Poemas, frases e mensagens de P03tiza

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de P03tiza

Morri, meu amor...

 
Morri, meu amor...
 
 
São imensos os lagos que choro.
São imensas as saudades que me esgaravatam.
Era sempre tão pouco o teu demoro,
mas, este até as almas mais fundas desacatam.

Nem mesmo elas resistem,
ao te verem partir sem mim.
Porquê que a tudo assistem?
Só espero que repugnem o fim.

O meu corpo deixou de responder
às suas necessidades.
Em tudo crava: ‘vou morrer
perante estas crueldades’.

Alimento-me de esperanças,
bebo as minhas lágrimas salgadas.
Descontento-me com estas minhas crenças
que outrora foram tão sagradas.

Espelhos que me olham com desdém,
estilhaço-os com a minha mão
que sangra quando lhe convém
que diz não a outra salvação.

Estou perdida…
de joelhos ao peito,
sentada chorando como uma criança.
Fui eu que me teci nesta malha iludida
sem querer saber do seu conceito
acabo nele envolvida como uma trança.

Estou destruída…
não vais voltar e eu aqui hei-de enlouquecer.
Estou simplesmente enfurecida,
se ias partir que sentido faria eu nascer?

Eu já não alcanço nada nestas quatro paredes…
só me grito, só me arrasto…
Não sei solidão porquê que a mim agora te rendes
agora que o meu campo de flores está devasto.

Irei recusar-me a responder à vida!
Não quero mais sofrer…
Nunca me vou conformar da tua ida
só quero ao teu lado renascer!

Agora que as paredes já nada me dizem
o meu corpo suplica pelo auge do sofrimento
peço que as almas agora me pisem
e me levem ao julgamento.

Estou pronta, meu amor
para deixar este corpo e te amar para a eternidade.
Não sentirei mais dor,
depois de te ver, minha claridade!

Imagem forneceida pelo motor de busca Google e video do Youtube.
 
Morri, meu amor...

Eternos sonhos

 
Eternos sonhos
 
 
O vento assobia
as árvores arrepiam-se.
Enquanto a lua se erguia,
os lobos uivavam-se.

Os cânticos celestes
soam-se,
instrumentos como o violino,
as harpas, voam-se
pelos céus que me destes.

As folhas,
soltam-se bailando
suavemente e chorosamente.
Como se tivessem feito escolhas
errando,
humanamente.

A água imensa de cristal,
estilhaçou-se…
aquele brilho astral,
sufocou-se.

Desceu um anjo até mim
convidando-me para dançar
ao som da sua voz, tão suave quanto Jasmim,
disse-me para me levantar.

Eu levantei-me e aquela melodia
tomou conta do meu corpo.
Eu não me sentia
nem falava tão pouco.

À medida que me fui deixando bailar
os meus pés, iam-se distanciado do chão.
Não sei como irá esta dança acabar.
Sinto-me com paz que ilumine toda a escuridão.

Em movimentos sinuosos,
entrego-me aos céus.
Dizem-me os anjos carinhosos,
‘sonhos belos com os meus’.

Imagem retirado do Google e video do Youtube.
 
Eternos sonhos

A harmonia das cores

 
A harmonia das cores
 
Acordo,
e mais um dia monocromático.
Abordo,
um cheiro aromático.

Encontro, cinco cores
e logo surge um pincel na minha mão.
Já percebi, meus amores!
Vou fazer delas uma linda composição.

Então decido sair para o jardim
e começar por pintar aquela relva.
‘Azul’, digo para mim
e ela assim se revela.

Para o céu dito: ‘verde!’,
e o meu grito nele se ergue.
Pinto o sol,
de vermelho
e o cântico de um rouxinol,
obtenho.

Faltam-me duas cores.
O branco, de muitos odores,
na minha casa estanco.

Deixando o amarelo,
para as nuvens de algodão.
E como fica belo,
naquele céu de agrião.

O verde do céu,
completa o vermelho do sol.
E como cedeu,
aquele dia outrora mole.
O azul da relva,
realça a minha linda casa neutra
e faz parceria com o verde do céu.
E como a magia me eleva,
e faz deste mundo tão meu.

Agora sim! Não irei mais dormir,
o meu sonho realizei,
num criar por as cores sentir.

