Poemas, frases e mensagens de edu_augusto

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de edu_augusto

Letters from Pale Blue Dot

 
Dear friend,

By far so good , we love each other .
We're many .
But the twelve hours working
Always speak, but never say.
There is no more time for that

We've peace here ,
weaponry on the shoulders guarantees us
But we love .
I have time to spare, buy something .

Health is never too,
Hospitals always crowded,
Everything stopped trying to move
I wonder sometimes
if time is money, why everything so slow ?
But we love.

Last week I could see the night sky
It's beautiful when the fog dirty allows us .
Credit where credit is due
You've a really nice place
But, you love?

How are you there?
 
Letters from Pale Blue Dot

Casuística Dicotômica

 
CASUÍSTICA DICOTÔMICA

Você acha que eu não sei,
que eu não me importo
que você não se importa.
Mas sinto, sinto muito
não por você mas por mim.

Pode ser que você tenha algo a ver
em haver algo
o que não posso é insistir,
e você não pode
Não está tudo certo.

Ainda que diga que está, não está.
Não pode correr à mim?
então não corra à ninguém
porque é assim que você se desfaz
de tudo que fez, e faz e conseguiu.

Seja rápida com isso,
De o golpe fatal,
Não por você mas por mim.
Dê algo para algo.
Algo sou eu em você.

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Casuística Dicotômica

Nuvens Brancas

 
Nuvens Brancas

Correndo, correndo. Chuva forte, ofegante.

Parado na esquina, ele encosta no poste, retirando do ar o sopro para seguir correndo.

O cinza do céu e de todos aqueles prédios inebria o que ainda lhe resta de racionalidade, ele só pensa em correr e naquele momento não há mais nada em que pensar. Já não pensa no emprego que acabara de perder, na quase esposa que tivera durante quatro anos. Só corre.

A cada passo e a cada gota de chuva que caia era um sentimento que escoava pelo asfalto negro, disputando lugar com toda aquela confusão, em algum momento ela irá parar, assim como a chuva forte e a respiração ofegante; os sentimentos retornarão como um turbilhão, vomitando todas as lamurias e flagelos daquele pobre homem. O que fará com que ele queira desistir. Atlas, com todo o peso do mundo.

Como as coisas podem mudar de uma hora para outra, não?

Correr o fazia morrer, acelerando o processo; já morrera em vida, esta é a pior maneira de morrer. Há alguns dias, muito provavelmente numa hora como essa e num dia como esse; a passos lentos, flagrou a filha da puta dando para o seu gerente. Você escolhe uma vida para viver, na verdade é ela que te escolhe. Você pode escolher uma roupa, um iPod novo, escolhe a novela que vai assistir, escolhe maneiras diferentes de se foder. Mas a vida, minha cara, a vida te escolhe. Inevitável. Viu o velho careca desmaiar após três pancadas na cabeça. Deve ter sido no minimo curioso, não?

A vadia o trocou por um gerente! É humilhante.

Quando a verdade sufocante vem à tona, são poucos capazes de suporta-la, as pessoas querem a verdade, querem a liberdade, mas não sabem como lidar com elas. É a nossa natureza, sonhamos o voo, mas tememos a altura. Como alguém me disse uma vez, é preciso ter muita coragem para enfrentar o terror do vazio, pois só no vazio é que podemos alçar voo, é no vazio onde reside a liberdade, a ausência de certezas. Somos assim, tememos o "não ter certezas". É por isso que trocamos o voo por gaiolas, são nelas o lugar onde as certezas não moram.

Mas não o julgo pelo que fez. Passou muitos de seus anos dando a alma naquela empresa de marketing, aquela do comercial da cerveja, sabe? Eu sei que sabe. Vendia mentiras em forma de verdades e em sua vida, a vida além daquela empresa, comprava verdades em forma de mentiras, que, só ele não enxergava, mas novamente, quem sou eu para julgá-lo? Quem somos nós?

