Poemas, frases e mensagens de Milatuanne

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Milatuanne

A Fogueira

 
A Fogueira
 
Como uma árvore, que acariciada pelo vento, balança suas folhas em chamados.

Como a chuva, que escorrega maliciosa, nas paredes dos prédios, trajetória seguida por um ponto.

Como a música, que inflama a alma e eleva a matéria.

Como o doce, que lambe-se.

Como pelos, que aquecem, fogem presos e flutuam até pousarem entre nossos lábios.

Como segredos, que aproximam os lábios da pele em sussurros.

Navegar sobre, entre, para, além.

Oceano dos céus. Entre vidas.
Para sempre. Além do bem e mau.
 
A Fogueira

O Pintor

 
O Pintor
 
Você é minha inspiração.
Encontro em você os traços.
As nuances, o tom, a medida.
O refletir padrão em seu corpo.
Quando as cortinas se fecham.
E uma vela é posta ao seu lado.
A chama inclinasse a você.
A cera que cai seria lágrima.
Se meu rosto não se encontrasse úmido.

A primeira pincelada, em meu respeito.
A segunda pincelada, adora-te mais.
A terceira e última, vem em reverência.
O que mais sou do que uma rendição?
Beleza. A pura e limpa beleza.
Forras minha mesa. Sujas minha mão.
Vestígios seus sob minhas unhas.

Teria sido esse o sentimento d'Ele?
Ao se apaixonar por sua criação?
Vejo-me nesses olhos.
O refletir imperfeito de uma alucinação.
Sempre almejei o infinto.
Minha escolha será você.
 
O Pintor

Lava-se

 
Lava-se
 
O corpo espera.
Espera as mãos.
A espuma, espera.

A pele.
A água.
Que molha.
Espera.

Arrepio.
Fria água.

Espalma.
Escorrega.
Um braço.
Uma perna.
Lava-se.

Desliza.
Curva.
Coluna.
Desaparece.

Entre.
Pelos.
Molhados.
Escorrega.

Limpa-se.
O dia.
O calor.

Livra-se.
Do peso.
Da dor.
 
Lava-se

O Fim

 
O Fim
 
Rendo-me.

Leve as ilusões e dores.

Acalente meu corpo e alma.

Distribua os pesos e retire meu coração.

A morte é lenta e já sinto morrer.

No silêncio, sinto então que não posso mais sentir.
 
O Fim

minha doce loucura

 
minha doce loucura
 
o teu perfume.
tuas mãos e pulsos.
a cor da tua pele.

os lábios que deslizam a formar sorrisos.
os pelos verticais em tua barriga.
o horizonte que vejo em teu olhar.

a testa alta. O teu perfil.
as linhas (em teu pescoço, a carne atrás de teus joelhos, suas pernas)

não são as palavras, mas quem as diz.
não é o caminho, se o leva até você.
não existe segurança, a não ser em teus braços.

sou propenso a efeitos vigorosos e extraordinários de sentimentos crus, pois você é minha sina.

você é o instrumento que toca, o meu som favorito, a trilha sonora da minha vida.

o volumo máximo do meu prazer, literalmente.

o quadro em minha parede.
a história favorita, onde seu nome cobre a capa.
a minha língua (o meu entendimento, aquilo de mais interessante que há)

o medo, você é meu medo (de acordar, o melhor sonho)

onde choro e sorrio ao mesmo tempo (arrepia-me pura e absolutamente)

minha doce loucura (um favo de mel que derrete em minha boca e escorre para dentro, dentro de mim)
 
minha doce loucura

Moeda

 
Moeda
 
Fonte, agarre meus desejos.
Balancem sob os chafarizes.
Que eu veja
Que eu escute
Que eu toque
e por favor, amor

Cartela, tatuem meus números.
Espero ganhar declarações
Que me abracem,
Que entre e saia, também da minha vida
Que permaneça

Balão, lhe predigo os meus mais preciosos votos.
Que eu enlouqueça
Perca a razão
E que seja aqui onde sempre estive, sou.