Este poema contém alguma informação sobre o conceito cor, como as ligações que esta estabelece entre si. Vou explicar de forma rápida e sucinta:

Pode dizer-se uma composição equilibrada com uma gama de cinco cores (azul, verde, vermelho, branco e amarelo que equivalem às três cores primarias e a uma secundária, sendo o branco cor neutra), entre elas temos cores complementares e cores análogas (da mesma gama de cor/ ‘da mesma família’).

Sabendo que:
Verde + Vermelho = Cores complementares (no circulo cromático encontram-se opostas uma a outra), obtemos o raciocínio por detrás da relação entre o verde do céu e o vermelho do sol.
O azul com o branco faz um contraste de luminosidade e por isso realça a casa branca.
Amarelo + Verde não estabelecem nenhuma relação como cores de análogas, nem complementares, contudo contrastam.
Azul + Verde = Cores análogas/’da mesma família’ (no circulo cromático encontram-se adjuntas, na parte das cores frias).

E nisto se pensarmos e quisemos ir mais longe obtemos cores secundárias (cores resultantes de uma junção de pelo menos outras duas).
O vermelho do sol ao reflectir no azul da relva dará violeta, nas partes por este iluminadas.
O mesmo vermelho do sol a reflectir no branco da casa, a casa irá ver-se também violeta.
O mesmo vermelho do sol a reflectir-se nas nuvens amarelas, dará cor-de-laranja.

E quem diria que por detrás de este poema se escondia este grande exercício de cor.

Se quiserem saber mais:
http://www.ffcomputadores.com/hst/TEORIA%20da%20COR%20CFPF.htm
http://pt.wikipedia.org/wiki/Cor

Não se esqueçam que as cores também nos provocam sensações e todos as vemos de forma diferente. Espero que vos tenha permitido ter um outro olhar.

Atenciosamente,
P03tiza.
 
A harmonia das cores

Querido, Outono...

 
Querido, Outono...
 
Querido Outono,
no teu jardim amarelado
de folhas cobrindo o chão
pinto mais um monótono,
desflorado,
de solidão…
Como ficam as árvores despidas…
como ficam as plantas frágeis, vulneráveis…
assim fico eu nas despedidas
que comigo nada têm sido poupáveis…
Como o vento de sopros fortes,
tudo leva, tudo arrasta,
pequenos e grandes portes,
tudo devasta.
Continua, a chover folhas…
que pintam o céu de amarelo.
E continuo eu a fazer escolhas,
de como criar o belo.
O vento está zangado,
a natureza está morta…
o que faz o meu ‘eu’ aqui desesperado,
imaginando uma porta?

Imagino, na verdade, quero muito encontrá-la
mas, sei que primeiro, uma viagem me aguarda.
A chave! Tenho que encontrá-la,
é ela a esperança que me resguarda.
Tenho a certeza de que em mim a tenho…
tal como todas as respostas,
que a vida me vai ensinando
nas suas entrepostas,
retenho,
‘assim te vou preparando,
não para viver,
mas para sobreviveres,
porque fácil é viver… esperar a hora da ida,
mas, difícil é sobreviver,
lutar para retardar uma última partida’.
E aqui fico,
deitada no chão,
sendo coberta desta pintura amarela,
e assim me dedico,
a que desta tela,
saia a escuridão.

Desenho feito e editado por mim.
 
Querido, Outono...

Sou eu...

 
Sou eu...
 
Sou eu…
uma pomba outrora livre.
Um desejo que pairava solto
Um som que bem suava no timbre
Sou eu…
um grito de revolto.
Uma fraqueza,
uma alma perdida,
um esquecimento
da mãe natureza…
Sou eu…
eu declínio espontâneo
um sofrimento
mais que momentâneo…
Sou eu…
dentro desta gaiola…
Sou eu…
numa voz melancólica
implorando
a volta do meu Romeu,
ao som de uma viola.

Vem, meu amor,
a tua presença fará desaparecer estas grades
que me envolvem e me limitam.
Esta dor,
irá afundar-se, nos seus degrades
que indigitam.
Vem, fazer de mim uma princesa,
dar-me o sol, a lua
tudo o que eu te peça
Volta, minha alma,
vem definir formas nesta escuridão,
procura nela um nu,
que a tua mão,
logo reconhecerá que é uma pele só tua.

