Poemas, frases e mensagens de PLiff

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de PLiff

Abraço

 
Era mais uma noite quente
Contavam-se horas de conversa
Coisa que não é frequente
Ninguém me cativa, só me dispersa

Por mais estranho o momento
Por mais indiscreto o tema
As palavras fluem com sentimento
Tendo-se a sinceridade como lema

Só os dois...por um momento,
Numa cumplicidade que se manteve
Abraçamo-nos já perdidos no tempo
Onde já nenhum se conteve.

E o tempo abrandou
Nos minutos daquele momento
Ou talvez horas, onde tudo parou
E não houve frio, nem vento

Em que os sons em volta ecoavam
Ao longe e muito baixinho
Em que as respirações abrandavam
Numa atmosfera repleta de carinho.

Um abraço curto, sem fim,
Que me fez esquecer
Relembrar, e reviver
Que podia ter durado até ao amanhecer

Agora sonho acordado
Com este abraço na memória
A tomar consciencia que é passado
A perceber toda a história

E sinto-te voltar
E talvez não devesse
Querendo pensar em recuar
Mas alegre pelo que parece.

Mas era merecida a oportunidade
De garantir este momento
Do qual também tinha saudade
E na verdade o queria, mais lento.
Deixando de lado a possivel dor
Tenho a certeza que tudo estará bem
Se acabar bem...
Seja lá isso o que for.
 
Abraço

Dia em que o Sol apareceu

 
Dia em que o Sol apareceu
Que a Lua se acendeu
O mundo acordou
E quase nada mudou

Também eu acordei
Mudança foi o que vi
E com esperança andei
Todo o percurso para chegar a ti

É estranho pensar assim...
Sabendo o que eras
E no que te tornas-te para mim

É como um arco-íris puro
De mais de sete cores
Um mundo que deixara de ser escuro
E passou ao reino dos amores

O que me terás feito?
O que me terá acontecido?
É o amor-perfeito?
Ou é por acaso o meu nome Cupido?

Dúvida atrás de dúvida
Para chegar até a ti
E ao chegar o que vi?
A coisa mais bela de toda a minha vida

E podia dizer-te
Que não muito antes
Antes de conhecer-te
Os dias já eram brilhantes

Mas mentir não é o que faço
O meu coração é teu
Apenas fiquei com um pedaço
Para a vida que Deus me concedeu

E saber que todos os dias me deito
Com um aperto maior no peito
De saber que por mais que tenha feito
O meu dia será sempre imperfeito
Por não te ter a meu a meu lado, a meu jeito
Podendo concluir o dia, como perfeito

O Sol apareceu
A Lua então se acendeu
Foi então neste dia
Que acordado o mundo
Olhando e sentido a magia…
Encontrei o amor profundo!
 
Dia em que o Sol apareceu

Se eu pudesse

 
E se eu pudesse dize-lo?
E se por palavras, pudesses sabe-lo?
Serei capaz, alguma vez?
Responde com sensatez...
Sabes o quanto te Amo?

Pois não duvides de um sentimento
Tão profundo quanto este
Que tenho em mim, como uma peste
Sem cura, aumentado a cada movimento

Como um carro, numa longa rua
Luz ínfima, condutor ausente
Numa recta deprimente, fria e crua
Distraído, embriagado, indiferente

Sem destino, sem saída
Rumando ao infinito,
Alegre da sua inocência de vida
Um puro bloco de granito
De uma mistura inalcançável
Cego e intocável.

É tão puro assim
Que não acreditaria, se mo contassem
Que provinha de mim
E ainda assim, pediria que mo provassem

Faz me sonhar.
Faz-me viver.
Faz-me acordar,
Para te ver.
Faz-me ser feliz
Faz-me ser melhor
Sendo o que se diz
Com alguém que adore
Faz-me ser especial
Sem fazer nada de mal
Faz de mim um ser único
Um apaixonado crónico
 
Se eu pudesse

Estado: Pasmado

 
Um olhar profundo
Com calma, muito atento.
Apontando ao infinito,
Para onde acaba o Mundo
Com um único pensamento
Simples mas muito bonito.

