Poemas, frases e mensagens de lusaslave

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de lusaslave

…”anda sem pés “…porque têm asas nos dedos …

 
…”anda sem pés “…porque têm asas nos dedos …
 
Querida amiga,
Hoje fui ao seu ateliê das letras meigas
Cheguei, e encontrei no lugar da porta
Um vento sereno
Que me convidou a folhear
O outro lado da sua pele
Do verso para a face
Da carne para a alma.

E nesse exercício tão lindo
De te encontrar em cada folha
Senti que fugia do futuro
E me encontrava num passado corrigido
Por si
Na mais linda maneira …
Com a sua forma
De ser ,
Beleza em liberdade
Na palavra
Docemente cuidada ….
Com assas tatuadas de saber…

Este poema é dedicado a uma moendeira do céu molhado, em jarros por secar …a uma estilista de tinta seda, num tear liso de vocábulos a brilhar …
 
…”anda sem pés “…porque têm asas nos dedos …

Nessa caixa... Que guardas o vento engolido…será que ainda sustenta o impacto do nosso abraço?

 
Nessa caixa... Que guardas o vento engolido…será que ainda sustenta o impacto do nosso abraço?
 
A mesma felicidade
Que se move no olhar
Cabe nos nossos braços…
Nesse abraço
Velhinho,
Tantas vezes prometido
Aguardando no corredor do peito
O começo ….

Aquele abraço marinando na saudade
Antes de ser real …

O simples abraço,
Pedido
Evocado
Tão gasto
Nos lábios …

O abraço

Era apenas um abraço
Não era uma epopeia grega
Nem um desavio de morte
Era apenas uma réplica física
Da nossa história
Duas almas com a mesma sorte
Com a mesma lágrima
Com a mesma sede de estar
Com a mesma forma de amar…
Com a mesma fome de cuidar …

Não pedi para despires o tecido do corpo…
Nem para cozer as coxas com as linhas da mão
Apenas pedi,
A junção de duas metades
De um só coração…

Apenas
Queria,
Que as fronteiras
Da pele
Se tornassem fortes
Para existirmos
Unidos
Na aproximação mais íntima dos íntimos…
 
Nessa caixa... Que guardas o vento engolido…será que ainda sustenta o impacto do nosso abraço?

Instantes de caminhante

 
(Algures entre mourão e reguengos )

Rodapés de calor
são horizontes rasteiros

tremem como gelatina
nos olhos
no chão

Fazem transpirar o alcatrão

Dão comichão nos silêncios
 
Instantes de caminhante

Tu e eu …eu e tu …

 
Tu e eu …eu e tu …
 
Quem nos dera …
Sermos sinaleiros dos ponteiros
Na avenida do tempo,
Onde os relógios guiam os olhos …
Haveria instantes
Presentes
Passados
No rosto nosso
Com o sabor dos lábios …

Crescemos sem querer envelhecer
Envelhecemos sem crescer
Assim sou eu e tu
Trazendo o medo preso ao sentimento
Esperando pela carruagem da coragem
Para dizermos “ amo-te”
Ao primeiro vestígio de um beijo …

Tantas primaveras embrionárias, prontas a eclodir flores
Eu e tu …chorando o solo

Tantas noites de lua branca
Tu e eu …escorrendo a cinza das cores

Tantos amores bradando
Eu e tu… arrumando silêncios

Tantas palavras de amor na alma
Tu e eu …amanhecendo vazios no céu-da-boca…

Restam os dedos …
Parindo frases belas
De dentro…
Para dentro da folha …
Num poema ...
 