Fico aqui,
de joelhos já sangrentos,
de corpo já cansado,
mas, ansiosa por ti,
pelos nossos momentos,
pelo teu suspirar apaixonado.

Desenho da minha autoria e também por mim editado.
 
Sou eu...

Nas entrelinhas em ti raso

 
Nas entrelinhas em ti raso
 
 
Sou um anjo sem asas
mas como me fazes sobre ti voar.
Sou um anjo mortal
que tanto fazes para eternizar.

Sou um anjo carnívoro
que sacia a sua fome no teu ser.
Serei herbívoro
quando nos meus braços te vir desvanecer.

Como me sublimas
a alma, o corpo, a mente.
Como tanto rimas
aqui neste corpo poente.

A inspiração é perfeita
com palavras escassas
A aceitação é inédita
mas como comigo arrasas.

Quero prometer-te,
que iremos rasgar os céus
mas temo perder-te
no meio daqueles azuis véus.

Ainda te quero trincar
minha maçã do pecado.
Preciso explorar
o que trouxe o vento em recado.

Suspiros…
Sou um anjo de ais…
de emoções mistas…
Também tenho impuros
mas desaparecem com os teus sinais
das minhas vistas.

Folheando esta história
como se lesse atentamente uma revista,
digo-te, não se trata de glória
mas sim de algo surrealista.

Algo para que não há explicação…
Mil perguntas escoam
mas, pergunto-me: ‘hei-de ouvi-las ou não
enquanto os meus passos contigo voam?’

Sou um anjo iluminado
insatisfeito a cada dia que passa
sou o coração corado
que nestas entrelinhas em ti rasa.

Sou lábios secos de te falar
ouvidos treinados de te ouvir
sou alma pronta a acreditar
que fim nunca irá surgir.

Imagem retirada do motor de busca Google e video do Youtube.
 
Nas entrelinhas em ti raso

SUMO de LIMÃO

 
SUMO de LIMÃO
 
Depois de te espremer o SUMO num despertar ainda ensonado, TU pareceste-me doce... exprimiste na minha pele uma satisfação aguda, num soltar de suspiros estridentes, num chiar de CIO. Em conjunto, uma risada... eu, com a 'faca e o queijo na mão', julguei-te minha conhecida, mas no exato momento em que o meu EGO crescia e penetrava nas quatro paredes... arderam os olhos da alma... pois tinhas-me CUSPIDO a tua ACIDEZ, incrédula das minhas promessas.
 
SUMO de LIMÃO

falta de CORAGEM

 
Eu acho que se trata de CORAGEM...

Chamo-te os meus SETE pecados mortais!! És a GULA que tenho, és aquele MEU suplemento alimentar que mesmo quando eu NÃO o QUERO, não o dou a ninguém.
Das-me o sabor da LUXÚRIA por te ter as vezes que quero e quando QUERO.
E é por isso que caio na PREGUIÇA de continuar... Mais uma vez peco, paro na caminhada e digo-te para IRES em frente.
No meu riso, trago esta SOBERBA toda de poder ter TUDO, mas gostar de correr o risco de não sobrar NADA.

(Cegueira é tudo o que não tenho! Quando pensas que olho para o pastor, na verdade olho para o rebanho).

Neste meu jogo desfilo a minha VAIDADE, o meu egocentrismo.
No fim, ainda sinto a IRA por chegar ao fim dos meus pecados e ainda aqui estares, obrigando-me a recomeça-los!

E eu com AVAREZA...
Desconfio.
Olho-te e pergunto-me:

- Porquê?



É bom estar de volta !!
 
falta de CORAGEM

Elixir de desejo

 
Elixir de desejo
 
Diz-me que já não sou inocente,
diz-me que já me deste alas.
Mostra-me o teu amor.
Deixa-me provar o teu inconsciente,
deixa-me desataca-las,
desta dor.

Transforma as minhas lágrimas num sorriso,
mostra-me o mundo por inteiro.
Entende, que é de ti que eu preciso,
que és o meu primeiro!

Faz da minha dor, prazer
faz dos meus medos, desejos!
Quero a teu lado morrer,
sufocada por entre beijos!

Transforma o punido
em vitória!
Segreda-me palavras ao meu ouvido,
mostra-me a tua glória!