O tempo parece abrandar
O corpo segue a acompanhar.
E com um ponto fixado
Posso dizer-me "pasmado"

E num breve instante
Apercebida a situação,
Volto de distante
E choco contra a razão

A incerteza da duração
O alívio no coração
Uma possível desilusão
Dado um simples abanão.

...

Enquanto mergulhados
Sentimo-nos indiferentes
Pois enquanto ocupados
Somos a tudo resistentes

Seja por via de trabalho,
Por via de paixão
Ou algum outro atalho.
Basta que ocupe o coração.

Seja qual for a razão
Deixa de ser difícil
Ter uma escapatória
E conter assim a solidão.
Não é no entanto fácil
Ser essa a nossa história.

Por motivo algum,
Desconhecido do meu ser
Ao precisar de um
O Universo trata de nos oferecer.

Um abanão para nos fazer provar
Algo amargo ou para adoçar,
E nos fazer entender
Que há mais para viver.

Com o meu recebido
Resta voltar, voltar a tentar
Conseguir, o que podia ter conseguido
Mesmo que sem nada para alcançar.
Pois para continuar perdido...
Que seja a arriscar.

[Uma pequena nota ao impulso dado por Eureka, aqui está]
 
Estado: Pasmado

Um Rascunho

 
Vagueio pelas ruas pouco ou nada conhecidas, na grande cidade que mantém aquele movimento infernal e hipnotizante. Talvez não devesse e aqui estou, talvez por não saber o que iria encontrar, possivelmente agora acho-o ridículo mas não penso nisso. Sinto sempre pouco sobre arriscar, já não preciso acreditar, basta não sentir perigo iminente e arrisco, arrisco de forma a talvez encontrar o que me possa fazer voltar a fazê-lo. A busca interior é tanto ou mais importante que a própria realização. Pois se não há vontade nem motivo, como se encontra a realização.
Sinto por vezes raspas de felicidade, que colho e me servem de alimento ao ser, agarro toda e qualquer oportunidade que me é exposta, nada assusta, apenas causa incerteza que é meramente temporária.
Aproveito todos os momentos para olhar em volta, perceber cada sitio, cada detalhe, cada rua, e sempre que posso traço esboços de imaginação num papel à mão. E sejam objectos ou caras, noto agora os detalhes de tudo o que me fascina, sinto-me um pequeno curioso pelas expressividade quer das
arquitecturas quer de pequenas rugas. Intrigam-me e fazem-me querer relembrar. Busco algo que é imperceptível à minha vista.
E cada gesto alheio executado ao meu alcance é motivo de reflexão, de saudade, de angústia e alegria só pelo facto de o poder contemplar, por mais breve que seja o instante. E por momentos penso e escrevo.

"Estou cansado desta corrida
Sem saber o que alcançar,
Sem a vontade apetecida
Para poder procurar.
Tenho sempre saudade escondida
Em qual esquina eu virar
Segrega ainda da ferida,
Aquela que deixas-te ficar,
A dor da despedida
Para me atormentar.
Estou de cabeça perdida
Já nem sei o que pensar
É o medo que me invalida
E ainda me vai matar
E se por uma só hora concedida
Eu pudesse optar,
Daria o resto da vida
Para te ver regressar,
E nos meus braços contida
Poder voltar a Amar"
 
Um Rascunho

Pensamentos

 
São os momentos de solidão que me distraem,
que por consequência me adoecem.
Distraído, deixo as emoções escaparem.
Doente, vejo te onde as luzes se desvanecem.

Embora possa não ser fluente,
ainda te vejo nas sombras
dos recantos que ainda me lembras,
visão essa fabricada pela mente,
vejo-te no comboio, pela janela,
no instante em que fico cego
pela luz que se intromete nela
e fico por recordações que navego
durante momentos, breves instantes
que se revelam pouco importantes
mas deixam com que me entristeça
angustie, esmoreça
e por vezes julgue perder a cabeça.
Julgo-te ainda em alguém
que de costas tem tudo para a seres
mas depressa porém
não tem forma de ali caberes.