Quando perdemos nosso nome, quando viramos um numero de três casas, quando a pressão burocrática de “ter” é mais forte do que a ínfima força contrária do “ser”, fica claro que as coisas vão ruir. Pense comigo agora, você encerra seu expediente; feliz por que seu gerente estava de folga e não o infernizou durante o dia e quando chega em casa, o filho da puta está comendo a filha da puta da sua esposa? Filhas da puta à parte, quem de nós não faria o mesmo? O merda era uma porra de um gerente! Sequer tinha contato com os diretores, veja bem, não que seja melhor um diretor comer sua mulher, mas é um pouco mais digno, concorda?

Todos nós temos dias ruins, dias em que o ar fica rarefeito, dias em que as palavras saem sujas de nossa boca, dias em que merdas acontecem, mas para aquele cara foi demais. Percebi isso em poucos segundos, naquele momento a vida, ou o resto de vida que restara daquele infeliz era apenas um nada, um vácuo de saudosismo, tristeza. Não era como a depressão, depressão é patológico, tem cura. Minha teoria é o seguinte: acredito que a vida é como um poço profundo e nele há dias bons e dias ruins, coisas boas e coisas ruins. Lá no fundo elas se misturam, não é como água e óleo como pensam por aí, são iguais entre si, mas com aplicações diferentes. Durante nossos dias, tiramos deste poço um pouco de coisas ruins e pouco de coisas boas, mas por algum motivo, do mesmo modo como um açude pode ser contaminado, assim fica este buraco profundo. Ocorre um contrapeso desigual, as vezes com excesso de coisas boas, as vezes com excesso de coisas ruins. No caso de haver excesso de coisas ruins, o máximo que pode acontecer é você extrair todas as coisas ruins, tendo dias ruins até que reste apenas as coisas boas no poço. Por outro lado, quando há excesso de coisas boas dentro do poço, ocorre exatamente o contrário, as coisas boas são extraídas com mais frequência, e com isso secam, restando apenas as coisas ruins e consequentemente, dias ruins. Diferente do outro caso, ficamos doentes quando apenas coisas ruins são tiradas do poço, e não há cura para esse mal. Foi o que acorreu com aquele infeliz. Não havia traços das coisas boas nele, o poço estava secando, e com ultimas gotas de coisas ruins, quando isso acontece você já pode prever o pior não é?

Se soubesse que ele iria pular, teria feito algo, talvez tivesse mentido para ele falando que iria lhe arrumar um bom emprego ou poderia tentar o clichê, falando que as coisas são como deveriam ser e, mas a grande verdade é que quando não há mais vontade de viver, e isso fica claro no olhar, você pode até dar um Buda de ouro para essa pessoa que de nada adiantará, esse era o caso dele. Fiquei sabendo que ele pulou do viaduto alguns dias depois do nosso encontro, não sei onde ele está agora, prefiro acreditar que ele morreu com a última gota de coisa boa do poço junto dele.

Sei que você deve estar se perguntando que porra é essa .45 na sua têmpora e porque você está amarrada. Não consegue gritar, embora queira muito; não sabe por que está ali; embora saiba o que fez.

Mas pense bem, conhece bem a história, conhece o careca filho da puta do gerente! Ah, mas fiz questão de fazer uma visita ao sujeito; tão covarde, se mijou todo quando apontei a quadrada pra ele. Ainda estava com curativos na cabeça. O desgraçado conhecia pelo menos umas vinte formas diferentes de se pedir pelo amor de deus, talvez soubesse mais, talvez tenha lhe dado pouco tempo, enfim, nunca saberemos.

Deve estar se perguntando quem sou eu, como eu conheci o seu finado marido, pois bem. Não é relevante que você saiba quem eu sou, pois não nos veremos mais e além de que, não sou nada, sou um vagamundo, subproduto da hipocrisia deste país carola, um rejeitado marginal que só está representando um infeliz qualquer que conheceu em um bar qualquer, tomando uísque barato, gastando seus últimos tragos de consciência e dignidade conversando francamente pela primeira vez na vida, com um estranho.

