Poemas, frases e mensagens de BenjamimH

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de BenjamimH

Deserta Rua

 
Deserta rua, perde-se na penumbra.
Perde-se num soluço abafado e frio.
No romantismo de um coração vazio.
Perde-se e, no peito, amor reslumbra.

Sem saída e silenciosa. Como a saudade.
Amor lhe é brisa, silhueta de sensação.
Faz-se puro, no frio. Vazio, na solidão.
Numa rua sombria, decadente por vaidade.

Nostálgica, delineada por antiquários
De esperanças insólitas com valor inaparente,
Que transcende ao ermo condescendente.

E em senciência de delírios arbitrários,
Pasma que no contraste de sua desolação,
Essa rua tão deserta ainda guarda uma paixão.

Benjamim H.
 
Deserta Rua

Ater ego

 
Que me dirás, senhora encantada?
Quando a lua parar de brilhar em teu céu,
As estrelas se colapsarem em teu véu,
Ao ouvirem o último suspiro dessa alma enamorada?

Por que tuas juras não são mais de amor.
Resta, apenas, o silêncio falando de desesperança.
Contando nossa história numa vaga desconfiança
Que tudo que sentimos era uma camuflagem da dor.

E de tudo que tenho pra te falar, te deixo ir
Engasgo e morro, me afogo nesse amor que renego
Por que nunca verás, de mim, uma lagrima cair
Só deixaste ódio, escravizado por meu ater ego.
Esse veneno que me impede de saudades tuas sentir
Por que sabe, senhora: teu encanto me deixa cego.

Benjamim H
 
Ater ego

Amo como se espera que ame todo Amor

 
Amo como se espera que ame todo Amor.
Na simplicidade de seus mistérios subentendidos.
Em delírios subterfúgios, cautelosamente, reprimidos.
Apenas amo, na sobriedade de um torpor.

Amo solícito, com pureza e desembaraço.
Tanto que me contenho e explodo em amizade.
Traindo corpo e alma, entorpecidos de vontade.
Amo-te tanto amor, que todo dia me desfaço.

Eu que sempre achei que todo amor fosse cego.
Vejo-me tão bem refletido em teus olhos.
Alma liberta, sem correntes ou ferrolhos.

Destemido insensato, simplesmente me entrego.
Não correspondido e em segredo, inconsistente.
Importa que amo. Como quem ama eternamente.

Benjamim H.
 
Amo como se espera que ame todo Amor

Arrependimento

 
Algumas vezes uma lembrança me atormenta.
Ando apático, sem ânimo, uma voz enternecida
Que por vagar sem rumo é sempre reprimida.
Sem rumo, como a brisa e o vento que venta.

Então lamento os momentos que não tive.
As oportunidades que, por orgulhei, desperdicei.
Os amores e encantos aos quais nunca me entreguei.
A esperança monótona de quem sempre sobrevive.

Ah, nesse vagar de vida desperdiçada.
Como gostaria de ter outra chance e me transformar.
Ver o sol naqueles braços que esteve a me esperar.

Talvez, jurar ternura àquela pergunta emocionada.
Lutar por aquele sorriso que só quis me alegrar.
Fui dedicado e competente mas nunca aprendi a amar.

Benjamim H
 
Arrependimento

Anjo condescendente

 
De todo amor que tenho, te desprezo.
Anjo condescendente que a morte traz.
Morte da esperança que em teus dedos, jaz
Com toda prece que em teu nome, rezo.

Insciente, mata-me com teu afeto
Sufocando-me em lisonja negligente
Tornando meu desprezo inconveniente
Denunciando o indolente que interpreto.

E de teus sorriso alheios, sobrevivo
A contemplar-te em teu voo complacente
Ludibriado por teu encanto inocente.

Fazendo eterno, o sentimento paliativo
Desprezo e amo, em irritante contradição
Sendo desprezado no esquecimento da solidão.

Benjamim H.
 
Anjo condescendente

Meu abrigo

 
Deixa-me ser tua jornada finda.
Teu mais profundo suspiro de amor,
Deixa-me ser teu apaixonado beija-flor,
Por quem desabrochas tão linda..

Deixa-me ser tuas asas, tua razão de voar.
Ser a mais sincera promessa de amor,
Ser teu bem, teu besta.. sonhador..
A parte ímpar que te faltava pra ser par.

Por que de tudo que já tive e já sonhei
Nada se compara ao que me disponho
Envelhecer contigo e testemunhar teus sonhos,

Sabendo que tudo que sou e um dia serei
Não terá propósito se não estiver contigo.
Deixa-me te ser sombra, pois já és meu abrigo!

Benjamim H.
 
Meu abrigo

Não quero se for paixão

 
É paixão? Não quero. Já basta!
Já vaguei nos seus enleios de dor
Sem lenho, numa calmaria nefasta
Então não quero, não quero se é amor!

Se for paixão, juro: renego!
Provei de sua leniente obsessão
Tolice deixar-se guiar pelo que é cego
Não insista, não quero. Não, se for paixão!