Calouro, olhe para o céu...
Os fogos saudarão a nós dois
Em um novo ano de infinitas possibilidades.
 
Moeda

Labirinto

 
Labirinto
 
Silêncio.
Não corra para longe.
Não fuja como um pássaro.
Acalme seu passo em meu solo.

Labirinto de sentimentos.
Rodeiam-me em frio ar.
Gotas que seriam orvalho,
Como a praça, talvez o céu.

Suaviza pequenos chiados.
E sussurros, que fazem-me fechar os olhos.
Que tão longe seja a distância de corpos que dizem-se adeus,
Sempre, e pedaços em mim morrem, pouco a pouco.

Desmorona, seriam prédios,
Como tempestades, talvez lágrimas.
 
Labirinto

Acordar

 
Acordar
 
Hoje cedo trilhei o caminho do despertar.

Retornei ao meu corpo, minha alma repousou como uma pena sobre a tabua.

Alisei o linho, inspirei o doce amanhecer e que doce amanhecer era...

A claridade do dia tinha gosto de início, mas no entanto escolho permanecer seguindo.

Meus ossos doem e pareço um Deus em meu próprio mundo, sofrendo de mim mesmo.

Abro os olhos, e o que vejo? Vejo.
Levanto meus braços e são pontes.

Decido levantar e quão gigante sou.

Decido andar, a alternativa de seguir em frente, nunca retornar.

Mas então olho para trás, apenas sobre o ombro, e vejo minha cama, observo o desalinhado amassado das cobertas, o feixe de luz que incide ali, bem no meio do que fiz, e até mesmo dormindo marco o mundo tão acordada quanto estou.
 
Acordar

Casarosa

 
Casarosa
 
Eu queria ficar com você. Queria você junto a mim. Eu também quero outras coisas. Tenho essa fome de querer incessante. Quero muito. Ainda que não possa ter. A vida me pregou uma peça, e não temo compartilhá-la contigo.

Eu não consigo amar. Não consigo viver o amor. Eu nunca experimentei o desespero doloroso de se perder no íntimo daquele que tem posse de meus mais segregados sentimentos. E isso nunca contei a ninguém. Sim, deveria ser um segredo.

Uma cicatriz do lado esquerdo. Eu tenho uma pedra no peito. Tenho a vergonha de ser inigualável. Ninguém sofre o mesmo mal que eu. Ninguém compartilha a meu lado, no escuro ínfimo da noite, as perguntas que sussurro àquele, que nunca me respondeu.

Creia em mim. Forcei-me. Obriguei meu corpo a comportar outro corpo, e nada me veio. Nada se criou. Apenas a dor nos olhos deles, que me olham como se dependessem. Esperam de mim um milagre. Acreditam mais em mim, do que eu mesmo.

É uma jornada solitária essa. Um moeda ao mercante. E lembre-se que um dia lhe contei, sobre um casal de amantes. Que sofriam sem saber o porque. Ele sofrerá o mesmo tanto que eu. Ela vagará sozinha. Guiada pela saudade do que não tem nome, mas que sente.

Um dia se encontram. Um dia. E talvez vivam o tanto de tempo restante que lhe foi dado. E se amem, e se percam, e que parem no meio da praça do mundo, embebidos de amor cor de céu e pomar. E nos olhos, nos lábios e espaços entendam. Que aquilo é amor. A batalha. O aprender a viver sozinho. O medo do nunca ter. A incerteza da amargura. O soluço na solidão. O tempo que voa e não espera você nem ninguém.

Aquilo sempre foi amor.
E agora, o que irão viver é mais.
É amor a mais.
 
Casarosa

Olhar

 
Olhar
 
Você consegue me vê.
Eu estou perdida.

Pisei nessa poça.
Contei estrelas.

