Poemas, frases e mensagens de Thessica

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de Thessica

Infante navegante

 
passam-se os dias remanescentes
junto a realidade abstrata visando
os continentes que conheci e conhecerei
os amores que amei e amarei nos sonhos

admirarei as navegações que desejei e desejarei
o alinhar do horizonte pacato quase sonoro
da composição da melodia nossa

analisarei os arranjos no momento que avistarei
a ínsula terra de ninguém prometida através
do perfeito e sincero encaixe das palavras

então os encantos se encaixaram como promessa
e tudo que um dia desejarei se impregnará no convés
que ancorou perto do cardume que amei como maestro

e pela primeira vez a primavera seguira seu ciclo
sem interrupções egoístas do elo prodigo certo
de certezas incertas de como se deve ou deveria amar

thess
 
Infante navegante

(in)DIFERENTEMENTE estranho

 
sou um louco alucinado
um touro enraivado
um pássaro enclausurado

venha comigo
vamos ao abismo
pagar pra ver

me conheça e tente
entender

quem sou
de onde vim
e o que fiz
para merecer

ser infeliz

pare olhe a lua
crescendo atrás das pedras
vendo a maresia

cale-se
e ouça o canto e o conto
da sereia na pedreira
banhando-se no luar

se vá
que estarei logo atrás

novamente entendendo
e não compreendendo
os encantos
dos cantos cantados e
dos contos contados
por você

é tarde eu sei
mas mostre-me o muro
que te tranca no escuro

quebre as barreiras
e fuja comigo

diga-me apenas o que sente
e não dê ouvidos
ás sereias no alambrado
rindo do eufemismo
do meu eu e seu

logo vou partir
junto a lua que
fez quem sou

mas parta antes que ouça
a triste verdade que contam
enfurecidas pela merecida
roda da simetria de entender
a mim
e a você

conte-me a verdade
e me faça sonhar

se tiver medo do escuro
eu te seguro
e paro por você
no farol apagado
do ser enclausurado
gritando ser tarde

eu sei
tente entender

vá e volte
mas não mais volte
jamais

thess
 
(in)DIFERENTEMENTE estranho

árvore de mármore

 
E cobrimos de novo, o contorno do outono até sumir
e de novo até que restamos apenas por sorrir
os livros imaginários na estante, distante de me ouvir
triste, escondo-me aqui

espontaneamente distante, perdido sem resistir
do palco compelindo respostas á aplaudir
o olhar dos rebanhos sedentos sem adquirir
triste, encontro-me aqui

assumo o sumido papel de rejeitado, sem mentir
regando as laranjas de mármore a cair
afastando os jazidos das árvores sem resistir
livre, prendo-me aqui

thess
 
árvore de mármore

curvas gélidas

 
Sobre as curvas de seu pálido e gélido corpo
o sangue percorreu
desenhando-se em um compasso
perfeitamente imperfeito

dos acordes batendo a espreitar os movimentos
do ardor da dor que corria e percorria
por sua insensata rebeldia
acalmando e aclamando para o que então viria

então a submissão imaculada recém aflorada lhe consumiu
resumidamente a construiu
das lacunas deixadas por que partiu
e sorriu pela singela aceitação de quem era,
despiu-se por um instante da máscara precária
vestiu-se de quem era e se fez
de completo por completo

sem medos nem receios
aceitando a quem se tornara
e assim da nova carcaça se amara
então dos viajantes de seu mar de glória
lhe puseram na paz que até então apenas sonhara

thess
 
curvas gélidas

Pescador de pássaros

 
Sou um cigano sem rumo
a caminhar pelo mundo
um ator sem inspiração
um menino sem imaginação

contudo lhe peço e imploro
não se vá pescador de pássaros
volte e diga o que esperar
que caminho ir e como amar

venha comigo ao forte
ver com sorte o por do sol
abrace-me e ame a mim

beije e faça-me imaginar
como seria perfeito se fosse durar
a realidade ilusória da perfeição

thess
 
Pescador de pássaros

Velho demônio caído

 
A bebedeira junto a toda choradeira
olhando seu velho demônio caído
que não queria se levantar.
Ficou cansado de ser vilipendiado e rejeitado
ao ficar só decidiu testemunhar.

Garrada de tequila sobre a mesa,
cinzas de cigarros espalhados nos cabelos,
lágrimas caindo ao chão.
No espelho quebrado o rosto de uma
pobre menina sozinha, frígida e vazia.

