Poemas, frases e mensagens de Willian Figueiredo

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Willian Figueiredo

Tenho 35 anos e escrevo desde muito cedo... não tenho maiores pretensões senão de viver o presente e vivê-lo bem... há algum tempo também me embrenhei nos caminhos da fotografia... uma outra grande paixão... exponho as fotografia

Metade de Mim

 
Tua voz é inexata...
E parece que as rosas não nascem mais...
Meu cansaço ofusca meu espírito...
E não escrevo mais como antigamente...
Trouxe pão, leite, café e açúcar...
A fruta que tinha estragou...
E o que nos resta é esse olhar
Esse desejo impreciso...
Uma oração
Um pedido de paz
Dessa paz que brota na fazenda
Em meio aos animais que vivem por viver
Quero deitar no teu colo
E me sentir seguro...
Estou com medo...
Muito medo...
Olha pra mim...
Venha me buscar
Acalentar esse narciso beijo
Um silêncio que não almejo
Um ato de desespero
E uma breve jornada
Que acaba aqui...
 
Metade de Mim

UMA HISTÓRIA DE AMOR

 
A INFÂNCIA

Éramos ainda crianças
Quando nos curtos encontros
Vivenciávamos as ternas
Essências do amor
Brotando em nós...
Olhares brilhantes
Azulando o céu,
Pintando as flores
Com cores vivas,
Vivas cores!!!
Coração pulsando
Num compasso sem compasso
Como se nós não estivéssemos ali...
Gélido frio pelo corpo,
Sorriso tímido querendo falar
E um grato esquecimento
Das obrigações de sermos crianças,
Com limites a seguir,
Com desejos reprimidos,
Com mordaças invisíveis,
Enclausurados
Por cometer um único pecado
Ter nascido sem pedir...

A PARTIDA

Numa manhã de sol
A brisa envolvendo
Meu pequeno corpo
Parti...
Acompanhando a sina da esperança,
Da constante mudança,
De dias que não têm fim...
E naquele portão,
Tão grande diante de mim,
Intransponível,
Vi-te pela última vez.
Um adeus contido,
Um soluço preso,
Uma lágrima seca...
E diante do tempo
O voraz aniquilador das lembranças,
Ajoelhou-se ante a grandeza
De uma imagem de um menino gentil...
Recordações que pairavam eternas
Como se reencontrássemos
Todos os dias nos mesmos jardins,
Nos parques,
Nos nossos pequenos
Momentos sem fim...

REENCONTRO

Em meio ao nada,
Na solidão diária dos dias.
Na mesmice entediada
Do pão nosso da vida,
Uma mensagem cognitiva
Deixada à mercê da sorte,
Do imenso desejo de ser lida,
De reencontrar de fato
A infância perdida...
Na nova era
Numa era de conflitos,
Entre a poeira de livros antigos
E mágica tela do mundo,
A surpresa encantadora,
A resposta esperada por anos a fio
O reencontro...
No inicio palavras soltas
Explorando a descoberta,
Numa luta contra a ansiedade avassaladora
De ir de encontro ao amor adormecido...
Por fim um toque de lábios,
Mãos entrelaçadas
E uma vida eterna por viver...
 
UMA HISTÓRIA DE AMOR

...PERPLEXIDADE...

 
Confesso perplexo
A metáfora dos meus dias insanos:
O pouco que resta do muito que vivo
É a saliente aventura de uma busca...
Nado em nada,
Naufrago em terras vizinhas
E fujo dos sonhos que teimam em nascer...
Confesso que minha estrela guia
É bastante ultrapassada
E já não me guia mais...
Minha mente
Vaga pela eterna lembrança
Desses olhares distantes
Esperançosos,
Atônitos.
Confesso embriagado
Que a embriaguês
Distancia-me das maledicências
Que tentam ludibriar-me...
Ah se eu pudesse o teu corpo tocar!!!
Na verdade te libertar
Dessa clausura.
Essa decência sem precedente
Incomoda-me,
Enoja-me.
Confesso ainda que perplexo
Que esse amor, que essa felicidade
É o caos da decadência humana.
Morre-se buscando,
Morre-se sem encontrar...
Mais que viver é iludir,
Se iludir...
Ainda confesso
Que não espero teu sorriso,
Não espero teu carinho,
Não espero teu amor,
Não espero só desejo
Simplesmente quero
Viver da vida
A essência bendita
De ser um sonhador.
 
