Pormenores
Tudo o que é valioso parte por pequenas coisas, pormenores... É isso que cria...tudo! São os pormenores que fornecem as diferenças, que dão vida ao que é morto.
Tenho uma mão cheia deles, de ti. Pormenores que, colocando-os próximos uns dos outros, se transformam em algo único, tipo juntando peças até se tornar numa obra-prima, algo inigualável.
Em pormenores múltiplos e irreais, que se manifestam de forma diferente e invulgar, mas de forma positiva, em pessoas que nada precisam de fazer para serem únicas; porque basta serem quem são, com os pormenores naturais, tanto físicos e mentais,para serem exponencialmente seres dignos de um tapete vermelho, mas que nem o dinheiro algum o possa dar valor, pois são valores que muita gente só os pode assistir e não sentir. Que é a pouca gente, que os sente e manifesta através desses pormenores, que pode fazer parte de um valor maior, irreconhecível aos olhos dos comuns ou dos que se fazem de cegos.
E os teus pormenores são tantos...Juntando-os, fazem aquilo que tanto és, que expresso em palavras se torna comum aos outros, mas algo que é único não se caracteriza em palavras. Apenas se é.
Tu apenas és.
Rosa de Um Monstro
Benevolência é sempre intensa
Quando olhares são trocados
Fugaz veemente,
No miocárdio melindrado.
São impetuosas, as palavras
Quando me dizes impossível,
Sinto-me na periferia
Com o coração passível
Trago fragmentos de tempos,
Efémeros, como velas,
Que me embalam no teu colo
Como chama cálida das estrelas
Não são certas, as vezes
Que me tornei em palavras brutas,
Sem mereceres metade disso
Mereci ao dobro, a quantidade de lutas
Por mais espírito apático
Que eu possa transparecer
Sou, apaixonadamente,
Um coração entregue ao teu ser
Sou, de parte, um monstro,
Em que a vida depende de pétalas
De forma Sagrada, ela o é
E não precisa de asas
Exala incandescente,
Sem sentido a metas,
Apesar de me atingir
Sem precisar de setas
É uma rosa, dizem pela forma
Mas eu só noto nela
A forma como ela me engloba
Eu não vivo num mar de rosas
Como se costuma dizer
O meu mar é feito só de uma
Que eu morro em proteger
Não me sinto bem
Se te perder em mérito de falhas
Vou te regar enquanto posso
Incumbir-te nas minhas palavras
Mesmo, que algum dia
Questiones em fugir
Partir p'ra horizontes
Que teimam em divergir
Eu vou secar-te e pendurar-te
No canto do meu quarto
Congelar a tua vida
Para que nunca te perca, o contacto
Inato, mas inerente a ti
Sou o monstro de uma rosa
O meu Fado é em prosa,
As palavras são as nossas
Anti-Gravidade
(LER DEBAIXO PARA CIMA)
O meu mundo começa em ti e acaba, em ti.
Fecha os olhos, Imagina
que sonhei Contigo.
no Céu
que faz crescer as Estrelas
e o Pôr-do-sol,
a avistar o Mar
livres como Gaivotas
que vem do arrebentar das Ondas,
a harmonia do Som
por cima das Nuvens,
a ver o Sol
Contigo,
Feliz.
Cicatrizes
Tenho mais cicatrizes que coração, nem sequer sei como ainda sinto. Sinto-me um boneco voodoo, entregue à mãos do meu, mais, habitante ser, do meu peito. Uma picada nele, é como se a sentisse reflectida pelo resto do meu corpo. Sente-o todo. É um reflexo. Da fatalidade da agulha, ou lá o quer que seja, mas que dói, lá isso dói. Espetam. Deve ser agradável, para quem o faz, sentir um "poderzinho" arrogante na ponta dos dedos. Não sei o que esperam de mim, se sinta, sinto, mas sinto para quê? Dar motivos para uma gargalha maléfica, é a melhor maneira de sentir a auto-estima a elevar-se; fazer rir alguém, é bom não é?! Damos vida a alguém. Boa pá! Esperam que eu sinta, eu sinto atrás das palavras... tenho buracos no lugar da carne, se calhar deva-me esconder lá e tapar com "Adeus".
O meu coração parece um queijo suíço, todo esburacado, quem pensasse que era impossível ter tanto buraco num coração , bem que está enganado, porque é bem possível, muito mesmo, a magia disto é que não marca a pele, magia... Magia negra, julgo... Deixou-me toda dorida, esta batalha. Eu sinto, sinto mesmo... Sinto as cicatrizes e parece que há sempre alguém que vem com um dedo, irritante, e faz pressão onde não deve - quer-me tocar, pronto...mas com jeitinho, se faz favor.
Já nada respira. Põe lá a tua mão no meu peito. Sentes? Não n'é?! Sentes tanto como eu... nada. Já nada respira aqui e respiração não sinto. Sai mais ar, que entra. É o fôlego, acho. Tenho falta dele, mas acho que nem sinta assim tanto a falta. Se o essencial não respira, julgo que a falta de fôlego pelo resto do corpo, é algo elementar.Elementar amigo, elementar...
A asma pulmonar é algo banal, a asma da alma é algo raro. E sinto pena, por ter a alma engasgada em buracos que as palavras já não tapam. Quem me dera não sentir tanto assim; o que o nada me traz, para os restos mortais do coração.Sinto tanto, que nada sinto. Os buracos preenchem a falta que a carne faz, que tu e outros passados me roubaram.São cicatrizes de um peito que já não existe.
Bandeira Branca
As palavras tornam-se setas de amor. És o próprio Cupido das palavras.Conquista-me, assim me terás, rendida a ti e aos teus beijos, sabor quente e fresco, sem esquecer as festas que me fazes no rosto. Há pormenores, de mão dada, que me embalam no teu olhar e eu a isso não resisto. Debaixo das estrelas, no monte mais alto, cume conquistado,bandeira branca, não da conquista, mas sim da caminhada de volta. Agora vejo-te por outra perspectiva, mas sempre sem te esquecer...