Poemas, frases e mensagens de AnnRoy

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de AnnRoy

Sou apenas mais um no meio de tantos outros.

Observo-te

 
Porque tu és só tu, dama
Só tu é que acendes assim a chama, dama
Debaixo da pele só tu consegues ainda ser dama
Dama, seremos só tu e eu na mesma cama.

Tecidos não escondem nada
Não escondem a tua moldagem rara
Tecidos molhados são como eu, coração
Queremos agarrar o teu corpo sem nunca dar mão.

Jogo dardos sem saberes
Contigo em mente. Faças o que fizeres,
Um dia hei de acertar
Nesse teu belo corpo onde não há por onde errar.

E um dia, um dia vou-me aproximar,
Deixar a minha voz falar livremente
Com esperança de nos chegarmos a aconchegar
Na bondade que vai ser tua de finalmente me chegares a falar.
 
Observo-te

Andar e Correr

 
Existe o andar e correr
Um é lento outro rápido
Outro é meu e outro é teu
Só um me pode fazer mover
Até ti e te levantar o véu;

Descobrir novos mundos
Gostava de descobrir o teu,
Se o tivesses ou se não o escondesses,
Posso faze-lo do nada para ti;

Momentos capturados durante a caminhada
Longa, dura mas objectiva
Toda a gente vê, todos se metem na linha
Alguns andam, alguns correm,
Alguns como eu ficam parados
Com desejos de poder voar sobre todos
E ficar à frente.

Mas há sempre aquele que se esconde
Sobre osso duro dentro da cabeça
Cujo passado é presente e futuro é sombrio,
Aquele cujo Diabo persegue religiosamente
Com tal caminhada fugaz que arrepia quem comigo espera
Sem nunca tocar, pois ele intimida mas não toca.

E sobre osso duro faz-se viagens e viagens,
Daquelas de invejar os deuses
Porque vamos para tempos em que deus criava tempestades e curava secas
Só com o desejo passar pela sombra incólume e te levar comigo.

Se ao menos tivesse o poder de voar...
 
Andar e Correr

Via Rápida

 
Coisinha fofa.
Castiga, caminha, rebola,
Trinca, dá-lhe com a sacola,
Reflecte, gesticula,
Justifica, agradece
Cheira, aquece
Faz tudo,
Não faças nada,
Corre mais à frente,
Não vale a pena correr do fundo,
Não és nenhuma fada.
Senta, consente.

Faz tudo,
Uma vez mais,
Não faças nada.

Tropeça, aguenta,
Raspa, tem fé, ganha;
Perde, e segue.

Corre ainda mais à frente.
E uma vez mais,
Reflecte, gesticula.
Deixa-te comsumir pela gula.
Esmaga, emagrece
Aproveita a creche.

Porque,

Vais descer,
Mas, uma vez mais,
Raspa, tem fé, ganha,
E, pela última vez,
Tropeça, cai, morre.

Tem uma boa viagem,
Deixa para trás a bagagem.
 
Via Rápida

Encho-me de Ternuras

 
Ahahahah como é bom
Rir sem riscar a mesa com
As minhas unhas feias e sujas;

Encho-me de ternuras
Desconhecidas mas bem-vindas
Que me tiram do poço

Infernal que me vem ao almoço
Enquanto me preocupo com o caroço
Que tenho ou terei;

Não fui eu que o enterrei,
Foi ele, o meu Rei
Senhor Capitão!

Quero que te engasgues com pão
Vaciles e te espalhes no chão!
Quero observar-te

Talvez esganar-te,
Mas quero ver como ficaste
Quando provaste o meu lado bom;

Deixo aqui este como que um obrigado à luso-poemas pela oportunidade de expôr os meus trabalhos. Obrigado :)
 
Encho-me de Ternuras

Confusão

 
Ignora a tua mente.
Ela diz-te constantemente
Que toda a gente te mente
E consequentemente
Viras consciente
De todas as vertentes
E lembras-te de todos
Os rios que passaram
E maltrataram
E nem sequer olharam
Para ti
Enquanto se voltavam,
Sempre a sorrir,
Sem saber o que há-de vir,
Sem pensar no futuro
Que ai vem,
Mais pesado e cansado
Que o presente inconsciente
E o passado sorridente,
Enganador e demente.

Seus actos ficam no cofre,
Para ser aberto
Quando o futuro passar rente.

E eu vou-me rir,
Gargalhadas da minha boca sorridente a fluir,
Enquanto do cofre saiem
Previamente risos,
Agora malévolos sorrisos
Prestes a voltar-se contra o feiticeiro
Que tão depressa deixou o cofre cheio.
 
Confusão

O Fim

 
No meio da confusão nem sempre a bravura vence
Por vezes o carismático caos ganha e convence
Deixando para trás a coragem e afogando-a nos detritos
Elevando ao pódio os que deviam estar convictos.

Quando a frustração ganha lugar
Não há vitória possível;
Para ti, nem para dar.
A realidade por vezes é terrível.

Mas é quando batemos no fundo
Que nos apercebemos que não passa de trampolim.
Apercebemo-nos, não da dureza do chão, mas sim
Que o que se move não somos nós, mas o mundo.