...PERPLEXIDADE...

DORES DA ALMA...

 
Rasgaram em cruz o meu peito,
Tiraram me a alegria e o sonho,
Reina nesse trono a dor,
A percepção crua
De toda uma vida vã...
Uma coroa?
Um reinado?
O amor se desfez
Na busca pela ilusão...
 
DORES DA ALMA...

TEIMOSIA...

 
A gente vive
É de teimosia.
Com a terna esperança
De que o amanhã nos trará um melhor dia,
Abarrotado de alegria.
A gente vive
É até por não ter escolha.
Lançados ao mundo
Nus, chorando...
Um choro que parece não ter fim!
Não escolhemos a riqueza ou pobreza,
Não escolhemos a inteligência ou ignorância,
Não temos o direito de algo escolher!
A gente vive
É de sonho.
Um sonhar tolo,
Entorpecente
Que prolonga a euforia.
Mas não passa de ilusão...
 
TEIMOSIA...

AMOR MAIOR...

 
TOLICE ACREDITAR QUE SE NÃO FOSSE ADEUS
TU NÃO TERIAS PARTIDO SEM MIM,
E AS ROSAS QUE A TI ENVIEI
NÃO TERIAM MORRIDO...

AS NOITES SEM TUA PRESENÇA
NÃO SERIAM TÃO LONGAS
SE O AMOR QUE POR TI TENHO
NÃO FOSSE MAIOR
QUE A MINHA EXISTENCIA...

DIANTE DO FATO CONSUMADO
FICO A MERCE DO TEMPO...
UM SOLUÇO
E UM DESTINO SÓ,
QUE DESCONHEÇO...
 
AMOR MAIOR...

...INCONSCIENCIA...

 
Entre os dedos
A chave perdida
De um sonho insano,
De um amor não vivido,
De um olhar invertido,
De uma busca sem sentido...
Aparece e de repente
Esvai-se
Na languidez impura
De dias que se vão
Em vão...
Um querer
E uma incerteza...
Blefes
E no fim
Um jogo fadado à derrota...
 
...INCONSCIENCIA...

Tradução da Dor...

 
Pago em silêncio a penitência
De viver ao seu lado...
E caem sobre mim torrentes
De tristezas e sangues...
Minha garganta já não mais suporta
Esse fel envenenado de sua língua...
E meus pés vacilam diante
De sua indecisão...
Envolve-me esse torpor
Que me atrela a essa infelicidade,
Essa infrutífera visão de futuro...
Abandone-me nesse albergue esta noite...
Retirem de mim essas algemas...
Essa foice que poda meus sonhos...
Esse machado que decepa minha raiz...
Pago em silêncio toda essa vida
Que não desejo viver...
Essa incoerência sem ventura...
Os meus olhos não brilham...
E estou prestes a sucumbir
Numa loucura sem volta...
 
Tradução da Dor...

Paisagens do que restou....

 
Entre as nuvens
Que passeiam sob o céu da imaginação
Bailam girassóis coloridos,
Giram sapos e saltam grilos
Num cantarolar incessante...
Meia volta,
Volta e meia
Depois dos cristais de agua
Que banham a terra
O sol vermelho queima seus pensamentos
E seca seus lábios azuis
Do sabor de manga madura...
A flor foi beijada...
A lágrima de boa sorte
Tingiu o lençol
Marca de um amor...
Fotografias que revelam
Paisagens do que restou...
 
Paisagens do que restou....

O sopro do amanhã...

 
Trapaças, vadiagem...
Sons de tambores que invadem o quintal...
E sob o céu de ouro
Os olhos que buscam a paz...
Pegadas na praia...
Ondas molhadas...
Desejos sucumbidos
No medo do amanhã...
Vinhos, caviar...
Um mundo que não é mais seu...
O sopro da vida
Envolvendo o veneno da morte...
Um mundo que era seu...
Trapos, troços...
Trancas, grades...
O mundo que agora é seu...
Páginas em branco
Borradas com o sangue do amor
Um minuto de silêncio
E já não há mais motivo
Para comemorar...
Felicidades...
 
