia e eu namoro meus sonhos.
Sou um velho apaixonado pelo canto das sereias.
Farejo temporal, leio nuvens e as estrelas do céu que vão e vêm.

O mar apaga minhas memórias sofredoras.
A pele morena não se acostuma mais ficar fora do sal.
Fui adotado por águas claras, que não existem mais.

Mas ainda assim, bendito o dia em que nasci sem pai!
Minhas mãos ainda tremem...não tenho pães, não tenho peixes.
Ouço chamarem meu nome, lá longe...levanto e vou.

Vou pescar, sem anzol e sem isca...andarei até entrar no mar.
O balanceio das ondas me lembrarão os braços de minha mãe.
Sossego. É hora de descansar.
 
O Velho e o Mar

Palavras

 
Palavras e mais palavras,
para o poeta, algo tão familiar.
Dentro da vida, inseridas,
carregam em si o poder de mudar.

Confrontam, questionam,
significam sempre algo mais.

Palavras sempre são lidas,
nem sempre entendidas,
com significados explícitos,
produzem as mais diversas reações.

Umas temperadas, outras, sem sal.
Umas que curam, outras que fazem mal.

Umas pronunciam bençãos,
outras, maldições.
Que poder a palavra tem!
Veiculam conteúdos, também.

Antecedem as ações, isoladas ou em conjunto.
São agentes do mal e do bem.
Vivificantes, mortíferas,
leves ou penosíssimas, tanto faz.

Palavras e mais palavras,
nas mãos do poeta, são arma voraz.
São sementes, cultivadas, plantadas,
naturais, reais.

Quanta coisa a palavra faz!
 
Palavras

Quem sou eu?

 
Na última quinta feira, passei a madrugada no soro, em uma clínica, sentada confortavelmente em uma poltrona verde, reclinável. O motivo: uma intensa crise de labirintite. A causa: stress.
Em 2007, tive muitos problemas. Somatizei muitas coisas e só agora, o corpo chegou ao seu limite, me forçando a procurar ajuda médica. Descobri que meus triglicerídios e colesterol estão alterados, além de estar também com uma alteração na pressão arterial, o que me obriga a tomar, pelo menos, 1/4 de Rivotril em momentos mais tensos.
Eu costumava não pensar, quando era mais nova. Agora, chegando aos 42 anos (nem tão nova, nem tão velha), me pego esmiuçando meus pensamentos, procurando respostas e mesmo sem tê-las, continuo me indagando sempre e sempre.
O que alimenta o stress? Meus medos. O stress é um monstro que come aquilo que eu dou: lamúrias, lembranças do passado mal resolvidas, auto-piedade...
Concluí que preciso mesmo me tratar (detesto frequentar consultórios médicos!). O principal não é o tratamento físico. Esse pode ser resolvido ou com medicamentos ou dieta, mas o que me deixa curiosa é como vai ser o meu tratamento interior.
Penso em quem realmente sou. Como eu me permiti tornar-me o que sou. Meus temores, meus sonhos, meus desejos, meus segredos, meus arrependimentos, meus pensamentos... tudo se torna uma carga que é só minha.
Quando começa a pesar, algo está errado. O meu erro foi carregar a carga tempo demais, achando que era a minha obrigação, tendo em vista as escolhas erradas terem sido feitas por mim, então, obviamente, eu teria que arcar com as consequências.
De certa forma, sim. Não se tira um prego da madeira sem deixar marcas, entretanto, assumir as más escolhas já é o primeiro passo da cura. Errei sim, graças a Deus, errei! Sou humana e por isso posso continuar caminhando de cabeça erguida. Eu sobrevivi.

" As piores correntes não são as que atam os corpos dos homens, mas as que atam a mente deles."

Tive um 2007 difícil em várias áreas? É verdade, tive. Foram dias complicados, genuínos, os quais eu vivi dia a dia. Todos os sofrimentos foram consequências de más escolhas... mas e daí? Escolhi errado, mas entendo agora que não preciso continuar escolhendo errado o resto da vida.
O passado é passado porque já passou. Simples. Fato.
É preciso uma reformulação mental, uma higienização na alma.
Entender que o dia de hoje é único e que existe um futuro a ser construído, e ele será construído em pilares que eu vou criar. Se forem frágeis, tudo ruirá.
É preciso manter as coisas boas dentro de mim e as coisas ruins, do lado de fora. E sem stress em tentar descobrir o que é bom ou o que é ruim. Sim, porque, quem é estressado, a mais simples decisão se torna uma batalha terrível!
Let it be!
Deixemos o rio correr... a vida se desdobra a cada segundo e é isso que devemos aproveitar. Só temos uma.
 
Quem sou eu?

Não foi por Acaso

 
Não foi por acaso que te encontrei.
Não, não foi por acaso um encontro assim.
Não, não foi casual te conhecer, enfim.

Uma pérola dentro da ostra,
foi o que eu encontrei em ti.
Uma amizade nova surgiu, sim,
surgiu de repente, para mim.

Pude adormecer, ouvindo cantigas,
pois você me iluminou.
Abriguei-me em teu coração,
e no meu, você entrou.

(Homenagem ao meu amigo Sílvio)
 
Não foi por Acaso

Amor Obscuro

 
Minha carruagem percorre um caminho obscuro
Apenas o luar alumia a estrada escura
Ao meu lado, Plátio, meu servo, a vigia
E atento com as mãos sobre o gládio,
tão pulcro, tão imponente, tão servil...

Chama minha atenção entre um facho de luz
Os cocheiros se apressam
Temos que correr, o tempo urge
Já não podemos esmorecer
Fico me lembrando da minha coroação
Não sou rainha por opção, sou por coação.
Meu reinado por um amor.
Meu amor por uma paixão.

Devota sou de coração, mas farta estou desta condição.
Por um momento trocaria tudo.
Meus vestidos de seda, minhas jóias raras
Minhas aias, minhas anáguas
Meu reinado por um amor.
Meu amor por uma paixão.

Percebo então que não tenho opção
Não há escolha, não há mais tempo
Meus sonhos são surreais
Meu reinado por um amor
Meu cetro por uma paixão
Que não verei nunca mais.
 
Amor Obscuro

Duetos

 
Dois gatos.
No telhado.
Miam.

Dois pássaros.
No eirado.
Voam.

Dois corpos.
Na cama.
Amam.

Dois corações.
Simultâneos.
Batem.

São dois.
Juntos.
Um só.
 
Duetos

Cláudia Banegas