Atravessei entre duas mulheres,
E elas levaram...
Levaram a minha sorte.

Porque padeço em meio a multidão.
Recorro ao interior de mim, e fico.
Seus olhos, a maneira que toca o cabelo.
Os olhos que olham para mim e fingem.

Estou encarando você.
E não vou parar.
Mesmo que percebam.
Que descubram.

Estou aqui, encarando você.
Porque não consigo parar.
Eu já percebi.
Já descobri.
Agora falta você saber.

Estou apaixonada por você.
 
Olhar

Anjo

 
Anjo
 
Acabava perdendo a visão.
Sua imagem a mim, um borrão.

Que escuridão!

Andarei a tato.
A reconhecerei no toque.
Cante-me. Vibrará o mundo.
Só assim chegarei a ti.

A ideia do esquecimento.
A ausência da sua linguagem.
Diga-me ou confie-me um segredo.

Escreva em mim, como uma carta.
Uma carta endereçada ao seu coração.
 
Anjo

Laranjeiras

 
Laranjeiras
 
Justificarei minha amizade.
A cada passo que o tempo passa.
Como um pajem, que segue.
Minha saudade não terá fim.

A confissão da escolha.
Observaram-me em um jardim,
E apontaram:
"Lá, escolho você"

Amigo, categoria do silêncio.
Onde calo-me em prazer.
Onde o riso interno fala aos olhos.
Fui escolhido, para ser um amigo.

Compartilhamos e admiramos.
Vejo-me como uma engrenagem.
Escuto, compreendo e aconselho.
Observo a magia.
Desabafo, olham-me e coragem.

Sou a retaguarda.
Como um cão.
Farejo o medo.
Errante, o mesmo medo que o meu.
E escrevo meu nome.
Assino, ao lado do teu.

E quando chamas lá estou.
Com um fogo a crepitar,
Uma luz na escuridão.
 
Laranjeiras

Uma Ordem

 
Uma Ordem
 
Pedem-me para mudar.
Que sou grosseiro.
Não vejo graça em nada
Não gosto de ninguém.

Pedem-me que mude.
Uma mudança em mim ou de lugar?
Se eu aceitar, estarei me abandonando.
Que espécie de amigo é esse?
Que dono sai e deixa a casa aberta?

Não é um pedido.
Esse sou eu.
Um papel amassado.
Uma mancha.
Um tropeço.
Esse sou eu.

E eu aqui querendo ficar.
Aceitando os defeitos dos outros.
Amando em mim o que existe deles.
Sendo eu, sendo eu mesmo.

E não me querem.
E não me aceitam.
E eu fico sozinho,
Sozinho e triste.

Mas continuo sendo eu, fiel,
sendo eu mesmo.
 
Uma Ordem

É o que sinto...

 
É o que sinto...
 
Logo cedinho a brisa irá lhe acordar.
E seu cheiro perdido na casa, infestará.
Brilhando, abrirás os olhos e nua como presente, me procurarás.
Tateando na claridade de seu sorriso.
Vai achar. Achar a espera do seu acordar.
Você iluminada em cadencia; sorrindo mulher; um novo dia me entregarás.

Largo um beijo em seus lábios sonolentos.
Te servirei um amor amanhecido.
E irei dizer o que vejo.
" a mais bela mulher que há "

Tudo uma festa será o amanhã de manhã.
Mais bem cedinho amor, cantaremos nossa música.
Acordaremos o mundo com amor.
Um desenho na manhãzinha de nosso quarto.

Há de ser um belo dia.
O de amanhã de manhã.
E mesmo que não volte.
Que se vá.
Será como Deus queira.
Porque amanhã estarei perdido em mim mesmo.
Procurando você; esperando você.
Nua como a noite, a alegria de nossos segredos.
Os olhares achados, e confidências, apenas nossas.
O que fizemos...? O que faremos...?
Tudo para você.