Fico ainda nervoso, impaciente
por saber que te posso encontrar
sem saber, se te vir, o que falar
disfarço e olho em volta lentamente
Tremem-me as mãos se te encontro
numa esperança mórbida de te poder ver voltar,
de poder reviver instantes, para te amar
e recordar a sensação de não viver neste desencontro.

Ainda recordo momentos
Do que fomos, do que podíamos ser
do que sonhamos, ou sonhei um dia ter
momentos em que tive tudo o que podia querer
Enfim... isto, são ainda os meus pensamentos.
 
Pensamentos

Chegarei, um dia destes.

 
Vou chegar.
Um destes dias chegarei.
Sem que tu o saibas, vou te esperar
Mas nunca to pedirei.

Vou trazer os olhos cansados
Os dedos de uma mão dormentes
E os braços, de bagagens carregados.
Mais magro, que sem que o saibas sei que o sentes.

De cara e cabelos recém lavados
Talvez até roupas novas, recebidas como presentes
E trarei os sentidos, todos tão variados,
Em busca dos teus que tanto tempo foram ausentes.

Ali estarei predisposto e preparado
Ao ver-te, de saudade e razão já ausentes,
Morto de ansiedade, ainda que algo cansado,
Pra te mostrar o quanto me encantas, em pelo menos duas línguas diferentes.

"No quase incómodo de uma noite quente de insónia...lembrei-me de ti...surgiu um rasgo de inspiração que não podia cair em esquecimento.
Como não me quis arrepender...escrevi."
 
Chegarei, um dia destes.

Um Sonho

 
É com profunda tristeza
Que sinto uma profunda frieza.
Um arrepio sem fim
Que desbrava caminho em mim
Ao ver ou notar
Num qualquer pensamento ou lugar
Aquilo que me está a faltar
E o tempo a passar...

Porque sim, ainda existe
Subtil e secretamente
A saudade persiste
Não é totalmente ausente

Posso já ter sonhado
E até ter feito sonhar
Mas sinto-me agora acabado
Sem mais jeito para amar

Só procurava alguém...
Alguém para abraçar,
Alguém para partilhar,
Para contar o meu dia
Ou dedicar o que depois acontecia.
Alguém com quem contar,
Alguém para me entregar.
Alguém para me ter,
Com quem adormecer...

Só precisaria fazer sentido
E ter em troca algo parecido.

Queria construir um sonho
E sonhá-lo com alguém.
Sem saber quem
Componho
 
Um Sonho

Vagueando

 
Vagueio pela cidade
Sem que o meu estado se veja
Sem dar de mim com claridade
Pra que não se note, mas se preveja
Não quero que se sinta ou se repare
De que já fui o que sou apenas sombra
Que me sinto uma alma a penar
Que tenho esta ideia que me assombra

Não é sempre, felizmente
Mas quando dou para pensar
Paro e reparo disfarçadamente
Em tudo o que me está a rodear,
Em tudo e toda a gente.

Quem sabe não é hoje o dia.
Dia em que alguém me desperta.
Um pessoa qualquer, mas a certa,
que secreta me corresponderia.

Tanta gente a considerar
Tanta gente que pela capa julgar
Tanta menina bonita, que não me nota
Que nem me desperta, nem me enxota.

Será hoje ou algum dia destes?
Mas vê só o que me fizeste
Penso em não pensar
Para que possa acontecer
E fico-me pelo acto de esperar
Enquanto tento esquecer.

Espero a esperança ser nenhuma.
Que a meu ver terá de morrer.
Porque enquanto for alguma,
Não acredito que vá acontecer.
 