E no contacto com o chão conciso
Não há melhor forma de o cumprimentar
Se não com um sorriso.

De AnnRoy, O Fim. Tudo começa, não interessa como, focamo-nos como dar a volta ou abraçar o começo do fim. Tal fim que pode não acabar em nada. Ou deixamos andar.
 
O Fim

Minha Amiga

 
Sempre algo em vista;
Comida do mar, abençoadas rotundas;
Estou longe de ser purista
Falta de ar, comigo são elas sortudas

Sou um pastor cheio de animais
Solto-os contigo ou em ti,
São processos naturais
Acredita, foi isso que vi

Minha amiga
Gira comigo a tua benção.
Ascensão aos céus, levo-te gratuita-
Mente, sente comigo a elevação
Doutrem, aquele não existente.

Libertação de fluidos,
Nem sequer tenho carta não importa nada
São sonhos corridos
Em que todos os frames vejo a tua cara

Levar-te à praia ou enganar-te em placas
Deixa-me rir, usas-te o meu bronzeador-
Pelo que te fiz vir, agora senti-mos o ardor
São bicadas fortes mas o nosso peito impede as facas.
 
Minha Amiga

Sem Título

 
Quero ser alguém
Saltar e ver o mundo tremer,
Fazer mossa na pedra sem
Seguir outros que não conheço bem.

Fingir não se agarra e agarrar não cola,
Pessoa Made in China,
Abre a sacola
E enfia toda a tralha;

Pode ser que fiques alto;
Sonhos a raspar o chão,
Estreito e longo deixa rasto
Grande marca no coração.

Eleva-te, meu tonto!
Implora e agradece.
Não era esse o ponto?

O miolo apodrece;
A minha vida rota
Gira à volta,
Roda e roda,
E roda uma vez mais;

Persiste e não desiste,
Meu rapaz tolo;
Sonhos... Ah! Insiste!
Deixa para trás visões estúpidas
Põe de lado as revistas
E perde o teu controlo.

A água escorre pelos dedos
E os dedos secam.
A origem dos meus medos,
Ser água na mão de alguém.

Deixo-me à mercê da matemática,
Rebolo-me pelo chão,
Mas o meu corpo no mesmo lugar fica.

A mágoa de outros
Invejada por todos,
Fingida e curtida
Até o pano cair e o meu corpo ficar sem vida.

Fingir,
Fingir traz mágoa,
Toda a mágoa,
Mas não a que desejamos.
Nunca.
 
Sem Título

Não Truman Show

 
Vamos espectadores,
Vejam esta televisão a cores!
Um programa especial
Para uma pessoa normal!

Juntem-se, cheguem-se!
O show vai começar!
Eles perseguem-se!
Ahah, é isto que está a dar!

Aumenta o som, rápido
Não consigo ouvir o apático.
Não gosto nada dele;´
Nunca fala, pequeno mal-criado.

Ali vêm os pais!
Ahah, não se falam
Não são normais!
Ainda se matam,
Vão ver.

Sem graça, lança uma piada...
Aparece o que não faz nada.
Qual é o seu papel afinal?
Não percebe que os está a deixar mal?

Faz alguma coisa estúpido!
Grr! ... Porra, parti a TV.
Não há mal, aquilo tá tudo fodido
De qualquer maneira, já mal se vê.
 
Não Truman Show

Sem Título

 
Vem cá, chega-te perto.
Marota luminosa,
Estou-te a apertar o cerco
Minha alma caridosa.

Postas de bacalhau voam,
Deixam um rasto curioso.
As luzes tocam e cantam
Sobre papos vazios e um ser merdoso.

Custa muito, dívida ibérica.
Corta a meta final,
Onde chegará esta vida rica?
Esta boa vida é um grande truque paranormal.

Mantos coçados vestem a cinza
Da nossa cabeça feia.
Não falo tal como um cão não relincha,
Não há motivos para acabar esta ceia.
 
Sem Título

De Noite ou de Dia ou do Outro

 
Vinhaça reles no copo furado,
Corado nas minhas peles
Carcaça ou bifana venha tudo
Faço com a Ana o que não fiz em casa

Baladas baleadas voam pelas casas rasas
Batidas dum som que deixa pensar
Enquanto pensas nelas fodidas
E as deixas de novo num bom ar

Ou julgas tu,
Cerveja reles na litrosa meio vazia,
Parti as outras garrafas todas
Num mano a mano dou uma razia
E para meter a cereja em cima do bolo
Volto para casa e ambos sabemos que marquei um golo

Com os canhões vamos marchar
É óbvio que não é assim que vai acabar
Gira mais da reles porque ainda sinto frio nestas peles
Traz desses canhões temos uma luta para lutar

E no fim vejo o desfile
Do qual faço parte do todo,
Abanco debaixo do toldo e deixo descansar o bicho que se alimentou hoje
As coisas giram, como muita coisa girou, e tudo o que oiço
São vozes na minha cabeça, que dizem de um poço "foge foge"

E eu bandido, curto bué dessa cena
Deixa-nos descansar já só trabalho por pena
Não preciso de tostões mas se deres uma tosta já aceito
Parece que vivo numa montanha onde o ar é rarefeito
 
De Noite ou de Dia ou do Outro