Você não percebeu que ele estava pedindo ajuda? Que o fato de não conversar contigo nos últimos meses fora uma forma de se proteger de seu multimudismo ensurdecedor? Já era de se esperar.

Eu não sou um frustrado, muito menos um Robin Hood dos cornos. Apenas me senti no direito de fazer o que é certo, decidi fazer uma coisa justa, um último ato heroico, salvar a vida de um jovem defunto. Não conheci seu marido, o que conheci fora uns trapos malfadados, restos do que fora um dia o contrario daquele cadáver semi-vivente que estava na minha frente. Era podre. Quando ele me perguntou sobre como eu levava minha vida, eu respondi apenas que levava a vida da mesma forma que uma onda bate numa pedra, e

nesse caso não sou a pedra, sou a onda. A onda bate insistentemente na pedra, e parece não fazer efeito algum na pedra, mas ao passar do tempo você percebe que a areia da priaa em que você pisa, fora um dia a pedra, vencida pela insistência da onda.

Em minutos de conversa sequei o que restava do meu poço, ele me contou tudo que deveria contar. A vida não vale mais do que dez centavos, e em sua estética, vale o máximo que puder valer.

Com a propaganda da cerveja em um cartaz no bar, descobri o endereço da empresa onde ele trabalhava. Atirei cinco vezes na cabeça do careca filho da puta. E agora estou aqui, a vida realmente é um moinho não acha? Ou acha melhor dizer que a vida é uma transa louca entre dois estranhos num motel barato de beira de estrada? Como quiser.

Aliás, você sabe o estrago que pode fazer uma bala de .45 na cabeça?

Vai saber.
Com sua licença.

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Nuvens Brancas

Sutilidade

 
SUTILIDADE

Eu que sou um oceano de mentiras,
Nenhuma gota, de tudo que há
nenhum grão de terra, em toda vastidão do cosmo
me pertence.
Por que não existo, eu vivo.

Sou um elo frágil que une cada partícula,
de cada coisa deste universo.
não importa o que eu faça ou diga ou saiba,
é isso que sempre serei.
Não mais que isso.

Mas além,
Sou a busca pelo finito,
Posto que infinito são as sutilezas da vida.
Me entrego, mesmo sem pertencer
Ao “tudo” que resta.

Meu mérito é ser nada,
Um andarilho desconhecido
Percorrendo o espaço,
Carregando na alma,
A soma do tempo e do vento.

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Sutilidade

A fuga

 
A fuga

Já estou há milhas de distância.
Foram dez mil quilos sobre mim, sobre as costas.

Me sinto livre, apesar de não estar completamente,
há ainda o peso da derrota alheia;

Os grilhões que me prendiam, ainda me prendem; agora não mais à correntes,
mas na minha própria consciência.

A lamina que me cortou, ainda corta meus amigos,
Na alma que deixei, há terço de derrota,

Sem alma, não há aquecimento, e à existência descobri, que da dor sobrevive.
O fogo que mata, é fogo que dá a vida.

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A fuga

Mini Manual da Boa Conduta

 
Mini manual da Boa Conduta

Tenha um kit de primeiros socorros
Seja delicado com os outros,
Aja naturalmente, não fume.
Ande com roupas limpas, não fure fila.

Conheça alguém legal, dê chocolates.
Diga que está bonita. Peça desculpas.
Desculpa é a resposta para tudo.
Coma vegetais.

Suba na montanha mais alta e grite;
Pense em coisas boas, faça um favor.
Palavrões, nem pensar.
Não pule muros. Entre sempre pela porta.

Compartilhe campanhas nas redes sociais.
Doe sangue. Corra a São Silvestre.
Não transe sem camisinha. Case aos vinte cinco.
Durma às onze, ligue para mamãe nos fins de semana.

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Mini Manual da Boa Conduta

SEE

 
SEE

Sou este que sonha,
Entre rochedos e florestas densas
Entre praias e metrópoles.

