Poemas, frases e mensagens de JillyFall

Seleção dos poemas, frases e mensagens mais populares de JillyFall

contos de fadas e vampiros
hard rock e chopin
doc martens e barbies.

sou uma "inconstante" contradição...

original,distraida, fora da realidade...às vezes penso que nasci no tempo errado!

ancestral

 
Harmonia
Cósmico equilibrio
na fusão dos elementos.
No fundo do poço,
brilhou uma esmeralda.
Pulsava a magia latente
de uma verdade ancestral.

Mística madrugada.
Nas estrelas moram deuses,
brilhantes constelações.
Substância unica
que deu origem a tudo.

Cada planeta é um ser vivo
Reencarnação de um sonho
Corpo astral de telergia
Escrito pelo absoluto.

Há histórias encantadas
no vento que embala o mar.
Há um cântico druida
no murmurar da paisagem.
A magia de outras eras
Limiar do invisível
escondida no caminho.

Pedras,estrelas e sombras
traçam a alma do Mundo,
a história interminavel
de cada grãozinho de areia
que o deserto adormeceu.
 
ancestral

do outro lado do espelho

 
Do outro lado do espelho
Não há barreiras temporais.
As imagens atravessam o espaço
e vivem vidas paralelas.
- Evasão à realidade.
Momentos repetidos até à exaustão.
Finais inadiaveis - fantasmas irreversíveis.
Reflexos constantes da memória inconsciente
sombras de vidro - quebradas.

Rasga-se a loucura anónima.
Psicótica madrugada que escorre pelas paredes
Poemas dissecados
na tinta gasta, que as palavras espalham.
- são missangas atiradas ao infinito
confins das asas perdidas.
Astrologica inversão à luz do sol.

Do outro lado do espelho
há histórias abandonadas
como mensagens escondidas
dos riscos da realidade.

Os mitos ressuscitaram em cada ser vagabundo
da tradição ancestral.
O final é encerrado do outro lado do espelho
e o percurso é a meta traçada pelas estrelas.

Apática caminhada, suspensa no limiar
das dimensões visuais.

Do outro lado do espelho
há gritos soltos no vento.
Há um silêncio vazio
que liberta o peso do mundo
e esvazia olhos perdidos.
 
do outro lado do espelho

fuga

 
Troco as voltas, ando às voltas
Este Norte não tem norte
Corre o tempo, muda a sorte.
Lanço as cartas e os dados
viciados.
Rebobino o novo filme
Para não o ver terminar.
Muda a imagem e a paisagem
Desvario, desatino
Hipnose de um momento
que a noite não viu passar.
 
fuga

nostalgia

 
As cortinas voam soltas
ondulam à brisa fresca
filtrando a luz de cristal convetida à Primavera.

Pinta-se o mundo e as flores
solta-se o perfume breve
que envolve a calma das horas.

A memória decepada
evoca o locus horrendus.
Pombas brancas e morcegos
traçam voos paralelos
cortam o céu nas mesmas asas.
A aparência e a essencia,
caminhos opostos, para o mesmo destino.

Para lá desta rotina
há uma energia estranha
que faz devorar a noite.
Como um lobo solitário
absorvendo o tempo certo,
implorando a luz da lua,
ser livre mais uma vez.
O mais estranho dos vícios,
o que deixou mais saudades.
Quebrar regras e fronteiras,
trocar as voltas ao tempo
e divagar vagabunda
no caminho das estrelas.

Só mais uma madrugada
para que a música domine
o império do passado.
E que o sol se erga bem alto
sem que isso me preocupe.
Como uma trepidaçao.
Abandonar já sem forças
restos mortais de escuridão.

Fecham-se abismos e grutas
esbatem-se as sombras do sonho
e a tarde é verde e luz.

O sol invade as janelas
assalta casas e ruas
apaga as outras estrelas
e demarca os seus dominios.
O oculto que me guia
tem a voz dos meus mistérios.
É uma Lua marinha
que adormece a solidão.
 
nostalgia

madrugada

 
Soltou-se em vapor etéreo, numa nuvem de telergia.
O sangue do corpo astral, em massa gaseificada.
No cemitério deserto, a madrugada dançava.
As chamas ténues, persistiam.
Deambulavam, vagabundos espectros transparentes, por entre as horas brancas.
O vento passava de mansinho.
Espalhava o perfume doce das flores secas.
Gemia um violino.
Caiam folhas, como lágrimas.
Preenchiam notas tristes, espaços vazios e memórias.
Do que há muito se perdeu.
Um buraco, onde batia um coração.
Não há olhares, nem gestos, nem vozes.
Só passos. Silenciosos lamentos.
 