Solta-te por entre suspiros,
revolta-te nas minhas fantasias.
Faz fluir todos os impuros
todas as más energias!

Trinca-me as palavras,
saboreia-me as letras,
deseja-me delas escravas,
vê-te nestas minhas facetas!

Toca-me a alma,
sufoca-me a voz
tira-me esta calma
e mostra-me como é o correr de uma foz!

Quero-te nestas entrelinhas.
Desejo-te nestes rascunhos
Mostra-me o céu e as estrelinhas,
espero-me pelos teus cunhos.

Ai, meu amor!
Tu que fazes de mim tua serva.
Ai, meu licor,
que me consome e preserva!

Vou beber-te
mesmo sabendo que me enveneno.
Quero morrer-te,
e fazer deste desejo eterno!

Imagem retirada do Google.
 
Elixir de desejo

Pérola

 
Pérola
 
Pérola
que me encadeias o olhar.
Degola
o meu ser ao dedos estalar.

Num brilho ofuscante
cortas o meu trilho
num respirar sufocante.

Num tocar que me paralisa
o sangue que escorre.
És um brilhar, que me estiliza
cada dia que corre.

Desfilas
num andar sedutor
compilas
fazes-nos banhadas de amor.
Sorris-me num jeito atrevido
e encostas-te a meu peito
num olhar destemido.

e 'Aconteceu'
um amor verdadeiro,
num querer rasteiro.
Amanheceu,
naquele corpo faminto
uma admiração
um sentimento sem mito
sentido de alma e coração.

Sorriram-se os corpos
escondiam-se os olhares
no romper da noite.
Acabaram assim mortos
de suares
sem algum coite.

Inspirado no feito 'Aconteceu' da nossa amiga Ad Te, que recomendo a leitura: http://www.luso-poemas.net/modules/news/article.php?storyid=197626

Muitos obrigados.
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Imagem retirada do motor de busca Google e editada.
 
Pérola

Meu imortal

 
Meu imortal
 
 
Meu imortal,
por onde vagueias?
Diz-me que não cometeste o erro fatal,
de corromper as veias.

Meu imortal,
ainda te lembras de mim?
Vagueio à noite de castiçal,
na esperança de te encontrar por aqui.

Meu imortal,
como eram tão mortais os teus passos,
que fazias acompanhar os meus.
Como ficaram agora tantos fracassos,
nos meus laçados e nos teus.
Ainda me lembro como eras alto,
como tinhas um cabelo forte e perfumado.
Quando te vi, ao meu coração fizeste logo um assalto
jurei-o teu, até depois de acabado.

Ainda choro…
Pelo vazio, pelas recordações, pelo macio,
por entre estas escuridões…
Ainda coro…
Quando fecho os olhos para reviver
os nossos momentos,
nunca julguei que o ‘fim’ fosse aparecer,
e levar consigo todos os fomentos.

Meu imortal,
aqui, nesta vida terrena ainda te espero.
Algo me diz que depois de todo o mal,
virás ver se ainda te venero.

Continuarei a lacar-me em lacrimosas,
continuarei a deitar-me,
e a fazer das minhas almofadas chorosas.
Na esperança que ainda haja uma união
entre nós,
que te dê o sinal, de que de aflição,
começo a apertar os nós.

Caros, leitores se o video da música detectar erro ao carregar play, aguarde uns segundos e avance na linha do tempo do video e volte a carregar play. Obrigados e espero que gostem.
 
Meu imortal

Química perfeita

 
Química perfeita
 
Palavras pedem mais palavras
sorrisos proporcionam sorrisos
comuns levam a telepatias
premimos pedem compromissos!

Pedem-se promessas
suscitam-se sonhos
choram-se lágrimas reemersas
libertando os medonhos.

Levantam-se perguntas
elevam-se as almas
acalentando-se adjuntas
perdem-se as calmas.

Quereres se alimentam
saberes se ostentam.
Vozes se apresentam
trémulas e extasiadas.

Calosas se espevitam,
entusiasmadas são louvadas.
A química é explosiva
o entendimento é perfeito
a íntima é compulsiva
e tudo isto bate a meu peito!

Imagem retirada do Google e video do Youtube.
 