Sou este que é real,
Entre vivos e mal vividos
Entre cães selvagens e bicho de seda.

Sou este que irreal ,
Entre doentes e benditos
Entre surras e caprichos.

Sou aquele que é
Entre matéria e aridez
Entre dores e pétalas de rosa.

Sou aquele que foi
Entre todos e três bocados
Entre inimigos e jogos de tabuleiro.

Sou aquele será
Entre demônios e sentimentos
Entre mim e os outros.

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SEE

Descensão

 
Descensão

Coração indomado,
Por que foges de mim?
És como o pássaro azul do outro poeta
me domina e me controla

Coração indomavel,
Por que não te tenho?
Me leva para o fundo do mar das tragédias
E me beija com lábios doces de cicuta.

Coração selvagem,
Por que me abala?
Me apaixonei pelo seu ódio
E por ele me levanto todos os dias

Coração Rebelde
Por que me ataca?
O verão nos surpreendeu trazendo frio
Me deixe ganhar pelo menos uma vez

Coração Inteiro
Não me fira ao menos uma vez
ao menos uma vez
Deixa-me ter-te.

Poema escrito em português do Brasil, podendo haver diferenças em relação ao português lusitano.

Se gostou, entre em contato pelo email ou facebook : Eduardo Augusto Lino
 
Descensão

No Mundo Antes do Mundo Meu

 
No mundo antes do mundo meu

Quase sempre sou eu
Mesmo em dias tristes
Não me sentia só no mundo,
Vocês me abandonaram,
Porque me deixaram?

Aquele dia eu estava bem.
Tudo parecia normal,
Joguei a pedra no lago, mas
Me abandonaram.
Porque me deixaram?

Enquanto eu olhava pela janela,
Vocês armaram contra mim.
Com um nó, sem perceber
Me abandonaram.
Porque me deixaram?

Estou sozinho agora,
Esse mundo é grande e,
E de todos idiomas que falo, agora
O que faz mais sentido é o silêncio.
Porque me deixaram?

Os dias tem sido os mesmos dias.
Enquanto eu olhava pela janela,
Via vocês pela janela.
Loucas danças, armaram contra mim.
Por que me deixaram?

No mundo antes do mundo meu,
Num canto solitário, compreendo
Que da janela vocês me vêem,
Pule fora! atravesse!
Mas não, porque me deixaram?

Aproveite a fresta da janela,
Arrisque, levanta-te!
Versos em prosa mal rimada arrisco
Depois os risco.
Não aceito o processo, me demito!

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No Mundo Antes do Mundo Meu

Há de se saber

 
HÁ DE SE SABER

Há de se saber
Que pele sobre ossos, não mais que isso terei
Que o simples caminhar, penoso me será
Que o leve bafejo,doença poderá trazer.

Há de se saber
Que dos filhos, muito pouco os verei
Que dois minutos a escrever, dois dias parecerá
Que dos novos sabores, pouco hei de conhecer.

Há de se saber
Que dos dias felizes, com menos frequência gozarei
Que a mobilia antiga da sala, mais valor que eu possuirá
Que das cores não vistas, aprecia-las não terei o prazer.

Há de se saber
Que do dito, não me arrependerei
Que do amor perdido, ainda amor ele será
Que com a alma limpa, finalmente irei morrer.