Vagueando

A Despedida pt.2

 
Chovia dentro daquele ser
Mas não havia uma lágrima
Nem mesmo vontade de ceder
Nem nada que não se suprima

Já dentro do carro de alguém
Segue toda a gente calada
A sua mente estava ocupada
Resposta "-as coisas não vão bem"

O jogo que estava agendado
Era para ser realizado
Havia tempo naqueles dias
Para jogos ou outras comédias
Era noite de Poker numa casa
E como um pássaro ferido na asa
Já que quem cala consente
Diz "sim" em silencio, não mente

Chegados, e já de boas vindas acabadas
Sem formalidades oferecem bebida
Aceita um uísque, novo prazer da vida
Juntando-se a três pessoas sentadas

Um copo de uísque limpo
Sem gelo, puro, e todo o seu tempo
Afoga-se sem se perder
Mas bebe para esquecer

Sente agora o que sente por dentro
No que de fora vem
O áspero, amargo, vem lento
Amassar o que a pessoa tem

A cada gole, mais um pedaço
Que se desvanece
Daquele sentimento outrora de aço
Amor que a memória não esquece.

Massacra-se, humilha-se no seu interior
Pelo falhanço que foi
Por toda aquela dor
E pela forma que dói.

Era já tarde
E de tanto pensar
A cabeça já arde
E há que descansar.

E sem que ninguém se apercebesse
tinha sido mais uma noitada
As pessoas despedem-se
E vai tudo embora de empreitada

Era o silencio que reinava
Na viagem para casa
Ninguém, nem uma palavra
E ele de cabeça em brasa.

Despedida relâmpago
De um simples obrigado
Ou com o uísque ainda divago
E depressa se quer deitado

Já deitado
De cabeça ás voltas
Uísque evaporado
Pelas temperaturas altas
Surge a primeira lágrima
Seguida do Niágara das emoções
Rebenta a confusão, é um drama
Uma separação de dois corações.
 
A Despedida pt.2

Desvario

 
Foge-me o chão
Surgem -me palavras
Lembranças guardadas
Do presente? Não!

Sim! talvez sim.
...Ou um engano talvez
Que seja assim.
Mas vivo! mais uma vez!

Deito-me de cansaço
Inquieto ponho-me a pé
Escrevo e apago o que faço
E a mesa leva um pontapé.

Pobre de mim tão rico
Em algo que é coisa nenhuma,
Que me põe eufórico
E me desarruma

Solitário...
Louco...
Acabado...
se soubesses ao menos
o que ainda guardo para ti
...dormiria muito mais descansado.
 
Desvario

Ser Eu, Ser Medo

 
Breve instancia onde penso
Na Solidão em que me sinto imerso
Onde me afogo em tempos de espera
De incerteza, de tudo o que já era.
E vêm-me à memória
Traços, linhas soltas
Percurso de uma vida insatisfatória
Um esboço feito em idas e voltas
Traços de um esboço inacabado
Linhas muito imprecisas de exactidão
Cada uma um momento do passado
Cada uma com uma recordação
Esboço repleto de momentos
Que me trazem o calor da amizade
Abrigo para o frio destes tempos
Frios de inverno de solidão e ansiedade

A desilusão é tanta, que a ascensão irá levar tempo.
Nunca nada soube a qualquer tipo de arrependimento
Talvez se volta-se a desenhar
Uma daquelas linhas,
mas nenhum traço em particular
Não ficasse igualzinha
Talvez por regra ou azar
Mas nunca com intenção de a mudar.

Sonhar é agora ansiar
Com algo que não traga mudança
Que não me leve a cair em esperança
De ter um dia quem acompanhar
Mas ficar parado
Até a mim me mete dó
Faz-me sentir cansado
E a encher-me de pó.
Sinto ainda que há tanto para dar
Tanto que não cabe num só lugar
Que tem de haver com quem partilhar
Que tem de haver a quem contar

Faço traços loucamente
Na esperança íntima de encontrar
Algo que me preencha a mente
Algo que me faça sentir realizado
E que me deixe de sentir cansado

Ser Eu,
É o esforço presente de não pensar na ausencia que em mim existe.
Ser Eu,
É lutar contra o pensamento renegado, que sempre que vem presiste.
Ser Eu,
É ter medo, e viver em constrangimento não aparente,
É ver tudo o que não quero, seja onde for,
É ver todos em volta de forma diferente
É passar por lugares que me recordam vivências e trazem dor.