O sopro do amanhã...

Insana Noite...

 
A noite fria...
Gélida...
Sombria...
Uma mesmice esse caos...
Essa tênue alegria
Que se dissipa entre as mãos da desesperança...
Não me recordo do céu,
Nem das manhãs de outono
Ainda floresce em meu jardim
Páginas de um livro por acabar...
Um coração apático,
Um tema absorto em poesias
Minha vida... minha vida...
Nas pálidas faces do seu rosto
O doce semblante da ternura...
Atracada no porto das ilusões
A sorte dos tempos que não voltam mais...
A mercê do futuro
Um grito taciturno
Para acalentar
Essa noite fria...
Esses pés frios
Que esperam a morte chegar...
 
Insana Noite...

EU TE AMO!!!

 
Eu te amo!!!
Sabes disso...
Santa doidice...
Preciso rir...
Somos loucos...
Cúmplices...
Mais que namorados...
Companheiros de fato...
Um amor que desconhecem...
Um sobrevivente a tufões...
Tsunamis...
Amor ao primeiro sorriso...
Ironia do destino...
Ficamos enlaçados...
Num emaranhado de corações fundidos...
Definitivamente perdidos
Num amor sem igual...
Eu te amo!!!
Sabes disso...
 
EU TE AMO!!!

Fragmentos do Amor...

 
As letras saltaram
Entre meias algazarras e euforias
Incontidas e envolvidas
Pela felicidade inversa ao tempo
Misturaram-se em redemoinhos
Girando cata-ventos,
Rodopiando pipas,
E fantasiando sorrisos...
A mão parada,
Os dedos perplexos
Diante da caneta seca
Que do nada estagnada ficou...
De repente a miragem
Despertou o encanto
Que estava por vir...
Um amor...
Irreconhecível amor...
E as letras não mais voltaram...
 
Fragmentos do Amor...

PREFÁCIOS...

 
Louco,
Insano,
Profano.
Guardo a chave do meu eu...
Ladro,
Calo,
Ruivo.
Nem parece que sou eu...
Santo!
Dizem que sou...
Não deixo de pensar assim.
Se me tiram as moedas
Guardo as migalhas
Que me restam...
Prefácios de mim!!!
 
PREFÁCIOS...

LIBERDADE...

 
Tarde demais quando ela acordou...
E eu não estava mais lá...
Fechei o portão e não disse adeus,
Deixei sobre o travesseiro um bilhete,
Tradução de um breve amor
Quase sem combustível...
Nem lembrança levei,
Nem saudade do que vivemos.
O despertador disparou inconscientemente
Mas não atendi e nem li a mensagem que ela me enviou.
Esqueci-me de fato do abstrato,
Uma visão de um pretérito perfeito...
Ela fingiu não ver que fugi!
Sobre a mochila um calor escaldante,
Um fardo mais leve e uma liberdade sonhada...
Não digo que a surpreendi
Quando sempre pensou que eu estivesse em suas mãos...
Um susto, um murro no escuro,
Olhos cegos sob um céu que se escondia tão encantador...
A frente de um destino desconhecido
Meu sorriso lívido
E foi tudo sem motivo
E foi tudo sem explicação
 
LIBERDADE...