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Há de se saber

Carpe Noctem

 
Carpe Noctem

PODE SE DIZER QUE ESTAVA CALOR NAQUELE DIA, a brisa tocando o rosto, como se Deus estivesse dizendo: "Estou aqui meu filho". Havia um balanço, parecido com aquele que costumava brincar na casa da minha avó, nas férias do papai quando ele ainda era vivo.
Lá estava o homem. Sentado, balançando levemente, queria voar, abria os braços entre as cordas, voava sobre os campos, sobre o rio Sena, sentia um frio quando passava pelos Urais do Norte e uma sensação de conforto quando voava sobre a extensão azul, o olho azul do universo, imensidão do mar, sobrevoava as nuvens, rebaixava além do mediterrâneo e sempre queria mais. Desde criança, quando na grama deitava e perdia boa parte do meu tempo tentando arrumar alguma explicação para o vôo dos pássaros e como seria se sentir livre como eles alguma vez na vida, realmente livre.
Aproximei-me do homem no balanço, ele me parecia familiar, por algum motivo, cada vez que me aproximava do balanço e do homem, também me aproximava de mim mesmo, como se fosse ele, um espelho, me reconhecia nele.
-Veja como se esgueira a videira, consegue ver?- disse o homem.
Neste momento o vento ficou mais intenso. - A torrente, essa mesma que ceifa a videira prematuramente é a mesma que semeia o arado. - continuou.
Percebi um tom familiar em sua voz, não olhava em meus olhos, mas estávamos conectados, de certa forma, tudo aquilo nos conectava. O balanço; a relva e a ravina logo acima, o calor e a brisa, sobretudo a forma como aquele homem falava.
-Posso lhe fazer uma pergunta?- ousei, com muito receio.
-A resposta é: você não poderia ter feito nada a respeito - me surpreendendo disse, e continuou - Nós, em nossa suprema arrogância, somos tão fracos. Dedicamos boa parte de nossa vida procurando entender a morte, mas ela é implacável. Dormimos e acordamos com ela todos os dias, o próprio viver é morrer, porque não temos um dia a mais na nossa vida que não tenhamos, nisso, um dia a menos nela. - disse o homem.
Surpreso, me pus a pensar e tudo ficou mais confuso. Que lugar era aquele? Que homem era aquele?
De forma repentina ele tornou a falar, desta vez não estava distante. Já o via e pude finalmente olhar em seus olhos.
-Não existe nada de completamente errado no mundo, mesmo um relógio parado, consegue estar certo duas vezes por dia. - afirmou.
Acabei por decifrar aquele momento: tudo o que chega, chega sempre por alguma razão. A vida não dá coisa alguma sem retribuição e sobre cada coisa concedida pelo destino, há secretamente um preço, que cedo ou tarde deverá ser pago, mas mesmo que não mereçamos novos verões, ao menos estejamos prontos caso ocorra.
E estava pronto.
Um nevoeiro se aproximou, a confusão na minha mente aumentava e um zumbido forte no ouvido direito me desnorteava.
-Trouxe seu doce preferido- disse ele estendendo a mão.
E ele me conhecia bem. Papai tinha o costume de trazer meu "splite" todos os dias, talvez uma tentativa de compensar sua ausência devido ao trabalho penoso na lavoura. Aquelas jujubas coloridas não me alegravam tanto quanto sentir aquele cheiro de terra molhada do seu casaco quando me abraçava.
E o tempo parou no momento em que comi o doce.
Não havia mais a relva nem ravina, apenas terra batida. O balanço, agora uma tenda de lona com uma estampa da cruz vermelha. A voz serena do homem dera lugar ao pranto dos enfermos. O calor e a brisa jaziam sobre o âmbito úmido e insalubre.
Tentei alcançar minhas pernas com as mãos, mas nada pude sentir além do lençol áspero.
-Onde estou?- perguntei sem saber para quem. -O que aconteceu?- insisti.
-Senhor, bem vindo de volta. Considere-se premiado. - afirmou a enfermeira.
-O que acont...- me interrompeu o soldado da maca ao lado - O senhor e sua unidade estavam em missão no fronte, voando aos arredores de Omaha, os alemães com aqueles tijolos voadores f-86 e B-101 chegaram com tudo. Artilharia pesada senhor, abateram quatro dos nossos. Malditos Luftas! Sinto muito. - exclamou, dando um soco na mão em sinal de culpa.
-Senhor, agora precisa repousar. - disse a enfermeira administrando algum tipo de anestesia.
- Mas eles ainda estão lá, tenho... voltar, Por fav.....

França. 4 de junho de 1944

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