madrugada

a fada

 
Adormeceu sobre o vazio, onde descansava as horas.
Mais uma noite de insónia, projectava o mesmo filme.
Ou um ciclo vicioso, a que não pôde escapar.
Ferida aberta.
As lágrimas evaporam.
Elevam-se à nuvem, de onde caiu.
Num dia distante, o absurdo fez sentido, e a magia perdeu-se, algures pelo caminho.
Psicótica introspecção.
Dança com as ilusões, até que a musica pare.
Até que o silencio das almas morra de sede no deserto.
Não há muralhas ou véus, que tapem a luz no horizonte.
Nada pode esconder o brilho de uma fada que acende a noite.
Extinguiu-se entre os mortais, e já não pode regressar.
Mergulhou num mar de sombras e encontrou na escuridão a solidão que procurava.
Ria de tudo e de todos, do alto do seu pedestal.
Procura uma nova historia, para continuar o caminho.
Cega pela luz do sol, mata as memorias aos poucos.
Amnésia irreversível. Consequência.
O céu azul, era o espaço percorrido pelo olhar.
O vento breve, o ondular manso das aguas, onde um dia se perdeu.
 
a fada

mágoa

 
O veneno das palavras
gota a gota.
Fumo o fumo que um dia já foi teu.
Princesa do desalento
A vida era um fio de água
como arabescos de mágoa
cortando a calma das horas.

Tinhas sonhos
e uma estrela apagada
pela luz da realidade.
És Irmã Sorôr Saudade
Doce, triste, abandonada
por caminhos que não viste
perdida na estrada errada.

Versos calados
que ardem na indiferença
Labaredas de uma alma inanimada,
que viu reflectida sua doença.
Nunca tiveste esperança - não a vias
Ninguem calou a dor que não podias
ninguem te disse que o fim era nada.

O coração de uma mulher é um oceano
profundo, de mistérios e segredos
um grito, um acorde no piano
A dança. o exorcismo dos medos.

Há algo que não posso recordar
nas mais belas palavras que escreveste.
Os teus versos amargos sepultados
são todos os olhares dilacerados
e foi só para os sentir que nasceste.

Também falo sozinha - outras histórias
Atravesso a muralha da saudade
que me atira para alem da eternidade
com o veneno antigo das memórias.

Tinhas nome de flor e eu de rainha
Já percorremos um jardim iguel
Tão bela lusitana, mas sozinha
lançando o olhar ao céu de Portugal.

Amargas noites - lágrimas da Lua
que a alma derramava sem se ver.
Chamando,implorando o impossível
que nunca deixaria de o ser.

Chora criança louca e crente
e a tua loucura é imortal
apática, vazia, decadente
vida em que o tudo ao nada é igual.

O meu sonho mais belo é um momento
que a mão do tempo não quer apagar.
Invento-me naquilo que não sou
Sem rumo, já não sei para onde vou.
Em mim tenho mil vidas paralelas
O pensamento alcançou as estrelas
como se todas fossemos irmãs.
Com elmos de ouro, o cetim das manhãs.

Tenho o destino traçado no céu
Doce loucura ir contra a humanidade
Olhar-me no espelho da verdade
E assumir feliz - assim sou eu.
 
mágoa

sonho perdido

 
Beleza rara
Transcende o meu horizonte.
Hoje morri
Na mais profunda escuridão
E quando o sol me invadiu
Fechei os olhos, para não ver.
Para não cair desamparada.

Neste abismo de mim própria
Onde lavo a magoa transparente
Com lágrimas, chuva e mar.

Todos os caminhos são desertos
Onde reinvento o meu ser.
Miragens, enganos,
Pedaços de céu.
Sonho que ardeu
Sem ninguém saber.
 
sonho perdido

recortes

 
Acende a noite nas palavras
Soltam-se estrelas nos meus cabelos.
Passos, caminho.
Recortes de infinito.
Tempestade tropical.

Em todas as coisas que não entendo
Há momentos que perduram e se prolongam
À exaustão dos sentidos
E das verdades, negadas
Por tantas vezes.

Onde estas, meu pensamento
que não encontras direcção.
Solto-te. Prendo-te
De mãos vazias.
Vazios laços soltos.
Inegável, escorri por entre a areia
Desértica. Inerte.
Fundi as horas com o vento.
Agora conto os segundos, com o bater do coração.

Por tanto, tanto esperar.
 
recortes

folhas soltas

 
Lá longe, muito longe
Soltam-se as folhas de um livro
Que o vento ao acaso levou.
Escrita a história, que acabou
Por não poder começar.
Hoje a tristeza é azul
Como as paginas rasgadas,
Esquecidas, amachucadas.
Sentimentos de papel
Que a mão do tempo apagou.
Cada pagina virada
Desilusão desfolhada
Que o vento, o vento levou.
 
folhas soltas

É o eterno segredo...