Assusta-me ter de viver,
Ter de cá andar, ou até cá voltar
Mas tenho mais medo de morrer,
Desaparecer, e ninguém me lembrar.
 
Ser Eu, Ser Medo

Só mais um, sem medo.

 
É tarde. Já escureceu.
É hora de sair de mim,
Fiz tudo quanto me apeteceu.
E cumpri o meu dever assim

Os dias já não me arrefecem,
Com aquele frio solitário.
Nem tão pouco me aquecem,
Muito antes pelo contrário.

Sinto-me só. É um facto.
Mas tenho quem me acompanhe,
Quem me mantenha em contacto
E ainda que não me estranhe.

Vale de pouco. Nada me ascende
Nem me alegra nem me contenta
Nem me sacia, nem me tenta.
Agora, já nada me prende.

Sou só mais um que eu sei,
Talvez não tão comum assim
Mas mais um, que eu bem sei
A dar o que tenho, "oh pra mim".

Cá dentro amanhece,
E eu sem ver pingo de luz,
Sou mais um. Acontece.
Mais um que em nada se traduz

No entanto, escrevo e avanço,
Sem problema, eu não me canso.
Nem sequer há com quem lutar
Quanto mais pra me derrotar.

Posso errar livremente.
Assim é como me sinto.
Solto, por entre o presente,
Livre de obrigações,
Digo o que penso, não minto,
E mesmo mentindo é sem preocupações.

Não há quem me pare, é certo
Nem ninguém para me segurar.
Não quero nem ninguém perto
Nem ninguém para afastar.

Talvez um dia, por um momento
Se solte de mim este pensamento
E dê por mim ao relento
A pensar no que aguento,
E vá procurar mais atento
Quem possa dar cem por cento.
Até lá espero desatento
Mantendo-me assim pelo cinzento.

Sou mais um? Sinto-me só?
É um facto. É verdade.
Mas sou feliz. Não haja dó.
Quero por inteiro, a dignidade.
 
Só mais um, sem medo.

E pensar que...

 
Não há muito onde me possa agarrar.
Um abraço é o suficiente para o provar.
Fico acelerado,
E noto que por momentos sinto o que sentia apaixonado.

Não é fácil gerir e digerir a situação,
Controlar o impulso revela-se uma tarefa difícil
Que chega a tocar no frustrante.
Há vontade no coração
Mas torno-me um autentico imbecil
E nada parece ser bastante.

Foram os tempos mais maravilhosos
Que alguma vez tive experiência.
E foram também tempos dolorosos
De longas esperas e devida paciência.

E sentia-me alguém.
Útil, como um guardião
À distância de uma mão
Sem importar mais ninguém.

Pouco mais pedia,
Que não me sentia capaz de exigências
Tinha tudo o que queria
Só não podia com a ausência.

Com as decisões tomadas,
seguem-se vidas separadas
Oh...e se deixam saudade...
e tanta amizade...
Tanto por dizer livremente, sem pressão
Sem qualquer força a oprimir o coração.
Da forma espontânea de outros tempos
Onde era fácil expelir sentimentos.

Que razão haveria de existir
para quebrar algo tão bonito?
Porque não podia ser a nossa história
Algo pertencente ao infinito?

Não sinto que tenha sido justo
Sinto-me ainda afectado do susto
Não me vejo sozinho
Nem só um bocadinho.
Sinto tanto para partilhar
Tanto para quem agradar
E vontade nenhuma de procurar
Ou de me voltar a enganar.

Sinto-me insatisfeito
inseguro.
Longe de ser perfeito,
Frio e o coração sinto-o duro.

