Poemas, frases e mensagens de Gatopreto

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Gatopreto

É o ópio do povo

 
Podem não concordar
com o que vou aqui escrever,
mas na verdade
é tudo o que está a acontecer.

Tem diversas cores, insígnias, brasões
pode ser metálico, ou de papel
mas a verdade
é que o seu poder,
se estende por varias nações.

Condiciona famílias,
dá-nos uma incrível sensação de posse
domina ideais,
ou até o poderio precoce.

É um militante há milénios,
há quem diga que no inicio
tenho sido inventado pelo povo fenício.
É aquele a que chamamos de dinheiro,
papel moeda, Unidades monetárias.

inofensivo de inicio...
mas poderia
a humanidade pensar,
que algum dia
fosse causador de tanto malefício?

Cortam-se Árvores na sua produção,
a terra é remexida,
as matérias primas
são enviadas para as fábricas
para o processo de transformação.

É como um suposto "pó magico"
criado de forma indevida,
criando uma ganância desenfreada,
o alimento da sociedade,
uma falsa luz da nossa vida.

Ouve-se nos mercados:
- "olha a bolsa vai cair".
Os especuladores dizem
-Se não vender seu bem agora
o seu preço irá diminuir.

As fábricas vão atrás do seu valor,
através das preciosas matanças,
florestas antes habitadas,
são agora abatidas.
Retiram-se os preciosos metais,
matam-se os animais,
transformando tudo em bens de consumo
com eficácia e aprumo.

Nos anúncios televisivos ouve-se:
-"recorra ao crédito quando quiser!"
-" compre aqui mais barato
se quiser desfrutar de verdadeiro laser!".

Na verdade é só conversa fiada,
para alimentar o nosso egoísmo
o nosso governo,
o nosso desejo de consumismo,
e principalmente os bancos,
que criam em nós necessidade
gastando assim o nosso dinheiro
de forma desenfreada.

Passa-se por cima de direitos,
animais e humanos,
crianças exploradas na china,
guerra no Iraque,
enquanto numa qualquer floresta do mundo
ocorre uma chacina.

É o opio do povo, é o opio do povo
o dinheiro, os bancos, o consumo
o sofrimento da pior espécie,
cujos seus tentáculos são maiores
que os de um polvo.
 
É o ópio do povo

II

 
Não me quero ser sozinha,
o corpo é uma casa demasiado grande...
para o meu espírito.

Nele navego sozinha,
de vez em quando,lá decido ir à janela,
que são estes meus grandes olhos castanhos
e à noite retiro-me para os meus aposentos,
aprisionando-me na minha memória
entre bons e maus momentos.
 
II

As Más linguas

 
As más línguas
estão sempre a cochichar
falam, falam, falam
dizem merda sem parar.

Tanta alcoviteira,
tanta língua de trapo
tem sempre a boca cheia,
como a galinha tem o papo.
 
As Más linguas

A morte

 
A morte não tem complacência por ninguém, há quem lhe chame o descanso final, e a quem morre, bem desejamos paz à sua alma.
Mesmo para quem não concorde comigo, a verdade é que a morte é o que de mais justo existe. Leva pobres, abastados, bebés, crianças, jovens, adultos e idosos, bons, maus e os mais ou menos.
Não tem preferência por credos, nem etnias, nem as supostas raças.
A verdade é que por mais frio seja este texto, no fim todos vamos no mesmo barco.
 
A morte

Aquela bela mulher

 
Numa tarde de sexta feira,
como numa tarde qualquer,
tocou-me a porta com um sorriso
uma bela mulher.

Sua boca apetecível,
sua face meiga e doce,
o seu gesto era amável
os seus olhos agridoce.

Aquela bela mulher,
vinha em missão,
pedir a caridade,
para quem não tem pão.

Fiquei enfeitiçada,
como nas histórias de encantar,
por uma bela fada,
que anseio voltar a encontrar.
 