 
É o eterno segredo
ter o mundo sem ter nada
ver a magia das coisas
com a alma vazia.

A imaginação é o reflexo
de um sonho que morreu,
de um momento imortal
que não chegou a existir.

Sentir o coração da Terra
sustendo a respiração
sem que ninguem se aperceba.

Voar alto
inverter o horizonte
e ver o sol nascer debaixo.
O chão é um tapete de estrelas
uma passadeira real
desenrolada para mim.

Ver as fadas fugitivas
em cada bosque esquecido,
falar com a madrugada
no despertar da manhã.
Ouvir o canto da sereia
e adormecer o pensamento,
sobre a areia.

Os espectros da memória
invocam deuses antigos.
Inconsciente realidade.

Imortais, omnipresentes
são a vida e a beleza
o enigma dos meus pasos
São a musica dos sonhos,
a magia das estrelas
em espiral
na sombra dos megalítos.

É o eterno segredo:
brincar com as palavras
reflectir imagens soltas
construir e destruir.
Inverter a realidade
numa dimensão oculta
para aprender a voar.
Galopar o pensamento
e fugir para me encontrar.
 
É o eterno segredo...

ilusao

 
Para disfarçar tudo o que sou
Vou preenchendo as entrelinhas
De palavras e segredos.
O mundo, pesa sobre mim
Numa torrente de lágrimas.
Lama negra que se arrasta
Para a reclusão dos sentidos.

Queria adormecer para sempre, a dor lancinante
Que me envolve
Que me atira para o abismo
Onde moram os fantasmas.

Não há rio, ou mar, ou chuva
Que lave esta magoa
De não ser dona de mim.
A realidade onde os meus passos recuam.

Um dia, o sol não nasceu
E os meus olhos, cegos de tantas estrelas
Adivinharam a ilusão.
Doce tristeza velada
Numa sepultura aberta
Onde me inventei, e me esqueci.
 
ilusao

cidade

 
Perdi a alma da cidade
dentro de mim.
Percorri mil vezes
becos de memória,
paralelos escorredadios
da chuva que caiu.

A manhã húmida e fresca
límpida.
Os autocarros são poucos
no sono de ser Domingo.
Lenta mansidão de olhares.
Passos por entre os passos.

A noite brilha iluminada
pelos letreiros das lojas.
É uma lembrança tão distante que parece de outra vida.
A marginal, era o caminho das luzes.
Perdi o olhar no horizonte
este vento não tem sal.

...como se fosse noutra vida
A existência paralela
extinguiu-se
como o despertar de um sonho.
Vidas vazias.
O escape toxico dos carros e uma pressa inevitável
de chegar a lugar nenhum
e não perder o autocarro.

Porque era um dia de chuva
e o Inverno é mais triste
nos azulejos dos prédio
no cimento dos passeios
nas escolas bafientas
professores medievais.

Tanta pressa, tanta pressa
As ruas esticam estreitas.
Passos sem nome
ressoando sem cessar
por entre os séculos.

Ainda se parasse de chover!
 
cidade

saudade

 
Há olhares oprimidos
no limiar do invisivel
procuram-me no inconsciente
iceberg da memória.

O meu nome é abafado
pelos nomes que não chamo.
Evoco uma chama extinta
que ainda ilumina a noite.

Momentos - eternos silêncios
exaustão do pensamento.
É esta a voz que me inspira
e me faz voar sobre as casas,
sobre montes e desertos.
É esta a estranha viagem.
O destino dos meus passos.

Magnética lua ancestral,
uma bola de cristal
suspensa na eternidade.
" Não somos pó, somos magia"
Há princesas e dragões
com máscaras de apatia.

Os cavaleiros de prata
já não salvam mais ninguem.
Tudo muda enquanto existe.
As armaduras são de aço
e as máscaras, de gelo.
Fundiram-se com a alma.

Não se encontra, não se vê.
É uma sombra da vida
vive na teia da aranha
aguarda o seu predador.

Liberdade vaga e oca
arrasta correntes de chumbo.
É um espectro condenado.

Eu...
solto as amarras do sonho
percorro mundos submersos
invertendo a luz das coisas
para renascer a cada instante.

Se a felicidade é o momento
em que sonhei que era livre...
Sou livre porque sonhei
que cada instante perdido
ficou gravado no tempo.
Cantado em vozes de outrora
na harpa de algum druida.

O espaço é uma muralha
que não quero derrubar.
Vou galopando no vento
para onde o olhar do pensamento
me levar.
 
saudade

astrológica

 
A voz daqueles mistérios
voltou para me atormentar
Uma teia que me prende
ao caminho dos fantasmas.

