Última Noite
Sim, você sabe meu nome
Me conhece mais que devia
Mas não temos o mesmo destino
Sim, adoro os seus beijos
Misturamos nossas vidas
Mas não temos o mesmo destino
Sim, você ainda tem o tempo
Me esquecerá facilmente
Mas não temos o mesmo destino
Sim, adoro te ver nua
Misturarmos nossos corpos
Mas não temos o mesmo destino
A noite nunca será a mesma
Eu e você, cada um no seu destino
Tentando encontrar o mesmo rosto
A mesma vida, o mesmo gosto
E a noite nunca se repetirá
Eu e você, cada um no seu destino
Tentando encontrar os nossos rostos
A mesma vida, os nossos gostos
Minha ultima noite contigo
Eu, um corpo abandonado
Você um corpo furtivo
Minha ultima noite contigo
Eu, juntando pedaços
Você usando os sentidos
Veio Assim
Veio assim: como um temporal!
Como raio e trovão rasgando o céu,
O último gole antes da embriaguez total.
Invadiu meu corpo vendo a lua achar
Que a noite é toda dela, e, só, sabe amar.
Veio assim: como um vendaval!
Como o vento forte soprando ao léu,
O último gesto ao fim da lucidez total.
Invadiu minha vida vendo o sol queimar,
Dando ar e saída a quem não sabe amar.
Olhar
O meu olhar triste de criança,
Carrego junto a mim até hoje.
O mundo e sua natureza torta
Me liquefaz a cada momento.
Meio pasmo, sempre simples.
Pedindo a Deus um pedaço
Do céu azul que todo mundo vê.
Meio estúpido, sempre cruel.
Traduzindo o que sou
E me escondendo pra ninguém ver.
Carrego sim esse olhar
Porque sou triste em essência.
Sou covarde - não sonho!
E me escondo fechando os olhos
Imaginando o mundo perfeito
Que eu e você sonhamos.
O teu olhar, o meu sangue,
O vento soprando lá fora...
Suicida
Sou suicida no tempo
Desejando um feliz aniversário
Aos dias que passaram
E te fizeram mulher
Sou suicida sem tempo
Esperando o momento
De saltar no vento
A espera de você mulher
Sou suicida sem lugar
Num mundo sem direção
Sem compromisso consigo
Vivendo apenas de egoísmo
No teu dia comemoro
Mas sinto tua falta
E me acalmo lendo
O que você diz pra mim
Como suicida faço parte
Desse contexto todo
E percebo o que ouve
E entendo tua volúpia
Como suicida sempre
Entendi seus desejos
E sabia que seria minha morte
Apegar-me ao que nunca seria meu:
“Vejo nos teus olhos tão profundos
As durezas que esse mundo
Te teu pra carregar
Vejo também, que sentes que tem
Amor para dar
Perdi-me na vida, achei-me no sonho
A vida que levo não é a que quero
Não quero mais nada!”
*Citação Blindagem
Arfar
Respiro e ouço
O ar, o vento.
Qualquer suspiro
Ou um ruído.
Aliso então sua nuca
E com orgulho meu mundo
Em suas mãos é mais forte.
Toda a sua pele me sufoca.
Respiro pouco e solene
E certamente o mundo rígido
Procura sentir a sua volta.
E sou senhor em meu olhar,
Com minha língua falo carícias
Citando em seu peito sons.
Já são onze e estou doente,
Humilde, eu me entrego à guerra.
E falta ar, me escorre do rosto
Gotas de orvalho água-e-sal.
Respiro e ouço...
Respiro e ouço...
Eu Quero
vamos falar o que?
quero falar o que eu quero!
vamos amar o que?
quero amar o que eu quero!
vamos correr nos campos,
quero ter terra também!
vamos morar na cidade,
quero ter casa também!
quero beijar sua boca,
quero seu corpo no meu!
quero seus cabelos longos,
quero seu corpo no meu!
vamos crescer um pouco,
quero viver um pouco também!
vamos plugar nossas vidas
quero sociedade também!
Coisas do Espirito
Era eu e você.
Dois corpos no meio da multidão.
Deus, eramos loucos!
A música alta e as luzes
Encobriam nossa excitação.
Mas nossa vontade alucinada
Era mais forte e nos amávamos.
A fumaça verde te deixava em meus braços
E minha boca sorvia o gosto que sobrava.
Enquanto a Banda tocava nossas músicas
Nossa loucura era vista e invejada.
Uma noite quase perfeita,
Mas uma noite eterna.
Sinto falta de dizer "eu te amo!"
Sinto falta dos seus braços!
Do seu corpo, da sua alma!
Queria uma explicação sua
Sobre tudo que aconteceu com a gente.
O que o Espiritismo diz?
Acho que você sempre soube,
Desde a morte de seu avô.
Eu sempre soube,
Você não sabia:
"Eu te amo!"
Ócio
Essa noite sonhei em ter você.
Ter, possuir, te usar.
Sonhei muitas carícias,
Tanta malícia para gozar.
Imaginei o suor, nossos corpos,
Sedentos, nosso gosto.
Sonhei com teu cheiro,
Com teu jeito fogoso.
Sonhei que te beijava,
Penetrava, e gemias,
Gritavas, adoravas,
Pedias, imploravas.
Nosso amor era uma febre,
Um espetáculo, capadócio,
Era meio primitivo,
Intuitivo, puro ócio.
Nosso amor era uma Odisséia,
Sem razão, sem medos,
Era assim meio orgia,
Não havia segredos.
Sonhei que te comia,
Que fazia e tu gozavas,
Pedias, querias,
Gostavas, exigias.
Numa dessas noites sem fim