E pensar em achar tudo o que já tive em mão.
Tudo o que pedi para voltar e resultou num não
Algo consistente e capaz de me fazer contente
Algo, que sem saber seria o ideal, exactamente.
 
E pensar que...

"Sonhador"(Letra)

 
 
Hoje acordei num sonho que vivi,
Sentei-me em frente ao espelho e aqui estou,
Tentando explicar o que senti,
Querendo sair bem do nosso amor.

Lá fora a cidade,
Não pára de correr,
Mas dentro do meu quarto,
Eu sinto-me morrer.

Eu sei, tu foste o sonho, eu fui o sonhador,
Foi muito louco esse nosso amor,
Só que a saudade já não faz sentido,
Embora eu faça por esquecer,

Eu sei, tu foste o sonho, eu fui o sonhador,
Quando acordar não vou chorar de dor,
Porque a saudade já não faz sentido,
Tu foste o sonho, eu fui o sonhador.

Lá fora a chuva cai dentro de mim,
E a neve muito em breve vai tapar,
Pegadas dos teus passos no jardim,
Agora eu sei que tu não vais voltar.

Lá fora a cidade,
Não pára de correr,
Mas dentro do meu quarto,
Eu sinto-me morrer.

Eu sei, tu foste o sonho, eu fui o sonhador,
Foi muito louco esse nosso amor,
Mas a saudade já não faz sentido,
Embora eu faça por esquecer,

Eu sei, tu foste o sonho, eu fui o sonhador,
Quando acordar não vou chorar de dor,
Porque a saudade já não faz sentido,
Tu foste o sonho, eu fui o sonhador.
 
"Sonhador"(Letra)

A rua da lembrança

 
Rua esta que me incomoda
Que trás à mente a solidão do agora
Que me faz lembrar a paixão de outrora
E me faz querer partir a louça toda.

É por certo uma lembrança
Da qual não tão cedo me desapego
Mas me faz perder esperança
E me causa um profundo desassossego.

Não dá para não lembrar
E por mais que possa assegurar
Que não estou perdido neste pensar
Penso e escrevo evidencias para recordar

Relembro vezes sem conta
Sempre no momento menos esperado
Coisas a que a memória remonta
De momentos vividos, lá do passado

Já estou livre, já o sinto
Mas nada do que possa dizer
Fará com que fique extinto
Sem que, mesmo que pouco, faça doer

Mas porque haveria eu
De calhar nesta rua, a estas horas.
Destino sarnento este o meu
Que me alucinas enquanto me devoras.

Depois azarado consigo juntar
Aqueles, daquela primeira hora
Que me viram fraco, prestes a desabar
E que ainda cá estão no presente, agora

Que "o que vai volta", são dizeres
E é o que realmente fica que importa
Quer no momento de anoiteceres
Quer quando amanheces de alma já morta.

E fica então para trás essa rua
Enquanto sigo deixando o meu rasto
Coisa que é nada, e muito menos tua
Coisa muito precisa de um impreciso vasto.

Sigo já sem pensar
Pelo menos naquilo em que penso
De forma a poder controlar
O caminho que agora dispenso.
 
A rua da lembrança

Vou escrever, vou tentar

 
Cresci a saber que a saudade é uma coisa bonita.
Não há saudade de coisas más.
E saudade é...
É olhar para o nada e cair numa memória.
É lembrar...sobre tudo lembrar.
E sentir a sua falta, por de alguma forma não ter presente.
Seja que coisa for, seja quem for, resulta sempre desta forma.
É também uma forma de transmitir carinho.
Não é algo que se sente por querer, e não é fácil simular.
Quando sentida verdadeiramente, doi sempre um bocadinho.
Mas é uma prova imensa de gratidão e carinho.

E eu tenho saudade.
Saudade daquele sorriso que me traz tanta felicidade,
Daquele ar de quem não tem medo de sorrir
Daquela expressão belíssima a rir.