Amanhã, antes de amanhecer, estarei esperando.
Arrumado, com ouvidos nervosos para ouvir nosso canto.
Amanhã será você o Sol de nossa casa, meu coração.
E irei dizer o que sinto.
" encontrei o paraíso em você "
 
É o que sinto...

Vibrante Safari

 
Vibrante Safari
 
A correnteza leva a barca.
Corta as águas, um rastro de meu caminho.
Eu sigo da margem, pés no chão.
Você sentada, teu cabelo trançado.
Segue para casa, junto a teus pais.
Abandona aqui um índio velho.

Seus olhos contemplam o alto das árvores.
Encontro-me oculto, mas a observo.
Onde estarão teus pensamentos?
Nunca peguei-me tão curioso.

Deixo pegadas, lento, sem querer voltar.
Que Mboi Tu'i a proteja, Aisó.
Agora não a terei sob a proteção de minha flecha.

Como se percebesse minha presença.
Vagueia os olhos de céu por toda a margem.
Tiro os galhos do meu caminho e deixo que me veja.
Um imenso sorriso ilumina teu rosto.
E meu peito contrai, acemira, mal posso respirar.
O que fez a mim? Jogo-me no rio, cinco braçadas a alcanço.

"És louco, Cauarê"
Ela estende a mão e toca meu rosto...
"Desce, desce minha Clara, desce pra mim"
Imploro, mais para os espíritos do que para ela.
"Não posso, sabe que não posso"

Seguro-me na embarcação.
Que leva meu corpo.
Que deixa outro rastro.
Ela se debruça em minha direção.
Abandona seu guarda-sol, e faz um grande mal.

Tem os lábios sobre os meus.

Tudo que tinha descoberto.
Os homens que venci.
As terras que conquistei.
Todo sofrimento que passei.
As mulheres... Como deixaram de existir em um momento?
Meus olhos se abriram em susto. Meus lábios...

Um riso preso, escapou de sua garganta.
Ela piscou ainda próxima de mim.
Tocou meu nariz com o seu.
Loucura. Eu conhecia a loucura.
"Não podemos ficar junt..."
Ela tentou dizer.

Impulsionei meu corpo e rodeei sua cintura.
A trouxe comigo, caímos os dois no fundo do rio.
Ela se debatia, mas era tarde.
Meu coração nunca mais me perdoaria.
A joguei sobre meu ombro, enquanto gritava, enquanto me batia.
"Eu a roubo para mim"

Um grito ecoa pela floresta.
Ando mil pés e meu povo se assusta.
Confusos não perguntam, mas sabem.
"O resto de sua vida será ao meu lado."
Ela se levanta e avança sobre mim.
"Meu pai irá matá-lo!"
Mostro os dentes, rugindo sem arrependimento.
"Você fará isso por ele... Maracaimbara!"
 
Vibrante Safari

Contratualismo

 
Contratualismo
 
Eu estou louco para falar com você.
Mesmo que não entenda, eu concordo.
Mesmo que não goste, eu quero.
Mesmo que me exclua, eu observo, atento.

Religiosamente eu lhe dedico meu tempo.
Espero que logo fale comigo, ou se vire em minha direção.
Eu estou encantado por você.

Cubra-se, eu a espreito.
Culpado! Cometo o maior de todos os crimes.
Espero da morte, pois a desejo ardentemente.
Delicia terrena, como desejo vagar em teu jardim.

Quando moldaram-na, contemplavam as nebulosas de vento de pulsar.
Há um magnetismo em seu ser que nos dobra ao seu caminhar.

Pudesse eu matado mil homens em batalha.
Quem me dera ter declarado guerra.
Fui omisso e perdi a juventude,
O amadurecer, a velhice, e a dor em lhe perder.

Sinos não se dobrarão nunca mais na abadia de meu coração.
Repousa na Ponte de Milvio o cadeado do paraíso dos sonhos.
Ele se realizará, verás.
Ainda, mesmo que não saiba quando, ainda viveremos.