Se é paixão, não adianta. Não posso!
Sei que "meu" e "seu" se disfarça de "nosso"
Mas no fim, todos caminhos são contramão.

Se quiser paixão, não atenderei teu apelo!
Não serei vítima de seu inebriante atropelo,
Por favor não insista, não quero se for paixão!

Benjamim H.
 
Não quero se for paixão

Um dia

 
Um dia, João... Um dia...
Você vai entender o que eu te falava, vai conseguir encarar o sol.
Vai quebrar o miaeiro e vai fugir para Viseu.

Um dia você vai se olhar no espelho, diante de um rosto decrépito, e vai se sentir jovem.
Vai ter coragem de sorrir, mesmo lhe faltando os dentes; e vai dançar em uma cadeira de rodas.

Um dia você vai amar, mesmo que através de uma alcunha falsa. E você vai viver um amor roubado e inútil... Mas vai amar...

Um dia a chuva não vai mais te encharcar, e você vai se esquecer do nome dela. Seu coração vai parar de bater e então você conseguirá ser feliz...

Um dia, João... Um dia...

Um dia você vai dexar de sonhar, seus olhos se abrirão para o mundo.. Você vai até cumprimentar o carteiro.. Quem sabe, sorrir para a moça da padaria.

Um dia tudo deixará de fazer sentido, então você verá com clareza. Teu coração preguiçoso vai deixar de esperar e você finalmente encontrará paz...

Um dia, João... Um dia...
 
Um dia

Paixão é...

 
Paixão é carrasco que mata com ternura.
É cura em que, lentamente, a alma perece.
É perder-se para se achar na loucura.
É o torpor de quem nunca adormece!

É sorriso que a tristeza proporciona
É um grilhão que liberta a emoção
É, contido, ver sentimentos vir à tona
É fazer real todo encanto de ilusão!

É uma saudade de quem está presente.
São lágrimas de quem deleita de alegria.
É avassalado, viver em soberania
E de amor, ser maltratado docilmente.
Paixão é um êxtase em melancolia
É a desesperança de confia ardentemente...

Benjamim H.
 
Paixão é...

Amo II

 
Eu te amo!! Amo calado e gritante..
Amo em avalanches de calmaria
Amo resignado, revoltado e suplicante!!
Eu te amo, em gozo e em agonia..

Amo assim, meio grosso e desajeitado
Por versos simples em singela poesia,
Até quando me zango e exalo apatia
Amo como chuva em um dia ensolarado.

Amo com um colibri que desiste de voar,
Trocando o céu por um mero desabrochar
Sem ao menos entender o que é o amor...

Amo por que já não posso evitar
Por me fazer bem.. Por que quero amar!
Mas se pudesse. Mil vezes te amaria, minha flor!

Benjamim H.
 
Amo II

Toda Vida é um Mito

 
Meus olhos vagueiam pela imensidão da inquietude.
Ébrios, entre sombras e vultos de amores esquecidos
Por devaneios de saudade e remorsos incontidos.
Desejar é meu caráter, esquecer minha virtude

Por que mudar um ideal já tanto mudado?
Se toda escolha leva em si um conformismo
Como se convence o silogista com sofismo?
Que sonho ainda motiva depois de realizado?

Que tolice!! Uma vida entregue à pretensão.
Esse motivo pelo qual luto persistente e aflito.
Por que contenho meu silencioso e triste grito.

Assim, não faz sentido meus apelos em oração.
É tão exaustivo tentar entender o infinito.
Toda vida é uma história e toda história é um mito!

Benjamim H.
 
Toda Vida é um Mito

Amo-te, nada mais posso dizer

 
Amo-te! Nada mais te poderia dizer.
Que serão palavras diante dos olhares?
De anseios feitos, em moldes dos pesares
Da certeza que jamais irei te ter!

Amo e expiro! Morro todo dia.
No amor em que deveria renascer
Esse, que acreditava ser meu guia
E é somente a razão de me perder.

Mas sendo justo, é nele que renasço
Relapso, das cinzas de desesperanças
E zeloso dessas falsas confianças.

Mas sigo incauto, jubiloso no fracasso
De, solícito, intentar te esquecer.
Amo-te tanto e nada mais posso dizer!


Benjamim H.
 
Amo-te, nada mais posso dizer

Segredo

 
Quero te confessar algo.
mas é segredo.

É que estou te amando,
mas amando tanto, não cedo..

Porque conheço o amor
e tenho medo.

Medo de tua resposta
Por isso não concedo.

Te amo..
Mas nem a mim mesmo revelo tal segredo.

Benjamim H
 
Segredo

"Ama post mortem"

 
Senhora encantada, por que dorme?
Um sono tão profundo que não te sinto.
A imagem de um conto póstumo sucinto.
Óh Deus! Pálida, gélida e disforme.

Dorme e não te acho. Deixaste-me.
Teu lindo sorriso pra sempre selado.
Pobre de mim! De teu sonho, acordado.
Vendo segar-se o amor que juraste-me.

Ansioso e Suplicante: Senhor Bondoso,
Permita-me, em outra vida, encontrá-la.
Contar-lhe do sofrimento que me restou.