Química perfeita

Um perfeito dueto

 
Um perfeito dueto
 
 
Uma noite chuvosa,
recai sobre mim.
Ensopando-me das suas pesas.
Num deambular cautelosa,
cobre-me assim,
inundando-me das suas emersas.

Uma chuvada
arrastada pelo vento.
Deformada,
por entre as pausas do meu tempo.

Eu apenas envolvida num velho lençol,
vagueio sobre estes aguaceiros.
Sentindo-me uma clave de sol,
sinto os ‘Dós’ dos seus pioneiros.

Uma melodia se dispõe,
destas ruas desabitadas.
Uma esfolia se decompõe
por entre as minhas descobertas insaciadas.

Como te sinto minha mãe natureza.
Só não sei porque tanto choras…
Aguentarei toda esta frieza,
até as mais secas auroras.

O quão é pesada a tua dor,
como te lanças daquele céu pardo,
sem piedade, sem esplendor
e escolhes esta noite para teu resguardo.

Não chores mais…
quero tanto entender-te,
dá-me sinais,
espero não mais rever-te.

Rompendo a madrugada,
lá estava eu,
num banco sentada,
à espera de à chuva ver aparecer Romeu.

No fundo escoavam badaladas
como se algo anunciassem.
Será que se sentem maltratadas?
Como se estas lágrimas já não bastassem…

O sol espreita,
os raios luminosos reflectem naquelas gotículas.
É então que galanteio
o nascer de um lindo arco-íris.

A chuva agora estreita,
cai em suaves partículas.
E sem ser preciso tirar ao sorteio,
dilata a minha íris.

Agora eu percebo,
que aquela melodia
lacrimejante,
era da noite um servo,
aguardando pelo dia,
para se evaporar naquele
recebo flamejante
aquela triste sinfonia.

O amor entre a chuva e o sol,
um perfeito dueto,
acompanhado de um rouxinol,
termina assim este quarteto.



Imagem retirada do Google.
 
Um perfeito dueto

Por entre os véus

 
Por entre os véus
 
Senti,
o perfume da sua pele macia.
Envolvi
a minha alma na sua supremacia.

Explorei,
aquelas rendas
de erotismos
de carinho
de desejo
e amor.

Prendei,
com pequenas prendas
o meu favoritismo
aquele corpinho
que me suplica por um beijo
sem pudor.
Pede-me um beijo louco,
agarra-me numa vontade carnal!
Tudo o que te posso dar é pouco,
meu ser divinal!

És-me tanto!
Já não vivo sem te querer
a meu lado.
Sem te dizer
que por ti o meu Eu é apaixonado.
Adoro as tuas fantasias
a tua voz calorosa,
penetrante!
Coro nas regalias
daquele ser errante!

Imagem retirada do Google.
 
Por entre os véus

Desassossego desnorteado

 
Desassossego desnorteado
 
Algo cruel,
invade os meus pensamentos…
Só encontro mesmo este papel
sempre disposto aos meus tormentos…

Num olhar alagado,
me encontro…
Num sorriso agora apagado
me defronto…

Água salgada
me percorre o rosto…
como se atira-se água gelada
sobre fogo posto.

Nadando em lembranças
nas tuas doces palavras
por que anseio,
dispo-me destas lideranças
agora escravas
o trilho já não é meu planeio.

O meu corpo trémulo,
transpira melancolia…
Sinto-me num tumulto
interdita de qualquer alegria.

Recuso-me a sorrir
sem saber se estás bem.
Escuso de ir
ver mais além…

De pele arrepiada
de pestanas permanentemente humedecidas
rogo pela vinda daquela Fada
e das suas destemidas.

Surpreendendo-me a mim mesma
pelo meu estado elevado de preocupação,
pouso aqui sobre esta mesa
todo o pudor do meu coração.

Suspiro orgulho
por me sentir protegida
mas agora apenas mergulho
e procuro desesperadamente a sua vinda.
 
Desassossego desnorteado

Uma seda que queima

 
Uma seda que queima
 
Nos tecidos da minha pele macia, que se vai enrugando com as peripécias da vida, escorrem suores de ti. Suores que ficaram de um respirar sustido, de um suspiro profundo envolvido num delicado lençol de seda, tecida de um vermelho uniforme e apaixonado.