Tu e eu …eu e tu …

Lugares teus

 
 
Aferrolhado para o mundo
Vivendo num paraíso
Que desconhece…
É esse o “ninfo” que sondo …
Que espero libertar
Só para lhe mostrar
Como é adversa
O sua afã liberdade
Para amar
Fora do seu jardim
No páramo dos contos
Irreais …

Apesar de existir o amor lá fora
E as sapas encantadas
Que o amam …
Faltaria o cimento do afecto trabalhado
A firmeza da amizade
Adquirida durante anos …


No entanto, é preciso,
Puxar o ferrolho da coragem
Desabrigar a tristeza do olhar ,
Com pouco de primavera
Fora dos portões do Éden …

E marchar...
Marchar...
De coração aberto…
Até ao avesso
Das lágrimas …

E voltar
Com um sorriso
Novo
Na bagagem...

[ As flores murcham se te sentires presa no jardim
Independente das raízes algemadas pela terra …]
 
Lugares teus

A força do teu “olá”

 
A força do teu “olá”
 
Abrandaste o tempo
Na hora deitada
Sobre azul

Apagaste o vento
Deixaste o calor ao relento

Trouxeste as nuvens para debaixo
Dos nossos passos

E como beijo pronunciado,
Apagaste a tristeza
Nos lábios
Antes de serem
Molhados.
 
A força do teu “olá”

Volta e trás o teu templo poético nos búzios primaveris …

 
 Volta e trás o teu templo poético  nos búzios primaveris …
 
Escuta profeta dos sentires …
Fica, olha à tua volta
Retorna ao teu ninho…

Existe um vazio
Titânico
Sem o teu assobio
Sem o teu íntimo
Imprimido
Nas páginas
Deste sítio …
 
 Volta e trás o teu templo poético  nos búzios primaveris …

Instantes de caminhante #2

 
(Pisando as ruas de Safara)

As raízes e seus rebentos gritam...
Suas vozes se ouvem na brisa
Anunciando com odor a cadáver
Uma futura brasa
Qualquer
 
Instantes de caminhante #2

Mesmo depois de levares contigo o sol e as suas irmãs …continuas brilhando aqui dentro … como a única estrela do universo…

 
Mesmo depois de levares contigo o sol e as suas irmãs …continuas brilhando aqui dentro … como a única estrela do universo…
 
Sempre sonhei ser a mesma magia
Que és para mim
A ilusão natural e tão responsável
De acordar sorrindo …. Depois de qualquer azul…

Esse contágio imensurável
Que as estrelas representam
Para todos que olham para cima
Com a saudade de dentro ….

E fica aquela gota tímida
Feito goteira
Na janela entreaberta do olhar…

Talvez seja uma forma diferente de te chamar…
De te amar no silêncio …
 
Mesmo depois de levares contigo o sol e as suas irmãs …continuas brilhando aqui dentro … como a única estrela do universo…

Uma arvore não deixa de ser poesia no outono depois de tantas folhas escritas na primavera …

 
Uma arvore não deixa de ser poesia no outono depois de tantas folhas escritas na primavera …
 
Falseei o tempo que fazia nos meus olhos
Mas não o sentimento…
Entornado…
Quando chegavas,
Embelezando as palavras
Feito sol nas madrugadas…
Feito arco na íris
No silêncio nublado
Das lágrimas …

Acabei por abandonar a fé de um abraço,
Mas não o coração entrelaçado de saudade
Que sangra a esperança de voltar
A ser amor
Nos rodapés dos teus lábios …
Na curva cega dos teus ombros…
No espaços entre abertos do teu dorso…
No colo uterino do teu gosto …

Sei que tornei-me lago infértil debaixo do teu barco, quando prometi ser maré...ondulando o azul mais raro… na busca intacta do teu âmago, soprado em cada gesto gentil de afecto…

Hoje… depois do volume doce das promessas expiradas, do açúcar emagrecido na ilusão, sobrou um coração inquieto que te ama, agora que voltaste a ser sonho soberano ….
 