LIBERTEM MARIA HELENA

 
Era melhor que não tivesse nascido
Essa beleza selvagem
Esses olhos azuis cor de céu
Esse cabelo negro e cOmprido que aquece o corpo
Essa pele macia e clara feita algodão...
Nascer para viver presa em si mesma
Presa pelo destino opróbrio da vida
Sem esperança de voar...
Infeliz por sonhar
E só sonhar...
Só sonhar...
Com essa liberdade tão distante
Tão fora de alcance
E desenhar os dias
Com pincéis de dores
E se martirizar com a ânsia de conhecer o mundo
O pouco do mundo que cresce ao seu redor
Tecer as horas com as mãos cálidas,
Feridas com as desilusões...
Afogar sua voz
Num silêncio imposto...
Sua face não conhece o carinho...
Seu coração não conhece o amor...
Seus lábios não conhecem o calor de outros lábios...
Sua visão abatida feito ave sem asas
Tradução de incerteza
De indiferença...
E essa impotência que amarga a boca...
Essa sede que seca a garganta,
Que espanta a alegria física do desejo,
Que perpetua a pequenesa solidão,
A melancolia traduzida na rotina
De seus passos...
Um caminhar lento
Esperando a morte do algoz
E uma morte que não chega
E uma espera que enruga a pele,
A crença em dias melhores...
Não vejo o brilho em seu olhar
Nem mesmo uma insana paixão
Para alegrar o coração...
A vida só lhe traz agonia,
Só lhe trouxe insônia...
Escuto a voz que quer sair
Escuto o coração pulsar
Vagarosamente...
E me sinto perplexo diante de tanta dor...
Sinto-me impotente diante da arma armada
Contra o peito que tenta se libertar...
E não consigo nem mesmo
Pensar nesse modesto
Casebre que esconde
Esse rio que corre pro mar...
Essa sereia que se lançou nas redes de piratas...
Essa roda gigante que não gira...
Essa vontade de viver...
Libertem Maria Helena!!!
 
LIBERTEM MARIA HELENA

O fotografo em delírios...

 
De longe o fotográfo observa a beleza que o enfeitiça...
a pureza que o absorve em delirios...
e a sintese de um todo em busca
do que é real...
 
O fotografo em delírios...

INSENSATEZ...

 
Eu queria ter na vida
Um momento de loucura
Esquecer que o mundo é mundo
E ditar minhas próprias leis
Saborear um minuto de insensatez,
Um beijo roubado,
Um tiro marcado,
Um amor guardado,
Um desejo contido no peito de uma mulher qualquer
Eu queria era navegar
Nesse mar de ilusão
E naufragar nessa imensidão de luxuria,
Pecados humanos,
Realidade simulada.
Eu queria era viver
Um sonho sem nexo,
Retrospecto de uma vida passada,
A riqueza de um deus grego
Uma vida que não fosse a minha,
Uma vida que levasse um pouco de mim.
 
INSENSATEZ...

Brincar de Escrever...

 
Brinco de escrever
Passando-me por poeta
Enganando a mim e aos outros...
Sou uma farsa camuflada
Nestes óculos de artista
Neste ar de homem culto
O que de fato não sou...
Finjo tão bem
Que eu mesmo acredito
Mas as letras não escondem
Minha santa ignorância
Na arte da escrita...
“Eita” labuta essa vida...
Se pelo menos
Nessa esfera alucinógena
Eu conseguisse entrar
Talvez tivesse mais força
Essa mascara
Que tenta esconder
Meu sorriso de menino...
E ai não precisaria mesmo fingir
Ficaria escancarado
Minha impúbere poesia
Que norteia minhas mãos
Que me faz pensar
Da vida um poema simples...
Da arte a arte de sonhar...
Não sou poeta...
 
Brincar de Escrever...

Nuvens...

 
Para onde foram as nuvens...?
Ao fim do mundo
Buscar formas de enfeitar
A serena imaginação
Que compõe nossa alegria...?
Uma rosa...
Um elefante...
Um cavalo alado...
Um passarinho...
Um beija flor
E o que mais se puder ver...
Sob as mãos invisíveis do vento
O dedo esculpe a tela mágica do céu...
Vai-se uma, vem-se outra
Em cenas cinematográficas,
Em passeios lúdicos,
Em tempos sem tempo
Num nada de gosto de pipoca doce
Que daqui da rua de terra
A gente fica a espera
De mais uma passar...
Para onde foram as nuvens
Enquanto a gente brincava viver...?
 
Nuvens...

"Há poemas ininteligíveis nos seus elementos, porque só o poeta tem a chave que o explica; mas a explicação não é necessária para que pessoas dotadas de sensibilidade poética penetrem na intenção essencial dos versos"
Manuel Bandeira