Poemas, frases e mensagens de poeta-perdido

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de poeta-perdido

delatando

 
188 pétalas ensombradas
Casa de guerra
Província destapada
Foguetes entupindo o ouvido
A garganta borbulhando
Saliva sem sentido
E no presumível termo
Tremo em contorno
Repolho à esquerda
Firmamento de vigias
Ensurdecedoras
Fúrias fibras
Grilos

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delatando

Tela

 
Assimetrias paralelas
Pintadas de fresco
Essas sóbrias telas
Dum coração grotesco

Incandescência obscura
Dessa frígida alma nua
Que arde, a impura
Nessa amarga rua sua

Foge, sem se dar conta
Da vida que vive e mata
A austera tela tonta.
 
Tela

Língua Mãe

 
Vivo, bebendo a cultura
Encarrego-me disto e daquilo
Até á chegada da sepultura

Enterro-me e descanso
Deixo-me escrito e avanço
Para onde de certo não me canso.

Das palavras doces de Pessoa,
Das amadas descrições de Queirós,
das quais a tinta dos meus versos escoa...

Navego incessantemente na língua
e de preso solto e fluo palavras
doces, salgadas, picantes ou amargas.

"Do meu país, da minha cultura sorvo exclusivamente a literatura, a língua que me emoldura..."
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Língua Mãe

Não te deixes apaixonar pelo poema

 
Não te deixes apaixonar pelo poema
Tua voz é melodia
Peço-te que atendas o telefonema
Os nossos corpos em sintonia
Crava-me no teu casaco como emblema
Desperta em mim a adormecida ironia
Capturo a tua alma amena
Caso-te com a poesia
Deixas a acção para o cinema
Acordamos juntos noutro dia
Pois desfizemos o esquema
Ouvimos a casa vazia
Mergulhamos num perfeito dilema
A paixão é a nossa poesia
O amor, nosso poema.
 
Não te deixes apaixonar pelo poema

Sem com nem brio

 
Nas lacunas da vida eu sou tu
e nós somos alguém
que parte e foge de ninguém

vivemos impressionados
condicionados pela realidade
que nos sufoca a vaidade

divagamos, divergimos,
ascendemos, convergimos
nos dissabores que a vida nos trás

somos a sombra que o vento
leva, numa dança gélida e invernal
num pedaço de pauta banal

rugindo, sofrendo arduamente
a traição do tempo sombrio
perdes a cor, perdemos o brio.

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Sem com nem brio

A vida

 
A vida só faz sentido se a vivermos.
 
A vida

A Poesia Não tem Receita!

 
È insípida ou saborosa
È incolor ou colorida
È morte ou vida
È tranquila ou dolorosa
È carnal ou sentimental
È sensual ou púdica
È arquitectura ou ciência
È arte ou mecânica
È redonda ou cúbica
È profana ou pura
È preta ou branca
È temperada ou crua
È contente ou desconte
È vestida ou nua
pelo poeta no seu sub-consciente.

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A Poesia Não tem Receita!

Selecto

 
 
Saciando o desejo
De olhar para o céu
E gritar num bocejo
O mundo é meu!

Sem dramas tais
Foges, fugimos os dois
Perdes-te e vais
Adiar isto para depois

Outrar-me-ei novamente
Para me poder adaptar
Á tua estranha mente
Que teima em não me deixar

Nela por vezes viajar
Acordo taciturno, acordamos o Mundo
e nele somos meras brisas de ar
sementes de amor profundo.
 
Selecto

Bem ou Mal?

 
Pressinto que o bem
Reside na luta contra o mal
Ambos deambulam no imaginário
De todos e de cada um
São parte indivisível
Duma porção da felicidade
Divagam corrompem-se
De vaidade e crueldade
São infiéis aos próprios fiéis
Aos temerosos crentes
Não deixam que lhes libertem as mentes
Mentem, sentem e prendem
Aos pérfidos preconceitos
Que polvilham a nossa alma sedenta
O corpo mole dos seres
Que se deixam envenenar pelo mal
Pecado, salvação, morte, elevação
Do espírito condensado na sublimação
Que é o simples e modesto prazer
De poder gritar: Viver!

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Bem ou Mal?

Orquestra Desconcertante

 
Um contratempo
Um percalço no caminho
Um vendaval no moinho
Rasga os sonhos coloridos
Com muitas cores neutras
E outros tantos desejos aborrecidos
De sujeitos afortunadamente empobrecidos
Pelos delírios malditos divinos
Uns agoiros enfurecidos
Frutos frescos apodrecidos
O contra senso da censura
Gera a maldição pura e dura
Que se esvai na maldita clausura
De soltar melancólicas baladas
Duma sonora orquestra sem partitura
Um grito fino ecoa, o soprano escoa
Este e outros prantos levam avante
O som profano, desconcertante.
 