Uma arvore não deixa de ser poesia no outono depois de tantas folhas escritas na primavera …

A maior ficção é não dizer com o coração “AMO_TE”…

 
A maior ficção é não dizer com o coração “AMO_TE”…
 
Explicar todo o afecto, que procura as marés do teu peito
É trazer nos braços
Gotas de amar…

É te abraçar
Feito vento
Azul
Corando o teu olhar
Dizendo que te amo
Sem falar

Amar te nas distancias
Alcatroadas pelo tempo...
Faz doer
Faz ruir o mar
Faz da saudade
Uma guitarra
Engasgada
Que acompanha
O fado
Das lágrimas …
Sem soar
A gelo …


Porque o amor é doce
Mesmo na cruel saudade
Despida de beijos
E de abraços …
 
A maior ficção é não dizer com o coração “AMO_TE”…

Oleiro das folhas

 
Oleiro das folhas
 
Oleiro das folhas virgens
Oleadas de frases grainhas
Libertando a cor das flores
Aprisionadas no inverno indolor

Das sementes cheias
De frenesim
Pronunciadas na bainha da alma
Em palavras
Soando a clarim das fadas

Das pétalas encarnadas
Bronzeadas pelas estrelas dos teus olhos
Em cascata
Jorrando prata
A mesma que alimenta os lábios verdes
Dos caules
Dos pastos
Do espaço das falas

Não és um poeta qualquer
És um atleta das palavras certas
Dos graves em prosa
Dos ecos em clave
No véu dos teus braços
 
Oleiro das folhas

Um beijo rodado e trancado na boca

 
Um beijo rodado e trancado na boca
 
há nas ombreiras da saudade
impressões emocionais
dos teus traços …

mesmo esfoladas pelo tempo,
resistem ao esquecimento
aos abalos da realidade
à rugosidade dos lábios …
 
Um beijo rodado e trancado na boca

.......................

 
 
O amor não se escreve
Apenas
Com quatro letras …

Existem amores que gastam milhares de letras,
Só para explicar a força do seu abraço …
A dimensão do seu afecto ….
O espaço, preso do peito
Feito saudade…
As promessas renovadas dos sonhos …
As arestas da pele,
Aguardando a leveza doce dos lábios e dos dedos …

Existem palavras brilhando mais que todas as outras, porque ocupam o lugar dos olhos ...trazendo as imagens aos instantes, apojados da alma …

Existem palavras que se escrevem nas madrugadas, onde as luzes dos candeeiros se declaram às estrelas, quando todos dormem menos o amor florescente dos nossos versos …
 
.......................

O céu já não é o mesmo …lá fora ou no coração…

 
O céu já não é o mesmo …lá fora ou no coração…
 
 
Coloquei
Estrelas florescentes no tecto do quarto
Para que o escuro
Não adormece-se ao meu lado
Na mesma cama que a noite.

Modifiquei os vazios
Com sentimentos antigos
Trazendo para dentro
As vestes do firmamento
Do teu sorriso…


Foi tempo sombreado

Depois de ti
Há um vazio incorrigível
Na cave do peito
 
O céu já não é o mesmo …lá fora ou no coração…

Rosa com pétalas de morcego vegetariano …

 
 
O vestido anoitecido que cobre os seus espinhos
Não escondem o perigo do seu peito
Esse arrancador de sentimentos
Multiplicador de desejos

Dizem os mais sábios
Que um beijo seu é mais forte que um buraco negro…
Fiquei imaginando como seria o seu abraço…
E vejo um novo big bang, no espaço entre os dedos…
Um caminho sem regresso num só gesto…

Um poema dedicado a uma flor que insiste na fotossíntese do amor …quando as pálpebras do horizonte se fecham …desconhecendo a manhã do amanhã…
 
Rosa com pétalas de morcego vegetariano …

Uma Santa Páscoa para todos …

 
Uma Santa Páscoa para todos …
 
Quantas vezes, Deus nos ensina, através dos rios lavados na cara, que o céu fica abaixo dos nossos pés …?

E quando a nossa esperança se afoga na lama

Abundância profunda do seu amor, traz-nos á superfície, com a plenitude inexplicável de um sentimento nobre …

De acreditar que podemos amar, com a sua generosidade, a humanidade …
 
Uma Santa Páscoa para todos …