Fazia promessas vazias,
Implorando a seu anjo caído
que não participasse de sua execução,
precisava usufruir de alucinógenos
para fugir de todos entusiastas veementes doentes.

De joelhos pagava por seus pecados
por não ter intercedido
quando no silêncio da madrugada
a complacência impregnava sua alma torpente.

Seu ominoso cúmplice partiu sem se despedir,
Ficara desamparada no deserto ermo aterrorizada
esperando a cavalaria que porventura a salvaria.

Mas de quem - ela não sabia.

thess
 
Velho demônio caído

amor Platônico

 
Talvez sua falta me faça falta
mas não implorarei sequer um único beijo seu

deixarei que parta para o mundo a voar
com as asas que sempre invejei

partirei em silencio e não olharei
para os corpos caídos em minha volta
decompondo lentamente junto a incerteza
de pertencer a mim mesma

direi apenas foi bom te ver
com seus olhos vazios buscando a certeza
que sempre desejei

me despedirei de seus amáveis sorrisos
e não lamentarei por jamais ter te pertencido

jurarei aos ventos com a singela lucidez
a vagar por entre o escuro buscando
sorrisos que jamais terei

jamais voltarei a desejar tudo que não vivi
não desperdiçarei poesias vazias ansiando amar
ao menos uma vez

direi inda que a voz vazia que ouço na claridade da
solidão pertenceu a você e desta vez virarei as
costas sem me perguntar do porque

de você me amar

thess
 
amor Platônico

egoísmo em Falta

 
ainda falta egoísmo em mim
mas duvido poder ou querer dividir
os sorrisos que vi, os beijos que mandei
os sussurros que senti, que em sonhos lamentei

algo se perdeu em algum lugar
não sei se quero me assegurar
que voltei a tempo antes da execução
do perjúrio triste da indecisão

então escondo-os por entre a lua
os sentimentos que jamais senti
os beijos que não dei e as virtudes que nunca amei

permaneço a indagar se seria feliz a esperar
o desesperar me traria o desertar
da ira á cobiça de sonhar

mas ainda sim perco a razão
por falar de mais, amar de menos
e imaginar de mais

mas há o que há em mim
fontes vazias de sossego,
creio pensar que me traz medo
ciúmes audaciosos de ser quem traz a mim
por não ter ao menos uma vez
o mínimo esperado de paciência

apenas sinto por nunca ter amado
nem sonhado sequer uma vez

thess
 
egoísmo em Falta

A fantástica fábrica da conformidade

 
sorrisos fajutos que partiam das entrelinhas dos
vistos imaginados formados escravos da corrosão
partiam então mutilados pela imaginação sem
sentir prazer nem o gosto descrito pelo Corão

integrando na crosta cantavam sem generalização da paz
á desgraça sem forjar as apostas da ultima contorção
dos ingressos públicos para a manobra de purificação
glorificados eram os inglórios partindo pra a ultima estação

comprados e ajustados pelo preço da familiarização
marcados para sempre pelo símbolo da graça consagrada
mesmo sem remorso sentindo-se inertes então

do porão que partia da ultima casa da rodovia
na ferrovia os disparos ajustados pela televisão
elaboravam então sua ultima canção

e sorriam sem falsificação nem aglomeração apenas
gostando do gosto do cigarro da peregrinação viam-se
em paz por estar a sós sem ter que rodopiar em prol da ação

thess
 
A fantástica fábrica da conformidade

Antítese Paradoxal

 
Um sentimento devasso misturado ao fracasso de ser imoral
fez com que seus sussurros gritassem em prantos sem temer
ou repreender a violação que fizera a si mesmo.
A lucidez evitava que corresse em círculos em castelos de milhos procurando migalhas douradas espalhadas ao vento.

Navegava por verdes mares em busca de promessas pueris
inventadas por magos insanos que mentalizavam um futuro sem planos, enquanto procrastinava a busca da terra prometida insulada, enterrada em quimeras flutuantes, ouvia o canto esperançoso de marujos pecantes.

-Avante em frente infante criança pensante

Sobre águas turvas sepultavam carcaças de crimes meretrícios
prescritos em areia movediça que jorrava esbravejantes
sonhos regados de infâmias farpadas.
Traçava rotas nostálgicas com efeito corrosivo que afanavam a
eficácia da milicia dominante que cativava farsantes
enclausurados em masmorras penitentes, vigiados por donzelas depravadas foragidas de suas grades e meretrizes convergentes.