Em segredo, lanço-te num mar de olhares tímidos e inocentes e contemplo-te. Penetro-te, invado-te faminta do teu ser tão admirável. E querendo ser o teu sorriso, incendeio-me de lágrimas de emoção. Conquistas-me assim, docemente e conscientemente. De cortiços encaixados, de almas entrelaçadas de sorrisos beijados, somos almas perfeitas. A sede ganha movimentos sinuosos, mostra-se volumétrica. Escaldante e húmida, desnuda-nos, caindo no chão como um colar de pérolas, e em gestos (des)entendidos, mútuos, devoramo-nos até à exaustão, deixando marcas daquele antídoto, daquela química nociva. Acelera-se a acção, todo o acontecer abalando todo o redor energeticamente. E no momento certo, do tocar perfeito e desejado, explodem-se em gemidos estridentes e satisfeitos.
Sem forças, alagados em suores de prazer, comunicam-se através de olhares cintilantes e sorrisos rasgados. Depois de um longo período de tempo, a respiração estabiliza, os corpos secam-se e num arrepiar conjunto abraçam-se, entrelaçam-se, adormecem serenamente.

Imagem retirada do motor de busca Google.

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Deixo um pedido de desculpas, pela minha ausência e um grande abraço a todos os que seguem(:

Rute.
 
Uma seda que queima

Nos regaços da melancolia

 
Nos regaços da melancolia
 
 
Sentada feita moribunda
à porta da catedral
num vestido branco que me desnuda
choro segurando um castiçal.

Uma pequena luz que abafo
com um suspiro de melancolia
nos meus lábios um agrafo
depois de contigo levares toda a magia.

De vestido rasgado
de maquilhagem escorrida
de rosto apagado
estava na hora, na hora a tua partida…

O vento sopra-me os cabelos
a chuva, chora-se no meu regaço
neste tempo voam os belos
deixando um coração em despedaço.

Não te lembras do nosso primeiro olhar?
Dos nossos quereres e sentires
apaixonados?
Porque não me canso de te procurar
depois de partires
com tons irados?

Rasgo este vestido
desmancho rosas negras
em pedaços de vida…
Musgo outrora atrevido
agora um despacho de prosas, pedras
numa montanha esquecida.

Deambulo, acabada
de rastos ou não!
Levito sonâmbulo
de alma chorada
de coração na mão.

Imagem retirada do Google e editada por mim. Video do Youtube.
 
Nos regaços da melancolia

O estender da tua mão

 
Nos subúrbios da solidão,
sinto-me trémula,
sinto-me pálida
mas, lá vens tu de mão
estendida,
dar-me a dádiva,
de salvar esta minha alma.
Levas-me então para o outro lado.
Muito encadeamento,
muito calor
e de nada mudo,
surge um momento
de puro amor.
Passamos assim a um terceiro plano,
por entre as nuvens,
elevados nos céus,
ao som leve das teclas de piano,
tocado pelo Deus Zeus.
 
O estender da tua mão

Falei com uma Fada

 
Falei com uma Fada
 
Andando em passos de caracol,
caminhava eu suportando a chuva,
de cabeça baixa de corpo mole
via-me turva…

Cansada de procurar o que não poderia existir…
na esperança escassa do meu sangue…
Dou por mim abraçada,
por um lindo gesto de se sentir...

...Uma luz que sempre me segue,
que havia tomado como sendo um pirilampo
ofuscava-se agora tímida
abraçando-me na sua sede
envolvendo o seu braço esquerdo em torno do meu pescoço...

Partilhámos,
num jogo de palavras nuas
prazeres de uma alma destemida.
Chorámos,
realidades cruas
e tudo o que mais nos temia…
Saímos de mãos dadas daquele poço
agora de partida

a luz do dia, vimos maravilhadas
uma na outra.
A paz, a euforia
viu-nos tombadas
noutra.

Acabadas de nos cruzar
ainda genuínas no pensar
sorrimos…
Olhamos uma para a outra e fugimos.

Fugimos para uma nuvem alta
que pairava num manto negro e estrelado.
De calor ela sente falta
por isso envolvo-a
com o meu casaco,
num gesto carinhoso e educado,
desejando-a
fora do seu casco
a viajar pela sua ribalta.