Orquestra Desconcertante

Pecados

 
Salivar o desejo profano
o súbito flamejo mundano

Moldar o gesto feroz
o indomável lívido atroz

Pecar ao desbarato
pelo amor ingrato

Sacrilégios lentamente lançados
nesta terra de pecados
 
Pecados

Caneta Divina

 
Engenhos empolgantes
Cavaleiros do zodíaco
Dourados semblantes
Entre o pecado afrodisíaco
E as preces entediantes
Do mundo reescrito
Nas linhas do horizonte
Um colossal monte
De acesso restrito
Briga tão infinita
Consoante o veneno
Nos seus corpos se agita
O mal escapa, o bem grita
Vacila mas alucina
A triste humana sina
Traçada aos solavancos
Por uma caneta divina.

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Caneta Divina

SUICÍDIO DIGITAL

 
Lentes bifocais
Ódios dissabores tais
Causam náuseas
As luzes psicadélicas
As armas bélicas
Ruptura profunda
Com os pixéis
Que me constituem
Com a memória RAM
Que me atraiçoa
Sou uma teia de clichés
Um monitor sem computador
Uma bateria sem carregador
Sou o turbo desconectado
Do amor.
 
SUICÍDIO DIGITAL

Nessa madrugada fria

 
Nessa madrugada fria,
Viajo na solidão,
agarro-me ao coração
desenterro a ironia,
nessa madrugada fria.

Nessa noite chove,
No espírito que me aquece,
No silêncio da lareira,
Minha triste alma desvanece!

No dia florido,
Minha alma prevalece.
Aguardo a esperança...
Que surge e me fortalece.

Junto á fonte clara,
renasço sem fraquejar
do silêncio a que a madrugada,
me deixou a sonhar!

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Nessa madrugada fria

Não há rosas, nem sonhos, nem vida.

 
Não,
Não há rosas, nem sonhos, nem vida,
enquanto a alma estiver escondida.

Não,
Não há poesia, nem versos, nem rima,
enquanto o espírito não estiver em cima.

Não,
Não há música, nem dança, nem melodia,
enquanto a alegria não preencher o meu dia.

Não,
Não há palavras, nem letras, nem frases,
enquanto o poeta não esquecer estas fases.

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Não há rosas, nem sonhos, nem vida.

Não me sinto.

 
Não me sinto.
Só, somente só.
Se não sofro, minto.

As palavras de amor
Saem apaixonadamente
As palavras de dor
Intopem arduamente

Um presságio
simplesmente solto
Um sufrágio
Completamente louco

Não te sinto
Tu, somente tu.
Se não sabes, finto
 
Não me sinto.

Sem ti, nada me acalma

 
De um bocejo sou feito
ínfimo, secreto, como um segredo
conjugo-me no mais que imperfeito
acordo desnudo, gelado pelo medo

agarro-me ao nada que é tudo
sofro contigo e por ti
deprimo, mas de ti nada mudo
simplesmente me incorporo em ti

me evaporo na tua alma,
transpiro prazer nos teus braços
planto sonhos na tua palma
sigo os teus leves passos

contudo sem ti,
nada me acalma!

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Sem ti, nada me acalma

Chovendo em mim

 
Chovo, vou num fio
Que pousa na pétala branca
De tão bela flor no jardim vazio
Inundado, a porta tranca

Ao escoar lento dum rio
Vagueio nas entrelinhas da memória
Solto um fugaz desafio
Mergulho nessa tua história

História presa por um fio
Que coso e tu descoses
Violento sopro dum calafrio
Dessas boas almas ferozes.
 
Chovendo em mim

Autómato

 
Nutrido mecanicamente
Pela eléctrica corrente
Que humedece e estende
Em torno da minha mente

O fósforo que apago
E que se acende quando divago
Me surpreende e nele electrifico
Todo o meu ilustre pensamento vago

Sou fio condutor do abismo
O profundo cabo que se rompe
E culmina num cataclismo
Eléctrico, magnético, frenético

Todo o campo se incendeia
Vira cinza, cinza poeira
A madeira enferruja
E o ardente ferro a suja.
 
Autómato

Respirando Jazz, Melancólico e sonhador

 
No despertar,

Sublinho a ideia que vou ter que me levantar...

Acordo levemente e fortaleço a vontade,

que se estende diante do meu espírito...

E me morde carinhosamente,

respirei silenciosamente e soprei jazz...

Música que atenua a alma

e clarifica a mente...

que se espalha através das veias

e solidifica o sentimento de Liberdade e paz de alma!

Sonhando com um futuro próspero mas incerto...

garantindo a presença da poesia em todo ele.

Apalpando essa ambição, dissolvida no meu coração,

agarro o passado com uma só mão...

e viajo lentamente pelo outro,

pela minha poesia de antes,

Por algo que desapareceu, morreu,

E que eu melancolicamente fiz renascer...

Das cinzas ou não, fiz renascer

e despertar um sentimento novo em mim,

A perda, mas a memória que prevalece sobre aqueles poemas,

escritos na minha alma...
 
Respirando Jazz, Melancólico e sonhador