Úivo - um grito lacinante
corta as trevas, ilusões
onde o tempo se perdeu
com o ultimo vampiro.

Estanca-se o sangue envenenado
pela nostalgia vã
Rebenta - explode - destrói
estilhaços de memória
a um passo do abismo
infinito - inadiável.

Estava escrito no céu
tropeço numa nova estrela
e a resposta de saturno
é uma conjunçao astral
oculta, eterna, fatal.
A mais real das respostas
à incerteza dos meus sonhos.

Há um vestido de espanhola
e uma musica qualquer.
Megalítica dança celta
nos domínios de Endovélico.

O tempo cruza-se, confunde-se.
O espírito histórico perde-se
como um átomo de éter.

Só à luz da globalidade
consigo vislumbrara sombra
mas perco-me do objectivo
por estar próxima demais.
A resposta são enigmas,
aspectos interastrais.

E o caminhodas estrelas
é sonhar.
Voar na filosofia
cavalgar o pensamento
ouvir a história do vento
e acordar.
 
astrológica

mudança

 
A minha casa é onde o espírito mora.
Onde arrumo os meus hábitos e organizo momentos.
A fortaleza sem paredes onde me sinto segura.
As almofadas onde a tormenta descança.
Perfumes e recordações.
São livros e objectos pequenos.
A música de que mais gosto, e o lento passar do tempo.
Não tenho laços nem raízes.
Nem cidade nem país.
Habito as palavras e os sonhos onde me sinto tranquila.
É uma janela aberta a um horizonte qualquer
onde adormeço para sonhar,
onde morri tantas vezes para nascer todos os dias.
Não tem divisões demarcadas.
A minha casa etérea, é transparente e maleavel.
Dissolve-se,transfigura-se,desfaz-se.
Dura um segundo e evapora.
Permanece em mim para sempre, como uma cicatriz,ou um instante esquecido de um momento que passou.
A minha casa é o que invento.
É onde me reinvento.
É toda espelhos e luz, mesmo na sombra.
Mesmo que chova.
Mesmo que a humidade torne o ar pesado.
Mesmo que o sol lhe passe ao lado.
Uma estrada lamacenta, relembra o exílio.
Espaço intermédio, ou rampa de lançamento.
Uma casa de lego que encho de bonecas.
Onde não cabem mais bonecas, nem conchas, nem silêncios.
É onde as máscaras se quebram, e as cortinas voam soltas - são lenços de praia filtrando a luz da manhã.
São dias iguais, ou dias cinzentos.
São vozes que me pertencem e velas de baunilha.
Caixas de pequenos nadas,catalogadas por cores.
Padrões rasgados,de tão gastos.
Um velho pano do chão.
É um palácio de princesas, onde falta quase tudo.
Minha casa reciclada.
Veio uma onda brilhante,...
e tudo desapareceu.
 
mudança

espaço intermédio

 
Mais um daqueles momentos
em que o tempo é um deserto
em que o silêncio vazio
é uma nota constante.
Já não escrevo,já não sinto.
Já me esqueci de tudo.
Vivo no espaço intermédio
espero o que está para vir.
Não me encontro na apatia
onde a ilusão imortal
evoca a voz peregrina
do fantasma
que assombra o pensamento.
O tempo é mais um lamento
mais um lago inacessivel
onde o meu barco se perde
nas ondas onde me invento.
 
espaço intermédio

sombras

 
Podia ficar acordada para sempre
Para que nos olhos sempre abertos, todas as imagens se gravassem.
Alucinação em fogo de artificio.
O tempo agarra-se, pegajoso.
Prende-me os passos.
Queria soltar-me de uma vez, e mergulhar no abismo.
Desmaiar de abandono, para acordar renovada numa praia adormecida, onde barco algum chegou.

Vida de sombra, no vazio das sombras.
Projecta o mundo das ideias
Que algures, na era remota das luzes, o dilúvio inundou.
Desilusão.
Na vertigem do desconhecido, passeia a brisa da manha, e o perfume de flores recém-nascidas.
 
sombras

a pequena sereia

 
Tinha um castelo de areia
E um diadema de coral.
Quando imergi do oceano
Ninguém soube, ninguém viu.
O príncipe desmaiado,
Abriu os olhos ao naufrágio
Vagas, cordas e destroços.
Percorreu o vento nos meus cabelos
E a vida inundou-se de estrelas.

Troquei a luz da eternidade
Pela ilusão de uma miragem.

Mergulha só mais uma vez
Antes que a espuma te leve
Para o outro lado do mar.
Rasga os véus e os vestidos
Esse brilho, não é o sol!
É o reflexo do punhal
Que sangra o teu coração.
 
a pequena sereia

Inês S.