Fui-me hoje. Uma viagem sem volta.
Perdoe-me a pressa, o trem não espera.
Volto para buscá-la, e mesmo que não vá, estarei.

Pois foi.
Pois é.
Será. Sim será, sempre, uma honra lhe amar.
 
Contratualismo

Solar

 
Solar
 
Há calor.
O Sol banha meu corpo.
Roupa.
Queima meus ombros.
Marca.
Machuca meus olhos.
Pestanas.
Não permite que o encare.

Um farfalhar em meus tornozelos.
Selvagem.
O vento brinca com meus cabelos.
Pele negra.
Cristais de areia alva, alva.
Contraste.

Sinto o ferver das ruas que aquecem-me.
Aquecem minhas pernas.
No ar, o delicioso mesclar do banho
do suor,
da umidade,
nosso calor.

Tuas tranças, caçador.
Seu sorriso.
A voz que chama meu nome.
Suas mãos.
O reflexo do desejo.
A sede.
Olhar tímido e singelo.
A paixão.
Que arde, arde, arde, em mim.
 
Solar

A Última Malerba

 
A Última Malerba
 
Eu estarei sempre aqui.
Serei tua garantia.
Se vires ao longe um desastre,
Tire o lenço da cabeça.
Solte teus cabelos e corra.

Sinta o peito doer, mas corra.
Pule, muito alto, e continue.
Abra os braços, libertadoramente.
Grite meu nome, e corra até mim.
Irei abraçá-la, apertá-la.

Um conforto longo e sensível em meus braços.

Não será uma prisão.
Não será uma obrigação.
Prometemo-nos.

Ficaremos serpenteando a margem do destino.
Brincando com o futuro que podemos ter.
As milhares de possibilidades.
Tudo de uma só vez.

Malerba, agora essa é sua hora.
Deixou muito por outros.
Venha para meu mundo, pise em minha terra.
Aqui deixarás de ser uma, para ser a única.

Quando Malerba?
Quando a vida deixou de ser vivida para virar você?
 
A Última Malerba

Derrama de Fadas

 
Derrama de Fadas
 
Giram mil Girassóis.
Ao pé do Dragoeiro.
Em beira-rio.
Para lá do morro,
Ao alto da colina,
A fim de vê-la.

A passada da frota.
O flutuar das flores,
Que levam o corpo,
Em brisa, em saudades.

Morre aqui o Sol.
E acaba-se o calor,
Fim do dia.
Azul espaço.

É noite,
Para renascimento.
E todos olham o céu.
Bem lá, solitária e bela,
Ela brilha, a Lua.
 
Derrama de Fadas

Noite

 
Noite
 
Abandonei nossa história por medo.
A insegurança que experimentava ao teu lado era dolorosa por demais.
Cada pedido meu não atendido.
Cada olhar seu que vaga longe, longe de mim.
Cada pelo do meu corpo que transmitia a minha alma todo o prazer em experimentar a emoção da saudade inexplicável em tocá-la, beijá-la, e compartilhar por toda minha ascensão,

Fatias,
Pedaços,
Pesos,
Meus,
Com os teus.

É muito fácil sentir sua falta.
Você é poderosa em ludibriar meu corpo e alma.
Tens-me em mãos, e amassas tanto de mim.

Ficamos por aqui.
Esse jogo de culpa.
Essa pirraça solitária.
Essa carência sem fim.

Que só destrói meu orgulho e tira meu sono.
Madrugadas que vagueiam-me para perto de você.
Noite pós noite, frio ao calor, estou a teu lado.

Em pensamento e presença.

Quem me dera fosse pecado sentir o que sinto.
Quem me dera a espera fosse antídoto para a dor.
Porque Beija-Flor, não procuro entender o mundo.
Todos a sua volta não compreenderão as sombras que habitam meus delírios.
 
Noite