paraísos
vejo-te
deitada
numa cama
de incertezas
onde as vozes
dos amantes
encerram momentos
explosivos.
chovem
pétalas
pérolas
e pecados.
sabem a maçãs
doces do paraíso.
da tua boca.
entretanto
entretanto vi-te
de outra forma.
não tão recta.
embrulhada em arame
farpado no tempo.
entretanto não és
o que pensava.
o confrontar
da vida. assim.
olhos nos olhos.
não és.
mas fazes que sim.
entretanto não és
a postura que vendes.
comprei. devolvi.
peregrino
é um caminho longo.
sombrio. ou não.
talvez as sombras sejam aparadores.
protectores das pedras.
abafadores de gritos.
nesgas de sol cantam a vida.
rasgam o corpo.
consigo avançar.
desenhar as letras
encanto-me
com as palavras.
aprendo a desenhar
as letras
que brotam de
dentro do meu peito.
inspiras-me, sabes?
ausências
o som do teu silêncio.
quando não estás.
falas com os olhos.
quase.
saudades de poucos dias.
como se não voltasses.
a morte. não te atrevas.
xadrez
joga agora.
atreve-te!
nem sabes
que peças mexer.
para onde vais.
o veredicto
foi lido.
joga agora
com a alma.
já que não
conseguiste
jogar com o corpo.
o branco da vida
assim.
por entre sombras
vidas cinzentas
ressalta o branco
da vida.
a ser vivida.
pétalas
e o tempo urge!
e a nuvem traz
o vento, a paz
a cor, a flor
já não arranco as pétalas
dos meus olhos
até quando?
falta
o conforto da casa.
inigualável.
e no entanto
sente-se a falta.
de quê, não sei.
dança do corpo
danças com o corpo.
os teus gestos entendo. já.
dizes que não te conheces.
isolas-te.
o que não se vê
a alma não vigia