Anseio poder voltar a ver
Aquele olhar que me assassina
Por ter brincado sem querer,
E sem querer é um olhar que me fascina.

E quando mais terno o momento
Surge o olhar mais ternurento
Que me olha a sorrir
Pelo bem estar que se faz sentir
Sinto falta desse também
Pois sinto falta do que me faz bem.

E dou voltas a tentar dormir.
Ainda paira um certo odor no ar
Em lençois onde te encontrei a dormir
No espaço que agora está por ocupar.
Ainda sem dormir,
Torno me a virar
E sem conseguir
Vou escrever, vou tentar.
 
Vou escrever, vou tentar

Recordar

 
Recordar. Recordar é viver.
É pelo menos uma forma de o ver.
A história é parte de uma vida
E viver sem o passado não há quem consiga.

Como tempo as memórias transformam-se
Os detalhes desvanecem-se,
Os rostos alteram-se,
E as cores diluem-se.

Com o passar do tempo
O que se recorda de um momento
Passa a ser algo selectivo
Do que realmente foi vivido.

E teremos sempre fotos para mostrar exactamente
O local as cores e as caras da gente
Um ponto de vista menos pessoal
De uma lente, de um ponto de vista original.

Escrevo com um só propósito.
Incluir todos detalhes verdadeiros.
Os meus, que transponho com êxito
E os que deixo á imaginação de terceiros.

Tal como uma curta metragem.
Um momento retratado tal qual
De forma pessoal, porém,
O participante terá uma parte fundamental.

Escrevo para transmitir o momento
Tanto da forma como o recordo
Como aquilo a que estive atento.
E deixar que o leitor o imagine de acordo.

E muito mais do que ter prazer
Naquilo que ficou escrito
É ter o reconforto de poder
Recordar mais do que o que foi descrito.
Deixar o doce sabor da memória prevalecer
E acrescentar qualquer detalhe seu favorito.
 
Recordar

5 sentidos / saudades

 
Posso não mais ver
Aquele sorriso teu
Que me encantava ter
E queria que fosse meu

Posso nunca mais sentir
Aquele toque delicado
Que me fazia dormir
Mais e mais descansado

Vai por certo ficar
A saudade do paladar
Do beijo mais ternurento
dado em algum momento

Posso não mais ouvir
a tua voz, o teu riso
o som do teu dormir
e o teu sermão de aviso

E o teu fresco perfume
Sempre cobiçado
que me dava ciume
quando não a teu lado

Eu posso até nunca mais te ver
Ouvir ou sentir,
Mas há algo a admitir.
É certo que nunca te irei esquecer.
 
5 sentidos / saudades

A partida, o desperdício

 
É quando alguém parte
Que alguém chora
E a tristeza fomenta a arte
Pela alegria de outrora

Para quê viver intensamente
Se o que importa é o presente
Pois o futuro é tão incerto
O que temos de nosso, por perto
Não serve de consolo
Nem mesmo junto de um bolo
Quando somo jogados fora
Nos dizem não e nos mandam embora

Amizade é coisa linda
Amor é como vida que é só uma
A segurança é bem vinda
Mas a certeza é nenhuma

Saudade chega a ser repudiante
Quando nos metem distante
E nos forçam a senti-la
E essa nos mutila
Lenta e impiedosamente
Consome-nos o ser
E nos rouba a vontade de viver.
Pois quem quiser, que a aguente.

A entrega quando sincera
É algo que não se pode desperdiçar
E se é o amor que a lidera
É algo que se tem de estimar
Ou sou só eu que vejo
Que aquilo que desejo
União verdadeira e consistente
Já não é coisa do presente.

A dor é o que não compensa,
Sofre-se enquanto outros se riem
Desta que é uma dor imensa.
Contudo também não há em quem confiem

Nada é certo, é a única garantia
De nada serve o infinito ansiar
Pois quem chegasse desistiria
Porque até o infinito está a mudar
 
A partida, o desperdício