Da mágoa incontida, o silêncio saudoso.
Em nenhum momento deixarei de buscá-la.
Pois não há morte pra quem tanto amou!

Benjamim H.
 
"Ama post mortem"

Anjo

 
Ah, anjo, não sabes quanta tristeza deixaste.
Como me dói viver dissimulando, sorrir fingindo.
Renegar o amor e, cético, acreditar surgindo
Do jazigo de apelos que friamente desprezaste.

Ando apático e introspectivo, nada me traz vida.
A morte, persistente, em meus olhos acompanha.
Amizades e promessas, que estúpida artimanha!
Frias são hoje, as esperanças, antes, incontidas.

Anjo, 'me faz' acreditar de novo no infinito.
Naqueles versos que nos teus beijos calaram.
Nos olhares tímidos que nossos olhos se encontraram.

O amor que silencioso, em nossas almas fez-se grito.
Lembra nossos sonhos, nossos suspiros, nossa oração.
A vida passa e vejo, impotente, morrer meu coração.

Benjamim H
 
Anjo

Decadência

 
"(...) Minha mente está paralisada e eu não posso suportar mais. Gritando de frustração, nenhum som é ouvido. Estou a dormir? Ou estou estralando um sonho? Por favor me acorde!!" (Hammerfall, Between two Worlds)

No silêncio fúnebre de um sonho solitário,
Nessas noites que o sono desvia-se de mim.
Reconto as mágoas, os prós e os contras, enfim
Cada frustração, com zelo, guardada nesse sacrário.

São tantos "nãos", "desculpe", "não é pra ser".
Viajante dos desencontros, do momento inoportuno,
Náufrago na cidade, buscando rumo no céu noturno,
O homem triste esperando seu coração amanhecer.

Ninguém lhe contou o destino final dessa estrada.
Ele só caminha seguindo sobras de migalhas de fé.
Seus pés descalços sangram, sua alma está quebrada.
Desdenhoso e sarcástico, hoje, é tudo o que ele é.
Um dia conquistador do mundo, agora senhor do nada.
Solidão é seu mundo. O sustento que lhe mantém em pé.

Benjamim H.
 
Decadência

Poema sem sentido II

 
(Receita inútil)

Quando o amor chegar, atenda
Quando chegar o amor, suspenda
Quando suspender o amor, entenda
Mas se não atendida, não contenda...

(Declaração inútil)

Teu amor é rio... me alaga
Teu amor é macio... me afaga
Teu amor é frio... me apaga
Teu amor é navio... me naufraga
Teu amor é servil e se estraga!!

(Conselho inútil)

Que nunca falte amor,
A despeito de toda dor.
Que nunca falte amor,
Sem embargos de rancor...

Que não falte nem sobre
Esvazie ou transborde
De amor, dor, rancor..
Nunca me falte, Amor!!
 
Poema sem sentido II

Confissão sem sentido

 
O que você me tomou, não me faz mais falta..
Eu briguei com a lua para esquecer o teu nome e estive fugindo de mim porque não queria te encarar.
Eu perdi tuas chaves em um lugar seguro e marquei teu caminho com migalhas de pão.

Teu riso ainda me inquieta. Às vezes, até me sequestra.
Tenho dormido tarde e Neruda não me entende.
Sonhar contigo é minha panaceia envenenada.

Eu sei que não deveria olhar para você, mas não consigo tirar os olhos...
Tenho tanto para dizer e não encontro as palavras.
Eu desafiei as ruas e esquinas para achar tuas respostas...

Estaríamos sozinhos, eu sei.
Mas que importa se o teatro está vazio?
Meu Narciso só precisava de você..

Ninguém me disse que seria assim...
Após escalar metade do caminho, ansiar tanto por abrigo.
Você estava certa: olhar para o sol cega!

Mas não me esqueça... Eu ainda estarei aqui.
Vou gastar o tempo perseguindo andorinhas.
Só esqueça o que te disse... Eu estava em ruínas.

Eu vou contar a todo mundo que você nunca esteve aqui!
 
Confissão sem sentido

Soneto sem esperança

 
Eu permaneci na chuva, pois não consegui te alcançar.
A solidão é penumbra de teu corpo, em minha mente, despido.
Falhei em te substituir, e esse amor teve de ser contido.
Então me desfaço de você na taça onde tento te encontrar.

Tua rejeição me orienta, define quem sou e quem tento ser
Incompleto e perdido, me vendo nessa barganha delirante
E efêmera, pois tua ausência é uma verdade inquietante
Que me atira num calabouço de remorço por um dia te perder.

No teu deserto de incertezas, vaguei e nunca encontrei abrigo,
Só achei vaidade condescendente e indiferença comigo
Além de sonhos desfeitos e um vazio transbordante de você.

Hoje o sentir é sem gosto, e a saudade é meu motivo de existir
Dando rumo e propósito a esse dramático que não sabe desistir
Esse ninguém.. sem teu nada.. ainda busca um porquê.
 
Soneto sem esperança