Olhamos o cintilar das estrelas,
rimo-nos com as formas belas.
E cada vez ficamos mais surpreendidas
de como somos tão entendidas.

Eu não quero crer,
aquela fada também não.
Sinto o querer convertido em poder
num seu simples aperto de mão.

Vejo-me no seu reflexo
parece que me olho ao espelho.
Com um jeito perplexo
para o seu interior olho.

A sua inteligência de ser,
a sua simplicidade em simultâneo
me motiva a querer
que aquele momento seja tão intenso como o Mediterrâneo.

A brisa enfurece,
num sopro mais forte
tremeliques àquelas almas favorece
mas, que dia de sorte...

Descemos então
caindo levemente como uma pena.
Desequilibrados são os bateres do coração
naquela temperatura agora amena.

Já de pés assentes naquele pavimento
peço-lhe, que os seus olhos azuis feche.
Segredando-lhe:
‘Confia em mim, vamos correr
sem medos de tropeçar.
Vamos ser crianças por um momento,
e crer
que este dia não vai mais acabar.
Se cairmos, caímos as duas
pois as minhas vontades são as tuas!'.

E lá estávamos nós
a correr sobre aquele manto macio.
Ora com a força de uma foz,
ora serenas como um rio.

Foram poucos os momentos,
mas foram muitos os intensos…
Agora roucos dos meus jumentos,
digo-te que és parte dos meus pretensos!

Peço-te que fiques comigo
e tu perguntas se me mereces.
Como poderias ser mais meu amigo
se correspondes tão bem às minhas preces?

Vem fadinha,
sabes bem onde moras…
sorri-me sempre.
Desejo-te a meu peito aconchegadinha
sem mais demoras
com a tua luz ascendente.

Imagem fornecida pelo Google e video do Youtube (Pink - Who Knew).

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Escrevo na esperança e na crença que esta Fada de quem falo, que paira entre nós, se manifeste à sua vontade. Muitas são as pistas/palavras-chave(: e aqui vai mais uma:

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Espero que tenham gostado deste escrito e que acreditem em Fadas, elas existem(:
 
Falei com uma Fada

Paixão de Dante

 
Paixão de Dante
 
Encontro-te nu, envolvido num lençol de seda que perfumas com o aroma doce da tua pele. Paralisas-me, tiras-me a vida, por momentos. Sorris-me e eu atrevo-me a avançar. Enquanto o faço, mordisco os meus lábios húmidos de desejo.
A um metro de distância de ti, pareço percorrer um longo corredor, numa encenação dramática como no tempo de Luis XIV, rei de França. Não desviando o olhar, atraís-me como o pólo positivo atrai o negativo. Desorientas-me, desarmas-me o raciocínio. E já a um passo da cama, puxas-me! Caímos os dois num beijo louco e vaidoso. Arrepias-me com as tuas mãos frias daquele copo de champanhe que seguravas. Desnudas-me, rasgas-me a roupa e atira-la dispersa pelos quatro cantos daquele espaço. O cenário não poderia ficar mais quente, quando num ato juvenil e louco, atiras a minha lingerie para o meio daquela cera que se queimava num lume ofegante.


As chamas pintavam agora destemidas, em tons avermelhados e desfocados todo aquele prazer. Os corpos cediam, entrando em ebulição. Ensopados, roçavam-se um no outro, criando uma chuva de loucura. Os móveis, todas aquelas relíquias alimentavam a fome desordeira daquele incêndio, mas pouco nos importava, queríamos apenas viver enquanto imortais, aquele momento eterno.
Quantos cabelos meus foram arrancados pelas nossas mãos selvagens e impiedosas? Quantas tatuagens fizemos arrebatados de paixão? Foram tantas e tão poucas que insatisfeitos, só queríamos mais. Fizeram-se então estilhaçar, num clímax em que os gemidos agudos davam austeridade àquelas cinzas consumidas pelo nosso amor. Nada mais existia à nossa volta. Estávamos cegos e peritos naquele jogo de sedução. E no fim desta melodia dada pela nossa mortalidade jurámos sangue de como viveríamos novamente aquele momento.
Amor, eu estou pronta, encontro-te nu envolvido num lençol de seda que perfumas com o aroma doce da tua pele…

Imagem retirada do motor de busca, Google.
 
Paixão de Dante

'Dum vita est pO3tica'