Aquela bela mulher

Os dias de chuva também são dias

 
Os dias de chuva também são dias,
é maravilhoso andar de bicicleta à chuva
e sentir,
aquelas pequenas gotas frias.

Sentir uma liberdade imensa,
sentir o meu corpo molhado
sentir-me ao mesmo tempo maravilhada,
sentir o meu pensamento encharcado.

A roupa fica molhada é certo!
Numa mistura de suor e chuva,
sentindo a frieza da água,
numa doçura alegre e turva.
 
Os dias de chuva também são dias

Adormecida

 
Humildade era o teu primeiro nome,
amar era uma qualidade tua,
meigo era o teu olhar,
e sujo o teu pelo
quando te encontrei estendida na rua.

Os gatos, são seres cheios de vida
e assim eras tu.
Mesmo estando morta
tinhas o rosto...
de quem estava apenas adormecida.
 
Adormecida

Na minha cabeça tola

 
Se Deus é amor,
então o amor é Deus.
O que seria dos homens
senão houvesse amor?
E por sua vez,
o que seria do amor,
se não houvesse homens?

Na minha cabeça tola,
de menina,
penso que Deus criou o homem,
porque se sentia só,
para que...
Se amassem uns aos outros.
 
Na minha cabeça tola

(IV)

 
Não sei escrever poemas de amor, mas sei amar com os meus poemas.
 
(IV)

Sinto a tua falta Poesia

 
Era tão bom que voltasses
sinto a tua falta poesia,
quero os nossos versos de volta
quero novas palavras de fantasia.

Queria musas e fantasias nos meus versos,
antíteses, parábolas
sentimentos submersos,
sentidos escondidos, ou significados inversos.

Queria deixar os leitores dos meus versos...
em catarse,
sentindo algo que podia ser seu,
que o amor se abrisse em flor,
e por fim que os versos e frases,
se multiplicassem como metástases.
 
Sinto a tua falta Poesia

A mais pura fantasia

 
Gostava de ter um mundo
onde me pudesse refugiar,
um lugar alegre e belo
como os das histórias de encantar.

Podia ser um floresta verdejante
ou mesmo um lugar escondido debaixo do mar,
cheio de elfos, fadas, princesas,
Um lugar de pasmar.

Onde todos contaríamos histórias
e preservaríamos um pouco das crianças,
que já fomos
e ainda somos.

Um local onde só a alegria governasse
onde a musica ambiente fosse risos,
e a sua paisagem um sorriso,
sendo assim este local o nosso secreto paraíso.
 
A mais pura fantasia

Poeta

 
Em alguma parte da vida,
todo o homem é poeta
faz de seu coração atleta,
para atingir quem ama como uma seta.
Estarei eu correcta?
 
Poeta

Mundo Novo

 
Qual mundo novo
qual modernismo,
bem vindos ao mundo
do capitalismo.
 
Mundo Novo

Ode ao Perdão ( para ti )

 
Desculpa, perdoa-me,
por não ter asfixiado o que sinto,
como alguém embriagado
se afoga em absinto.

Imaginei-me, de certa forma
a perder-me nos teus olhos,
enroscar-me na tua pele morena,
adormecer na tua mentira serena.

Desculpa, perdoa-me,
mas não consegui perder-te,
perder-te nas minhas memórias
lembro-me das tuas palavras,
doces histórias.

Mais uma vez perdoa-me,
perdoa-me por imaginar tanto
por sentir tanto,
perdoa-me, por fazer das emoções
O meu manto...
 
Ode ao Perdão ( para ti )

Quando a inspiração não vem

 
Há dias em que...
simplesmente a inspiração não vem!
Eu chamo, chamo e chamo
mas não vem ninguém.

Procuro palavras que rimem
ou uma inspiração qualquer,
mas por ironia do destino
nenhuma ideia me vem sequer.

Vasculho, entre paisagens e cheiros
entre as coisas mais exuberantes
ou lugares brejeiros,
as procuras são constantes!

