VIDA BREVE
Eu te convido...
A dar uma pausa para sentir a vida
Respirar profundo a cor e a luz
Deixar fluir a energia em tons azuis
Ensaiando um momento novo
Como um doce beijo roubado,
Ou quem sabe molhado
Que deixa na boca
Um sabor de hortelã
Gosto de alegria
Frescor da manhã
Momento sublime
Surpresa de amor
...Um beijo
Que nos permite como adolescentes
Fazer ecoar a gargalhada da euforia
Pois o que levamos dessa vida
É a sensação que renova a gente
Em poucos e loucos segundos de alegria.
(Rita São Paulo)
INSTANTE
Entregue ao teu amor tão somente
Quero todo, e não mais que o instante
Aquele em que da magia és semente
Onde em mim, a eternidade é o bastante
Sendo a felicidade, o momento presente
E minha urgência, o teu querer delirante
Entregue ao teu amor tão somente
Quero todo, e não mais que o instante
No doce enlace, d'um balé envolvente
Pelo teu inflamado amor, vejo adiante
Buscando por destino a chama ardente
E minh'alma transmutar-se em diamante
Entregue ao teu amor tão somente
Rita São Paulo
SUBLIME AMOR
Abro o olhar, tal qual a janela da aurora
E deito em insanos sonhos sob teu céu
Todos os sentidos, versos envoltos em véus
Que descortinam os segredos de outrora
D\'um amor, que não traz a medida da razão
Apenas almas entregues e incandescentes
N\'uma história de desejos plenos, e não somente
Pois que do encontro, a magia se fez perfeição
Entre toques e sussurros n'um mágico momento
Que sinto da vida a força, de um coração sedento
Findando pois em ti minha busca, meu paradeiro
Epicentro de emoção, em verdade e por inteiro
Deixando na pele bem mais que o perfume, a flor!
Marcas cravadas pela eternidade, sublime amor!
(Rita São Paulo)
ALMA NUA
Nunca fui de fácil conceito,
não me encaixo em definições.
O que habita em mim,
é o desejo indomável de uma alma nua.
Rita São Paulo
TEU TOQUE
Ainda te sinto em toques ardentes
No deslisar das minhas lembranças,
A despertar sensações quentes.
E na pele, a loucura me alcança
Sentindo calor e frio, livremente
Me entrego ao arrepio que avança
Ainda te sinto em toques ardentes
No deslisar das minhas lembranças
E enfim buscando teu amor urgente
Firmo no olhar de paixão, a aliança
De tantos desejos ora frente,a frente
Como nossos corpos,em plena dança
Ainda te sinto em toques ardentes
Rita são Paulo
PLENO AMAR
Como se primavera fosse...de tão pleno o amar
Que num doce murmurar desperta-me a pele
Em arrepios que a faz enflorescer, desabrochar
E nas águas d'alma ser o por do sol, olhos d´ele
A Tirar-me do chão, magia que traz tom ao mar
Armadilha da paixão, no espelho que a mim revele
Como se primavera fosse...de tão pleno o amar
Que num doce murmurar desperta-me a pele
N'aquele sorriso, que das madrugadas é o luar
Doce mistério a correr pelas veias, que vida impele
Loucura que inflama, dessa chama a se entregar
Seja pois tua luz, o fluxo de alma que minha acastele
Como se primavera fosse, de tão pleno o amar
(Rita São Paulo)
ENTREGA
Ao teu amor, já me dou por refém
Dos desejos, insanos e indecentes...
Que na forma de me amar, bem além
Torna cúmplice minha pele, e não somente
Pois que tudo em mim te contém
E mesmo sem estar, mas nunca ausente
Faz-me sonhar, o que o peito não detém
Revelando os mistérios, que minh\'alma sente
No balé das palavras, dessa tua eloquência
Ou na canção, a que descreve o momento
De verdades que não se aprisionam a aparência
Dá-me pois, tua boca por alimento
E teus braços, ninho dessa minha essência
Eu... Apenas mulher, ao teu olhar atento.
Rita São Paulo
MATIZES
Navego em sentidos por pura emoção
O sorriso sente, quão simples é o amor
Encontro do céu e o mar para eu me por
Que acende do olhar a luz, tons de paixão
E dá à vida força, tal qual água corrente
Pela leveza do som, onde flutua a poesia
Que em matizes azuis colore meus dias
Cruzando Norte a Sul d'um querer latente
Pois bem maior que nós, é o sentimento
Infinito da existência de tão raro momento
Sem que dos sonhos desvie o olhar amante
Em primavera de cores, do sublime instante
Fazendo d'almas laços, que essências exalam
E diante de nós, todas as palavras calam
(Rita São Paulo)
COLHEITA
Eu colho palavras
Caras...
Poucas...
Simples...
Raras...
Eu as toco,
e deixo escorrer
por entre os dedos.
Experimento na tez,
um acordar de energia.
Tom, cor, som...
Luz que acaricia.
Ando aprendendo
a tirar o peso do dito,
e o valor do que não foi dito
Eu ando sem pressa...
Preferindo falar com os olhos,
e o sorriso.
Te interessa?
Rita São Paulo
PROCURANDO, COM DRUMMOND
Ainda me pergunto, perdida entre teus versos
Procurar o que?
E continuo o traço, onde tua jornada refaço.
A resposta, que também não sei
Eu sinto...
Eu busco...sim, eu busco
Mas, por sonho parecer,
Eis que muitos não acreditam
Pensando ser das palavras, apenas a escritas
O punhado das letras benditas
Que só aos anjos pertencem
Não...Eu sei, que ilusão não é meramente
Ou pretensão dos visionários, tão somente
Pois, se existem entre tuas linhas, com certeza já vivera
E se os teus olhos, aqui e ali,
No que não era pôde encontrar,
Também eu, entre risos vou buscar
Mas, quando frente a frente a deparar,
Será louca a vontade de a todos fazer ver
Vencida apenas
Pelo cúmplice capricho, do poder esconder.
( Rita São Paulo )