Divagava por campos sangrentos junto á límpida lembrança do
herege profano que consagrava anistia aos impenitentes e lhe
excomungara negando á sua alma torturada um auxilio
benevolente, e prosseguia o peregrino insolente plasmando a
utopia contundente em busca de sua caixa de pandora e de
seu nirvana adjacente.

thess
 
Antítese Paradoxal

Quartel dos (des)CONTENTES

 
Não consigo demonstrar a toda a beleza de um mundo
que não me distrai

mas lhe asseguro de que já tentei sonhar

talvez seja fato que meus ouvidos surdos pelo
tempo não ouçam a magnitude do suprassumo agradável
pertencente a quem verdadeiramente sabe sonhar

tristes são os pobres que não sabem
e não podem
como eu

talvez eu venha buscado sinônimos no dicionário errado
sinto apenas a falta que me fazem as palavras
para descrever o esplendor onipresente
que para mim até agora é inexistente

enfatizo que de fato me falta
palavras para descrever tudo que não vivi

e como poderia sem antes partir?

sei que não consigo mas deveria poder
ouvir o som do vento a me dizer

não se culpe
por não ouvir

talvez eu venha a sentir falta
da falta do brilho do magma explosivo de ser
ou não ser
feliz

talvez a libélula aprisionada batendo as asas embriagada
pela estricnina venha a morrer
de dentro de meu ser
sem saber

desculpa mas não consigo dizer o quanto
eu amo sonhar

mesmo não sabendo
nem podendo

fazer rimas que desatinam
mostrando tudo aquilo que não sou

prefiro apenas o não pensar
que ainda detesto toda a felicidade fabricada

posso até fazer parte da união dos soldados descontentes
mas não admito
a ideia de que meus inimigos internos
digam-me como devo viver
e como devo me sentir

desculpa caro amigo mas cansei de mentir

thess
 
Quartel dos (des)CONTENTES

Senhor Coelho

 
não se leve senhor coelho
não me leve
a Alice é apenas um
espectro minimalista de centelhas inertes e inexistentes
buscando encontrar açoites no assoalho descalço
denegrindo a obscura imagem de redenção

Não se deixe levar senhor coelho
não me deixe levar
pois os pares dos pajes do castelo me confortam
não seria imaturo por pensar
que do páreo alado o alazão
busca incansavelmente a ilusão

de ser de fato o coelho da imaginação.

thess
 
Senhor Coelho

inferno no inverno

 
O céu cinzento do outono mostrando sua graça
os ares esperançosos a sorrir e imaginar
o ofuscante brilho do inferno a sonhar
pela neve de março a incriminar o pecante criminoso
a morar por onde haveria por estar

e sonhar

Sonhando estavam os risonhos tristes a ver
as rosas brancas do congelante verão interno
do inverno de suas calorosas e dolorosas almas
prevendo o inferno no colo das peças outra vez

Ao relento vendo as cordas, as colas juntos desta vez
refletindo as falhas, as marcas e a insensatez
escutando no escuro o som do escudo do prologo que reluz o caçador

Estampados prevejo,
almejo e praguejo os sonhos do inferno no inverno
intrépidos caçando o almirante no mirante do pescador

thess
 
inferno no inverno

Mera ficção - de mim

 
o suor do corpo ardente em chamas gélidas
o calafrio do pífio e intransigente ser
a escassez das frases formadas em mim
e a mim por me permitir viver assim

escondida sob as colinas longínquas e
despercebida por entre as árvores secas
florescendo no inverno árido
de minhas escolhas

venerando, amando e odiando
o medo da doce e sólida
simultaneamente sórdida solidão abrangente
que possui maior querer que a mim
por querer ser assim

e estar aqui
distante de tudo
inclusive de mim

perseguindo as borboletas por esse caminho
sem medo das escadas tortas e do vazio
me encontro no escuro e continuo
vivendo assim
feliz (?)
 
Mera ficção - de mim

Amor retórico inexistente

 
Seria assim o amor?

Palavras vazias sem nexo em um contexto imperfeito
Ou seria ânsia, misturada á agonia
o medo se apoderando de um sub consciente turvo, limpando os padrões da escrita formando assim uma poesia a ser entendida?

Seria assim?

O amor misturado á raiva e ao ódio que parte da mais bela e perfeita sinfonia?