Não dá em nada, resmungo
e apoio a cabeça na minha mão aborrecida
porque a inspiração muitas vezes não vem
ou simplesmente está esquecida.

Invoco as musas mas elas fazem-me caretas
tento encara-las e amarra-las,
puxa-las,
mas nada me sai senão um desperdício de letras.

No meio de tanta indecisão,
e da recusa de não encontrar algum tema
muito atrapalhado,
me saiu este poema.
 
Quando a inspiração não vem

A ironia de pensar

 
Tenho vagas lembranças
de quando era menina,
o medo era algo que não tinha
no meu modo de ser,
de quando era pequenina.

Não me importava de cair nas pedras,
ou de saltar nas poças,
não tinha receio das outras crianças
ou cair de bicicleta
no meio de tantas andanças.

Bem talvez não tivesse medo
por que não tinha noção
do que era esse tipo de emoção.
Contudo fui crescendo,
e ele foi aparecendo.

Isto tudo porque aqui à uns dias...
fui patinar no gelo
só a ideia de me desequilibrar bem..
foi encarada como um flagelo.

Comecei a pensar:
Quando era criança
não tinha medo de cair,
via tudo de um modo tão simples
não tinha receio de agir.

Cheguei à conclusão
de que há medida que crescemos,
começamos a pensar demasiado
colocando obstáculos onde não existem,
o nosso cérebro até fica chateado!
 
A ironia de pensar

I

 
Se amar é magoar-me, então magoar-me-ei eternamente...
 
I

2: 20 h

 
Sou tantos eus, mas sou sozinha, sou tantos uns mas sou só uma. Indubitavelmente uma e apenas uma.
Porquê uma simplicidade tão complicada, como uma ventania que teima em nunca cessar.
O meu nada deixará coisas escritas, porque as palavras são os únicos pensamentos em que podemos tocar, porque ao escrevê-los, torna-mo-los mais reais que nós.
São pensamentos soltos que, acabam por ficar presos a uma folha de papel.
Acabo a viajar no tempo quando dou por mim a folhear este livro.
Muitos amores profundos, que se resumiram no mesmo objectivo, que no fim de escrito e chorado, acabamos por não dar mais valor, ao mesmo tempo que está guardado em algum lugar recôndito do nosso coração.
Olho para o amor porque não consigo desvendar os seus mistérios, quando penso, que já consegui desmontar a humanidade em coisas simples.
Vejo que chove e,que, a água bate na minha janela como uma poesia, que em qualquer momento acaba, a chuva cessa e o ser humano morre.
Penso sempre que tudo é efémero, e que possivelmente pertenço a um organismo qualquer.
 
 2: 20 h

O doce poesia

 
Andando levemente amargurada,
percorrendo o meu caminho
a beira da estrada,
veio uma poesia sorrateira
que me acompanhou
nesta mesma caminhada.

Perguntando-me porque eram curtos os dias,
e a noite tão só e perturbada,
eu respondendo meia acanhada,
disse:-O doce poesia que me acompanhas
vivemos num eterno agora cuidadosamente repartido
cuidadosamente divido
numa pequena temporada.

Não sei porque a noite é escura,
ou porque é tão solitáriamente estrelada,
porque nos faz fechar os olhos
e dormir como uma criança embalada.

Não sei porque é que os dias são pequenos,
mas a verdade oh doce poesia !
Não importa a sua duração,
Há dias serenos,
bons, amenos,
divididos em porções de momentos,
amargurados, bem passados,
ou até onde somos amados.

Os dias e as noites,
não são só amargurados
também, habitam neles...
dos mais doces fados.
 
O doce poesia

Aquele dia

 
Tanto me recordo daquele dia,
em que te disse adeus,
com alguma melancolia,
os meus olhos deixaram de olhar os teus.

Os meus olhos estavam vermelhos,
a minha alma destroçada,
disse-te adeus minha linda morena
foi-se embora à alvorada.
 
Aquele dia

Gatopreto