A plenitude da imperfeição, a magnitude da aceitação

de ser imperfeito

Mas sei que as rosas, os vinhos e as velas não passam de mera ficção - ou alucinação.

de ser entendido
compreendido

De estar desprovido de certezas
de ser iludido

Mas ei Deus, onde estás a minha sinfonia?

thess
 
Amor retórico inexistente

sonhos amargos

 
As noites estreladas junto a madrugada
clareada pelas mesões dos tolos a me
perguntar se seria eu mais um a torturar
os seres doentes de magia e agonia por amar

Perdoada seria se o embaraço fizesse poesia
dentre as lamentações descritas nos muros da amargura
postada nas labaredas escuras do mar de luxuria
contendo as melhores intenções por odiar

Se o abraço caloroso não fosse tão frio ousaria
novamente sentir a nostalgia dos beijos perdidos
na estação lamentada que relutou chegar com empatia

Junto aos sonhos perdidos que o vento traído levou
as anotações manchadas por lagrimas caídas que
mostravam apenas o medo por alguém lhe conhecer e amar

thess
 
sonhos amargos

amor só pra mim

 
mesmo egoísta o quero
de forma exclusiva
sem testemunhas
sem perjuras
sem injúrias

quero sentir medo
fazer planos
sem planos
me entregar

e amar
como ninguém
jamais fez

quero sofrer
com a distância
me descabelar
para amar

me abalar
pela demora
de relapso
me encontrar

quero as promessas
mais bonitas
o encanto do presente
e o desapego do passado

o quero só pra mim
para poder sentir
o querer
de poder amar

eu o quero
como o quero
só pra mim

thess
 
amor só pra mim

Ressaca moral

 
a imoralidade da deformidade indiferente e
não condizente com as ameaças onipresentes de
ser ou não quem de fato nunca seria

normal eram as palavras ébrias do ardor da agave
misturada as pobres garrafas de palavras vazias
desconexas ao mundo real

solitário seria amar seus monstros de estimação
trancados no armário desabitado tentando sair
sem ser amados

retardando-os com a tampa da lembrança da
solitária criança brincando sem saber
o que haveria de acontecer com sua vida

perdida tentava encontrar um caminho
no escuro para poder dizer que de fato sabia
que tudo era normal

até mesmo o rugido dos seres do escuro
tristes pela solidão dos olhos tentando esconder a
dor da perfeita normalidade

ilusória era a alegação da coação psicológica
idealizada pelas pilhas de copos vazios a chorar
por conseguir comprimir seus sentimentos

via comprimidos que não reprimam sua dor
apenas açoitavam sua alegria sem sabor

thess
 
Ressaca moral

coração enraivado

 
tristes eram as palavras de um louco coração enraivado
pela angustia de odiar a si por não amar
e se culpar por triste ser a pensar

melancolia invadia o pobre ser despercebido
a fazer de sua saga e triste sina contos sem sentido
incompletos e incompreendidos

harmônica harmonia aflita consumia sua desconexa
e perplexa sinfonia sem promessas de que o melhor ainda viria
junto a tristeza da graça da desgraça encantada

beleza se via mesmo da morbidade poesia
do morboso alvoroço que se via em sua sintonia

então esperava a aclamada beleza que consumia
a ilusória normalidade desconexa
que a esperança um dia lhe traria

thess
 
coração enraivado

Minha Máxima Culpa

 
Em uma tarde ensolarada
com as mãos amarradas
foi jogada em uma estrada abandonada
deixada para morrer

Mea Culpa

Tentou se defender até que o cansaço
fracassou suas tentativas
de não sentir dor

Mea Culpa

a cada grito um gemido
a cada grito um osso se quebrava
a cada grito sua vida suprimia
e o ódio aumentava

Mea Culpa

Nem por toda eternidade
esqueceria os gritos silenciosos
suplicando a morte para leva-la

Mea Culpa

O constrangimento de ser quem era
consumia sua existência
nem a dor, nem o sangue,
ou os hematomas em seu corpo
afastavam a sensação
de humilhação, de asco, de repudio e
de culpa

Mea Culpa

Disseram-lhe que em uma humanidade desumana
coisas ruins aconteciam
Ainda sim não conseguia
deixar de sentir culpa
por não ter morrido
por ter se permitido
sobreviver

Mea Culpa, Mea Maxima Culpa

thess
 
Minha Máxima Culpa